quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O FIM DA ESTAÇÃO



Gratidão pelo amor que nasceu em mim.
Gratidão por ter dado o primeiro passo, ao seu lado,
Para a cura da raiva existente em mim.
Estes aprendizados vão ficar.
Percebo que estamos em uma encruzilhada.
Já me coloquei, no seu lugar, um milhão de vezes.
Consigo perceber a dificuldade,
O medo de se apegar.
O pavor de perder a liberdade.
E egoisticamente falando, chego a pensar:
A liberdade foi uma conquista árdua? Ou, apenas mais um esparadrapo na alma?
Tipo assim: estou livre e feliz!
E vejo uma dor.
A dor de por várias vezes ter deixado de ser,
Por sentir-se constantemente preso a um presente não idealizado.
Vivenciando o que tem para hoje,
Sempre com indigestão.
Esta foi uma constante em sua vida.
Com isto, o passado ficou cheio de “se”.
E um presente, que não se liberta deste ciclo-vicioso,
Para tornar-se virtuoso,
Surge com as desculpas e as justificativas:
“Tem pouco tempo que nos conhecemos.
A falta de tempo,
Preciso trabalhar,
Tenho muita coisa para fazer e;
Vai se acostumando,
A minha vida é uma correria assim...”
Ressalto que amor é suspiro.
Sem justificativas...
E suspiro!
No íntimo, sei que o que ele mais quer é  preservar a família desconstituída.
Provar para família sanguínea e para toda a sociedade,
Que não é mais aquele moleque libertino de cabelos longos encaracolados.
E com isto, 24 horas é pouco.
Pouco para sentar, respirar e curtir tudo aquilo que o universo lhe proporciona hoje.
E aceitar?
Sim, aceitar definitivamente o que tem para hoje.
E sentir que aquele moleque libertino é o “mais legal de todos”.
Com isto, olho para mim.
Não sei se é o meu ego querendo me afastar de ti.
Porque o meu ego é assim,
Faz-me correr das pessoas que amo.
Ou se é o  meu egoísmo,
Ou apenas, uma compaixão por mim mesma.
Só sei que existe uma ansiedade em mim.
Causada pelo tempo e pela falta de tempo,
E por todas as justificativas.
Tentei dizer sem julgar e apontar.
Aquele apontar com o dedinho,
E solto um sorriso,
Porque me lembro de ti!
Ainda não consigo não julgar e não apontar,
Porque ainda estou aprendendo a conversar.
A falar principalmente de mim.
Que é o único ser, do qual posso falar.
Com uma certeza no peito: abro mão.
Abro mão de mim e de você.
E de toda a doçura existente em nós.
Não quero um buraco negro no peito.
Não quero ficar mais triste e nem muito menos fazer cobranças.
Não do seu lado.
Não sei ser light não sendo.
Sou intensa mesmo!
Também não quero ser vista como uma coitada chorona.
Muito menos nos colocar em situações constrangedoras.
E definitivamente! Não quero mais me sentir excluída da vida deste homem.
Deste homem de ombros largos e com mãos reveladoras.
Que conscientemente precisa andar só,
E, inconscientemente, precisa do porto seguro e da paz encontrada.
Sinto uma dualidade,
Que me causa ansiedade.
E aquele romance de uma estação só?
Talvez tenha sido o mais intenso da minha vida.
E agora? Quero e preciso descansar.
Porque um coração ansioso trabalha demais.
Vamos aquietar as nossas vidas.
Por isto, hoje e sempre, abro mão de você.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza