domingo, 25 de novembro de 2012




LL

A voz paternal surgiu recentemente,
Conforta-me sussurrando:
Um homem bom com um coração ferido,
Íntegro, sensível e que se perde a todo instante.
A voz de sempre:
Aceite. Tenha paciência e muita prudência,
Fique em silêncio por enquanto.
E eu?
Do amago do self,
Onde o conhecimento é pleno, imediato e acessível,
Posso sentir com a clarividência precisa:
Do que quero ser.
Do que preciso fazer.
Do que preciso ter.
Só consigo me ver.
E me deparo com o meu egoísmo.
Percebo que a tranquilidade não é o mesmo que a solidão.
É um estado de espírito que só é acessível,
Por mim mesma.
Quanto a este homem?
Ainda em processo de conhecimento...
Ainda em processo de digestão emocional.
Nasce em mim muita gratidão e compaixão.
Serei eternamente grata.
Com ele aprendi que é possível transformar a raiva.
A raiva que existe em mim.
Sinto que finalmente despertei a “Fina” que existe em mim.
Aqui aprendi que se quiser agir em meu benefício,
O melhor é recuar e escutar o coração.
O certo é não conter e nem explodir.
Nem sei ainda descrever...
Superar a raiva me fez ficar calma.
Sentindo-me melhor.
Não perfeita, mas bem.
Capaz de seguir em frente.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza



O que eu verdadeiramento sou é o que precisa ser desenvolvido e o que eu penso que sou (ou o que eu tento parecer ser) é o que envolve.

Há dois tipos de relacionamentos: aquele em que os dois se apoiam no desenvolvimento mútuo e aquele em que os dois se envolvem mutuamente. Um é movido pela aspiração de Ser, o outro é movido pela fome carencial. Um atrai amor e amizade o outro abre espaço para espectativas frustradas e ambos sofrem as consequencias por isso.

Sergio Condé

sábado, 24 de novembro de 2012

E ASSIM...


E ASSIM...


Uma exaustão emocional.
Um cansaço sem explicação.
E com isto,
Aos poucos você vai me perdendo.
Meu coração ainda dói.
Se não ocorrer uma mudança de atitude,
Será impossível.
Impossível continuar.
Eu aqui e você acolá.
Estou cansada!
Não tenho forças para brigar.
Não compensa e
Não quero!
Apenas abro mão.
Abro mão do amor que pensei que existisse.
Uma vontade de chorar...
E as lágrimas não saem de mim.
Não quero mais dar prioridade.
De onde não existe reciprocidade.
De hoje em diante,
Voltarei para a minha rotina.
Para a minha solidão.
Porque andar sozinha e feliz, eu sei.
Só não sei caminhar sozinha com o coração preso.
Pior que isto,
Só sentir-se sozinha em meio à multidão.
E assim você vai me perdendo.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

EQUILÍBRIO


EQUILÍBRIO
 
Equilibrada é a pessoa que não dá ao outro o poder de tirá-la do centro.
Quem reage, não reage diretamente, pois o faz só em função de uma interpretação dada a uma situação dentro de um relacionamento dado. Somos responsáveis pelas interpretações ilusórias que fazemos dentro de um relacionamento e se reagimos, fazemos uma interpretação tão rápida, que não dá tempo de passar nosso julgamento por um exame mais minucioso. Será que estávamos certos do que estava realmente acontecendo dentro do outro ou foi nosso passado a referência do ponto de vista para uma reação tão rápida, quase automática?
Precisamos conhecer nossos gatilhos emocionais para não detonar uma bomba quando e onde o outro só estava mostrando que precisava da nossa paciência e do nosso amor.
Quem mostra que não tem amor está mostrando o que lhe falta, portanto, está pedindo amor. Esta é uma interpretação compassiva e ela não nos tira do centro do equilíbrio nem ativa nossos velhos gatilhos de dores arquivadas na memória.
 
Sérgio Condé

CAUSA E EFEITO


CAUSA E EFEITO

Tudo que repugnei.
A vida inteira.
Atualmente, estou aqui,
A colher a causa e o efeito,
Deste sentimento.
Não sei se vou,
Ou se fico.
Só sei que me permito.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

AINDA SOBRE O AMOR


AINDA SOBRE O AMOR

Nem sei mais o que pensar.
Nem sei como sentir.
Só sei que tenho uma vontade imensa de ir embora.
Crio situações inconscientes para que isto aconteça.
Preciso aprender a ficar,
Quando tenho vontade de ir.
E aí, deparo com a CLARISSA PINKOLA ESTÉS:

Amar significa ficar com. Significa emergir de um mundo de fantasia para um mundo em que o amor duradouro é possível, cara a cara, ossos a ossos, um amor devoção. Amar significa ficar quando cada célula nos manda fugir.”

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

NOVEMBRO


NOVEMBRO

Aquela canção,
Que não saía da memória:
Eu sei que vou te amar...”
Do famoso poeta: Tom Jobim,
Foi-se embora.
Uma situação,
Da qual não sei como lhe dar.
Fez-me perder  o rebolado.
Aquele rebolado do ventre.
Uma atitude a tomar.
Mas qual?
Um coração apertado,
Uma vontade de me libertar.
Quero voltar para aquele estado.
Aquele estado de espírito tranquilizador.
Porém, não tenho vontade nem de respirar.
Um medo assustador...
E a terapeuta me diz:
Medo é igual a desejo.
E tenho vários desejos:
Que o caminho se limpe,
Que as brunas se abrem,
Que eu volte a caminhar e a respirar,
Que o coração se liberte.
Que ele fique aberto.
Que a amargura e a tirania não me acompanhem jamais.
E  continuar a amar.
Um instinto:
Isso tudo vai passar.
O AMOR não é uma conta matemática.
Então, lembrei-me de outros amores.
Principalmente daquele que conheci em uma fria chuva de Novembro.
Ou melhor, November Rain,
Da famosa banda de rock: Guns N' Roses
E aí, CARTOLA me conforta:
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar
Não sei amar,
Porque cada amor é uma experiência nova.
Meu coração solitário vive de amor e
De recomeços.
Na busca de um futuro feliz,
Do lado do ser amado.
 
Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

BRIGAS


BRIGAS

Não há que se discutir o óbvio.
As evidências são claras.
Estar em último lugar na vida de uma pessoa...
Aquela que você acaba de conhecer...
Aquela que você espera com todo entusiasmo.
Aquela que você guarda com tanto carinho.
Aquela que você quer ver crescer e prosperar...
Aquela que você cuida das plantas para quando ele voltar...
É muito difícil.
Difícil demais saber que você chegou por último.
Difícil demais perceber que havia um mundo antes de vc.
Difícil aceitar.
Porque sempre queremos ser o primeiro da lista.
O primeiro do topo.
E só...

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

UM ROMANCE DE UMA ESTAÇÃO SÓ



UM ROMANCE DE UMA ESTAÇÃO SÓ

Dias e dias assim.
Tudo começou na primavera,
Em setembro.
Um amor Eros que avassala o meu peito.
Uma garganta seca e um calor sem fim.
Uma tristeza profunda ao ver o corpo te dizer...
Dizer o óbvio.
Dizer que estou sem equilíbrio.
Dizer que estou cobrando o que não deveria.
Calar, aceitar e respeitar.
Neste momento é muito difícil.
Principalmente, com quem quer apenas silenciar-se.
Com quem que não está preparado para envolver-se.
Não era o momento para isto acontecer...
Mas vou fazer o quê?
Retirar-me porque  é assim que fazem os incomodados.
E também, porque é assim que  Gente Feliz não incomoda ninguém.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

PIRRAÇAS


PIRRAÇAS

 Vejo o pior da história:
O silêncio, a cara emburrada,
Ignorar o próximo.
A falta de diálogo.
Uma briga idiota.
Não saber compartilhar uma dor.
Uma ferida,
Uma comparação,
Uma exposição,
Um medo de se entregar.
Um medo de amar e ser amado.
Medo é desejo!
Um não querer se envolver.
Um querer não ser cobrado
E me ter a sua disposição.
Uma garota complicada e perfeitinha.
Ingredientes fatais,
Que levam qualquer relação
Ao desgaste e ao fim.
O certo é que precisamos falar.
Sentar e conversar
Com muito respeito.
Como adultos...
Mas parece que ambos,
Resolvemos agir como crianças.
Um achando que merece mais que o outro.
Pirraças sem fim...

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza


CICLO

Eu só sei,
Não me importar...
Quando não sinto absolutamente nada pelo próximo.
Estrago toda e qualquer relação.
De amor, de amizade e até mesmo familiar.
Um ego insuportável.
Difícil de domar.
Uma alma caridosa,
Doida para amar.
Um dia aprendo.
Porque quero saber e
Preciso aprender a ser um ser.
Preciso aprender a  amar
Sem me importar.
Sem esperar nada do próximo.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

TRANSFORMAÇÃO DA BRUXA EM MULHER PLENA


TRANSFORMAÇÃO DA BRUXA EM MULHER PLENA
 
Mulheres imaturas que não vivem a sua feminilidade profunda fazem de seu filho homem uma projeção de seu lado masculino. Elas gozam através deles, fazendo deles, pequenos deuses ilimitados, ajudando e colocando-os fora do alcance do poder do Pai: O Poder de limitar, prerrogativa e lugar por direito moral assegurado ao Pai. Pois o pai deve separar amorosamente seu filho da esposa, para que ele possa crescer integrando-se às regras do social, aceitando os limites éticos deste conviver social.
Se o filho pode ter a mãe em detrimento do pai, ou seja, excluindo seu pai, não aprende nada a respeitos de limites e irá querer fazer o que ele desejar no espaço social. O social é espaço que se projeta como um prolongamento da família. Por isso que um indivíduo que não se insere eticamente ao seu meio é chamado de "filho da mãe", ou de filho da puta, ou seja, filho de uma mãezona que dá seu "amor", sem limites ao seu filho, mostrando a ele que ele pode tudo e que o poder paterno, não importa já que ela não respeita o pai. (Veja que nenhum compromisso com a pátria, nenhum pacto social será então respeitado. A corrupção é coisa de políticos (filhos da puta) que não respeitam os pactos sócias.).
A mulher bruxa, (símbolo da mulher peniada, com sua vassoura) é aquela que, não sabendo gozar de sua receptividade profunda, não podendo sentir-se valorizada por este seu poder natural e feminino, inveja o poder do masculino e já não mais poderá aceitar o poder de seu homem ou apoia-lo em seu poder junto ao seus filhos. Por isso que se diz que, por trás de um grande homem existe sempre uma grande mulher, seja ela sua própria mãe ou sua esposa.
Ela, a bruxa, irá buscar projetar seu prazer clitoriano (e é só assim que ela sabe gozar) em seu filho homem e gozar através dele, fazendo dele uma projeção de seu clitóris todo poderoso, irá fazer dele o seu romântico Hary Potter.
Elas desautorizam seus maridos, competem com eles, fazem com que eles se sintam inadequados, indesejados sexualmente e culpados, em tudo o que diz respeito a satisfazê-las em sua ávida busca de sempre mais e mais, o que, na verdade é uma forma de inveja destrutiva, a inveja do poder do masculino.
Inveja, isto quer dizer: Não ver o que se tem; no caso o útero. Ao não ver o seu poder feminino invejam o que podem ver, o pênis do outro.
Para deixar de serem bruxas, devem resgatar sua feminilidade, devem desidentificar de suas mães, sejam elas do tipo peniadas, ou do tipo castradas e dominadas por seus maridos e buscar em suas profundezas inexploradas, sua essência feminina, seu desejo feminino, devem buscar o poder de ser dona deste desejo profundamente feminino e criativo.
Feminino é o desejo de uma mulher em receber em sua profundidade criativa e fértil algo que já está aí, fazer disto que já está aí esperando por elas, uma ocasião para darem-se plenamente, criativamente, amorosamente e belas. Qualquer coisa que esteja aí esperando por elas, será então uma ocasião para elas serem mulheres plenas. Plenas ao entregarem-se aos seus maridos ou então, em serem firmes com eles e não deixar que eles se coloquem na relação com elas como se eles fossem seus filhos. Plenas, ao amarem sim a seus filhos, porém vendo em seus filhos, seres diferentes delas, entes que não se prestam as suas projeções e desejos incestuosos. Amando puramente a seus filhos e sendo obedientes a seus maridos maduros, estas verdadeiras mulheres respeitam a seus maridos, e como conseqüência, os seus filhos também irão respeitar o pai. É óbvio que elas devem ter ajuda por parte de seus maridos, estes devem ajuda-las, deixando de ser "filhos irresponsáveis" que competem com seus verdadeiros e legítimos filhos. O homem verdadeiro e maduro, assume seu lugar de marido e de pai. Onde uma mulher cresce no seu poder feminino, ajuda seu marido a crescer no poder masculino e vice versa.
Desta forma, o filho homem, aquele que, no início esteve simbioticamente esta ligado a sua mãe, poderá desligar-se progressivamente, condição para seu amadurecimento psíquico e social, de forma sadia e natural.
Pois, o filho homem, como condição para uma integração social e para se encontrar internamente íntegro e psicologicamente amadurecido, deve renunciar a posse sobre sua mãe. Para que tal processo aconteça, deve encontrar condições por parte de ambos os pais para que, de um lado, sua mãe deseje mais a seu pai do que a ele, e por outro, deve encontrar em seu pai um grande amigo amoroso e forte, pois somente o temor ao pai, não é suficiente para que o filho renuncie à sua mãe. O filho deve realizar um pacto com seu pai, principalmente por amor a seu pai, pois é assim que ele renuncia a predileção de sua mãe em favor do respeito e admiração de seu pai. Assim ele recebe todas as possibilidades de crescer respeitando os limites sociais, respeitando os outros e suas posses e tendo o digno direito de desejar outra mulher que não a sua "santa" mãe. Como poderia um tal homem ser um filho da puta? Como ele poderia ele trair a outros se foi um herói que conseguiu atravessar suas tentações e os desejos por sua mãe, sendo fiel a seu pai?
A criança que não respeita os seus mestres não tem em casa uma mãe madura. No exterior será um rebelde sem causa mas em seu interior se culpa por sua condição indigna, e se sente como um filho da puta culpado por incesto psicológico. Por esta culpa inconsciente ele temerá o sucesso irá autosabotar suas conquistas e realizações dignas e mais ainda, invejará quem as tiver.
Por outro lado, a sua condição sem limites, pode ser também o resultado de ser um filho de um pai banana, que não se faz respeitar pela mãe e por seus filhos, um pai que não aceita responsabilizar-se pelo seu lugar de pai e de provedor e que deixa, confortavelmente, sua mulher fazê-lo, emprestando a ela o seu lugar, e ocupando ou um outro indevido lugar: Ou o de filho ciumento, um tirano invejoso com relação a seus próprios filhos ou o lugar de uma mãe amorosa e permissiva, que não se coloca para assumir responsabilidade pelos limites que seus filhos caprichosos necessitam. Muitos assim se tornam ausentes como pais e maridos.
E estes filhos irão implorar por sua dignidade, implorar por estes limites sob a forma de uma transgressão que irá testar persistentemente a seus pais, na esperança inconsciente de que eles assumam seus verdadeiros papeis e lugares essenciais. Na esperança de que seus pais sejam verdadeiros pais e os brindem com o grande presente de um limite real e construtivo que irá se tornar para eles um esqueleto de suporte, cheio de possibilidades, a condição de viver uma vida digna, amorosa e criativa, que poderá então se estender aos outros seres que, por eles, hão de vir.
 
Sérgio Condé

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

EGO, O FALSO CENTRO




EGO, O FALSO CENTRO

"O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.

Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.

Nascimento significa vir a esse mundo: o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce nesse mundo. Ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o tu.

Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro', também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, com tu, ela se torna consciente de si mesma.

Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.

Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é ela boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ele não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensa a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida, sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é ego. Isso também é um reflexo.

Primeiro a mãe. A mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas.

O ego é um fenômeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não.

O verdadeiro só pode ser conhecido através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ele é uma disciplina. O verdadeiro só pode ser conhecido através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá à escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com as outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estarão adicionando algo ao seu ego, e todos estarão tentando modificá-lo, de modo que você não se torne um problema para a sociedade.

Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão.

Assim, estão interessados em dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro...

Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade. Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao auto-conhecimento.

A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível.

E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que esse é o seu centro, o ego dado pela sociedade.

Uma criança volta para casa. Se ela foi o primeiro lugar de sua sala, a família inteira fica feliz. Você a abraça e beija; você a coloca sobre os ombros e começa a dançar e diz 'que linda criança! você é um motivo de orgulho para nós.' Você está dando um ego para ela, um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, foi um fiasco na sala - ela não passou de ano ou tirou o último lugar, então ninguém a aprecia e a criança se sente rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado.

O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. E é por isso que você está continuamente pedindo atenção.

Você obtém dos outros a idéia de quem você é. Não é uma experiência direta. É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Mas esse centro é falso, enquanto que o centro verdadeiro está dentro de você. O centro verdadeiro não é da conta de ninguém. Ninguém o modela. Você vem com ele. Você nasce com ele.

Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Esse é o eu. E o outro centro, que é criado pela sociedade - o ego. Esse é algo falso - é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente assim a sociedade irá apreciá-lo. Você tem que caminhar de uma certa maneira; você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente assim a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, você já não sabe quem você é.

Os outros deram-lhe a idéia. E essa idéia é o ego. Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a não ser que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no falso centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se: vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará se despedaçando, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo; quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.

Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas...

Até mesmo o fato de ser infeliz lhe dá a sensação de "eu sou". Afastando-se do que é conhecido, o medo toma conta; você começa sentir medo da escuridão e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte de seu ser... É o mesmo que penetrar numa floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Mas aqui dentro tudo está bem: você planejou tudo.

Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente, e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que ali você possa se sentir em casa.

E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo.

Além da cerca você é, tal como você é dentro da cerca - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.

Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido.
Por um certo tempo, todos os limite ficarão perdidos. Por um certo tempo, você vai se sentir atordoado. Por um certo tempo, você vai se sentir muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.

Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas. Esse centro é a sua alma, o eu.

Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos, nasce uma nova ordem. Mas essa não é a ordem da sociedade - essa é a própria ordem da existência.

É o que Buda chama de Dhamma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência. Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas...

O ego tem uma certa qualidade: a de que ele está morto. Ele é de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não precisa procurar por ele; a busca não é necessária. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente mais um na multidão. Você é apenas uma turba. Se você não tem um centro autêntico, como pode ser um indivíduo?

O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz. Como você pode ser feliz com uma vida de plástico? Como você pode estar em êxtase ser bem-aventurado com uma vida falsa? E esse ego cria muitos tormentos. O ego é o inferno. Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego segue encontrando motivos para sofrer...

E assim as pessoas se tornam dependentes, umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ele deixa de ser um escravo.

Tente entender isso. E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que o falso centro entrou em choque com alguém.

Você esperava algo e isso não aconteceu. Você espera algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão.

As causas não estão fora de você.

A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta: 'Quem está me tornando infeliz?' 'Quem está causando a minha raiva?' 'Quem está causando a minha angústia?

Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego.

E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo - porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido.

Mas lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego. Você não o pode abandonar. E se você tentar abandoná-lo, simplesmente estará conseguindo um outro ego mais sutil, que diz: 'tornei-me humilde'...

Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece.

E então você nunca diz: 'eu abandonei o ego'. Você simplesmente irá rir de toda essa história, dessa piada, pois você era o criador de toda essa infelicidade...

É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego nos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar.

Tente ver o seu próprio ego. Simplesmente o observe.

Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca.

Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... e então o verdadeiro centro surge.

E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir."

OSHO -Além das Fronteiras da Mente.

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Liberdade e Compromisso


Liberdade e Compromisso

Se for verdade que podemos fazer qualquer coisa que quisermos, então não há mais desculpas. Se não estivermos fazendo o que desejamos, é porque não o estamos querendo o suficiente.

Talvez acreditemos ser isso o que deveríamos querer. Mas é possível que estejamos tentando viver um sonho alheio, em lugar do nosso.

Tenha a certeza de que o seu sonho não se assemelha ao de mais ninguém. Para você, ele é único. Ao se comparar com os outros, você não pode agir de maneira autêntica. Se não se sente comprometido com a sua meta, precisa questioná-la. Estar livre para perseguir o seu objetivo nada significa, se não estiver comprometido com ele. Se não desejar fazer algo, se não estiver disposto a nisso investir toda a força do seu ser, então isso não acontecerá, não porque haja algo exterior que o impeça de realizar o seu objetivo, e sim porque não é o que realmente quer.

As pessoas são ineficazes por duas razões: ou não sabem o que querem ou não acreditam nisso. Quando você sabe o que quer e acredita nisso, nada pode impedi-lo de o internalizar em sua vida. É claro, ao se manifestar, isso pode parecer um pouco diferente daquilo que esperava. O seu ego pode levantar objeções a respeito. Mas essa já é outra questão.

Sua tarefa não é saber como a manifestação acontecerá ou com o que se parecerá, e sim ter clareza sobre o que deseja e estar totalmente comprometido com isso. Então, o que vier a acontecer e com o que quer que se parecer, será melhor aceitá-lo, pois se não o acolher e deixar de celebrar o fruto dos seus esforços, estará desconsiderando o seu poder. Ao encontrar falhas em sua experiência, isso fará com que se torne difícil ou mesmo impossível a Graça se manifestar em sua vida.

Todos querem uma fórmula para a manifestação, mas poucos querem praticá-la. A fórmula é fácil; o desafio é a prática.

Paul Ferrini

Compaixão




A compaixão por si mesmo
Necessita uma ferida profunda
Até onde mergulhar
E ali fez-se a pérola,
A lágrima da ostra
Isto será ofertado
Como perdão
Àquele que a feriu

 Sergio Condé

PAIXÃO




PAIXÃO

Amar sem esperar nada em troca...
Pensei que havia aprendido esta lição.
Coração e cérebro,
Emoção e razão.
Um conflito constante.
Sei que tudo é passageiro.
E que isto, não é amor,
E sim, paixão.
Amor eros.
O acelerar do coração,
A cobrança,
O aperto, a angústia e até mesmo a desconfiança...
Que vem do nada.
Pura carência e insegurança
Saber e sentir...
Colocar-se no lugar do outro.
Aprendizado difícil
E que deve ser vivenciado no todo.
Porque senão, nunca aprenderemos a lição.
A lição de amar.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

8 DE NOVEMBRO



8 DE NOVEMBRO

Esta semana estive a pensar…

Pensei muito em tudo que aconteceu, acontece e acontecerá, entre mim e você.

Percebi por alguns instantes que estava depositando a minha felicidade e a minha tranquilidade em você. Fiquei irrita e arrasada. Em seguida, uma calmaria surreal me bateu a porta. Lembrei que a minha felicidade e a minha tranquilidade só dependem exclusivamente de mim. Então, o sol raiou, a luz entrou e finalmente reencontrei o meu aconchego.

Suspiros maiores quando percebi que te amo sem querer nada em troca.

Te aceito sem julgamentos.

Às vezes, vou me descabelar ou chorar compulsivamente, isto ocorrerá exclusivamente por que: a verdade, às vezes, é intragável. Há que ter disposição para se deparar com ela.

Você me pediu aceitação e paciência. Digo-te que terás mais que isto. Incluí o respeito neste seu pedido. Respeito por você, por mim e por nós, porém, se falhar não me culpe, porque sou humana.

Prosperidade é tudo que te desejo, amizade e o meu amor é tudo que te ofereço hoje e sempre.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza