quinta-feira, 23 de junho de 2016

ETÉREA




ETÉREA

Transito entre túneis e calabouços
Escadas e porões
Subo desço,
Precipito em mares e vulcões
Planto flores, letras e ervas
Acendo velas, faço rezos
Atravesso tempestades e furacões
O medo eu conheço,
Mas aprendi a nao me curvar
Sou da tribo sem eira nem beira
Me permito errar
Só faço o que gosto
Aprendi a me respeitar
Me encontrei na cozinha,
Entre aromas e poções
Colecionando receitas e memórias
Criando sabores e sensações
Assim sigo meu destino,
Refazendo roteiros de submundos e glórias
Por entre estradas e canteiros,
Revisitando lendas e emoções
Atravessando mangues e terreiros
Sem pressa, sem calma, sem freios.
Eu sempre sigo, não sei parar
O caminho é meu lugar
Me acolho em abraços, sorrisos largos,
Poesias e pressentimentos
Transito entre os mundos:
Éter e poeira
Sina e vento
Não me culpo, não sigo as regras
Desprezo a covardia
Descarto estratégias
Me curvo à grande obra
Reverencio a natureza
Faço graça e danço, faceira
Estou inteira.

Juliana C. Wolf

Juliana Cordeiro Wolf

quarta-feira, 8 de junho de 2016

SOB O LUAR



SOB O LUAR

Sentimentos fogem de mim
Vivencias de uma nova era
Talvez um novo ciclo

Um despertar,
Uma critica,
Ou apenas um olhar...

Acredito que seja um incomodo
Ou uma postura sustentada pelos ancestrais
Que me enraízam de alguma maneira

A fuga ainda persiste na atitude;
É que estar na zona de conforto...
É bastante confortável.

Então vedo os meus olhos
E pratico antigos hábitos
Impregnados de vícios viciosos

Fico aqui!
Nesse momento!
Nesse lugar!

A sensação impotência estagnada
E a inspiração anda adormecida
Causando um desconforto.

Estar no presente é uma dádiva
Perdoar quem eu sou e recomeçar sempre
É um ato de gratidão para comigo.

Um ato de amor exclusivamente meu
Que me proporciono egoisticamente falando...
Talvez os pensamentos estejam acelerados.

Mas vamos lá... Desacelerar,
M E D I T A R e reagir;
Sair e conquistar.

Desapegar e deixar fluir,
Olhar para a mesma paisagem,
Mas sempre com novas perspectivas.

Gosto de culpar o inverno
Para esta ingrata estagnação,
Mas acredito que há algo novo.

Nesse coração retalhado
Que observa, senti, reage e cura...
Por existir amor por demais!


Por: Lucileyma Carazza

quarta-feira, 1 de junho de 2016

DEIXEM-ME ENVELHECER


Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,
Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém,
Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,
Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,
Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,
Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.
Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,
Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,
Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,
Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.
Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,
Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,
Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,
Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,
Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!!!

Silvana Freygang