quarta-feira, 18 de junho de 2014

MUDANÇAS


MUDANÇAS

Conhecer-se em essência é um caminho sem volta. O tempo passa e diante das experiências sinto cada vez mais a necessidade de silenciar, observar, ser invisível e reconectar.

Silenciar é descobrir quem somos verdadeiramente e deixar de ser guiado pelo ego, pois, os ruídos constantes e agonizantes dele, nos levam para longe de nós.

O silenciar e o despertar não são imediatos, mas, nos levam a enxergar com a consciência de que não há necessidade de seguir o ego. É deixar o desejo do ego passar e sentir a vida em sua plenitude e simplicidade.

O ego é a ruína e a ambição mental de ser o dono da verdade, do espaço e da razão. É um desejo incontrolável de conduzir.

Neste processo percebo que ainda caio nas armadilhas do ego e de todos os ciclos viciosos existentes no meu seu.

É hora de reconectar, desentupir os pensamentos, perdoar o passado, parar de buscar e lutar por objetivos reais e simples.

Desintegrarei os ciclos viciosos existentes e reverterei em ciclos virtuosos. Estou plena e no presente.

Por: Lucileyma Carazza



AQUIETAR


AQUIETAR

É hora de descansar
Perdoar o passado
Libertar-se da busca constante.
Viver no presente
Agradecer toda a vivência
Entregar-se à insignificância.
O ciclo vicioso do ego
Ainda me atormenta
Em uma escala mínima.
Paro, sinto, reflito, arrependo,
Peço perdão e me liberto.
Estive congelada
E quero o descongelamento da vida.
Em estado de gratidão
Reverencio o aprendizado
Estou no meu caminho
Seguirei o movimento da vida.
Não carregarei mais a mente
Calarei a minha ambição mental
De ser a dona da verdade.
Sou a consciência que observa o corpo
Chega de distorções, ilusões e crenças
O silêncio é a prioridade da vida
Projetarei consciência no caminho que percorrer
Desprenderei da pretensão de ser
O que não sou.

Por: Lucileyma Carazza



PARA QUE OS LOUCOS CONFUNDAM OS SÁBIOS

PARA QUE OS LOUCOS CONFUNDAM OS SÁBIOS

Se eu pudesse condensar tudo o que é belo, todos os mares, o céu, as estrelas, se pudesse comprimir de tal forma que coubessem em palavras e traduzisse em textos que expressassem com fidelidade cada movimento de vida, cada brisa, cada expressão humana, cada emoção capturada em frases, ainda assim, não seria suficiente.

Mesmo que eu tivesse a palavra ideal para cada situação, pudesse dizer exatamente o que fazer diante das “peças” que a vida prega, conselhos perfeitos para gente tateando no escuro, confusas, ainda assim, seria muito pouco.

Eu poderia compor músicas que invadissem a alma e ajudasse a organizar mentes inquietas, diminuir ruídos, sons com poder de acalmar, despertar, conduzir pensamentos para dimensões de silêncio, mesmo que fosse assim, faltaria muito.

Há os que se expressam pela via da arte, da pintura, das imagens mágicas que retratam o mundo em pinceladas, um momento, uma cena fixada no tempo a partir do olhar único e talentoso do artista, uma nova perspectiva que pode emocionar e, por mais fundo que toque, não é o bastante.

Dentro de cada humano existe uma dimensão que não pode ser acessada pelo intelecto, nem pelas emoções, tampouco pelo conhecimento. Um espaço em nós aonde as palavras se esvaziam, as imagens diluem e todo conhecimento se transforma em códigos indecifráveis, inúteis, sem nenhuma servidão.

Nesse lugar, nossas perguntas, por mais serias que sejam, se apequenam, sem necessidade de respostas, argumentos ou explicações de nenhuma natureza. É o ponto aonde todas as dores se calam e os caminhos clareiam.

Se eu pudesse traduzir todos os sons do universo, cada imagem, cada movimento e aplicasse um sistema de pensamento que desvendasse tudo o que nem a ciência imagina, se eu fosse capaz de aprofundar consideravelmente todos os enigmas da filosofia e os mistérios da teologia, ainda assim serviria para pouco.

Dentro de cada humano existe uma dimensão que jamais será acessada pelos caminhos do ego ou por qualquer ferramenta mental. É a dimensão do incognoscível, da alma, do espírito que não se impõe, mas observa, que aprende a ouvir, calar, ser grato, consciente diante do que é.

Cada movimento da vida deve nos levar para essa dimensão e cada experiência contribui para que aprendamos a descansar nela, onde tudo é claro, tudo é paz, tudo é.

Para que ninguém se glorie em si mesmo, para que os loucos confundam os sábios, para que cada humano veja e entenda de fato do que é feito.

Por:  Flavio Siqueira