sexta-feira, 25 de outubro de 2024

 

A FALÁCIA DAS “METODOLOGIAS ATIVAS”

 

Por MÁRCIO ALESSANDRO DE OLIVEIRA*

A pedagogia moderna, que é totalitária, não questiona nada, e trata com desdém e crueldade quem a questiona. Por isso mesmo deve ser combatida

Este ano, tive o desprazer de deparar com um critério desagradável no edital de um Instituto Federal (IF), localizado no Nordeste: exigia o uso de “metodologias ativas”. Detesto-as.

Nem vou explorar o fato de que “metodologias” se tornou um jargão pedantesco dos pedagogos, muitos dos quais nunca lecionaram, embora insistam em vigiar o trabalho docente sob o signo da gestão, marca do neoliberalismo. Este, como sabemos, considera a escola como empresa e o aluno como cliente – e o cliente, é claro, tem sempre razão.

O cliente tem de gostar do produto mercantil em forma de “aula”, e é exatamente por isso que as falácias escolanovistas e construtivistas há uns cem anos estão sustentando, “cientificamente”, as tais “metodologias” ativas, que supostamente dão motivação inesgotável ao aluno, quer ele seja suficientemente inteligente e empenhado nos estudos que tem de fazer em casa, quer não. Entretanto, para o viés “progressista” da pedagogia, a culpa de qualquer fracasso só pode estar nos procedimentos de ensino, que, por pedantismo, os pedagogos chamam de “metodologias”.

Sempre uso a locução procedimentos de ensino por considerá-la mais precisa, ainda que a precisão seja uma consequência de sua abrangência. Contudo, mesmo se eu usasse a palavra metodologias, que tem sido usada de modo cada vez mais leviano ao ponto de ficar vazia de significado real, continuaria cabendo a seguinte pergunta: Quando foram criadas as metodologias “passivas”? Em quais disciplinas e em quais níveis elas são aplicáveis? Por que insistem em demonizar o ensino tradicional?

O ensino que a pedagogia demonizou eu divido nas seguintes etapas: revisão do conteúdo da aula anterior; lançamento de conteúdo; explicação e exemplificação do conteúdo novo; fixação da matéria por meio da avaliação formativa; dúvidas dos alunos.

O esquema acima permite a indução, a dedução, a analogia e a maiêutica, e está de acordo com a didática tradicional e conteudística, centrada que é na análise dos dados. Estes, no ensino, compõem a matéria, ao passo que, na pesquisa, compõem o corpus. Esta é a única semelhança entre o ensino e a pesquisa: os procedimentos de estudo giram em torno dos dados, de modo que são inseparáveis o ensino e a pesquisa. Contudo, são práticas muito distintas. Todo bom professor é um bom pesquisador. Daí a facilidade de concluir que o “argumento” de que o pesquisador não sabe dar aula é uma falácia.

Trata-se de um ressentimento contra os verdadeiros acadêmicos, que valorizam a organização dos dados e a clareza, o que não exclui uma dose de vocabulário técnico-científico nem o esforço do aluno. Estes dois últimos atributos a pedagogia moderna rechaça, embora os mesmos defensores das “metodologias ativas” (que, como integrantes de uma seita totalitária, não aceitam críticas aos seus dogmas) reprovem sem dó os alunos que não mostram aptidão para o mestrado ou doutorado. (Existem, é claro, pessoas aptas que são reprovadas por outros motivos. Um deles é o fato de não bajularem os professores do programa de pós-graduação, apesar de eu mesmo nunca ter presenciado isso no meu tempo de mestrando.)

O passo a passo de cinco fases também está de acordo com a premissa de que o aluno nunca fica passivo por assumir o que o linguista Mikhail Bakhtin considerava como sendo a atitude responsiva-ativa. Enquanto o receptor da mensagem recebe o texto, ele fica imaginando réplicas ou dúvidas, desde que ele preste atenção. Sendo assim, não posso aceitar a pressuposição da existência de metodologias “ativas”. Ocorre que é insustentável o conceito de metodologias “ativas”, porquanto nunca tenham existido as metodologias “passivas”.

Além disso, temos de levar em conta a origem do meu passo a passo, que é a didática de Herbart, descrita da seguinte forma: “esse ensino tradicional estruturou-se por meio de um método pedagógico, que é o método expositivo, que todos conhecem, todos passaram por ele, e muitos estão passando ainda, cuja matriz teórica pode ser identificada nos cinco passos formais de Herbart. Esses passos, que são o passo da preparação, da apresentação, da comparação e assimilação, da generalização e, por último, da aplicação, correspondem ao esquema do método científico indutivo, tal como fora formulado por Bacon, método que podemos esquematizar em três momentos fundamentais: a observação, a generalização e a confirmação. Trata-se, portanto, daquele mesmo método formulado no interior do movimento filosófico do empirismo, que foi a base do desenvolvimento da ciência moderna” [SAVIANI, 2021, p. 35-6].

Ao fragmento acima devemos adicionar outro: “se os alunos fizeram corretamente os exercícios, eles assimilaram o conhecimento anterior, então eu posso passar para o novo. Se eles não fizeram corretamente, então eu preciso dar novos exercícios, é preciso que a aprendizagem se prolongue um pouco mais, que o ensino atente para as razões dessa demora” [SAVIANI, 2021, p. 37].

Ademais, para o Sr. Luckesi, “o método pode ser entendido dentro de uma concepção teórica ou de uma compreensão técnica. O autor compreende Metodologia como a concepção segundo a qual a realidade é abordada. Esta é uma concepção teórica do método. Porém, afirma que há uma compreensão técnica do método que também atravessa o conteúdo, visto que “são modos técnicos de agir que estão dentro do conteúdo que se ensina” (p. 138). Exemplo: o modo de extrair raiz quadrada (Matemática) ou o modo de proceder numa análise sintática (Língua Portuguesa). Tanto uma quanto a outra perpassam os conteúdos tratados nas diferentes disciplinas curriculares” [GRUMBACH e SANTOS, 2012, p. 33].

Com efeito: “Todo conhecimento é atravessado por uma metodologia e é possível descobrir no próprio conteúdo exposto o método com o qual ele foi construído [LUCKESI, 1995, p. 138 apud GRUMBACH e SANTOS, 2012, p. 34]”.

Por que tantos acadêmicos defendem as metodologias “ativas”? Por que insistem em defender essa ficção pedagógica na educação básica e até no ensino superior? Posso listar alguns fatores.

Antes de tudo, a universidade, mesmo que seja pública, continua sendo um aparelho ideológico de Estado. Uma vez que o Estado fica na mão do mercado, o meio acadêmico se torna um capitão do mato do neoliberalismo, cujo eixo “moral” e cujo eixo epistemológico são o individualismo extremo, ligado ao empreendedorismo. É ela (a universidade) que, dentro do neoliberalismo, tem força equivalente ao poder que a Igreja Católica tinha na Idade Média, conforme um dos arrazoados do sociólogo Jessé Souza.

Sem o aval “científico” da universidade, não seria possível uma pedagogia que rebaixasse o professor, e, de fato, ela o rebaixa com a regularidade do sol. Basta ver o assédio moral que os docentes sofrem nas escolas municipais e estaduais. Na rede estadual do Espírito Santo, por exemplo, há uma portaria que impõe vigilância na sala de aula e uma lista de descritores a serem aplicados pelo professor, que é tratado como se fosse funcionário de uma lanchonete de franquia. Se o professor não acatar esse despautério, responderá por isso. Também responderá se não usar tecnologias ultrapassadas, compradas com o dinheiro público. Esse gosto por tecnologia, que é usada como se fosse um fim, e não um meio, é herança do tecnicismo, tendência pedagógica implantada no Brasil no tempo da ditadura militar.

As verbas para as “pesquisas” da pedagogia moderna estão condicionadas a linhas de pesquisa que não melhoram o ensino nem a vida profissional dos docentes, porém é certo que reforçam a “inclusão” escolar num país com esgoto a céu aberto, conforme a cartilha do Banco Mundial.

Outro fator da desonestidade intelectual dos doutores que defendem a baboseira em forma de “metodologia ativa” é a necessidade de tornar “lúdico” e “atraente” o ensino para que o aluno fique na escola, mesmo que ele não estude. É graças a essa pseudoinclusão que políticos e burocratas incompetentes e incultos conseguem se promover. “Assim”, escreve a sueca Inger Enkvist (2021, p. 83), “os políticos arruinaram a escola pública enquanto se faziam passar por seus defensores”. Não importa a altíssima temperatura das salas de aula, não importa a falta de ventilador, não importa a falta de erudição, não importa a falta de bibliotecas bem equipadas e protegidas por bibliotecários (profissionais raros): o que importa é que o professor dê motivação aos alunos, mesmo que a saúde mental dele esteja em frangalhos. E ai do professor que não usar os outros “espaços pedagógicos” da escola para agradar aos “líderes” de turma, que vigiam o professor tanto quanto os filhos vigiam os pais no romance 1984, de George Orwell.

Não é de surpreender que os pedagogos sejam contra o ensino conteudístico e transmissivo: eles não têm conteúdo para transmitir: sua ladainha é desprovida de substância: é um catecismo do nada. Se realmente acreditassem no poder transformador da educação, acreditariam no esforço do aluno e no ensino baseado em conhecimento acadêmico, e não em atividades práticas que exigem corte e colagem de papel ou desenhos de matinho e florzinha. Tratam todos os alunos como se fossem crianças, independentemente do nível do ensino e da modalidade.

No caso da educação linguística, tudo se resume a uma visão superficial das tipologias ou tipos textuais (que são cinco) e a gêneros textuais (que são praticamente ilimitados). Ao aluno são oferecidos textos ruins, que falam de redes sociais e outros temas que são do gosto do mercado. Os pedagogos adoram isso, porque não percebem que estão acentuando a formação de consumidores para a indústria cultural, eivada de senso comum e adolescentes falsos de séries televisivas da Nickelodeon.

Isso tudo, porém, é condizente com a visão intelectualmente desonesta dos sectaristas das “metodologias ativas”. Com efeito: um professor que tenha feito uma formação aligeirada é a justificativa perfeita para ele receber um baixo salário. Ele pode ser um agente de “inclusão” social, um “facilitador” do aprendizado, mas nunca poderá ser autoridade na matéria que leciona, a menos que queira correr o risco de ser tachado de tirano. Quem não se dobra aos dogmas dos sectaristas é perseguido a ponto de responder a um PAD (Processo Administrativo Disciplinar).

O professor não leciona propriamente: o aluno faz “atividades” para ficar “ativo”, mas não faz uma aventura intelectual, que esse tipo de exercício exige esforço e condições que os gestores não oferecem ou por incompetência, ou por má vontade. Ora, se o aluno tem de fazer “atividades” preenchendo papel em nome de avaliações externas, o professor não tem de ser um modelo de como pensa e age um intelectual.

Apesar de tudo, estou convencido de que, muito embora seja impossível começar a inclusão só pela escola num país onde alunos mal têm o que comer em casa – e defender o oposto disso seria tão absurdo quanto dizer que cobrar mensalidades dos alunos “ricos” das universidades públicas seria uma forma de igualdade e inclusão –, é fato que os países que não seguiram a pedagogia moderna, cheia de ineptos projetos, metodologias “ativas” e outras tolices que interessam tão só ao empresariado, conseguiram mais igualdade e inclusão do que os que adotaram a pedagogia moderna.

Quem mais precisa de ensino tradicional é justamente quem é pobre. A Suécia é um exemplo do que a pedagogia moderna faz: lá, o totalitarismo se consolidou, e isso porque o sistema escolar tornou burros os seus cidadãos. Esses são os efeitos danosos do escolanovismo e do construtivismo, correntes anticientíficas ignoradas por muitos professores, acostumados que estão com o “status” de peões do ensino. Se, no passado, todos tivessem se rebelado contra as falácias de Carl Rogers, expoente da linha não-diretiva e do fato óbvio de que o aprendizado acontece no cérebro do aluno, talvez tivessem conseguido exorcizar também o fantasma de John Dewey. Ambos os autores estão obsoletos, e, no entanto, suas teses “científicas” continuam se sobrepondo aos professores, que ignoram as referências com as quais poderiam combater as falácias dos cientistas das arábias.

Eu disse que somos vigiados. Isso acontece há décadas! “Entre nosso corpo e nossa sexualidade”, escreve Marilena Chauí (2018, p. 113-14), “interpõe-se a fala do sexólogo, entre nosso trabalho e nossa obra, interpõe-se a fala do técnico, entre nós como trabalhadores e o patronato, interpõe-se o especialista das ‘relações humanas’, entre a mãe e a criança, interpõe-se a fala do pediatra e da nutricionista, entre nós e a natureza, a fala do ecologista, entre nós e nossa classe, a fala do sociólogo e do politólogo, entre nós e nossa alma, a fala do psicólogo (muitas vezes para negar que tenhamos alma, isto é, consciência). E entre nós e nossos alunos, a fala do pedagogo”.

Mas há mais: Vejamos o que diz a sueca Inger Enkvist (2020, p. 275-6): “[] os pedagogos não funcionam de maneira científica nem democrática, mas como uma seita com uma fé especial que não questiona as bases de sua crença. Autoproclamados especialistas do ensino, apresentam-se como uma instância superior aos demais professores que “apenas” ensinam suas matérias. A primeira fase foi a doutrinação dos professores para justificar a presença dos pedagogos. Como não são responsáveis por ensino algum, sua presença constitui um tipo de parasitismo nos sistemas educacionais []. Como é típico das seitas, desprezam os demais. Os pedagogos são os bons, os que sabem a verdade, e introduziram uma nova linguagem para os iniciados. Além de uma crença e de uma linguagem própria, uma seita também precisa de dinheiro, e nesse caso os membros do grupo souberam instalar-se dentro das estruturas do serviço público, e viver do dinheiro do contribuinte”.

Muitos pedagogos, sem que nunca tenham lecionado, num total desrespeito ao Artigo 67 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), tornam-se diretores escolares… perdão: tornam-se gestores escolares – e o gestor, conforme o que aponta Marilena Chauí, é análogo ao gângster dentro do neoliberalismo. Isso é tão absurdo quanto colocar na direção de um hospital um não-médico ou um médico que nunca tenha clinicado. Também há os que se tornam supervisores ou inspetores, que são capitães do mato.

Precisamos nos insurgir contra a pedagogia moderna: devemos fazer debates públicos fundamentados na verdade, e a verdade é que não funcionam as tais “metodologias ativas”: são um fracasso vergonhoso, e isso tem de ser exposto nos simpósios e nas outras comunicações realizadas em eventos acadêmicos, mesmo que isso acabe ferindo a vaidade dos doutores das arábias que veneram o Lattes.

Outro passo importante é impugnar os editais que digam que o professor tem de ser avaliado em função do uso das tais “metodologias” ativas. Por lei, cada um de nós, professores, tem direito a diferentes concepções pedagógicas, e a que eu adotei é tradicional. Não posso ser obrigado a distorcer anos de conhecimento acadêmico só porque os próprios acadêmicos querem selecionar pessoas que compactuem com as tolices deles.

Em agosto de 2024, fiquei em segundo lugar na prova objetiva do concurso de um Instituto Federal, localizado no Sudeste. Depois descobri que fui desclassificado na prova didática: tirei 48 numa escala de 0 a 100. A menos que a banca aceite o meu recurso, todo o tempo e todo o dinheiro investido em viagens e hospedagens terão sido em vão. Não posso afirmar que o fato de eu ter inserido no cabeçalho do plano de aula os excertos de Saviani e o conceito de Bakhtin para fundamentar as oposições que naquele documento eu faço às “metodologias ativas” me prejudicou, até porque o barema não apresentava o uso de tais “metodologias” como critério de avaliação da prova didática, mas a subjetividade dos avaliadores, a julgar pelo currículo deles, está eivada de tolices pedagógicas do jaez das “atividades”.

Curiosamente, apesar de todo o “progressismo”, a banca exigira conhecimentos que estão na gramática de Evanildo Bechara, um autor que, para muitos, é extremamente conservador. As questões objetivas também tinham exigido conhecimentos que só poderiam ser acumulados por um professor cujo perfil fosse acadêmico, embora um bom professor pudesse fracassar naquela etapa: caíram questões sobre o pensamento de autores cujos livros não foram mencionados no edital, que nem sequer continha bibliografia.

Permanece a minha sugestão: temos de nos insurgir contra as falácias pedagógicas. Isso quer dizer que temos de fazer um movimento de baixo para cima, de modo que seja atingido o meio acadêmico: é ele que dá o aval “científico” a toda a barbárie que nós, professores, sofremos, e que é até mais perigosa do que a do tempo da ditadura militar brasileira ou do que a da “Revolução” Cultural da China. Esta última perseguiu abertamente professores e outros intelectuais.

Não devemos sentir medo: na democracia, é salutar a contestação; na ciência, só pode haver verdade quando questionamos os pressupostos e os métodos, ou seja: o conhecimento só é confiável quando a epistemologia e o paradigma são contestados e testados. A pedagogia moderna, que é totalitária, não questiona nada, e trata com desdém e crueldade quem a questiona. Por isso mesmo deve ser combatida.

*Márcio Alessandro de Oliveira é mestre em Estudos Literários pela UERJ e professor da rede estadual do Espírito Santo.

Referências


BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. Tradução feita a partir do francês por Maria Emsantina Galvão G. Pereira. 2ª ed. SP: Martins Fontes, 1997.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

CHAUÍ, Marilena. O que é ser educador hoje? Da arte à ciência: a morte do educador. In: Em defesa da educação pública, gratuita e democrática. Organização de Homero Santiago. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. ENKVIST, Inger. O complexo ofício de ser professor. Tradução de Ricardo Harada. 1ª ed. Campinas, SP: Editora Kírion, 2021.

______. A boa e a má educação: exemplos internacionais” (tradução de Felipe Denardi. São Paulo: Kírion, 2020.

ORWEL, George. 1984. Trad. Alexandre Hubner e Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

Parece revolução, mas é só neoliberalismo: o professor universitário em meio às cruzadas autoritárias da direita e da esquerda. In: Piauí (Folha de São Paulo). Jan. 2021. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/parece-revolucao-mas-e-soneoliberalismo/>.

SANTOS, Ana Lúcia Cardoso; GRUMBACH, Gilda Maria. Didática para Licenciatura: Subsídios para a Prática de Ensino (volumes 1º e 2º). Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2012.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2021.

SOUZA, Jessé. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya, 2017.

______. A tolice da inteligência brasileira: ou como o país se deixa manipular pela elite. 2ª ed. Rio de Janeiro: Leya, 2018.

 

 

Fonte: https://aterraeredonda.com.br/a-falacia-das-metodologias-ativas/

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

 

Hoje acordei pensando profundamente em minhas ancestrais.
Todas elas.
Sentindo essa conexão forte e aí mesmo tempo doce.
Essa história de adentrar os campos acadêmicos com saberes da Terra tem mexido com minhas entranhas.
Não existe um lugar sagrado apenas...
Sagrado é onde meus pés caminham.
Sagradas são as palavras que nascem de minhas águas, passam pelas cordas vocais para criar som e assim, viram sementes no ar.
Minhas águas estão repletas dos saberes guardados nas células das minhas anciãs e que hoje pulsam em mim.
Cada útero que veio antes do meu me traz nesse aqui a oportunidade de levar para locais secos de amor, escuros pelas certezas absolutas, a sabedoria simples e maravilhosa do bem dizer.
Bem querer.
Reverenciar o outro como sagrado. Pois é tão portador da Luz Divina quanto eu.
Tem mexido muito com minha alma.
Ao adentrar as paredes, ainda que por meios tecnológicos dessas instituições ditas acadêmicas, levarei a meu lado todas as rezadeiras. Todas as mulheres que foram feridas por seus saberes, maltratadas por caminharem entre mundos. Mortas ou torturadas por não se renderem a instituições.
Cada uma delas adentrará comigo, em meu coração, em minha reverência e será curada.
Com minha sacolinha de ervas, velas, meu rezo e amor, levarei também os patuás que me guardam e protegem. Levarei suas mãos para serem beijadas e suas bênçãos espalhadas.
Honradas sejam todas as rezadeiras, benzedeiras e curandeiras que vieram antes de mim.
Salve a todas as que vieram depois e as que ainda estão chegando pelo caminho.
Grande Mãe nos abençoe a todas.
Estamos aqui abrindo passagem.
Que vocês façam um belo caminho e que nunca se esqueçam de reverenciar os que vieram antes!

Aguyjevete

Rose Ponce
Pará Mirim Poty

sexta-feira, 12 de julho de 2024

PREFIRO ESTAR, OU SER...

 

PREFIRO ESTAR, OU SER...

 


Observando o cotidiano, críticas, cobranças, julgamentos, falhas e feridas fico a pensar... onde eu estava que parei de ser novamente? Entorpecida em psicotrópicos, álcool, com preguiça física, intelectual, de gente e lugares? Com preguiça de pegar o carro e sair sem rumo entregue a menos esperança? Aonde eu me perdi? Fugindo constantemente para um lar em solitude?

Pensei que o copo estava cheio e limpo, mas, contudo, porém e portanto, me perdi em um ciclo muito antigo de vivencias atuais e passadas...

E que ciclo é este? Que corri, fiz tratamento, pedi perdão, reverenciei e achei que estava superado?

Me propus a ser um ser humano melhor. Perdoei o passado e recomeço todos os dias em retidão, observo, agradeço, sou a melhor possível dentro das minhas limitações e imperfeições. Destaco que ainda sou o meu maior algoz.

Me afundo novamente em um buraco de lama. Que ciclo vicioso é este? Que volto às mesmas dores, expiações e provas? Pleonasmo aqui é mato. A gargalhada havia desaparecido e volta como uma máscara. Não se engane com esta mansidão, com este choro e a paz disfarçada... são apenas pressupostos da ira, da raiva e da tosse seca da alma.

Pensei que havia me libertado, dado um salto quântico ou sofrido uma catarse, fato é que, tudo aquilo que menosprezei, ignorei e achei que estava curado em mim voltam a tona como uma explosão de um vulcão adormecido.

Me questiono, procuro respostas e me encontro paralisada. A exaustão emocional é a pior. O assédio ligado ao fracasso de não ser a melhor, rodeada de críticas realizadas por olhares julgadores de uma sociedade caótica, materialista, mesquinha e mal resolvida. Nem vou mencionar a decepção que sinto em mim.

Sinto vontade de gritar: estamos em ebulição global e ainda não aprendemos nada. Não aprendemos sequer a amar e a respeitar.

Vamos então pedir ajuda ao Santo Confúcio, que tanto me inspirou e me colocou nesta confusão toda... sim, a culpa é do Confúcio, neste momento preciso colocar a culpa em alguém e me fazer de coitada. Jamais teria me tornado a mulher que sou sem ele. Largado o ofício da justiça para o ofício da educação, na ilusão de formar pessoas melhores. Fui ingênua. Muito ingênua!

Me deparo com o meu passado, me liberto e solto um sorriso:

 

CANSEI

 

Tanto, que resolvi tomar uma atitude:

Decidi libertar todas as chagas da minha alma.
Optei em deixar o fluxo seguir adiante,
Não quero mais sustentar rótulos e opiniões.
Jamais abrirei mão da minha essência por medo.
Serei sempre amorosa!
Mesmo que ninguém compreenda,
Mesmo que me sinta uma idiota.
É que o desconforto da amorosidade
É muito menor que o da guerra,
Da vaidade, do ciúme, da maledicência e da ira.
O tal do julgamento abandonei em água podre
Para que ele se transforme em Flor de Lótus.
Troquei a ansiedade pela paciência.
Serei gentil dentro do impossível,
Amiga, acolhedora e semearei corações.
Os obstáculos serão apenas dificuldades momentâneas
Abdico das reclamações, insatisfações e frustrações.
Reverencio as dificuldades
Acolho a minha dor e o aprendizado
Perdoo as minhas falhas,
Revejo o padrão e recomeço.
Decidi parar de querer  porque eu sou
Centelha divina disposta a amar.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza, em 24/11/2013

 

É apenas um ciclo. Na lama, no brejo, ou no fundo do poço... sempre serei como a Flor de Lótus...

Perdoe, aceite, silencie, siga adiante e estonteante.

 

Por: Lucileyma Carazza

terça-feira, 2 de julho de 2024

 


Bom dia, boa tarde ou boa noite... sei lá.

Não sei como começar e se vou ter coragem de entregar... fato é que a angustia me assola o peito.

Não sei por onde andas, com quem andas, se está com saúde, feliz, se está de fato namorando ou se já casou...

Então, vou dizer sobre mim... escrever para mim sempre foi um ato de coragem, porque aqui expresso tudo o que sinto e ainda torno público... A crença desta atitude é em virtude de que quando verbalizamos e tornamos público a nossa dor, o Universo, ou Deus de alguma maneira faz com que nos sentimos melhores e nos apresenta outras oportunidades e nos transformam (psicologia barata, mas funciona).

Vou tentar ser breve...

Fato é que nunca me envolvi com uma pessoa como você. Um homem que me buscou dentro de casa e que me deu muita alegria. Um homem que eu admiro por ser determinado, trabalhador, íntegro, honesto, boêmio, que me faz dar as mais altas gargalhadas, um amigo, um excelente amante na cama (quando tínhamos cama) e o único que me levou café na cama, que demonstrou gostar de mim só por eu ser eu mesma. Um homem cheio de sonhos e frustrações, que tem o dom da comunicação, que conversa com todos e conhece todos.

Fato é que tivemos muitos altos e baixos... eu completamente comedida e de pouca entrega, e você, querendo me conquistar e me levar para o mundo 24 horas por dia... acho que paralisei, tipo a música do Jão quando diz: “o amor fácil me apavora”...

Tudo era muito novo, principalmente para uma mulher como eu, que havia um propósito de nunca se amarrar a alguém, que optou pela solitude; hoje sei que esta atitude é em virtude das dores emocionais que vivi no passado. Os homens não foram muito generosos comigo, sempre queriam o meu corpo ou algum proveito material.

Quanto a mim... eu sei que errei. Errei por não me entregar, por não confiar, por não compreender essa maldita menopausa, de achar que você queria apenas sexo... seus julgamentos quanto ao meu comportamento me congelava... as críticas... as desconfianças...as cobranças...

Quanto a você... sabemos que você errou também... quando não entendia a minha solitude, naquele maldito dia do guarda (que para mim foi um dos maiores constrangimentos da minha vida, eu sei que a culpa foi minha), no dia do meu aniversário que prefiro nem lembrar (não foi a primeira vez que um homem tentou me agredir fisicamente)... mas ainda assim tentamos...

Destaco que nunca terminei com você, mas você sempre terminava comigo, vivia numa balança para tentar me conquistar na dor e pela dor, querendo amor...

Quando você terminou comigo naquele barraco em Setiba e posteriormente veio a sua família... morri de vergonha daquele barraco na frente do meu melhor amigo, me doeu muito, não esperava...para variar você terminou comigo... dias depois, ver você postando fotos no status do WhatsApp com a sua ex e seus filhos me doeu muito... meu inconsciente já me avisara que ali estava rolando mais coisas (sexo ou amor)... eu entendi que fora a sua escolha, a sua escolha de ser feliz.

Ainda assim,  tivemos mais uma noite de sexo... sei que você tentou voltar, mas como eu voltaria? Confiaria... me entregaria... outro bloqueio (exclusivamente meu)... tenho medo de viver e anseio a morte todos os dias, até hoje não sei porque tive uma segunda chance...

Você me conquistou de novo quando reformou a minha casa. Ali senti que formávamos uma dupla de verdade. Um cooperando com o outro... minha admiração por você cresceu... Todas as vezes que saíamos e íamos a praia você fazia o meu dia melhor. Quantas e quantas vezes me tirou da cama quando eu só queria estar morta...

Quase morri quando disse que ia embora, a princípio pensei que era mentira, mas quando você me ajudou com o meu carro e disse que estava indo... tive uma crise de choro compulsiva durante horas... mas depois vi que era apenas uma mentira...

E finalmente, na nossa última conversa, quando me pediu para afastar porque estava se relacionando com outro alguém... eu havia tentado te beijar dias antes, acredita, eu realmente estava muito envolvida com você, mesmo sem sexo, talvez ali, eu voltasse ao normal se aquele beijo tivesse acontecido (sexualmente falando)...

Daí fiz um “tinder”, conheci alguém... talvez seja um cara legal... estamos saindo há um mês... nos encontramos 4 vezes... ele quer namorar comigo, mas, novamente, não tenho condições alguma de relacionar com alguém... porque te amo e sinto a sua falta... não consigo imaginar outro homem me tocando...

E esse textão... é apenas para dizer que EU SINTO MUITO! EU SINTO MUITO A SUA FALTA! EU PRECISO DE VOCÊ! EU TE AMO! EU TE REVERENCIO! E SE QUISER VOLTAR A SER O MEU NAMORADO, VAI ME FAZER A MULHER MAIS FELIZ DO MUNDO!

No mais... Deus sabe o que faz...

 Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 

 

 

sábado, 25 de maio de 2024

PONTOS

 



PONTOS

 

Fico a pensar...

Sinto a sua falta,

Visualizo uma balança

Encho de positividade

E de negatividade também.

A inquietude assola a alma

Penso que pode ser o meu ego.

Também coloquei na balança:

Ego e alma

Existe o equilíbrio

Balança parada, estagnada, sem graça

Um ponto crucial da vida!

O tempo passa e decisões...

Decisões são necessárias!

O movimento precisa retornar

O Samba não pode morrer...

Um tem pressa

O outro, nem tanto...

A vida continua,

Colocamos pontos finais

Limites precisam ser respeitados

A balança da vida é cruel

Porém, mesmo quebrados

Nos regeneramos

Insertos como uma balança.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

PERDÃO


 

PERDÃO

 

“Quando a luz do perdão se manifesta, todas as sombras se dissipam. Mágoas e ressentimentos se dissolvem e o passado desaparece. Você volta para a luz do momento presente, onde não existe separação ou distanciamento. Por isso compreenda que se existe uma barreira entre você e outro, ela é feita de mágoas e ressentimentos - é feita de acusação. Portanto, é feita de passado.” Prem Baba

 

Falar sobre perdão não é uma tarefa fácil! Expressar essa emoção, principalmente para uma pessoa com a cabeça bagunçada como a minha não é uma tarefa das mais fáceis. Pesquisando minhas digestões emocionais pude perceber que já escrevi muito sobre o assunto. Escolhi escrever, porque assim, organizo melhor as ideias e emoções.

Perdoar me remete a cura de vários traumas, me lapida e me dá forças para seguir adiante com o mínimo de dignidade. Perdoar é um misto de compaixão, gratidão, libertação, respirar, luto, depressão, raiva, reverência, força do pensamento, pirraça, acolhimento, autorresponsabilização e outras emoções, mas, contudo, é uma escolha, um sentimento, uma frequência vibratória.

E por falar em cura... vou precisar me expor um pouco na esperança de regeneração. Suspiro... e me sinto aliviada por esta tarefa!

A primeira pessoa que escolhi perdoar nesta vida foi o meu ex-marido. Uma relação conturbada e depreciativa. Ele conseguiu acabar com toda a minha dignidade, me prejudicou muito. Desestabilizou o meu emocional, físico, financeiro e, principalmente, conseguiu adoecer a minha família. Havia muita raiva em mim, e o desejo de matá-lo. Esse desejo não me saía da cabeça. Descobri que era capaz de matar um ser humano e com a força desse pensamento, acabei conhecendo um matador de aluguel, que por dois talões de passe e dois mil reais acabaria com a vida dele... Nesse dia, cheguei em casa apavorada! De joelhos supliquei a Deus que me ajudasse a perdoar esse homem, com isso, todos os dias, a partir desse momento, passei a rezar por ele e a pedir perdão pelo que vivemos... com o tempo a raiva dissipou e consegui aquietar com o perdão o meu coração.

Nesse processo de perdão, posteriormente, me deparei novamente com a raiva! A raiva cega e burra. Fazia pirraça e não sabia que adultos também fazem pirraças. Eu tinha uma raiva muito grande da minha mãe. Raiva por ela não me amar do jeito que eu merecia... me senti muito excluída durante boa parte da minha vida. Acreditava que tudo era culpa dela e que ela vivia exclusivamente para me perturbar e torturar...

Aqui, procurei ajuda espiritual, terapêutica e psiquiátrica... porque senti uma dor inenarrável. Descobri que eu era apenas um ego.

O casamento frustrado, o abando da profissão, os assédios moral e sexual, a dor física por ficar imóvel em uma cama em virtude de um acidente, a face dilacera em cicatrizes... nada se compara a dor em descobrir que eu era apenas um ego. Eu me perdi completamente. Cheguei ao fundo do poço.

Em vez de perdoar a minha mãe, eu tive que me perdoar. Eu tinha muita vergonha de quem eu era... tive que acolher a minha criança interior ferida e dilacerada, perdoar quem eu era e recomeçar. Passei por uma reforma íntima e moral muito grande, aprendi a ser resiliente, a me amar e ter compaixão por mim mesma.

Doeu muito! Não foi fácil e não é. Aceitar, perdoar e acolher quem eu era e transformar em quem eu sou. Foi uma LIBERTAÇÃO, uma REGENERAÇÃO! A raiva cega e burra canalizei em poesias, comecei a escrever e nunca mais parei... aprendi me perdoando que: primeiro eu mudo e tudo muda ao meu redor.

A raiva pela mãe me ensinou que eu era um ego que antes de mais nada eu precisava me perdoar, mas a raiva pela mãe ainda existia e eu precisa rever este sentimento.

Com o objetivo de perdoar a minha mãe, senti que ela me deu tudo aquilo que ela havia recebido da minha avó. Que ela me ama do jeito dela. Me senti pequena! Muito pequena! Mas diante delas sou minúscula mesmo! Senti que sou parte integrante da minha mãe, da minha avó e bisavó... Senti compaixão pelas minhas ancestrais que são sobreviventes de abusos, necessidades, que guardam segredos, e que, viveram e vivem com muita garra, força e dignidade. Não perdoei a minha mãe, eu REVERENCIEI COM TODO AMOR A MINHA MÃE E AS MINHAS ANCESTRAIS.

Nesse ponto também tive que perdoar o meu pai. Não havia um problema explicito na nossa relação, mas haviam muitas arestas que precisavam ser vistas. Foi um processo menos dolorido, mas produtivo, eu já havia me despertado.

Atualmente perdoo com facilidade os assédios que sofro. Olho para esses assediadores e sinto compaixão, pois são almas desequilibradas, egos inflados e cegos... por estes, rezo, perdoo e escolho a distância.

Finalizando, não poderia deixar de relembrar todas as vezes que machuquei alguém e que pedi perdão pelos meus erros... raríssimas vezes fui perdoada, ressalto que fui expulsa, rejeitada, apedrejada e incompreendida... mas, está tudo bem em mim... tudo e todos tem o seu tempo de regeneração e aprendizado.

O perdão tornou-me um ser humano melhor, mais leve, disposto a aceitar, transformar e ser livre de fardos e amarrações que me prejudicavam. SUSTENTAR O PERDÃO É MAIS FÁCIL QUE SUSTENTAR UMA GUERRA.

Por: Lucileyma Carazza


ORAÇÃO DO PERDÃO

Eu perdôo você, por favor, me perdoe.
Você nunca teve culpa,
Eu também nunca tive culpa,
Eu perdôo você, me perdoe, por favor.
A vida nos ensina através das discórdias... e eu aprendi a lhe amar e a deixá-lo(a) ir de minha mente. Você precisa viver suas próprias lições e eu também.
Eu perdôo você... me perdoe em nome de Deus.
Agora, vá ser feliz, para que eu seja também.
Que Deus te proteja e perdoe os nossos mundos.
As mágoas desapareceram de meu coração e só há Luz e Paz em minha vida.
Quero você alegre, sorrindo, onde quer que você esteja...
É tão bom soltar, parar de resistir e deixar fluir novos sentimentos!
Eu perdoei você do fundo de minha alma, porque sei que você nunca fez nada por mal e sim porque acreditou que era a melhor maneira de ser feliz...
Me perdoe por ter nutrido ódio e mágoa por tanto tempo em meu coração.
Eu não sabia como era bom perdoar e soltar; eu não sabia como era bom deixar ir o que nunca me pertenceu.
Agora sei que só podemos ser felizes quando soltamos as vidas, para que sigam seus próprios sonhos e seus próprios erros. Não quero mais controlar nada, nem ninguém.
Por isso, peço que me perdoe e me solte também, para que seu coração se encha de amor, assim como o meu.
Muito obrigada!

http://www.linguagemdocorpo.com.br/pesquisa1.php

 


terça-feira, 4 de outubro de 2022

Samba


 

Quando pensamos que nada mais na vida nos abala,

Nos deparamos com o silêncio e nos agarramos a solitude.

Sobrevivemos, observamos, abençoamos e amaldiçoamos,

Mas renascemos porque somos humanos cumprindo pena.

Quando respiramos em uma zona de conforto extremamente confortável,

Na crença de sermos invencíveis porque sabemos quem somos,

Lidando com a equidade, a sabedoria e a analogia...

Existia a ilusão de que a tríade finalmente estava em paz,

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,

O anseio do equilíbrio entre o cérebro, instinto e coração,

Sangrenta decepção...

Chegaste com seu gingado num belo sapateado

Conquistando no agrado como o Diabo

O meu copo vazio e sem poesia

Pensava que estava curada, mas foi apenas as brumas que se abriram,

Vomitando minhas imperfeições, minha falta de lugar no mundo

E expondo quem eu sou fora da sua ilusão.

Imploro aos Deuses: Bert Hellinger, Shakespeare, Cartola, Cazuza e ao novato Jão,

Por favor transforme essa dor em poesia e liberte meu coração.

“A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta... Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste... até que só o AMOR permaneça em ti”. Bert Hellinger

 

 

 

 

 

 

O professor, Bert Hellinger, pra quem não sabe, faleceu no dia 19/9/19, semana passada. O alemão que já foi padre, deixou o celibato e tornou-se psicoterapeuta e escritor. Tinha 93 anos, é conhecido mundialmente pela criação do método terapêutico "Constelação Familiar”. Ele deixou esse texto maravilhoso abaixo.

 

"A vida decepciona-o pra você parar de viver com ilusões e ver a realidade.

A vida destrói todo o supérfluo até que reste somente o importante.

A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como "É".

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.

A vida envia pessoas conflitantes para te curar, pra você deixar de olhar para fora e começar a refletir o que você é por dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida lhe tira do caminho e lhe apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar tudo e flua como um rio.

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de "reagir".

A vida te assusta e assustará quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

A vida lhe distancia das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.

A vida ri de você muitas e muitas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.

A vida quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar em ti.

A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.

A vida repete a mesma mensagem, se for preciso com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.

A vida envia raios e tempestades, para acorda-lo.

A vida o humilha e por vezes o derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e seu ser voe.

A vida lhe nega milagres, até que entenda que tudo é um milagre.

A vida encurta seu tempo, para você se apressar em aprender a viver.

A vida te ridiculariza até você se tornar nada, ninguém, para então torna-se tudo.

A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.

A vida te machuca e te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida te esconde tesouros até que você aprenda a sair para a vida e busca-los.

A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta... Mas creia, isso é para que seu melhor se manifeste... até que só o AMOR permaneça em ti.


terça-feira, 14 de junho de 2022

MALALA

 

MALALA

 



 

Malalalaaaaa....

Louca para dançaaaaaar

Ama estudaaaaaaar

Defende a educaçãaaaaaaaaaaao

Luta pelas criançaaaaaaaaaaaas

Ganhou Nobel da Paaaaaaaaaaaaaaz

 

Por: Lucileyma Carazza

 

MALALA

 

Heroína Paquistanesa que queria estudar

Sofreu um atentado

E nunca mais se calou.

Luta por todas as crianças e acredita que:

A educação é um direito de todos

E para todas as crianças do mundo

Grita aos quatro cantos:

Igualdade para as crianças

Liberdade para aprender

Liberdade para crescer

Liberdade para brincar

Liberdade para sonhar

Liberdade para escolher

Profetiza que:

“Um professor, um aluno, uma caneta e um livro

Podem mudar o mundo; um homem pode destruí-lo,

Mas uma garota pode transformá-lo.”

Ainda aconselha aos estudantes:

Vamos estudar e principalmente ler,

Para obtermos conhecimento e sabedoria

Para sermos livres de verdade.

 

Por: Lucileyma Carazza