terça-feira, 14 de outubro de 2025

FRAGMENTOS

 



FRAGMENTOS

 

Por vezes a vida nos prega peças

Quando achamos que está tudo sobre controle

Numa zona de conforto como um mar de almirante.

Eis que o inesperado nos desperta, atiça e nos traz um brilho novo.

Não estava vivendo como zumbi ou morta

Vivenciava o tempo como uma espectadora ávida da vida

Na simplicidade de apenas ser

Sem objetivo de conquistas ou provas.

Apenas degustando os espetáculos da natureza e da humanidade.

Vivendo um dia de cada vez, como coadjuvante desperta no presente

Andando como uma lebre sem destino aparente

Uma leveza livre onde o que mais me preenchia era sorrir,

Sendo benevolente e simplesmente amando.

Havia me comprometido em ser feliz em minha solitude.

Fechei algumas portas e me julguei protegida...

Eis que surge um calabouço de emoções,

Talvez seja apenas uma projeção,

Um sonho, uma doçura, uma centelha ou a esperança.

Pode ser carência ou o tal do “ego emocional”;

Que inferno inventaram agora...

No passado, quando percebi que era apenas um ego

Morri, derreti, ralei no umbral, reinventei e renasci.

Agora afirmam que um ego ralado ainda pode estar me dominando...

A paciência não é uma dádiva que me acompanha

De fato eu sou eu e você é você, mas no fundo somos todos um...

A certeza da loucura nos leva a ver o mundo com outros olhos...

Tem tanta beleza e a gente perde tanto tempo...

Falácias não convencem e o material não me interessa

A essência nos leva para o fundo da alma, mas pra quê?

O mundo é raso e a maioria das pessoas nem sentem...

Meu casamento com o mar me leva a profundezas

Dais quais não quero mais fazer parte, seria o presságio de um divórcio?

Vivo num limbo onde não me encaixo em lugar algum

Não possuo raiz por não saber relacionar.

Me guardei e me reservei tanto e não sei porquê?

Atropelo emoções, abro mão, vou embora em silêncio.

Guardo tudo para mim e viro neblina...

Ninguém nunca percebe, pois todos acham que sou a louca feliz!

De repente me encontro assim...

Sem vontade de respirar ou seguir

A beleza no mundo ainda existe

A impaciência persiste num calor insuportável...

Paro de respirar, não quero pensar, não quero sentir.

O tempo precisa passar rápido

Não sei me relacionar

Muito menos amar.

E está tudo bem, apesar de doer muito.

Me acolho e recomeço.

Ainda tenho tempo para aprender e mudar,

E acima de tudo: AMAR!

Se a reciprocidade não ocorre como almejamos

O Universo nos proporciona outros calabouços de emoções recíprocas.

 

Por: Lucileyma Carazza

Revisado por: Pedro Lucas Defante Nolasso – meu aluno preferido!  

Dedico este texto ao ilustre  Urso.