PREFIRO ESTAR, OU SER...
Observando o cotidiano, críticas, cobranças, julgamentos, falhas e
feridas fico a pensar... onde eu estava que parei de ser novamente? Entorpecida
em psicotrópicos, álcool, com preguiça física, intelectual, de gente e lugares?
Com preguiça de pegar o carro e sair sem rumo entregue a menos esperança? Aonde
eu me perdi? Fugindo constantemente para um lar em solitude?
Pensei que o copo estava cheio e limpo, mas, contudo, porém e portanto,
me perdi em um ciclo muito antigo de vivencias atuais e passadas...
E que ciclo é este? Que corri, fiz tratamento, pedi perdão, reverenciei
e achei que estava superado?
Me propus a ser um ser humano melhor. Perdoei o passado e recomeço
todos os dias em retidão, observo, agradeço, sou a melhor possível dentro das
minhas limitações e imperfeições. Destaco que ainda sou o meu maior algoz.
Me afundo novamente em um buraco de lama. Que ciclo vicioso é este? Que
volto às mesmas dores, expiações e provas? Pleonasmo aqui é mato. A gargalhada
havia desaparecido e volta como uma máscara. Não se engane com esta mansidão,
com este choro e a paz disfarçada... são apenas pressupostos da ira, da raiva e
da tosse seca da alma.
Pensei que havia me libertado, dado um salto quântico ou sofrido uma
catarse, fato é que, tudo aquilo que menosprezei, ignorei e achei que estava
curado em mim voltam a tona como uma explosão de um vulcão adormecido.
Me questiono, procuro respostas e me encontro paralisada. A exaustão
emocional é a pior. O assédio ligado ao fracasso de não ser a melhor, rodeada
de críticas realizadas por olhares julgadores de uma sociedade caótica, materialista,
mesquinha e mal resolvida. Nem vou mencionar a decepção que sinto em mim.
Sinto vontade de gritar: estamos em ebulição global e ainda não
aprendemos nada. Não aprendemos sequer a amar e a respeitar.
Vamos então pedir ajuda ao Santo Confúcio, que tanto me inspirou e me
colocou nesta confusão toda... sim, a culpa é do Confúcio, neste momento preciso
colocar a culpa em alguém e me fazer de coitada. Jamais teria me tornado a
mulher que sou sem ele. Largado o ofício da justiça para o ofício da educação,
na ilusão de formar pessoas melhores. Fui ingênua. Muito ingênua!
Me deparo com o meu passado, me liberto e solto um sorriso:
CANSEI
Tanto, que resolvi tomar uma atitude:
Decidi libertar todas as chagas da minha alma.
Optei em deixar o fluxo seguir adiante,
Não quero mais sustentar rótulos e opiniões.
Jamais abrirei mão da minha essência por medo.
Serei sempre amorosa!
Mesmo que ninguém compreenda,
Mesmo que me sinta uma idiota.
É que o desconforto da amorosidade
É muito menor que o da guerra,
Da vaidade, do ciúme, da maledicência e da ira.
O tal do julgamento abandonei em água podre
Para que ele se transforme em Flor de Lótus.
Troquei a ansiedade pela paciência.
Serei gentil dentro do impossível,
Amiga, acolhedora e semearei corações.
Os obstáculos serão apenas dificuldades momentâneas
Abdico das reclamações, insatisfações e frustrações.
Reverencio as dificuldades
Acolho a minha dor e o aprendizado
Perdoo as minhas falhas,
Revejo o padrão e recomeço.
Decidi parar de querer porque eu sou
Centelha divina disposta a amar.
Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza, em 24/11/2013
É apenas um ciclo. Na lama, no brejo, ou no fundo do poço... sempre
serei como a Flor de Lótus...
Perdoe, aceite, silencie, siga adiante e estonteante.
Por: Lucileyma Carazza