quinta-feira, 10 de março de 2011

Caminho da autotransforção – The Pathwork of self transformation – Eva Pierrakos

Somente quando evita o que esta no seu interior é que sua
ilusão torna-se verdadeiramente nociva a você e aos outros (pag. 25).

Este caminho exige de você o que a maioria das pessoas

não tem a menor disponibilidade de dar: lealdade para com o eu, revelação do

que existe agora, eliminação de máscaras e dissimulações e experiência da
própria vulnerabilidade (pag. 27).

A grande dificuldade é que você se agarra às ilusões de

como é, de como deveria ser, e de que não deveria ter problemas (...). Essa

essência se auto-renova constantemente; está continuamente conciliando

conflitos aparentemente insolúveis. Sua essência espiritual lhe fornece tudo o

que você precisa para viver e para cumprir a missão que lhe foi destina por
nascimento (pag. 33).

Na verdade e na realidade, autoconfiança verdadeira é paz
de espírito (pag. 38).


Nos filhos de pais rigorosos, o ressentimento e a

rebeldia são mais expostos, e por isso mais

fáceis de rastrear. No caso de pais brandos, a rebeldia também é forte,

mas oculta e, portanto, infinitamente mais difícil de detectar. Se você tivesse

um pai/mãe que o asfixiasse com afeição ou pseudo-afeição, e, no entanto não

oferecesse carinho verdadeiro, ou se tivesse um pai/mãe que fizesse tudo certo

conscientemente, mas que também não tivesse afeição, inconscientemente, mas que

também não tivesse afeição, inconscientemente você perceberia isso como criança

e ficaria ressentido (pag. 51).

Em vez disso, você procurará um parceiro ou outros

relacionamentos humanos com o objetivo de descobrir a maturidade que realmente

necessita e deseja. Ao não exigir ser amado como uma criança, você desejará

igualmente amar... Mas nunca é! Com o passar do tempo, cada desapontamento pesa
mais e sua alma se torna cada vez mais deprimida (pag. 54).

No nível inconsciente estar errado significa, de fato,

estar morto, porque estar errado significa ser negado pelo outro... Enquanto

você for apenas um ego exterior, você dependerá dos outros. Daí uma simples
rixa se torna uma questão de vida e morte (pag. 74).

Este simples ato de querer a verdade requer várias

condições, sendo amais importante a disposição de renunciar àquilo que a pessoa

se apega, quer seja uma crença, um medo ou um modo de vida agradável. Quando

digo renunciar, quero dizer questionar e estar disposto a ver que há algo mais

além dessa perspectiva. Isto nos leva de volta ao motivo de você se apavorar

pelo fato de abandonar o estado do ego, o seu modo de vida dualista e

angustiante (pag. 80).

O ego pensa, “se todos ao meu redor me consideram

especial, melhor que outros, esperto, bonito, talentoso, feliz, infeliz, ou

mesmo ‘mau’ – ou qualquer outra característica que tenha escolhido para sua

autoglorificação idealizada - então receberei a aprovação, o amor, a admiração

e a concordância de que necessito viver”. Este argumento significa que, em

algum ponto em seu interior, você acredita que pode existir apenas se for

percebido, afirmado e confirmado pelos outros. Você sente que se passar

despercebido, você deixa de viver. Isto pode parecer exagero, mas não é. Isto

explica por que sua auto-imagem idealizada é tão destrutiva. Você se sente mais

confiante quando faz de tudo para ser notado do que quando faz esforços

positivos (pag. 81).

O amor não vem e vai a esmo; Eros sim (pag. 88).

O fato de evitar tem um companheiro não é saudável. É uma
fuga (pag. 100).


Nada do que esta ligado ao amor é errado – ou pecaminoso

(pag. 101).


Uma pessoa madura espiritual e emocionalmente sempre

jogará a culpa no outro... Agir dessa maneira faz com que você fique realmente

desamparado e isolado, ou provoca sofrimentos e atritos intermináveis com os

outros.... e, através de um forte desejo de mudar, aí sim a liberdade se

estabelece e os relacionamentos se tornam proveitosos e agradáveis... se a

pessoa espiritualmente desenvolvida aceita essa responsabilidade, ela também

ajudará o outro de modo sutil. Se essa pessoa puder resistir à tentação de

sempre criticar os defeitos óbvios do outro e olhar para dentro de si mesma, fará

crescer consideravelmente o seu próprio desenvolvimento e espalhará paz e

alegria. O veneno do atrito será eliminado.

Um relacionamento entre indivíduos em que a

destrutividade do menos desenvolvido torna impossíveis o desenvolvimento, a

harmonia e os bons sentimentos, ou em que o contato é predominantemente

negativo, deve ser rompido (pag. 110).

Essa negação formenta a dependência da perfeição do outro

que, por sua vez, cria medo e hostilidade por sentir-se deprimido quando o
outro não corresponde ao padrão de perfeição (pag. 111).

Em um dado momento, cada parceiro servirá de espelho para

o estado interior do outro e, portanto, para o relacionamento... Quero arriscar

meus bons sentimentos. Mas do que no outro, quero buscar a causa em mim, afim
de que possa tornar-me livre para amar (pag. 114 e 115).

A infelicidade que você parece evitar lhe chegara de um
modo diferente e muito mais doloroso, embora indireto (pag. 118).

Quanto mais o sofrimento da necessidade legítima não-satisfeita

continua não sendo sentido ou sendo vivido apenas pela metade, tanto mais as

necessidades falsas tomarão conta da personalidade, a qual então fatalmente

fará exigências aos outros. Quando essas exigências não são preenchidas, os

ressentimentos – e muitas vezes a malícia com que argumentamos são elaborados

conta a vida e os outros – aumentam o sentido de privação, de modo que um

círculo vicioso contínuo parece envolver a pessoa num estado de desesperança.

Não é difícil racionalizar um argumento e montar uma acusação de culpa. Sempre

se pode encontrar razões reais, imaginadas, ou exageradas e distorcidas para

tirar de si mesmo o peso da responsabilidade. Visto que tudo isso é sutil e

oculto, requer-se atenção específica na observação de si mesmo e na honestidade

para consigo mesmo para ver esse processo em funcionamento. Somente quando você

é capaz de admitir suas exigências irracionais e de ver como quer infligir

castigo aos que acusa é que você pode verdadeiramente compreender as ligações

que aqui estabeleço (pags. 136 e 137)

“Autobiografia em Cinco Capítulos”

“1) Ando pela rua
Há um buraco fundo na calçada
Eu caio
Estou perdido… sem esperança.
Não é culpa minha. Leva uma eternidade para encontrar a saída.

2) Ando pela mesma rua
Há um buraco fundo na calçada
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão pra sair.

3) Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Vejo que ele ali está
Ainda assim caio… é um hábito.
Meus olhos se abrem
Sei onde estou
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4) Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Dou a volta.

5) Ando por outra rua. ”

do Livro Tibetano do Viver e do Morrer