quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Arte de uma entrevista com o Mestre Claudio Naranjo:



Arte de uma entrevista com o Mestre Claudio Naranjo:

Reporter:

- No livro "Agonia do Patriarcado", você observa que a religião deveria vira companhada de uma psicoterapia. Por quê?*

Dr. Claudio: Os sufis dizem que todo cajado tem dois extremos: o terapêutico e o espiritual. E tem-se querido divorciá-los artificialmente. Em certas pessoas está claro que não há capacidade de meditar, que não há capacidade para determinadas práticas que são partes de um trabalho espiritual, sem antes limpar certas coisas. O mal psicológico é inseparável do mal espiritual, porque O MAL PSICOLÓGICO É EGO. E o caminho espiritual não é outra coisa senão a dissolução do ego. A verdade está sempre presente, a verdade do que somos, o ser que existe em nós. Mas esse ego é o véu que se interpõe entre nossa consciência atual e nossa consciência possível.

As terapias tradicionais têm atendido ao ego somente porque é um problema que nos faz sofrer. A espiritualidade atende ao ego como um problema que não só é a causa de todo o sofrimento, mas, sobretudo, é causa da cegueira com respeito à realidade espiritual da vida. São níveis de aspiração diferentes, abordagens diferentes do religioso e do terapêutico, que eu creio que se podem complementar muito bem. Os terapeutas estão se dando conta de que a terapia cobra uma dimensão maior e mais real. É um fator muito potente que se incorpora a ela se se inclui o elemento espiritual, e isso é a essência de todo movimento transpessoal de hoje. Há uma tendência geral à espiritualização da psicoterapia.

Via: Sérgio Condé