quinta-feira, 10 de abril de 2025

SEM TÍTULO

 

Sou um caso perdido

Sem padrão e norte...

Ouço o que ninguém escuta

Enxergo o que ninguém vê

Sinto o que ninguém sente

Estou em hora extra...

Estou exausta por ser incompreendida

Por me meter aonde não devo...

Ser uma “Boca do inferno”

Nesta realidade distorcida e “utópica”

Uma vida que não é para amadores...

Fui expulsa do Paraíso

E talvez do Inferno...

Não sou Lilith nem Santa,

A Bruxa é apenas um arquétipo,

A gargalhada o disfarce do choro

As lágrimas não fogem de mim...

Talvez seja apenas a defesa do ego

Para fugir da minha loucura

Sou como as suas tatuagens

Uma perda energética do perispírito

Não me julgue pela minha leviandade

Nem sempre sou assim,

Foda-se o seu julgamento...

Não sinto solidão

Vivo em solitude,

Aprenda a distinguir os conceitos...

Resgato quem eu sou

Perambulo em benevolência,

Sou um caso perdido

Paixões são efêmeras

A liberdade custa caro

Principalmente para as mulheres

Relações casuais marcam como cicatrizes

Não quero voltar a escrever

Prefiro fazer crochê

Não ter raiz e um porto seguro

Não é para pessoas comuns

Nem para aqueles que optam em viver em retidão.

Sou incompreensível

Selvagem... não sou jardim.

Corro com os lobos

Sou solo sagrado...

Não sou apenas uma única fração,

Sou uma orquestra sinfônica

Que não segue o maestro.

Sou um caso perdido

Que não obedece as regras

Que não se encaixa

Em lugar algum.

Sou um bloog ultrapassado...

Prefiro romances Shakespeareanos

Sepultei as poesias

Não quero voltar a escrever...

Ninguém gosta de poesia na atualidade

Não sabem ler e nem interpretar.

 

Por: Lucileyma Carazza