sábado, 14 de janeiro de 2017

INQUIETUDE



INQUIETUDE

Pedi ajuda aos Deuses do mar
Que se calaram perante a minha inquietude.
Tenho lutado contra demônios
Que não me deixam dormir

A glote se fecha
Dando lugar à tosse seca da alma.
Há algo errado
Desconecto e silencio

Nesse mergulho
Não ouço as vozes
Não vejo as luzes
Não sinto a presença

Em um mundo de provas
Expiações, libertinagens
Falta de compaixão
No salve-se como puder

Estou me despedaçando
Um tiro no escuro
Você me amou
Eu congelei no tempo

E esse barulho todo
Movido por uma violenta paixão
Padrões vibratórios desconexos
E medo... melhor dizer: desejo.


Por: Lucileyma Carazza

UMBRAL


UMBRAL

Essa mania de pensar...
Na atualidade é o que se faz,
Pois paramos de sentir e respirar
Para tornarmos zumbis

Estagnada estive
Como carne dada aos vermes
Almejei a morte
Suplicando paz no coração

Nessa trajetória
Me encontrei
Me perdi
Me sucumbi e transgredi

Estou no passado
A melancolia persiste
Olho para o presente
Vejo apenas uma vida vazia

Lágrimas fogem de mim
Olho para a mulher que me tornei
Transbordo em compaixão
Está tudo errado e ao mesmo tempo tudo tão certo

Há uma desistência por não confiar
Criei uma concha para me manter longe
Quero estar distante do céu e do inferno
Bloqueei o coração por estar presa na escuridão

Tenho uma passagem só de ida
Para o lugar onde todos os demônios vão
Onde a água é salobra e nada cresce
Sem esperança, sem mentiras.

Encontrei paz em um lugar distante
Bem no fundo da minha mente
Olhei para o espelho e encontrei uma estranha
Que era eu...

Se não sei amar
Estou fechada e fria
Nada flui
Isso precisa ser sentido


Por: Lucileyma Carazza