terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Os eneatipos 3

 Os Eneatipos Três perdem todo viço e espontaneidade da sua criança para se fazerem um adulto que será sempre um modelito adequado ao mundo. Afinal e decididamente, nesta idade, ser criança não pega bem!

Sua criança detesta silenciosamente as câmeras a anseia pela solidão, onde ela possa ser ela mesma. Já seu adulto adora câmeras e está sempre se penteando para pegar bem nos seus closes, apresentações, estréias e pré estréias. Sua criança, como um filho de estrela de Hollyhood, espera nos bastidores por uma pausa onde certamente será ignorada, pois seus sentimentos são desconectados do microfone do auditório interno onde o Três planeja em sua agenda suas novas maravilhosas apresentações perfeitas e brilhantes. O que determina o script do Três é o IBOP e os aplausos dos outros. Interess
ante sua relação com os desejos dos outros, O Tres advinha os desejos dos outros e os atende, enquanto que ignora todo e qualquer desejo de sua criança interior cujo botão de acesso foi desconectado em seu painel de controle teatral.

Resta a sua criança uma vingança, matar seu adulto de medo, sonhando com terríveis fracassos de audiência que deixariam seu adulto mais vulnerável aos sentimentos, sentimentos que só chegariam mesmo ao seu adulto por ocasião de um fracasso, pois o lembrariam de uma infância dolorosa, hoje tão esquecida e descartada.

Se para o Três é o "Show Buzines" o que importa, para sua criança, é justamente isso o que ela não suporta.

Amar a si mesmo para o Três significa dar-se um tempo, habitar o profundo porão onde descartou seus desejos mais íntimos e sair de lá com um brinquedo velho e, apesar de pegar mal se mostrar brincando com coisas que só dizem respeito a sua intimidade. Um Três mais saudável aprendeu a dizer foda-se o que os outros pensam (aquilo que ele pensa que pensariam), e curtir sua onda profunda, realizando seus desejos íntimos embarcando em uma corrente submarina que o leva para baixo da sua superficialidade de Barbie, ao encontro do elo perdido que conecta seu ser com todos os seus sentimentos e desejos autênticos, descartando a imagem feita sob encomenda pelo diabo da vaidade.

Sergio Condé