Sou um caso perdido
Sem padrão e norte...
Ouço o que ninguém escuta
Enxergo o que ninguém vê
Sinto o que ninguém sente
Estou em hora extra...
Estou exausta por ser incompreendida
Por me meter aonde não devo...
Ser uma “Boca do inferno”
Nesta realidade distorcida e “utópica”
Uma vida que não é para
amadores...
Fui expulsa do Paraíso
E talvez do Inferno...
Não sou Lilith nem Santa,
A Bruxa é apenas um arquétipo,
A gargalhada o disfarce do choro
As lágrimas não fogem de mim...
Talvez seja apenas a defesa do ego
Para fugir da minha loucura
Sou como as suas tatuagens
Uma perda energética do perispírito
Não me julgue pela minha leviandade
Nem sempre sou assim,
Foda-se o seu julgamento...
Não sinto solidão
Vivo em solitude,
Aprenda a distinguir os conceitos...
Resgato quem eu sou
Perambulo em benevolência,
Sou um caso perdido
Paixões são efêmeras
A liberdade custa caro
Principalmente para as mulheres
Relações casuais marcam como
cicatrizes
Não quero voltar a escrever
Prefiro fazer crochê
Não ter raiz e um porto seguro
Não é para pessoas comuns
Nem para aqueles que optam em
viver em retidão.
Sou incompreensível
Selvagem... não sou jardim.
Corro com os lobos
Sou solo sagrado...
Não sou apenas uma única fração,
Sou uma orquestra sinfônica
Que não segue o maestro.
Sou um caso perdido
Que não obedece as regras
Que não se encaixa
Em lugar algum.
Sou um bloog ultrapassado...
Prefiro romances Shakespeareanos
Sepultei as poesias
Não quero voltar a escrever...
Ninguém gosta de poesia na
atualidade
Não sabem ler e nem interpretar.
Por: Lucileyma Carazza