sexta-feira, 29 de outubro de 2021


 

 SIMPLESMENTE NA CASA DA BRUXA


Tem buda, tem santo.

Tem anjo, tem sílfide, fada, duende, gnomo.

Figa, guia, cigano, patuá e orixá.

Na casa da bruxa, tem parede estufada.

Tem piscina, churrasqueira e ducha.

Um quarto pra receber gente boa.

De tudo tem na casa da bruxa.

Tem vassoura, claro.

Mas também tem rodo e pá.

A bruxa ama arrumação.

Tem um grande caldeirão.

Mas detesta limpar.

Limpa por obrigação.

Na casa da bruxa tem ninho.

um montão de passarinho.

tem mico, cachorro e gambá.

Na casa da bruxa, tem reza, prece, amor no coração.

Ninguém quase sabe que a bruxa não é curandeira.

Estudou a vida inteira pra ter diplomas na mão.

Só que a bruxa sabe, que mais vale a sabedoria.

E a intuição do que a pós graduação.

Aqui, na casa da bruxa, tem planta de montão.

Flor pra todo lado, abraço apertado.

Tem um mural lindo.

Ah... Na casa da bruxa tem sempre a porta aberta.

Mas nem entre sem ser convidado.

A bruxa é maluca, vai atirar.

Na casa da bruxa tem muita bruxaria.

Muita fé e magia, sempre pra cura e pro bem.

Eu, a dona da casa, bruxa de muita fé.

Acredito em tudo que é do bem.

Tem gente que não entende

Diz até que sou do mal.

Tenho pena desta gente.

Isso não é normal... Não se julga assim.

E na minha casa, na casa da bruxa.

Reside o amor, respeito pela natureza.

Acalanto e protejo a beleza.

Coisas que dou valor.

Porque o amor mora na casa da bruxa.

Mora no meu lar, mora em mim.


Autor: desconhecido 

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Amigos

 


AMIGOS

 

Na vida pode existir

Milhares de amigas.

Mas a verdadeira amiga

É aquela que cuida de você,

Que está com você nos piores momentos.

É apenas um recado,

Preste muita atenção

Nas amizades que você tem,

Porque às vezes, podem não ser boas...

Talvez a pessoa

Que não está nem aí

Pode ser a amiga perfeita...

Que fica com você

Nos momentos ruins e bons.

 

Por: Letícia Regiani de Freitas Padilha


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Arte!!

 


Esta página sempre deu a abertura para novos talentos. Há tempos não nos movimentamos assim, e hoje, venho apresentar esse desenho realizado a mão livre e pintado em aquarela pela talentosíssima Aristhefany Schneider Marques, uma adolescente de 15 anos, autodidata, que mora em uma comunidade no interior do Espírito Santo, especificamente em Alfredo Chaves.
Aqueles que quiserem curtir este e outros trabalhos sigam o link: https://instagram.com/thefys._.chan_?utm_medium=copylink
“O título deste livro, Mulheres que correm com os lobos, mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meu estudo sobre a biologia de animais selvagens, em especial os lobos. Os estudos dos lobos Canis lúpus e Canis Fufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.
Os lobos selvagens e as mulheres saudáveis tem certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e tem grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha.
Tem experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Tem determinação feroz e extrema coragem
”. Grifos nossos – Autora: Clarissa Pinkola Estés.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

NO BREJO

 


Nunca imaginei que dizer que eu moro no brejo em uma rede social acarretaria tanto descontentamento; principalmente na minha vida profissional, e olha, que não citei nenhum nome próprio e muito menos marquei o local. - Mas sim, moro no brejo.

Recorri ao dicionário para rever o conceito:

“1 -  terreno alagadiço, lodoso; pântano, paul.

2 -  2 atascadeiro, atoleiro, charco, lamaçal, lamaceira, lameiro, lodaçal, marnel, pantanal, pântano, paul, tremedal, volutabro.”

Chego todos os dias com os calçados sujos de lama, já joguei fora dois calçados de couro legítimo (da Arezzo), o quintal fica alagado e já teve vezes de achar que não conseguiria passar com o meu carro na estrada para chegar em casa.

Não gosto de sujar os pés, não gosto da lama, não gosto dos insetos, pois sou alérgica, muito alérgica. Qualquer picada vira um calombo roxo, que arde, queima, coça e fecha a minha glote. Nunca sofri tanto com isso... dizem que os insetos gostam de sangue tipo O_,  O   tipo de sangue mais raro... que é justamente o meu...

Dependendo do local da picada e do tamanho do pânico que tenho de marimbondos e abelhas sou capaz de tirar a roupa e ficar nua. É que posso morrer com uma única picada e o hospital descente mais próximo fica aproximadamente há uns 70 quilômetros...  Desculpe-me se isso acarreta falta de compostura. Já pulei de um carro em movimento para não ser picada por um marimbondo, tirar a roupa para mim em qualquer lugar por causa de um inseto é questão de sobrevivência. E tiro mesmo!

Dizer que moro no brejo em minha rede social, não significa que estou falando mal do lugar, das pessoas, ou, muito menos sendo ingrata com a “’única” opção de emprego que tive na vida... ainda estou digerindo essa parte da “única opção de emprego”...

Morar no brejo é a maneira bem humorada que achei para descrever onde é a minha residência atual. Não tenho CEP, nome de rua, número exposto na fachada da casa, celular não funciona, linha de ônibus não existe, delivery nem pensar e durmo todas as noites com a cantoria dos sapos. A maneira como chamo o lugar que eu vivo hoje, só diz respeito a mim. Não escolhi morar aqui, o destino me trouxe.

E por falar em destino, talvez seja por isso que aguento. Há anos fiz um pacto com Deus. Coloquei minha vida em suas mãos. Esse é o meu propósito de felicidade: acreditar, entregar e confiar. O que me coloca de pé é a fé e a gratidão que sinto por estar viva e ainda ser capaz de aprender.

Escolhi ser feliz e fazer o meu melhor dentro das minhas limitações. Jamais sairia de casa para maltratar ou desfazer de uma pessoa. Não é da minha índole, mas sei que incomodo e principalmente, sei que erro, mas isso ainda é o de menos. O que mais me afeta hoje são as malditas projeções. Olho para as pessoas e sinto tristeza em razão das projeções que causo. As criticas que recebo não me afetam, ver o outro falando mal de mim, me chamar de arrogante e mal educada não me afeta. Não me afeta porque posso mudar (emocionalmente). Conheço meus defeitos e posso até ajudar o outro a falar mal de mim, sou o meu pior algoz, mas não se engane, “não sou terreno baldio, sou solo sagrado”. Sei me defender e me posicionar diante de qualquer situação.

Vejo o outro como um espelho, vou explicar, talvez desenhar... o que o outro me diz sobre mim não é meu, fui apenas um instrumento de projeção. O lugar que eu vivo e que me preocupa é esse emaranhado de más interpretações, de péssimos julgamentos, de pudores descabidos, de injúrias, de assédios moral, de ser muito julgada, de ser taxada de arrogante, auto eficiente, mal educada, de ser irredutível e me sentindo completamente incapaz, incompetente, despreparada e desprotegida. É nessa merda de lugar que eu vivo. Estou presa nesses pensamentos e condenada a sentença: do que vejo, sinto e o que é realidade de fato.

O brejo é um PARAÍSO!

Com isto, recorri ao único conforto que tive na vida por anos e que há muito tempo não me dedicava, o livramento da reflexão escrita e da exposição. Escrever é desabafar, é jogar fora o lixo do outro. É expor a minha dor e jogar essa falácia no Universo para que a transformação ocorra. A mudança que rogo é a minha transformação íntima e moral. Quero aprender o que ainda preciso aprender. Conto com um livramento para transformar essa dor. Estou aqui e agora pensando exclusivamente em mim. Egoisticamente falando: estou preocupada comigo! Estou muito preocupada. Preocupadíssima comigo... porque eu mudo (emocionalmente) e tudo muda ao meu redor. Rogo todos os dias: mudança.

Afundo no brejo para renascer. A flor de lotus só nasce no brejo, assim como o arroz e outros alimentos...

Estou aqui e agora, sem entender direito o porque de estar aqui, mas confio, entrego e sigo em retidão. Ainda preciso aprender algo. Convicta de que isso tudo vai passar.

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

  

 

domingo, 12 de setembro de 2021

DESAFIOS DA GESTÃO NO PERÍODO DA PANDEMIA E PÓS-PANDEMIA

Por: Lucileyma Carazza 

Estamos vivendo um momento histórico, único e atípico. O ano de 2020 surpreendeu a todos, a COVID 19 fez os profissionais de todas as áreas se reinventarem e não seria diferente com a gestão educacional.

Devemos realizar uma análise de três momentos: a) período anterior à pandemia; b) período da pandemia; e c) período pós-pandêmico.

Diante desta análise percebemos que as mudanças são inerentes à sociedade, não adaptar, por exemplo, a gestão escolar, a este novo cenário é colocar em risco a formação de seres humanos, tendo em vista que este é o papel principal da escola: formar seres humanos melhores para a sociedade, pessoas capazes de sentirem empatia, de ter respeito ao próximo e tudo mais que precisamos para ter uma vida adulta.

Destacamos alguns desafios que são inerentes à gestão escolar e que as equipes administrativa e pedagógica precisa enfrentar, os quais seriam: protocolos de saúde pública; impactos psicológicos negativos; associar a tecnologia à sala de aula; manter um bom fluxo financeiro; lidar com a evasão escolar; delegar tarefas; ensino híbrido e a retomada de conteúdos.

Analisar o futuro ainda é precoce devido as mudanças imediatas a que toda sociedade precisou se adaptar. Os gestores das escolas precisam rever o orçamento e adequar seus gastos em meio às incertezas financeiras. Os educadores e professores, que passaram a ser especialistas em internet. Os pais que estão trabalhando em esquema de “home office” e são desafiados a ensinar, ou dar aulas para os seus filhos, e finalmente, os alunos, que precisam se reajustar a uma nova forma de aprendizagem.

Todas estas mudanças imediatas estão contribuindo para que as pessoas compreendam que aprendizagem não se restringe aos muros da escola, ainda que a escola seja essencial. Certamente não possuímos respostas conclusas para a atual realidade.

A metodologia utilizada para esta pesquisa é biográfica, analisando principalmente as discussões realizadas em “lives” durante o período pandêmico e informações já publicadas, nos chamados livros clássicos.

 

 

 

1 DESENVOLVIMENTO

 

No dia 17 de março de 2020, o Brasil registrou o primeiro óbito causado pela COVID-19. Neste momento, entramos em quarenta no Brasil e as aulas presenciais foram suspensas. Esta ação tinha o objetivo de reduzir os impactos da pandemia, diminuindo o seu pico de incidência e o número de mortes.

O ano letivo que havia se iniciado com planejamento coletivo estratégico, planos de ação e metas, fora interrompido abruptamente e nada daqui que havia sido planejado fazia mais sentido. Nesse momento não estávamos mais garantido aprendizados, pois, precisávamos garantir as vidas.

A solução imediata encontrada para darmos continuidade ao aprendizado foi a de realizar o ensino à distância. O mundo virtual passou a ser o nosso mundo real e fomos nos compreendemos nesse novo espaço.

Neste momento, vimos saltar as desigualdades sociais arraigadas em nosso cotidiano. Com uma estrutura tecnológica precária procuramos garantir a todos a importância do isolamento social.

A educação apoiada em suas diretrizes garantiram a autonomia da escola para reconhecer a sua realidade e propor novas formas de interação com grupos no WhatsApp, vídeos no youtube para realização de lives  e outros.

Na atual conjuntura pandêmica, a educação precisou se reinventar. Estamos nos reinventando mais humanos, mais gratos, mais solidários e seguimos firme com a responsabilidade de esperançar.

 

É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar-se é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar-se é juntar-se com outros para fazer de outro modo. (P110-111. Paulo Freire. 2014. Pedagogia da esperança. São Paulo: Paz e Terra.

 

Para darmos continuidade ao nosso projeto realizamos uma análise crítica destacando três momentos da educação no Brasil:

a)    Período anterior à pandemia:

educação no Brasil, segundo o que determina a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é responsabilidade do Governo Federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que devem gerir e organizar seus respectivos sistemas de ensino. Cada um desses sistemas educacionais públicos é responsável por sua própria manutenção, que gere fundos, bem como os mecanismos e fontes de recursos financeiros.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), valoriza a proposta de uma gestão democrática e participativa incentivando uma formação profissional diferenciada para uma atuação também diferenciada. O ensino convencional, tradicional, na qual o professor transmite o conhecimento que possui, através de aulas expositivas, para seus alunos, sempre num local físico, a sala de aula.

Neste período já utilizávamos o Ensino à Distância (EAD), mas, muito sutilmente em alguns casos específicos.

 

A educação à distância será parte natural do futuro da escola e da universidade. Valerá ainda o uso do correio, mas parece definitivo que o meio eletrônico dominará a cena. Para se falar em educação à distância é mister superar o mero ensino e a mera ilustração. Talvez fosse o caso distinguir os momentos, sem dicotomia. Ensino à distância é uma proposta para socializar informação, transmitindo-a de maneira mais hábil possível. Educação à distância, por sua vez, exige aprender a aprender, elaboração e consequente avaliação. Pode até conferir diploma ou certificado, prevendo momentos presenciais de avaliação. (DEMO, 1994, p. 60).

 

b)    Período pandêmico:

Ocorre a transposição das aulas presenciais para aulas em ambientes virtuais. Deparamos com o despreparo dos docentes para o uso de ferramentas tecnológicas e para o uso de ferramentas para aulas virtuais, e em muitos casos, curvando para ausência de recursos tecnológicos dos alunos e de suas famílias.

Esse novo método de educação à distância, já era previsto pelo Decreto nº 2.494 da Presidência da República, regularmente o artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o qual, reforçamos a veracidade desse sistema destacando:

 

Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (BRASIL, 1998, não paginado).

 

A educação presencial nunca será substituída pela educação à distância, porém, a viagem pelos ambientes virtuais está apenas começando, pois a cada momento, são desenvolvidas novas tecnologias, para facilitar nossas vidas, e aproximar o distante para aqueles que muitas vezes não podem alcançar. De acordo com Belloni (2001):

 

Do livro e do quadro de giz à sala de aula informatizada e on-line a escola vem dando saltos qualitativos, sofrendo transformações que levam de roldão um professorado menos perplexo, que se sente muitas vezes despreparado e inseguro frente ao enorme desafio que representa a incorporação das TIC ao cotidiano escolar. Talvez sejamos os mesmos educadores, mas os nossos alunos já não são os mesmos (BELLONI, 2001, p. 27)

 

Os docentes passaram a conviver com a insegurança do desenvolvimento de uma proposta metodológica virtual à distância e diferenciada que atenda aos objetivos expressos nos planos de ensino, do projeto pedagógico da escola e ao mesmo tempo aos interesses e necessidades dos alunos.

A atual prática pedagógica virtual, dentre outras questões, passou a exigir um docente que tenha um bom conhecimento de recursos tecnológicos, para a utilização de ferramentas que lhe possibilite gravar aula, editar aulas, postar aulas, ministrar aulas ao vivo, disponibilizar atividades em ambientes virtuais de aprendizagem, além de outras atividades. Dessa forma, ao repensar a própria prática e as influências da mesma nos estudantes, o docente deverá considerar, neste momento de transformações educacionais significativas, a concepção de que:

 

Educar significa, então, capacitar, potencializar, para que o educando seja capaz de buscar a resposta do que pergunta, significa formar para a autonomia. (GADOTTI, 2010, P.13).

 

Neste contexto, criamos autonomias significativas em dois lados: os docentes com autonomia buscando novos conhecimentos para enfrentar os novos desafios da prática profissional, como para os estudantes, que deverão compreender esse novo modelo de aula, assumindo uma postura de mais autonomia educativa, de investigador, de pesquisador e de construtor do próprio conhecimento.

c)    Período pós-pandêmico:

Sendo intitulado como o “novo normal educacional”, só irá se concretizar com o retorno das atividades presenciais, mesmo que esse retorno seja em forma de rodízio repleto de restrições.

A pandemia provocou a possibilidade de se repensarem os modelos atuais de ensino, os modelos estruturais das escolas, as práticas de gestão, o processo de ensino e aprendizagem.

A gestão escolar deverá assumir uma proposta mais participativa e menos centralizadora, de maior proximidade com a comunidade escolar, pautada em princípios e valores éticos. Muito ligada aos protocolos de saúde, com especial preocupação em relação à saúde dos estudantes e funcionários da escola.

Uma das maiores preocupações deverá residir na obtenção de estratégias motivacionais, tanto para os estudantes como para o corpo docente, em função da preposições de alteração para o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem.

O projeto pedagógico da escola sofrerá reestruturações, visando uma melhor adequação as novas propostas e possibilidades de ensino.

A maior preocupação, entretanto, ainda deverá ser com a obtenção de melhorias nos índices avaliativos da escola, que, certamente, se agravará em função das desigualdades socioeducacionais.

Destacamos alguns dos principais desafios para uma boa gestão escolar no retorno às aulas presenciais, os quais seriam:

Protocolos de saúde pública: A ideia é que a escola esteja apta para receber e orientar uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento social com marcações feitas no chão, criar escala de entrada e saída das turmas, evitar circulação em espaços comuns e realizar refeições dentro das salas de aula. Além disso, reforçar a limpeza e ventilar os ambientes.

Impactos psicológicos negativos: O prolongamento desse distanciamento tem efeitos negativos na saúde física e mental provocados por medo de infecção, frustração, tédio, informações divergentes, falta de contato social, falta de espaço em casa e até falta de renda. Para diminuir estes efeitos, várias ações conjuntas devem ser realizadas, como o comitê de pais, que tem papel conciliador na escola; apoiar hábitos saudáveis de alimentação; psicólogos oferecendo serviço de apoio e assistência social para ajudar os pais a lidar com problemas familiares. O ponto chave ao discutir a reorganização das atividades educacionais por causa da pandemia situa-se em minimizar os impactos emocionais das medidas de isolamento social na aprendizagem dos estudantes, considerando a longa suspensão das atividades educacionais de forma presencial nos ambientes escolares. O professor deve ser um exemplo vibrante, o centro da motivação dos alunos.

Associar a tecnologia em sala de aula: A pandemia veio para deixar clara a urgência da integração entre a tecnologia e a escola. Provavelmente, quando o isolamento social acabar, as escolas passarão a investir mais em recursos tecnológicos já que todos puderam sentir na prática o quanto eles são úteis. Não só na sala de aula mas para a gestão da escola como um todo.

Manter um bom fluxo financeiro: controlar as finanças pode ser uma das partes mais difíceis do trabalho de um gestor. A melhor forma de resolver isso é mantendo uma atualização constante das entradas e saídas.

Evasão escolar: para lidar com esse problema, a primeira coisa a se fazer é entender por que os alunos estão deixando a escola, pois, podem existir vários motivos como: dificuldade no aprendizado, problemas financeiros, aluno com necessidades especiais, “bullying” ou assédio, problemas familiares etc.

Delegar tarefas: alguns gestores encontram dificuldades em delegar tarefas, o que é de grande importância para uma boa gestão escolar. Se sobrecarregar com as demandas gera um grande transtorno emocional.

Ensino híbrido: Metodologia que envolve tanto as aulas presenciais quanto as remotas, possibilitando que em determinados momentos o processo de aprendizado ocorra na escola, com outros em que o aluno pode estudar sozinho, na sua própria casa.

Retomada de conteúdos: tido como o maior impacto do retorno às aulas presenciais será a retomada dos conteúdos referentes ao ano letivo de 2020. Será necessária a elaboração de plano de ação e estratégias junto ao corpo docente onde deverá será realizado uma análise meticulosa com o perfil dos alunos.

 

2  CONCLUSÃO

 

Tendo como referencial a nossa realidade educacional e os novos desafios advindos com a pandemia e pós-pandemia, juntamente com a obtenção de melhorias de ensino, tivemos o objetivo de analisar a atual realidade da gestão escolar e da gestão da sala de aula, visando propor alternativas a serem consideradas nesse novo contexto socieducacionais.

Contextualizamos a importância da gestão democrática e participativa, além dos novos desafios da gestão administrativa, pedagógica, juntamente com os novos desafios de gestão de sala de aula considerando as consequências da pandemia e pós-pandemia.

Podemos concluir que, por mais triste e difícil que tenha sido esse período, os docentes não desistiram de sua missão e continuarão movendo montanhas, sempre em busca do aprimoramento do ensino, com novas adaptações e metodologia de ensino.

 

3  REFERÊNCIAS

 

LOBO NETO, Francisco José da Silveira. Regulamentação da Educação a Distância: caminhos e descaminhos. In: SILVA, Marco (org.). Educação online. São Paulo: Loyola, 2006.

MARINI, Janete Aparecida da Silva et al. Aprendizagem autorregulada de estudantes de Pedagogia: suas estratégias de aprendizagem, teorias implícitas de inteligência e variáveis motivacionais. 2012.

MIGUEL, F. K. Psicologia das emoções: uma proposta integrativa para compreender a expressão emocional. Psico-USF, Itatiba , v. 20, n. 1, p. 153-162, abr. 2015.

FERREIRA, Naura S. C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

GADOTTI, Moacir. Qualidade na Educação: Uma Nova Abordagem. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2010.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

LÜCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. 6. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2003.

PAIVA, Francisco J. de. Gestão participativa: impactos sobre a produtividade organizacional. Curitiba: Appris, 2016.

SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: ARMED, 2000

BELLONI, M. L. Educação à distância. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.


sábado, 7 de agosto de 2021

Aparecida, Alfredo Chaves/ES

 


UMA HISTÓRIA DE AMOR E GUERRA

 

Lucileyma Rocha Louzada Carazza

 

Tudo começou com as anotações de fatos, abandonando qualquer padrão e técnica de escrita ou pedagógica. Estava começando a compor os registros em rabiscos mal feitos em minha pasta pessoal, posteriormente, um grupo de estudo criado no aplicativo de WhatsApp também serviu de apoio, pois, foi aqui que registramos fotos, vídeos e experiências.

Sou professora na zona rural, na cidade de Alfredo Chaves/ES, local conhecido como a “Região da Costa de Imigração”. Trabalho em Aparecida, comunidade conhecida pela fé. Aqui há cachoeiras, pousadas, condomínios a beira de lagos ao pé das montanhas, com economia predominante no cultivo de café, banana e hortaliças. Lugar pacato, onde problemas climáticos críticos são desafios constantes dos moradores o que os tornam pessoas resilientes. Presenciei enchentes, tornados, desmoronamentos de terras e vi pessoas com um sorriso no rosto e uma lágrima na face recomeçar.

Além da agricultura e da geografia local (que tem grande potencial turístico), nesta região tão pitoresca do Espírito Santo, destaco a importância dos imigrantes italianos e alemães. Em Aparecida é possível se deparar com pessoas utilizando o dialeto pomerano fluentemente nas ruas.

Como boa mineira, não pude deixar de comparar a diferença histórica das duas regiões. Fiquei dias a pensar e me apeguei ao fato de que aqui não existirem senzalas como nas cidades históricas de Minas Gerais e as igrejas não são abarroadas de ouro.

Aqui, os imigrantes, trouxeram experiência, história e tradições. As igrejas são minimalistas, construídas com esforço e mérito por seus imigrantes e sua fé. A base de toda e qualquer igreja é uma imagem advinda do exterior, em bagagens próprias dos imigrantes, semelhança que se repete em vários distritos do interior com o marco inicial da construção de uma igreja, um cemitério e um campo de futebol. Destaco que aqui, não encontrei raízes escravocratas.

Divergências históricas a parte, adotei o Espírito Santo como o meu lar, me conectei com mar e nunca mais quis voltar... Casei com o mar e me perco nas montanhas esporadicamente. Do alto mar vejo a costa espírito-santense e sofro uma catarse emocional “sine qua non”. Não consigo descrever em palavras porque vai muito além disso, é uma sensação indescritível. Uma riqueza natural única a ser admirada. Estar no mar, olhar para costa, ver uma planície litorânea e ter ao fundo um emaranhado de montanhas...

Em Aparecida me redescobri como descente de imigrantes Italianos. Vivencio, na atualidade, toda a dificuldade enfrentada por imigrantes, lógico, que hoje possuo mais recursos (estrutural e tecnológico). A experiência com as Olimpíadas, me proporcionou constatar de como as histórias se repetem, alguns ciclos viciosos, outros virtuosos que muitas das vezes não os identificamos, ou apreciamos por estarmos vivendo no “piloto automático da vida”.

Esse é o emaranhado de informação que “fritou” meu cérebro nesta jornada. Me redescobri como pessoa, delimitei espaços e tracei objetivos. Todas essas emoções e conhecimentos refletem diretamente no meu trabalho, no ofício de ensinar.

Relato com amor e dor todas as emoções e aprendizados vivenciados nesta experiência que tanto me surpreende e decepciona. Dualidade ímpar que muita das vezes aprisiona, frustra, ensina e liberta. Peço perdão, se no findar deste trabalho decepcionar meus “gestores”, sinto muito.

A Olímpiada proporciona ao professor uma abordagem técnica precisa e até mais agressiva para tratar determinados temas e envolver os alunos com o intuito de sanar dificuldades. É o momento de uma avaliação diagnóstica da turma para conhecer a realidade do aluno e suas principais dificuldades em língua portuguesa. Após este momento é a hora de levarmos um pouco de conhecimento, cultura, história, diálogo, senso crítico, desenvolver leitura, enriquecer o vocabulário, estimular pesquisas, sanar dificuldades, e principalmente, proporcionar a escrita.

O louvor dessa odisseia é relacionar-se intimamente com os alunos. Aqui, descobrimos o que cada “centelha divina” (é com esse sentimento que olho para o meu aluno) pensa, sabe e vivencia. Nos envolvemos intimamente em seus “dizeres” mais secretos. O professor passa a ser um sacerdote ministrando aulas para despertar o lúdico nesses seres, que, muitas das vezes, são incompreendidos por nós, ou pelo meio que vive.

O ensinar, para atender esta competição, nos frustra, pois nos deparamos com salas de aulas desprovidas de base educacional. Realidade clássica e negativa de alunos que escrevem muito mal, ou escrevem nada, leem mal, não possuem valores sociais críticos, sem coerência e sem coesão. Alunos que não estão disponíveis em expressar a escrita, com várias barreiras a serem desenvolvidas, sanadas e vencidas, estas, raramente serão rompidas em 6 (seis) meses de trabalho para realizar esta atividade. Ressalta-se que às vezes somos agraciados com turmas com base estrutural e educacional com alunos que possuem o hábito de escrita, leitura, que gostam de aprender e estudar.

O lado prático é que iniciamos o ano letivo sabendo que até meados de agosto, precisamos ter textos técnicos e muito bem redigidos para nos representar.

Começamos essa jornada em fevereiro, precisamente na primeira quinzena, onde solicitei aos alunos uma produção de texto, sem gênero e tema definidos. Um texto sem muito rigor para uma avaliação diagnóstica. Um momento para identificar o domínio de cada aluno em relação aos padrões da linguagem escrita. O objetivo deste diagnóstico não é contabilizar os erros um a um, porém, agrupar problemas semelhantes para direcionar o planejamento de atividades capazes de corrigi-los. Aqui nos deparamos com as principais dificuldades da turma, atividade fundamental para saber o que é mais importante ensinar.

Diante deste diagnóstico realizei um plano de ação com o objetivo de melhorar o desempenho dos alunos. Diversas oficinas foram realizadas antes do preparo de fato de um texto. Revisamos classes gramáticas, ortografia, pontuação, palavras que causas dúvidas, figuras de linguagem e estruturas de textos. Apresentei as regras básicas para produzir um texto e os incentivei, ressaltando as qualidades de cada um com o intuito de melhorar a autoestima. Este trabalho é uma força tarefa para o professor cujo objetivo íntimo não é apenas participar e ganhar a olimpíada, e sim, ver a evolução dos seus alunos.

Com o plano de ação delimitado, metas definidas e objetivos a serem alcançados, começamos a compor nossos textos. Textos que em um primeiro momento nos remete a tristeza do cotidiano tedioso, para, no findar do trabalho, degustarmos textos com mais cor, sabor, alegria, histórias e descobertas.

Em decorrência desta força tarefa, entrei com material específico, extraído do próprio site das Olimpíadas sobre os gêneros: Memórias Literárias (6o e 7o ano) e crônicas (8o e 9o ano). Ministro aula para todos esses os anos e desenvolvo o trabalho em conjunto para abrir o horizonte de conhecimento do aulo. Aqui assistimos vídeos e iniciamos nossa pesquisa de campo.

O tema “O lugar onde vivo” muitas das vezes confundi o aluno. O aluno pensa que o trabalho a ser realizado seria descrever sua vida, seu cotidiano de maneira penosa e tediosa, mas, essa primeira impressão termina no momento em que eles começam a pesquisar os costumes, a formação histórica do lugar, quando em conversas com os mais velhos descobrem suas histórias, seus segredos e origens.

Para fazer com que o aluno compreenda o que seria uma Memória Literária, apresentei e trabalhei com diversos textos finalistas de edições anteriores, tais como: DA ESCURIDÃO PARA O COLORIDO, de Évelin Cristina Nascimento da Silva, baseado na entrevista realizada com o Sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos; ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO,  de Maria Emanuely dos Santos Andrade, Texto baseado na entrevista realizada com Maria Núbia Matias Vasconcelos, de 57 anos e DOCES MEMÓRIAS, de Adrielle Vieira de Oliveira, Texto baseado na entrevista realizada com Lucy Ferreira Vieira, de 73 anos.

Com os alunos que teriam que produzir uma Crônica, apresentei e trabalhei com diversos textos finalistas de edições anteriores, tais como: A ÚLTIMA CRONICA DE CARLOS DRUMOND DE ANDRADE -Cião; ESTRANHA NO NINHO, Iasmim Luíze Teófilo da Silva; A DEVOÇÃO FAZ O LUGAR, Mel Eduarda Guimarães Silva e UM RAMINHO DE ARRUDA E UM ROSÁRIO NA MÃO, Emeli Vichinieski Wieczorkoski.

Para atender aos quesitos do gênero Memória Literária, realizamos uma entrevista com o exímio Professor de Matemática da escola, Nivaldo Buback, uma vez que este professor é história viva desta comunidade. Professor admirável pelo bom humor e experiência em ensinar. Seu avô, Basílio Buback, foi um dos fundadores de Aparecida, foi através deste ilustre imigrante austríaco visionário que tivemos o primeiro comércio da região, as famosas vendas do interior, ele fora o responsável pela construção da igreja, cemitério, um moinho de fubá e uma pila de café (atualmente desativados), campo de futebol e dentre outros benefícios locais. O professor com empenho e dedicação envolveu os alunos. A entrevista foi desenvolvida pelos alunos com maestria que se dedicaram com entusiasmo.

Neste momento os alunos apresentaram mural de fotos, uma mesa com materiais antigos, livro sobre a região, realizam pesquisas e montaram um grupo de cantoria.

Os alunos montaram no improviso, uma banda composta por um sanfoneiro e um trio de violeiros. Essa cantoria foi uma iniciativa dos alunos para homenagear o entrevistado e relembrar o gosto musical da região. A cantoria foi linda! Enriqueceu o nosso dia, a nossa escola e as nossas vidas.

A Olimpíada não me revelou apenas talentos para a escrita. Descobri talentos da música, da arte e exímios contadores de casos.

Este relato, até o momento, mostrou o lado lúdico e altruísta deste trabalho, o lado da aprendizagem e do crescimento. É excepcional lidarmos com o crescimento intelectual, emocional e pessoal do estudante. É o que nos gratifica. Entrar em uma sala de aula e ser ovacionada como a melhor professora da escola. Somos acariciados ao sentir a metamorfose ocorrida na vida estudantil. Percebemos que o verdadeiro mestre não se restringe apenas ao intelectual, ele incentiva, educa o amadurecer, o construir...

O lado enfadonho é a conclusão de que aqui sou uma forasteira. Forasteiros são mal vistos, não são bem quistos, são incompreendidos. Ser proativo e assertivo é sinal de falta de educação, não ser prolixo é questão de menosprezo; ter um planejamento produtivo e receber sempre uma crítica destrutiva sobre o que os alunos escreveram fazem parte deste trabalho. A falta de mérito é exclusiva do professor.

Diante do demérito pergunto: O que podemos fazer para melhorar a didática para a próxima Olimpíada?

Precisamos de uma força tarefa, um plano de ação, professor de língua portuguesa não vai extrair um brilhante texto lúdico sozinho, e mesmo que o faça, este precisa ser lapidado com o auxílio de todos. Precisamos organizar uma articulação horizontal e envolver todos os componentes curriculares.

Professor de português sozinho não consegui ministrar todos os aspectos desta Olimpíada, e ainda, continuar com ensino obrigatório da Base Nacional Curricular Comum -BNCC. É uma sobrecarga de trabalho muito grande.

Sinto-me angustiada por não alcançar os objetivos traçados, os quais resultariam a nossa vitória, com pesar no coração repito: para obter êxito, precisamos de uma força tarefa com o envolvimento de todos os componentes curriculares e a participação ativa do “demais” gestores da educação. Sinto-me realizada em ver a evolução intelectual dos alunos. A minha glória é ver que alunos que achavam que não sabiam escrever e que não possuíam criatividade se encontram escrevendo e citando textos pessoais, originais e belíssimos provenientes das suas faixas etárias. Sinto-me honrada em acreditar que esse aluno não vai mais perder oportunidades e que vai sonhar em construir uma vida melhor.

Minha história, meu relato de amor e guerra baseia no amor em ensinar, trabalhar, vivenciar, ver o prosperar, valorizar os frutos em todos os aspectos. A guerra dedico a todos aqueles que não vestem a camisa na arte de ensinar, que não sabem dividir e contribuir positivamente para a evolução escolar e que simplesmente promovem a falência emocional, que podam liberdades (com s mesmo), que minam o entusiasmo para que a espontaneidade morra.


Sagrada Família.

 




Um pouco sobre a educação no distrito de

 Sagrada Família em Alfredo Chaves:

 

A Escola Municipal de Ensino Fundamental “Sagrada Família”, localizada à Rua Agostinho Bruschi, s/no, distrito de Sagrada Família, comunidade do interior da Cidade de Alfredo Chaves/ES.

A escola foi fundada de fato e direito no ano de 1979 e recebeu este nome em homenagem à padroeira local. A escola tem como missão tornar o aluno um parceiro na construção do conhecimento, formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade.

Um pouco sobre a nossa história:

De acordo com os relatos feitos por antigos moradores, a origem do nome da escola deu-se na época da colonização, onde imigrantes Italianos desembarcavam de navios no município de Anchieta/ES, pegavam outras embarcações que se deslocavam através do Rio Benevente até chegar a Alfredo Chaves.

A educação em Sagrada Família começou com imigrantes italianos, que aqui chegaram por volta de 1874 a 1876.

Os colonos estabelecidos nestas terras, descendentes de humildes camponeses pouca cultura trouxeram, pois, a maioria deles era analfabeta. Não encontraram escolas para educar seus filhos, aproveitaram, no entanto, os que tinham certo conhecimento para em horas noturnas ensinarem-lhes. Neste sentido vemos em primeiro lugar o Senhor Janduia a dar aulas noturnas.

Em 1894, o Senhor Orestes Bissoli a dar aulas particulares, à noite, aos filhos dos colonos imigrantes. No ano de 1910 ele foi nomeado professor público.

Em 1921, decidiu construir uma casa onde pudesse funcionar a escola pública, com algumas reservas, pois esta casa funcionaria também com os serviços da Comunidade Religiosa.

Em 1934, Máximo Costa funda uma escola noturna particular, só para rapazes, funcionando na casa da antiga venda do Senhor José Antônio Charbel, aproveitando do próprio balcão da venda, como mesa para os alunos. Da fundação desta escola originou-se a fundação de um grupo de teatro amador, liberado por Máximo Costa, com a finalidade de educar e animar a juventude. Com esta criação, a animação foi tão grande que, dois anos depois, o grupo construiu seu próprio palco.

Em 1948, O governador Carlos Monteiro Lindenberg constrói um grupo escolar, dando-lhe como patrono o nome de Jerônimo Bissoli, pelos seus nobres atos políticos realizados.

Em 28 de maio de 1965, a vila de Sagrada Família obteve do Governo Estadual a escola primária, denominada Escola Singular “Sagrada Família” pelo decreto de no 1.185. A escola era estadual e lecionava-se para as séries iniciais do ensino fundamental (1a a 4a séries). A escola comportava apenas uma sala de aula, uma cozinha e dois banheiros, possuía ainda, uma pequena casa para acolher a sua única professora.

Em 1970, muitos dos filhos de pais residentes em Sagrada Família e adjacências faziam seus estudos de ginásio em Alfredo Chaves. Diariamente faziam um percurso de 12 km. Para acabar com estes sacrifícios e beneficiar todos os alunos em idade de frequentar uma escola, a Fundação Cultural de Alfredo Chaves, pelo seu presidente Darcy de Paula Gaigher, funda a primeira escola dando-lhe o nome de “Ginásio Padre Antônio Charbel”.

Sobre os fatos e datas mencionadas neste documento: Nos anos de 1968 a 1973 não existe nenhum registro sobre a educação em Sagrada Família. Os dados foram apurados pelos depoimentos dos antigos e através de pesquisas realizadas nos livros:

·         Remembranças da Noninha – Máximo Costa;

·         Memórias de um Imigrante Italiano – Orestes Bissoli

Em 1979, pela Portaria 1116, de 10 de março, a escola de Sagrada Família foi transformada em escola de 1o grau, funcionando de 1a a 8a série. A partir dessa data os registros tornaram-se obrigatórios.

Em 1980, o Governo do Estado, decide construir uma nova escola, com mais salas de aulas no Grupo Escolar para atender a demanda dos alunos na região.

Primeiros professores: Orestes Bissoli, Cristina Salochi, Olga Giarnodoli, Maria Santos, Jandiara Gianordoli Costa, Ernestina Pereira Souza, Lucia Serrano Vereza, Senhorinha Queiroz, Alcys Loureiro Costa, Nair Matos, Clarinha Costa Guignoni, Hilda Gracelli Costa e outras que se sucederam até hoje.

A Associação comunitária desfruta de uma quadra esportiva, onde se pratica futebol de salão, voleibol e demais recreações. Fora do perímetro urbano tem um campo de futebol, e anexo, para seguir o costume de seus antepassados há também um campo de bochas.

Em 1999, a então escola foi demolida e, construído no mesmo local, a atual edificação para atender a demanda de estudantes.

No ano de 2005, a escola foi municipalizada pelo Resumo de Convênio no 185/2005 – portaria 067 – R de 03/08/2005, adquirindo assim, o CNJP no 03.208.264/0001-23 e INEP 32042400. A escola passa a ser responsabilidade do Município de Alfredo Chaves. A escola adquiriu o seguinte nome: EMEF “Sagrada Família”. Inicialmente a escola funcionava em dois turnos: 1a a 4a séria no turno matutino e da 5a a 8a série no turno vespertino.

Em 2008, em virtude das inovações tecnológicas e da Lei de Inclusão Social, a escola sofreu outras adaptações. Adquiriu um laboratório de informática e uma sala de AEE – Atendimento Educacional Especializado.

Na atualidade a escola funciona apenas no turno matutino, ministrando aulas do Ensino Fundamental I (1o ao 5o ano) e Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano)

Por: Lucileyma Carazza/agosto 2019

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Agradecimento

 

Agradecimento

 

Conheço gente que reclama,

Reclama de tudo.

Que tem tudo na vida

E querem mais...

 

Não sabem agradecer,

Nem respeitar.

O trabalho foi a ferramenta

Para tudo conquistar.

 

Quando seus pais eram crianças

Não tinham quase nada,

Mas eram felizes...

A vida era super animada.

 

Não tinham energia em casa,

Nem transporte escolar...

Fim de semana era:

Futebol e pescar.

 

Reconhecem agora que:

O mérito atual foi realizado

Com muito trabalho e dificuldades,

Mas com muito amor também.

 

Mesmo que a trajetória

Tenha sido difícil,

Valeu a pena e a luta.

Eles lutaram por nós!

 

Por: Pedro Henrique dos Anjos Saidt