Gratidão pelo amor que nasceu em mim.
Gratidão por ter dado o primeiro passo, ao
seu lado,
Para a cura da raiva existente em mim.
Estes aprendizados vão ficar.
Percebo que estamos em uma encruzilhada.
Já me coloquei, no seu lugar, um milhão de
vezes.
Consigo perceber a dificuldade,
O medo de se apegar.
O pavor de perder a liberdade.
E egoisticamente falando, chego a pensar:
A liberdade foi uma conquista árdua? Ou,
apenas mais um esparadrapo na alma?
Tipo assim: estou livre e feliz!
E vejo uma dor.
A dor de por várias vezes ter deixado de
ser,
Por sentir-se constantemente preso a um
presente não idealizado.
Vivenciando o que tem para hoje,
Sempre com indigestão.
Esta foi uma constante em sua vida.
Com isto, o passado ficou cheio de “se”.
E um presente, que não se liberta deste ciclo-vicioso,
Para tornar-se virtuoso,
Surge com as desculpas e as justificativas:
“Tem
pouco tempo que nos conhecemos.
A
falta de tempo,
Preciso
trabalhar,
Tenho
muita coisa para fazer e;
Vai
se acostumando,
A minha
vida é uma correria assim...”
Ressalto que amor é suspiro.
Sem justificativas...
E suspiro!
No íntimo, sei que o que ele mais quer
é preservar a família desconstituída.
Provar para família sanguínea e para toda a
sociedade,
Que não é mais aquele moleque libertino de
cabelos longos encaracolados.
E com isto, 24 horas é pouco.
Pouco para sentar, respirar e curtir tudo
aquilo que o universo lhe proporciona hoje.
E aceitar?
Sim, aceitar definitivamente o que tem para
hoje.
E sentir que aquele moleque libertino é o “mais
legal de todos”.
Com isto, olho para mim.
Não sei se é o meu ego querendo me afastar
de ti.
Porque o meu ego é assim,
Faz-me correr das pessoas que amo.
Ou se é o meu egoísmo,
Ou apenas, uma compaixão por mim mesma.
Só sei que existe uma ansiedade em mim.
Causada pelo tempo e pela falta de tempo,
E por todas as justificativas.
Tentei dizer sem julgar e apontar.
Aquele apontar com o dedinho,
E solto um sorriso,
Porque me lembro de ti!
Ainda não consigo não julgar e não apontar,
Porque ainda estou aprendendo a conversar.
A falar principalmente de mim.
Que é o único ser, do qual posso falar.
Com uma certeza no peito: abro mão.
Abro mão de mim e de você.
E de toda a doçura existente em nós.
Não quero um buraco negro no peito.
Não quero ficar mais triste e nem muito
menos fazer cobranças.
Não do seu lado.
Não sei ser light não sendo.
Sou intensa mesmo!
Também não quero ser vista como uma coitada
chorona.
Muito menos nos colocar em situações constrangedoras.
E definitivamente! Não quero mais me sentir
excluída da vida deste homem.
Deste homem de ombros largos e com mãos
reveladoras.
Que conscientemente precisa andar só,
E, inconscientemente, precisa do porto
seguro e da paz encontrada.
Sinto uma dualidade,
Que me causa ansiedade.
E aquele romance de uma estação só?
Talvez tenha sido o mais intenso da minha
vida.
E agora? Quero e preciso descansar.
Porque um coração ansioso trabalha demais.
Vamos aquietar as nossas vidas.
Por isto, hoje e sempre, abro mão de você.
Por:
Lucileyma Rocha Louzada Carazza