E QUANDO
APRENDI A AMAR
Dizem que: “aprendemos na dor ou por amor”. Havia
me comprometido a escrever sobre o amor e não me sentia suficientemente
inspirada. Descobri que a minha falta de inspiração não tinha nada haver com o
que estava vivenciando, e sim, porque me encontrava em processo de digestão
emocional.
Neste instante parei a minha vida. A dor era imensa
e não sabia ao certo como reagir. Me entreguei a dor. De joelhos debaixo do
chuveiro: chorei, gritei, roguei e esperneei. Fiz pirraça mesmo! Por algumas
horas me entreguei a aquele sentimento. Tudo que eu mais queria era não sentir
aquela dor.
Voltei ao estágio da criança abandona. Aquela
criança sentada no sofá, conversando com o passarinho, sem chão, teto e muito
menos afeto, chorando escondido sem saber o que havia acontecido. Respirei e
suspirei! Perdoei o passado e fiz as pazes com aquele momento e por aquela dor.
No instante da pirraça percebi que ninguém poderia fazer nada por mim, a não
ser eu mesma. Senti compaixão por mim e me acolhi. Reverenciei o passado e conscientizei
de que se eu não me acolhesse ninguém mais o faria, e mesmo que alguém o
fizesse, não seria suficiente.
Comecei a perceber que sou um ser humano repleto de
defeitos e qualidades e que caberia a mim decidir o que deixaria crescer no meu
coração. Com isto, a intuição GRITA! Percebo que não sabia meditar, e hoje, sou
viciada. Não sabia sequer respirar e hoje transbordo o meu ser em suspiros. Eu
não sabia o real sentido de realizar caridade, mesmo praticando. Existia em mim
uma Fé submissa e insossa e hoje tenho a convicção de que tudo esta bem e no
seu devido tempo. Achava que não sabia amar, e hoje, vejo que sempre soube
amar.
É que eu era um cavalo selvagem na savana correndo
atrás do amor e justificava os meus atos por amor. Ainda não estou
completamente domesticada, e não quero isto, porém, quando o coração grita em
dor, paro, olho, escuto e escolho.
Escolho ser feliz! Escolho com a sabedoria de que
posso amar à distância, posso amar não ser amada por quem o meu ego escolheu e
escolho ser amada e amar tudo aquilo que me faz bem. Vejo nascer no asfalto
quente uma margarida e suspiro: ISTO É AMOR!
Fato é que: na dor é aonde encontramos com o nosso
melhor e o nosso pior. A digestão emocional não é um processo simples. Como diz
uma amiga: “Dói! Dói muito!! Mais é muito mais gostoso”.
Não sou escritora apenas vomito os meus sentimentos,
aqui, aprendi que levo amor para o coração de pessoas das quais nem conheço e
isto é amor. Um feixe de luz do meu ser, o qual, doo ao mundo sem esperar nada
em troca. Não sou terapeuta faço terapia
porque quero crescer e divulgo tudo que aprendo com as pessoas, porque gostaria
que todos sentissem tudo que eu aprendo. Não sou religiosa e vivencio Cristo em
sua plenitude e simplicidade. Sei que sou uma péssima advogada porque não
possuo a malícia de um, e com isto, me perco em um universo paralelo entre os
animais, plantas e principalmente no mar. E só vejo AMOR! Sinto o amor e
reverencio o amor...
E olha o quanto cresci! Na dor, que fique bem claro!
Aqui, aprendi que entre os animais não existe
ressentimento, eles amam simplesmente porque amam e são livres. As plantas
brotam e nascem quando existe harmonia no meio ambiente e elas germinam sem que
ninguém as plante e nos fornece sombra, alimento e flores, muitas flores! O mar
é fascinante porque na beira da praia somos todos iguais. Ele proporciona
diversão, reflexão, alimento e contemplação. No direito aprendi que o humano
ainda precisa de regras por não ser livre e amoroso o suficiente para com o
outro. O Direito para mim é a maior falta de amor existente na face da Terra,
porque se amassemos de fato não precisaríamos de regras e penalidades.
Não sei se estou sendo clara, mas estou tentando
dizer que amar é um estado de espírito. Amar é ser amoroso com mundo sem
esperar nada em troca. Quando nos amamos somos mais completos, realizados e
aptos a amar. AMAR POR AMAR, SEM ESPERAR NADA EM TROCA. O amor é suspiro e
tranquilidade.
Quando nos amamos abrimos mão dos julgamentos, dos
espelhos, das decepções, das tristezas e dos lutos. Quando nos amamos
sentimentos compaixão para conosco e para com o próximo e não atiramos mais
pedras. Quando nos amamos aprendemos a ser feliz com o que tem para hoje e
paramos de cutucar feridas. Na verdade, a ferida é apenas o ego viciado, em
querer por querer, e principalmente, querer a qualquer custo nos colocar
infelizes porque ficamos na busca incansável pelo o que não temos e não
valorizamos o que temos de fato.
Feliz grito: EGO, você ainda me atrapalha! Sou
grata a você, sem você eu não sobreviveria. Agora sei que você existe e você
não me dominará mais. Agora tenho sabedoria e não me prejudicarei mais. Me
aceito do jeito que sou. Não sou vítima e nem algoz sou Centelha Divina! De
hoje e sempre me permitirei viver com o meu coração de mãos dadas com o cérebro
e o instinto.
Tudo bem que a dor de cotovelo espreme o coração,
talvez, seja este o seu momento. Pare, escute, respire e aprenda: Amar é ser
amoroso com você.
Hoje escolho ficar entre os buquês de rosas, com os
livros que recebo, com os presentes inadequados e com todos os ursinhos de pelúcia.
Contemplando o quando o Universo é generoso comigo me deparo com esta citação,
que traduz tudo que eu gostaria de dizer:
“Amar quem nos faz mal, é se odiar.” (Paula Jácome)
Por: Lucileyma Rocha Louzada
Carazza