quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capítulo 1 - Breve Histórico





DIREITOS FUNDAMENTAIS - ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO


Capítulo 1 - Breve Histórico


O assédio moral é tão antigo quanto o trabalho e as revoltas e revoluções ideologias, criaram leis trabalhistas e sindicatos como uma forma de defesa dos trabalhadores com o intuito de amenizar esses abusos na busca da efetivação dos Direitos e Garantias Fundamentais.

No que se refere ao trabalho, enfatiza-se que o pensamento judaico-cristão deu continuidade ao pensamento romano: no qual as questões do espírito devem sobrepor-se às necessidades do corpo. Tudo o que fosse relacionado às necessidades físicas continuou a ser considerada atividade penosa e degradante, pois, como está escrito no livro de Gênesis, o homem ao ser expulso do paraíso foi “condenado” ao trabalho.
No entanto, Gênesis mostra que Deus também trabalhou. Na criação do mundo trabalhou durante seis dias e, no sétimo, descansou. O esforço divino da criação atribuiu ao trabalho, para os cristãos, outra dimensão, que está ligada ao ato criador. Deus tirou de si próprio os recursos com os quais produziu o mundo.

Segundo relatos bíblicos, o povo hebreu, liderado por Moisés, saiu do Egito após sofrer humilhação e ser escravizado tanto pelo povo egípcio quanto pelo Faraó.
A sociedade grega escravista onde vivia Aristóteles, o trabalho para sobrevivência era uma atividade inferior, há inclusive duas palavras que significam trabalho:

Ergon (usada para ação livre do cidadão, isto é, dos proprietários de terra, do artesanato e do comércio);

Ponos (esforço penoso e doloroso).


Durante a Revolução Industrial o trabalhador dispunha apenas da força de trabalho, sujeitando-se às severas normas de disciplina impostas pelos contramestres das fábricas e os salários degradantes, enquanto o capitalista detém a propriedade dos meios de produção.

Entre muitas manifestações da época, destaca-se o movimento “ludita” na Inglaterra, entre 1811 e 1813 quando os trabalhadores iniciaram uma sistemática de destruição e queima de instalações industriais em várias regiões inglesas. Os proprietários conseguiram que o Parlamento aprovasse uma lei que punia com morte os acusados de destruição das máquinas.

Em 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.

Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o dia 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”.

Karl Marx1 declara que no modo de produção capitalista há duas classes sociais básicas que se opõem os capitalistas, minoria proprietária dos meios de produção que exploram a maioria operária, obrigada a vender sua força de trabalho em troca de um salário. Todavia esse salário é muito inferior ao valor produzido diariamente pelo trabalho operário.

No Brasil, desde a colonização, índios e negros foram humilhados por colonizadores, além de impor seus costumes, militarismo, leis, religião e cultura. Outro assédio freqüente na época era o sexual, por falta de mulheres brancas na colônia as negras e as índias eram exploradas sexualmente.

Houve uma resistência ao escravismo de alguns negros fugitivos que se reuniam em locais ocultos, montanhosos e de difícil acesso, com o objetivo de viverem livres e independentes, muitas vezes estabelecendo culturas à maneira africana em quilombos.
Características do trabalho alienado capitalista:

Alienante: porque o trabalhador desconhece o próprio processo produtivo e o valor que agrega ao produto, além de não se identificar como produtos de seu trabalho;
Explorador: devido os objetivos de produção de mais-valia vinculada ao processo de acumulação de capital;
Humilhante: porque afeta negativamente a auto-estima;
Monótono: em sua organização e conteúdo da tarefa;
Discriminante: porque classifica os homens à medida que classifica os trabalhos;
Embrutecedor: porque, longe de desenvolver as potencialidades, inibe ou nega sua existência por meio do conteúdo pobre, repetitivo e mecânico das tarefas;
Submisso: pela aceitação passiva das características do trabalho e do emprego, pela imposição da organização interna do processo de trabalho, pelas relações sociais mais amplas e, especialmente, pela força do exército industrial de reserva.


Nota:
1 - Um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura, Geografia e outras. Foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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CRESPO, Antonio Arnot. Estatística Fácil. 18ª ed., São Paulo: Ed. Saraiva, 2002.
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http://www.jbdata.com.br/mat-sonia1.htm. Acesso agosto 2010.
http://www.assediomoral.org/spip.php?article214 . Acesso agosto 2010.



Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza
Aluna do Curso de pós-graduação de Direito Processo Trabalho da Universidade Anhanguera-Uniderp, a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes.
Introdução: Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação lato sensu Televirtual em Direito Processual do Trabalho, na modalidade Formação para Mercado de Trabalho, como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em graduação superior.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ASSÉDIO MORAL




DIREITOS FUNDAMENTAIS - ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

INTRODUÇÃO:

O assédio moral é tão antigo quanto o trabalho, em toda história da humanidade há relatos de maus tratos, agressões físicas e psicológicas, condições subumanas e autoritarismo exacerbado. O motivo de revoltas, revoluções, ideologias, criação de leis trabalhistas e sindicatos foram uma forma que os trabalhadores encontraram de se defender ou amenizar esses abusos.
A palavra “trabalhar” vem do latim vulgar “tripaliare”, que significa torturar, e é derivado do latim clássico “tripalium”, antigo instrumento de tortura.
Através dos tempos, o vocábulo “trabalho” veio sempre significando fadiga, esforço, sofrimento, cuidado, encargo. Em suma, valores negativos, dos quais se afastavam os mais afortunados1.
A evocação dessa etimologia e desse passado se faz bastante prudente porque guarda consonância com o cenário em que se descortina o assunto deste trabalho, um cenário de violência no ambiente organizacional donde emerge um fenômeno, que apesar de invisível, vem merecendo especial atenção das organizações, dos funcionários e da sociedade como um todo devido aos danos que provoca.
E este fenômeno tem nome: é o assédio moral.
Atualmente o conceito trabalho é mais humano, onde se exterioriza uma atividade consciente e voluntária, esforço humano para a produção de riqueza. O trabalho é a aplicação da atividade física ou intelectual e o ato de exercer um ofício.
Segundo Hirigoyen (2002, p.76), “o assédio moral existe em toda a parte”, e apesar de não ser um assunto novo2, é uma questão delicada e pouco discutida3. O referencial teórico e mesmo as pesquisas são em número reduzido no Brasil frente à intensificação e a gravidade do fenômeno, fatos estes que podem ser comprovados através da observação do crescente número de Leis, projetos de Lei e discussões sindicais sobre o tema.
Contudo, faz-se oportuno considerar que a intensificação deste fenômeno é conseqüência de mudanças no cenário organizacional nas últimas décadas. Segundo Barreto4, o processo de reestruturação produtiva em curso tem trazido em seu bojo novas metodologias de seleção, inserção e avaliação do indivíduo no trabalho, levando a profundas rupturas no tecido social e a uma crônica insatisfação, especialmente quanto ao "modus operandi" das relações no trabalho.
Novas exigências do ambiente laboral vêm sendo incorporadas gerando múltiplos sentimentos: medos, incertezas, angústia e tristeza. A ansiedade ante uma nova tarefa, o medo de não saber, a avaliação constante do desempenho sem o devido reconhecimento, a requisição da eficácia técnica, excelência, criatividade e autonomia geram tensão e incertezas. As múltiplas exigências para produzir são “transversadas” por abuso de poder e freqüentes instruções confusas, ofensas repetitivas, agressões, maximização dos “erros” e culpas, que se repetem por toda jornada, degradando deliberadamente as condições de trabalho. O ambiente laboral vem transformando-se em campo minado pelo medo, inveja, disputas, fofocas e rivalidades transmitidos vertical e horizontalmente entre os gerentes e os trabalhadores em outras posições nas empresas. As conseqüências dessas vivências repercutem na individualidade do trabalhador, interferindo com a sua qualidade de vida, levando-o a desajustes sociais e a transtornos psicológicos e o colocando face-a-face com situações de enfretamento, notadamente, ante ao assédio moral no trabalho. Tamanhas mudanças que se, por um lado, fortaleceram as grandes empresas que viram seu lucro e riqueza aumentarem, por outro desvalorizaram o trabalho, relegando os trabalhadores a um segundo plano.
Corroborando, Dejours (996 apud SCANFONE e TEODOSIO, 2004) afirma que a mesma ordem econômica mundial que proporciona ao homem todo o conforto possível torna-o escravo do trabalho. Isto faz com que sofrimento e trabalho caminhem juntos dentro das organizações, uma vez que para atingir a produtividade desejada à organização do trabalho faz deste um fardo pesado.
Diante desse quadro, faz-se necessário compreender como o assédio moral se manifesta, é percebido pela gerência e funcionários e tratado dentro das organizações, uma vez que é um fenômeno presente na realidade organizacional, mas que freqüentemente é banalizado, e até ignorado; algumas vezes por indiferença, outras por covardia e, até mesmo, por desconhecimento. Entretanto, segundo Hirigoyen (2002a, p.65 apud SCANFONE e TEODOSIO, 2004):

É um fenômeno destruidor do ambiente de trabalho, não só diminuindo a produtividade, como também favorecendo ao absenteísmo, devido aos desgastes psicológicos que provoca.

No Brasil, a discussão do assédio moral é recente, existem pouquíssimos estudos a respeito. Destaque importante para a Dra. Margarida Barreto5, explica o que é assédio moral e como o trabalhador deve procurar ajuda e alerta que: Adoecer no trabalho constitui riscos invisíveis e trás inúmeros danos a saúde mental.
Uma tese de mestrado defendida em maio de 2000 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Departamento de Psicologia Social, denominada “Uma jornada de humilhações” (BARRETO, 2000), realizou pesquisa de campo sobre o assunto entre março de 1996 e julho 1998:

Conversamos com 2072 trabalhadores e trabalhadoras de 97 empresas de grande e médio porte no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo. Deste universo estudado, 42% apresentavam histórias de humilhações repetidas e de longa duração. As mulheres são mais humilhadas que os homens, mas eles apresentam um sofrimento desesperador. Culturalmente está colocado que homem não chora, deve ser forte, duro e viril, já que deve predominar a razão, o pensamento lógico e sua coragem. A "covardia" é identificada com o feminino e a "valor" com o masculino. As mulheres mesmo sendo as mais inferiorizadas e humilhadas, são as primeiras a procurar cuidados médicos e se informar. Por outro lado, homens quando são humilhados, não expõem suas emoções, se isolam, sendo as tentativas ou pensamentos suicidas a manifestação explosiva destas emoções arquivadas e ocultadas, imperando o sentimento de fracasso e incapacidade. Na fase atual da pesquisa, que é nacional, o Brasil apresenta índices altíssimos de violência moral no local de trabalho (33% da PEA) se comparado com outros países, especialmente da comunidade européia.6

A autora denuncia a falta de compromisso das empresas para com a saúde e qualidade de vida de seus trabalhadores:

Aqueles que adoecem no e do trabalho são demitidos, aumentando o contingente de adoecidos e marginalizados do processo produtivo, dos bens de consumo e serviços da sociedade. Como vítimas, passam a responsáveis (BARRETO 2000, p.93).

A autora apontou o medo como permanente no ambiente organizacional, em razão do clima de incertezas promovido pela situação de doença-humilhação. O medo, presente em todas as instâncias, reprime toda e qualquer iniciativa de defesa da dignidade quando o emprego está em jogo. Dessa forma, ela afirma que se torna mais difícil à recuperação, fato esse agravado quando não se encontra ajuda nos profissionais que, pressupõe-se, deveriam promover apoio, como médicos e psicólogos.
Ainda na fala de Barreto7:

Quando o homem prefere a morte à perda da dignidade, se percebe muito bem como saúde, trabalho, emoções, ética e significado social se configuram num mesmo ato, revelando a patogenicidade da humilhação.

A realidade deste cenário e do peso inconcebível com que ele tende a impactar a área de gestão de recursos humanos pelos anos vindouros foi às molas propulsoras que alimentaram o interesse pela elaboração deste trabalho.
Conhecendo-os melhor teremos condições mais propícias de administrar o futuro de uma parte da gestão de pessoas no mercado de trabalho.
O assédio moral é um assunto desconhecido para muita gente. Nem a justiça sabe bem como lidar com esse tipo de problema. No Brasil não há uma lei que defina exatamente o que é assédio moral e quais as punições devem ser aplicadas.
Nota-se que as denúncias de assédio moral se multiplicaram no Brasil nos últimos cinco anos. Só no Rio de Janeiro, entre 2004 e 2008, o número de processos no Ministério Público do trabalho saltou de 17 para 117 casos. Com a crise mundial, a situação piorou8.
As denúncias de assédio moral são um fenômeno que vem crescendo, ano após ano, nas empresas do estado do Rio de Janeiro. O total de casos investigados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) deu um salto nos últimos quatro anos: passou de 17, em 2004, para 117, em 2008, uma alta de 588,2%. Neste ano, o número de queixas chega a 90 só até julho9.

Notas:

1 - CAIXETA, Sebastião Vieira. “O assédio moral nas relações de trabalho”. Disponível em: 2 - FREITAS, 2001; HIRIGOYEN, 2002b apud SCANFO NE e TEODOSIO, 2004
3 - PRZELOMSKI, 2002; BARRETO 2000 apud SCANFONE e TEODOSIO, 2004
4 - BARRETO, Margarida “Assédio moral: o risco invisível no mundo do trabalho”. Disponível em: 5 - Médica do trabalho e pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/São Paulo).
6 - http://www.sindpd.org.br/artigos/entrevistas.asp?id=5, acesso agosto 2010.
7 - BARRETO, Margarida “Assédio moral: o risco invisível no mundo do trabalho”. Disponível em: 8 - http://www.portalms.com.br/noticias/detalhe.asp?cod=959560052, acesso agosto 2010.
9 - http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/08/15/e150821469.asp, acesso agosto 2010.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza
Aluna do Curso de pós-graduação de Direito Processo Trabalho da Universidade Anhanguera-Uniderp, a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes.
Introdução: Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação lato sensu Televirtual em Direito Processual do Trabalho, na modalidade Formação para Mercado de Trabalho, como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em graduação superior.

CONTROLE CONSTITUCIONALIDADE - HISTÓRICO




CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO
HISTÓRIA




Principais modelos:

Direito Europeu: Controle Concentrado e havia apenas
um órgão.
Direito Norte Americano: Controle Concentrado Difuso.



1803 - Controle Constitucionalidade Concentrado Difuso foi o primeiro a ser desenvolvido no Direito Norte Americano na Corte Suprema: Controle judicial de constitucionalidade, onde o juiz num caso concreto pode fazer a compatibilidade da Lei com a Constituição Federal. É chamado também de controle concreto ou incidental: o judiciário se manifesta em um caso concreto.


É considerado também um modelo difuso: é o reconhecimento de que qualquer juiz ou tribunal é competente para julgar uma controversa jurídica, também será competente para analisar e julgar uma questão de controle de constitucionalidade.
O controle ocorre em qualquer processo.
Características: direito comum “Cammon Law”. O direito anglo saxão oposto ao direito germânico romano. Decisões em jurisprudenciais.
“Cammon Law”: ordem e hierarquia nas decisões. As decisões de um órgão superior vinculam às demais cortes. São decisões baseadas em jurisprudências.
Resultado: uma decisão tomada sobre constitucionalidade em uma Corte Superior vincula, a partir daí, não poderá haver a aplicação da lei por nenhum juiz ou tribunal.
Nos EUA as decisões não têm efeito vinculante, e sim, “erga omnes” ou geral. Necessidade de que interessados participem do controle de constitucionalidade.
“Amicus Curiae” (amigo da corte): processo com cláusulas idênticas com julgamentos idênticos poderá ocorrer à habilitação de pessoas com o termo “Amicus Curiae” que são interessados para obtenção de um julgamento ético.
Modelo para solucionar a controversa inconstitucional in concreto, concebeu a fórmula do processo de admissibilidade que se baseia na idéia de relevância Constitucional ou Federal, onde a corte admite ou rejeita. A admissão da corte poderá conhecer a questão relevante; não existe um direito subjetivo, admite a causa mais relevante e os “Amicus Curiae”. Processos idênticos não irão à Suprema Cor
te.

Controle Concentrado Europeu ou modelo de constitucionalidade concentrado, modelo Kelseniano, modelo austríaco:

Desenvolve-se especialmente na Europa que se opõe ao modelo americano.
Sistema que reconhece a um único tribunal o elemento de censura constitucional.
A evolução: Somente a Corte Suprema detém o monopólio para julgar inconstitucionalidade de uma lei. Se o juiz comum entender que determinada lei é inconstitucional ele remeto o processo à Corte responsável por este tipo de julgamento. Após o julgamento o processo é devolvido para o juiz comum para desenvolvimento do feito.
Controle abstrato: ocorre o controle em alguns processos.


Modelo Alemão: Recurso de amparo – permite que o indivíduo possa alegar inconstitucionalidade a partir da afetação da lei, ocorre quando tiver exaurido todas as instâncias.

Modelo Português: Adotou o sistema de controle de constitucionalidade misto: Americano + Alemão.

Modelo Brasileiro: adotou inicialmente o sistema de controle de constitucionalidade Americano.

1934: começa a se desenhar as ações diretas de controle de constitucionalidade e posteriormente o controle abstrato. Atualmente utiliza-se o controle misto de constitucionalidade.


CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NO DIREITO BRASILEIRO
HISTÓRIA


Controle de Constitucionalidade no Brasil:
Surgiu com a Proclamação República.
Existia o Parlamento e o Imperador no exercício de um poder.
Constituição Provisória de 1891: surgiu o controle de constitucionalidade americano de perfil incidental concreto para resolver a controversa concreta com base de lei inconstitucional.


Incidentes históricos:

1891: havia exagerada ênfase no “habeas corpus” como direito. Não era apenas um direito ligado à liberdade de locomoção, era tratado como liberdade de um direito no todo, no geral. Ocorriam abusos entre a União e os Estados. Ocorria intervenção Federal da União nos Estado sem justificativa. Positivação do Controle de Constitucionalidade de perfil incidental.
1926: Reforma constitucional que delimita o âmbito da proteção do “habeas corpus”, firmando ao que é praticado e estabelecido atualmente.
1934:
O juiz comunica ao Senado a inconstitucionalidade de lei, passa a ter eficácia “erga omnis”. Surgimento dos Princípios Sensíveis: Art. 34, VII da CF, o Presidente da República deveria ater-se a este elenco.
CF:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)


Adoção do Modelo Americano. Ao Senado Federal deu-se a função de declarar a inconstitucionalidade e tomar as providências cabíveis. Exigência para ocorrer à declaração de inconstitucionalidade com aprovação da maioria absoluta dos membros dos respectivos órgãos.
CF:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.


Surgimento da Ação direta de inconstitucionalidade: a intervenção Federal deverá ocorrer mediante lei própria, por iniciativa do Procurador Geral da República para julgamento pelo STF.

Surgimento do Mandado de Injunção e do “habeas data”.

Foi um momento histórico com efetividade curta.

1937: Constituição autoritária e em alguns pontos totalitária. Afeta o STF com a previsão de um instituto, do qual, a decisão do STF pode ser cassada pelo parlamento.

1946: Resgate de conquistas previstas em 1934. Modelo difuso de controle de constitucionalidade. Resgate na forma do Senado. Volta dos Remédios Constitucionais. Competência dos Tribunais para declara inconstitucionalidade com a aprovação da maioria absoluta dos seus membros. Novidade: introdução de uma ação direta contra lei ou ato normativo que pudesse afrontar os princípios sensíveis, criando-se a Ação Direta de Constitucionalidade, com o objetivo de evitar intervenções Federais.

1967 a 1968: todo direito poderá ser proposto quando ferir a CF. Incorpora os elementos da Constituição de 1946.

1988: Manutenção do controle incidental de normas. Mantém a manutenção interventiva. Inventou novo modelo para os Remédios Constitucionais. Ação Direta de inconstitucionalidade. Modelo misto de controle de constitucionalidade. Surgimento da ADIN e da Súmula Vinculante. Competência do STF para julga Controle de constitucionalidade.



Fontes:
Curso de Direito Constitucional Positivo – José Afonso da Silva;
Direito Constitucional – Alexandre de Moraes

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE




O Controle de Constitucionalidade está ligada à Supremacia da Constituição sobre todo o ordenamento jurídico e, também, à rigidez constitucional e proteção dos Direitos Fundamentais.

A Supremacia Constitucional adquiriu tamanha importância nos Estados Democráticos de Direito, com a primordial finalidade de controle de constitucionalidade, qual seja, a proteção dos direitos fundamentais.

O Controle de Constitucionalidade configura-se portanto, como garantia de supremacia dos direitos e garantias fundamentais previstos na constituição que, além de configurarem limites ao poder do Estado, são também uma parte da legitimação do próprio Estado, determinando seus deveres e tornado possível o processo democrático em um Estado de Direito.

Conceito: controlar a constitucionalidade significa verificar a adequação (compatibilidade) de uma lei ou de um ato normativo com a constituição, verificando seus requisitos formais e materiais.

O Controle de Constitucionalidade tem como fundamentos a supremacia e a rigidez constitucional, características fundamentais de um Estado Democrático de Direito.

Controlar a constitucionalidade significa verificar a compatibilidade de leis e atos normativos com o ordenamento jurídico, tendo como parâmetro os artigos de 1º a 250 da Constituição, o ADCT, os princípios constitucionais, mesmo que implícitos, e ainda, os tratados internacionais de Direitos Humanos incorporados a nossa Constituição com força de Emenda, nos termos da EC nº 45.

A análise da constitucionalidade das espécies normativas consubstancia-se em compará-las com determinados requisitos formais e materiais, a fim de verificar-se a compatibilidade com as normas constitucionais.

Requisitos: o art. 5o, II da CF, consagra o princípio da legalidade ao determinar que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. A inobservância das normas constitucionais de processo legislativo tem como conseqüência a inconstitucionalidade formal da lei ou ato normativo produzido.

A inconstitucionalidade pode ser: por ação, formal, objetiva e/ou subjetiva, por omissão, material.

Por ação: Ocorre a inconstitucionalidade por ação mediante um fazer, isto é, quando há violação à ordem constitucional através da realização de um ato.

Formal: quando, da produção de atos normativos, não for respeitado o procedimento constitucionalmente estabelecido, nos termos dos artigos 59 a 69 da Constituição.

Objetiva: quando não for respeitado o trâmite legislativo.

Subjetiva: a depender da competência do órgão que editou o ato.

Material: quando o ato normativo editado afrontar substancialmente os parâmetros materiais da Constituição Federal, ou seja, tratar de matéria que viole norma constitucional.

Por omissão: significa um “non facere” consubstanciado na inércia do Poder Público mediante uma ordem constitucional de agir. Vale dizer, a ausência de norma infraconstitucional que possibilite a efetividade de um direito constitucionalmente previsto. Ocorre quando o legislador não cumpre a determinação constitucional de legislar.


Tipos de controle: Controle preventivo, controle repressivo, controle difuso e controle concentrado.

Controle preventivo: é realizado predominantemente pelo Poder Legislativo, a cargo principalmente das Comissões de Constituição e Justiça da Câmara e Assembléias Legislativas e do Senado ou quando durante debates no Plenário sobre projetos de lei, visando impedir que adentrem no ordenamento jurídico normas incompatíveis com o ordenamento constitucional.

Controle repressivo: cabe ao Poder Judiciário, que o realiza no modelo difuso, por qualquer juiz ou tribunal mediante um caso concreto, ou no modelo concentrado, diretamente no Supremo Tribunal Federal.

Controle repressivo judicial difuso: Pode-se dizer que se trata de um modelo democrático, pois está ao alcance de toda a sociedade, tendo em vista que qualquer pessoa, mediante um caso concreto pode pedir ao órgão judicante que seja verificada a constitucionalidade ou não da lei, e ainda, para que a norma inconstitucional não surta efeitos no caso concreto, evitando, desta forma uma lesão a direito subjetivo. A priori, a proposta não é retirar do ordenamento o ato inconstitucional, mas evitar os efeitos da inconstitucionalidade sobre o caso concreto. Além das partes litigantes, podem suscitar a inconstitucionalidade no processo em curso, “ex officio”, o Magistrado e o órgão do Ministério Público.

A questão pode ser decidida em primeira instância pelo juízo monocrático. Todavia, quando levada à segunda instância, o tribunal deve decidir por maioria absoluta de seu pleno ou órgão especial, respeitando-se a cláusula de reserva de plenário insculpida no artigo 97 da Constituição Federal. Excepcionalmente, a controvérsia não irá ao plenário ou ao órgão especial, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão, em homenagem ao princípio da constitucionalidade das leis.

Quando a questão é levada ao Supremo, por meio de Recurso Extraordinário, após declarada a inconstitucionalidade, o Supremo deve comunicá-la ao Senado, para que, discricionariamente, através de Resolução, amplie os efeitos da decisão fazendo valer contra todos e de forma vinculante para os órgãos do Judiciário e para o Poder Executivo. Somente, então, estará pacificado o entendimento, e a lei inconstitucional será expurgada do ordenamento jurídico pátrio, porém com efeitos ex nunc, respeitando-se as relações jurídicas já consolidadas.

Controle concentrado: a inconstitucionalidade é suscitada independentemente de caso concreto em litígio. Pretende-se a retirada de leis inconstitucionais do ordenamento jurídico, promovendo-se a proteção da supremacia da Constituição Federal. Busca-se declarar a nulidade do ato impugnado, para que o mesmo seja expurgado do ordenamento jurídico e as situações jurídicas travadas com base no ato inválido, sejam também declaradas nulas.


Há cinco tipos de ações que podem ser propostas diretamente no Supremo: a Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica (art. 102, I, a, CF), a Ação Declaratória de Constitucionalidade (art. 102, I, a, in fine – EC nº 03/93), a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (art. 36, III, CF), a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (art. 103, § 2º, CF) e a Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (art. 102, § 1º, CF).

Tipos de ações diretas no STF – Controle concentrado: Ação direta de inconstitucionalidade, ação direta de constitucionalidade, ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ação direta de inconstitucionalidade interventiva e ação de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF.

Ação Direta de Inconstitucionalidade: podem ser objeto leis e atos normativos federais ou estaduais, incluindo-se os atos normativos distritais, referente às questões de competência estadual, as Emendas Constitucionais, os decretos e resoluções do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, resoluções dos Tribunais Superiores e os tratados e convenções internacionais incorporados ao ordenamento jurídico pátrio.

Ação Direta de Constitucionalidade: o objeto será lei ou ato normativo federal, apenas. Ademais, para que a questão seja levada ao Supremo, deve haver divergências jurisprudenciais quanto à constitucionalidade do ato impugnado, que se pretenda pacificar.

Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão: A proposta dessa modalidade de controle é proporcionar plena efetividade às normas constitucionais, que dependem de legislação infraconstitucional. A ação não abrange qualquer omissão, mas apenas as omissões provenientes de uma obrigação de editar normas que possibilitem o gozo do direito constitucionalmente garantido, como as normas de eficácia limitada. Deve haver por parte da constituição uma exigência de ação do Poder Público e por parte deste, uma inércia.

O artigo 103, § 2º da Constituição prevê um controle abstrato das omissões do Poder Público, no que tange à elaboração de atos normativos destinados a dar efetividade às normas constitucionais. A ação é proposta diretamente no Supremo Tribunal Federal e o procedimento é o mesmo da lei nº 9.868/99, por analogia, naquilo que for compatível.

Ação Direta de Inconstitucionalidade interventiva: Prevista no artigo 36 da Constituição, a intervenção federal visa à proteção da unidade federativa do Estado brasileiro. Consiste na possibilidade de haver supressão da autonomia de um ente federativo, mediante ameaça de alguns dos princípios basilares da estrutura federativa. Elencados no artigo 34, VII da Constituição, esses princípios recebem pela doutrina o nome de “princípios constitucionais sensíveis” e são os seguintes:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.


Desta forma, qualquer lei ou ato normativo que venha a violar um dos princípios constitucionais sensíveis, será passível de controle por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.

A Ação Interventiva deve ser proposta pelo Procurador Geral da República, seu único legitimado, que atua discricionariamente. O órgão competente para processá-la e julgá-la é o Supremo. Possui dupla finalidade: jurídica, pois pretende a declaração de inconstitucionalidade do ato normativo estadual violador; e política, pois requer a decretação da intervenção federal no Estado-membro ou Distrito Federal.

Ação de Descumprimento de preceito fundamental: Entende-se por preceito fundamental as normas fundamentais da Constituição, ou seja, aquilo que há de mais relevante nela, seu núcleo central. Segundo o STF, destacam-se os princípios fundamentais (art. 1º ao 4º, CF); os direitos fundamentais (art. 5º ao 17, CF); as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, CF) e os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CF).

Caberá ADPF para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental decorrente de ato do Poder Público e quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, mesmo que pré-constitucionais ou já revogados. Daí seu caráter subsidiário, que alcança inclusive o controle da legalidade.

A violação a preceito fundamental pode surgir a partir de um questionamento em tese sobre a inconstitucionalidade de uma lei (arguição autônoma) ou a partir de uma controvérsia constitucional relevante, que esteja sendo suscitada em um caso concreto, perante qualquer órgão jurisdicional (arguição incidental).


Fontes:
Curso de Direito Constitucional Positivo – José Afonso da Silva;
Direito Constitucional – Alexandre de Moraes

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Comum de dois!





Quis se recriar
Quis fantasiar
No quarto de vestir
Despiu-se do pudor

Quis se adornar
Quis se enfeitar
Vestido e salto
Enfim pra si tomou

Se transformou
Se arriscou
Reinventou
E gostou
Ele se transformou


Precisou correr
Uma vida pra entender
Que ele era assim
Um comum de dois

E hoje vai sair
Com a melhor lingerie
Não pra afrontar
só quer se divertir

Mas ele afrontou
Provocou
Assombrou
Incomodou


E ele nem ligou...

Se acabou
E beijou
E dançou
Ele aproveitou

Quando apontam aquele olhar
Ele sabe e deixa passar
O salto dói, ele sorri
Mas machucava ter que omitir
Prazer e dor de ser mulher
Por essa noite é o que ele quer
Degusta bem, bem que valeu

Ele se transformou...

Sua dama ao seu lado amparando o motim
Juntos rolam pela noite
Nunca dantes par assim



Comum de Dois - Pitty
Composição : Pitty

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Amor! Mais uma vez!





Digo: - Quero amar!
Ouço: - Você não quer amar, porque não está acontecendo isso na sua vida!
Saio pensativa:
Então porquê não quero o amor na minha vida?
Não quero o amor porque amo a minha liberdade,
Amo não ter que dividir contas,
Não ouvir o ronco,
Não brigar,
Não conviver matrimonialmente.
Mas sinto falta:
Dos beijos,
Dos abraços,
Dos carinhos.
Concluo:
- Sou feliz solteira!
Não quero assumir responsabilidades...
E ouço: Eu e amo!!
Em uma relação normal, é muito difícil ouvir: Eu te amo!!
Principalmente vindo do sexo oposto!
Estou sem chão!
Sem colo!
Não estou triste!
Estou apenas sem saber no que acredito!
Porque dizer: - Eu te amo sem assumir as responsabilidades,
é o mesmo de não ter dito!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Eu disse que a inspiração voltou...




Pela primeira vez na vida abandono o meu fascínio pela Mitologia Celta, que sempre esteve presente na minha vida devido a minha facilidade de compreensão desta cultura, religião, contos e lendas.

Cultura da qual, quero conhecer a terra, adentrar nas lendas e vivenciar Avalon. Acredito que já fui uma Sacerdotisa Celta, talvez tenha sido um “druída”, ou até mesmo amiga de Merlin, Lancelot, Arthur (rei) e Morgana.

Viagem!

Mas vou conhecer esta terra sim!

Hoje, um flash adentrou em meu “winchester” intelectual (o pior que a palavra winchester tem tantos significados, mas este fica para um próximo texto). Como quero ter a intuição presente na minha vida acabei me lembrando de Platão e Aristóteles...

Mitologia Grega, a minha negação e o meu fracasso intelectual. Porque sempre tive dificuldades na compreensão, lia e nunca entendia.

Volto a dizer: assumo a minha intuição e com isto a inspiração sai pelos meus poros! Preciso colocar para fora, porque senão o meu cérebro frita e queima! Preciso vomitar os meus pensamentos.

Então vamos filosofar quanto às formas de conhecimentos previstas por Platão e Aristóteles:

Para Platão existem quatro formas ou graus de conhecimento que são a crença, opinião, raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras podem ser descartadas da filosofia, pois não são concretas, sendo as duas últimas formas de fazer filosofia. Para Platão tudo se justifica através da matemática e através dessa que nós chegamos à verdadeira realidade. O conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma das realidades, como se fosse uma visão dos homens da caverna e o conhecimento intelectual (raciocínio e indução) alcança a essência das coisas, as idéias.

Já para Aristóteles existem seis formas ou grau de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. Para ele o conhecimento é formado e enriquecido por informações trazidas de todos os graus citados e não há diferença entre o conhecimento sensível e intelectual, um é continuação do outro, a única separação existente é entre as seis primeiras formas e a ultima forma, pois a intuição é puramente intelectual, mas isso não quer dizer que as outras formas não sejam verdadeiras, mas sim formas de conhecimento diferentes que utilizam coisas concretas.

A teoria das idéias apresentada por Platão diz que você vem ao mundo com suas idéias já formuladas e que essas idéias são intemporais, e Platão explica as diferentes idéias sobre o que é justiça, dizendo que ela é inata e todos têm a mesma fonte do que seria a justiça.

Já a tese formulada por Aristóteles permite essa diferença, pois as idéias não são assimiladas por todas as pessoas na mesma fonte, pois a fonte é a experiência e nem todos tem as mesmas experiências.

Quando digo que o meu cérebro frita, ninguém me entende! Quando digo que sou intensa e sensível e que vivo num mundo distante e inatingível, aí sim, é pior; porque nem eu mesma me entendo.

Intuição, vozes, auto-conhecimento, a constante busca de respostas e o encontro do que não é compreendido pela maioria dos mortais. Esta sou eu! Tentando não ser diferente!

Não queria me sentir assim. Isso me torna quase sempre um ser anti-social, mas que culpa tenho eu? Se nasci assim...

Complicada e perfeitinha!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Avalon: http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalon

Energia



Sinto a mudança.
Estou me permitindo.
Aberta às possibilidades.
Principalmente às oportunidades.
É muito bom estar vivo!
Renascido.
Com cicatrizes,
Com superações.
O dia está especialmente lindo!
A melancolia?
Faz parte!
Vivencie!
Porque?
“Porque nem todos os dias são de SOL,
Nem todos os dias são de festas”.
Vivamos com amor!
Sabedoria!
Respeito!
Dignidade!
A mudança de hábitos,
Favorece a nossa transformação psíquica!!!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

FRUTOS PODRES E AMARGOS DE FATO!



Escrevi este texto em alguns segundos, mas quando fui repassá-lo para o blog, meio que no piloto automático, surgiram outros pensamentos e o objetivo principal deste texto perdeu o sentido. O Objetivo principal era apenas dizer ao mundo que supero a melancolia e dar “um tapa de luvas” naquilo que me perturbava. Por um instante, pensei que havia perdido a minha sensibilidade, mas foi justamente o contrário que aconteceu. Agora tenho a minha sensibilidade sem melancolia. Então, vamos ao texto:

“Os frutos podres e amargos estão em todas as árvores e em todos os quintais”. Quando dividimos um fruto amargo estamos prejudicando a vivência de um grupo social. É um ato maquiavélico, doentio e maldoso! É o fechamento no egoísmo, na maldade; é o ato de não pensarmos no próximo, onde o ciúme e a inveja nos tornam incapazes de lhe dar com o nosso próprio insucesso.

Domingo colhi um fruto amargo. Doeu! Retribuí com ira! Me arrependi (como sempre). Me envergonhei!

Tive a atitude que tanto quero evitar. O ciclo do qual quero me livrar.

Quando percebi, me recolhi no meu mundo particular e pessoal, que nem eu mesma entendo, e fui visitar o meu “ego”. Me deprimi e me envergonhei ainda mais!

Me distanciei e fiquei com antipatia de tudo que estava me machucando. Ansiosa, deixei à ira invadir os meus pensamentos, mas não tomei nenhuma atitude, esperando o coração acalmar.

Deitei na minha cama no meu quarto escuro. Desliguei o telefone, a net e o PC, na verdade queria desligar o meu cérebro. Estava sem vontade e sem forças. Cheguei a pensar que a melancolia fosse voltar e que estava perdendo a minha sensibilidade, porque os meus olhos enchiam de lágrimas e eu não conseguia chorar.

Com isto uma sensação de perda, marcada por uma dor no peito tomou conta de mim. Por alguns segundos perdi a crença na humanidade, nas pessoas e em mim mesma.

À noite, fui ouvir uma ópera de Carmina Burana, pensando numa canção belíssima, que não ouvia há muitos anos. Não ouvia mais porque me decepcionei com a tradução daquele latim que tanto me emocionava na adolescência. A canção bela, traduzida naquela época, nada representou na minha vida naquele instante, porque apenas falava de um pato livre num lago, que foi caçado e assado para ser degustado em um banquete...

Especialmente ontem, este pato assado teve a sua função social. Em busca da música, encontrei um filme belíssimo no “youtube” do qual sei, que poucas pessoas conseguiriam assistir! Agora entendo porque Carmina Burana sempre foi tratada como “trash” dos clássicos. Com isto, encontrei a inspiração e o dia ficou tal como a canção do U2: Beautiful Day!

Sei que a vida é uma comunidade humana, e que é no convívio que superaremos as nossas dificuldades. A convivência humana e diária é muito difícil, mas certamente é a chave para a nossa superação.

Às vezes me desespero e penso em desistir. Evacuo a minha presença do mundo por não ter a capacidade e forças para seguir adiante. Eis que renasço!

No instante que recolhi este fruto amargo me deparei comigo mesma, com o pior e com o melhor que existe em mim.

Não vou perder a esperança na humanidade em virtude destes “frutos amargos” e reais, porque tento...

Tento me colocar no lugar do outro e sei que preciso superar as minhas dificuldades. Quero abandonar o meu “ego” inflado. Porque sei que é o caminho para encontrar a minha paz interior.

A paz começa comigo, com a família, com os vizinhos, com os amigos. Quero propagar frutos bons, mas preciso dos amargos para admitir a minha ignorância.

No fundo, sei que, quando estou em desequilíbrio, sou mais imperfeita ainda, erro mais e me arrependo, porque distribuo frutos podres.

Estou à procura da minha autotransformação pessoal.

Estou satisfeita com esta busca. A melancolia me atormentou por menos de 24 h e a inspiração voltou.

Frutos amargos é a nossa capacidade de rever o todo.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza


Observações:Inspiração: http://www.youtube.com/watch?v=e2IrZxM9ahQ ; os frutos amargos não precisam ser citados!

Carmina Burana: Os "carmina burana" são textos poéticos contidos em um importante manuscrito do século XIII, o Codex Latinus Monacensis, encontrados durante a secularização de 1803, no convento de Benediktbeuern - a antiga Bura Sancti Benedicti, fundada por volta de 740 por São Bonifácio, nas proximidades de Bad Tölz, na Alta Baviera. O códex compreende 315 composições poéticas, em 112 folhas de pergaminho, decoradas com miniaturas. Atualmente o manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Munique. Carl Orff, descendente de uma antiga família de eruditos e militares de Munique, teve acesso a esse códex de poesia medieval e arranjou alguns dos poemas em canções seculares para solistas e coro, "acompanhados de instrumentos e imagens mágicas”.

Frutos podres!





“Quanto mais ético a gente é, mais a gente sofre, uma vez que, refletimos demais”.

Ainda filosofando, concluímos no “nosso Grupinho Semanal - As mais legais” o seguinte: quanto mais livre somos, mais perdemos o nosso livre arbítrio, tendo em vista que, nos condicionamos ao exercício e à prática do certo, então nos limitamos inconscientemente.

Vou dizer assim: Deus nos concedeu o livre arbítrio na sua grandiosidade, ele é fantástico, mas também, nos apresentou as regras.

Seguimos as regras por intuição, obediência, inconsciência ou até mesmo para manter a aparência.

A minha descoberta? Sigo as regras em virtude da minha forte intuição, ouço vozes conversando comigo o tempo.

Já tive medo dessas vozes, já quis esquecer estas vozes, já pensei que estivesse louca. Hoje sei que preciso escutá-las! Quero ouvi-las! Preciso delas agindo na minha vida e no meu coração.

Além de aprender a conviver com as minhas vozes, quero tornar-me uma pessoa melhor!

Quero meditar mais, conviver mais e irradiar a minha vida de paz! Sentir o suspiro e a intuição!

E principalmente o amor.... O amor ao próximo!!! O amor à vida!

Vou ser egoísta neste ato e não ter vergonha de dizer: fui egoísta, sou egoísta. Para amar ao próximo, antes de tudo precisei aprender a me amar!!

Obs.: ia escrever sobre um assunto e me desviei! É apenas minha intuição conversando comigo!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Laboratório


Agora...
Quero tirar a minha roupa!
Mostrar as minhas imperfeições físicas...
Minhas estrias e gordurinhas,
Melhor dizer, meu corpo no formato de violão!
Quero ser leviana,
Entregar-me!
Porque sou igual a todos no mundo.
Somos iguais.
E posso me entregar,
Sem temer...
Não quero exigir.
Os ciclos existem.
O infinito presente e futuro são prósperos!
Em tudo há um recomeço!
E se ainda não estamos felizes,
É porque o fim... ainda não chegou!
Mas uma coisa é fato: a alegria é a única coisa que podemos dar sem possuir!!
Vou me entregar, porque a vida é o meu laboratório!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Amar!




Por quê não quero o amor na minha vida?
Não sei...
Sempre grito aos quatro cantos do mundo...
que quero amar!
Se o que exteriorizo é o que eu não quero...
Então porque me choco com esta afirmativa?
O de dizer que procuro um amor verdadeiro e no meu íntimo estou vibrando o contrário...
Estou vibrando: não quero um amor...
Filosofia e psicologia é um saco!
A resposta também é óbvia:
Não quero perder a minha liberdade.
E hoje,
Não quero abrir mão da minha zona de conforto!
Porque namorar, ficar, fletar e fincar...
É bom demais!!
É paixão, é quente!
Tempestade... tranquilidade...
Neste tipo de relação não temos a responsabilidade.
E o peso de um vida conjugal!
Não quero ser uma tia coroca, nem uma "Amélia" e muito menos uma mau amada!
Quero ter vários amores!
Amores livres, repletos de liberdade e conforto!
Não quero uma prisão!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Conflitos




Hoje o meu corpo diz:
Te quero, te desejo!
E ando pelo rua
Com um sorriso estampado
E um rebolado!
Te imagino e te curto
Chamando a atenção...
De todos os olhares!
Sei que não é real!
Mas estou feliz!
Porque sei...
Que não quero envolver-me!
Com pessoas que não se mam!
Porque a melhor coisa...
Na vida,
É se amar!
E quanto à minha cabeça?
Quero perdê-la...
Porque ela me faz perder o rebolado...
E cair na real!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Reflexão




Chorar não resolve, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, e o que não mata com certeza fortalece!

Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua!

Para qualquer escolha se segue alguma consequência...Vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze.

Perdoar é nobre,esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim... e de perto ninguém é normal.

Quem te merece, não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos.

...Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela.

Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

AMIGOS TAMBÉM DIZEM EU TE AMO,E SE REALMENTE SÃO.AMAM!!

Não fique preocupado, você nunca sabe quem está se apaixonando pelo seu sorriso."

Por: Denise Azevedo

É a vida!





Você vai ser excluído da brincadeira, seus coleguinhas vão rir de você, você tem um defeito irremediável. Você vai se enfurecer com alguns amigos, pessoas que ama vão morrer, pessoas muito próximas vão te decepcionar. Amores vão te abandonar. Alguém, agora, possivelmente está falando mal de você. E te trair, provavelmente todos vão, principalmente os mais próximos. A humanidade não é perfeita, muito menos você é. Acredita?

Pois é, o mundo é assim e você vai se machucar, vai chorar. Eu me machuquei e chorei. E não adianta imitar a moça da propaganda de margarina, você não será feliz pra sempre, até porque quem tenta ser feliz pra sempre, fica a controlar a vida e perde a graça da borboleta que acabou de passar.

Fingir que não está vendo o que está acontecendo ao seu redor, se esconder no canto da sala, ser sempre o mega-ultra-hiper-blasto legal, não vai também te poupar. Não é possível evitar a vida, ela está acontecendo, quer você queira ou não, e ela vai te atingir, queira ou não, e você vai sentir dor, querendo ou não. E também não vai resolver ficar eternamente se lamentando, com essa ferida aí aberta no peito, sangrando, mostrando pra todo mundo que “o mesmo mundo” foi tão injusto com você; ele já sabe. Não enfrentar os desafios acumula mágoas, cria cicatrizes. Reclamar é não querer se responsabilizar pela própria vida, melhor é encarar de frente, falar abertamente, mostrar o que sente; dar a outra face.

Alguns vão dizer que não te amam, outros nem se importarão com a sua existência, mas não adianta fugir, melhor se mostrar.

Melhor olhar para o mundo com a verdade do que é agora, tentar entender que estamos engatinhando no amor e que vamos TODOS errar. Ninguém vai te salvar disso, e se o fizesse, não seria assim tão justo e tão bom, já que o impediria de brindar.

Mas podemos sentir e deixar passar… Porque a arte está nisso, em sentir e deixar passar. Sentir até o fim de toda essa tristeza essencial de que as coisas não são sempre do jeito que esperamos que sejam, mas que o resultado pode ser gostoso também. Ou você vai preferir ficar parado olhando todo mundo brincar de longe, ao invés de entrar lá, ocupar seu espaço, correr os riscos?

Eu? O que é que eu vou fazer? Eu vou lá pro parquinho bater e apanhar, cair, chorar, levantar, gargalhar… balançar, pular, gritar, brigar! Sujar os pés, molhar na chuva, rolar na grama, sonhar nas nuvens. Ralar o joelho, dar as mãos ao amigo, fazer parte do jogo. Pelo menos vou tentar, porque viver é sentir, pensar e caminhar, é estar junto e ficar só, é ter medo e enfrentar. Vamos também?

Porque se não formos, não vamos sacar o outro lado que é feito de amor e flor, de carinho e respeito, de acolhimento e calor. De sorrisos brilhantes e abraços eloqüentes. Vale a pena! E a delícia é aceitar que Ela é cheia de caixinhas de surpresas e para podermos desfrutar cada uma, precisamos “nos” abrir, sair da “nossa” caixa quadrada que criamos pra nos proteger.

“O apego à felicidade e aversão à dor impedem o amor.”

Por: Paula Jacome - http://chaentreamigas.com.br/?p=3508

quarta-feira, 13 de abril de 2011

ENEATIPO IV. AMOR-ENFERMIDADE

Em sua obra Cinco Rostos do Amor, André Maurois usa o termo “amor-enfermidade” para designar a paixão amorosa atormentada que caracteriza o mundo psicológico de Proust. Diz Maurois que, à diferença de Madame de Lafayette, Rousseau ou Stendhal, Proust já não acredita que a violência da paixão “se torne legítima pela qualidade excepcional dos seres que são seus objetos”. E acrescenta: “Veremos que considera o amor-paixão como uma enfermidade inevitável, dolorosa e fortuita.”
Comentando esta observação à luz da psicologia dos eneatipos, diria que tanto o amor do EII como do EIV são apaixonados, com a diferença de que o orgulhoso acredita, exalta e idealiza sua paixão e o invejoso (que não crê em si mesmo) apenas a sofre.
Pode-se dizer que a pessoa invejosa é propensa ao amor. A inveja é um sentimento carencial, uma voracidade do outro, uma espécie de canibalismo amoroso que se autofrustra por seu excesso. Este excesso leva à frustração por dois motivos: porque pede mais do que lhe é dado esperar e porque molesta o outro com sua insistência. A situação pode ser comparada à do bebê que morde o peito da mãe em seu afã; a frustração que o levou a mordê-la em primeiro lugar se soma à produzida por uma mãe dolorida que lhe faz cara feia ou o rejeita.
A exigência excessiva é resposta à uma frustração anterior, naturalmente. É como se estivesse dizendo: “Dá-me porque não me deste o suficiente, compensa-me! Existe nesta exigência de compensação um matiz de vingança. Para um adulto que não se desconhece completamente, a situação se complica porque se sabe “mordedor”, e aquele que tem uma imagem negra de si mesmo – alguém que percebe a carga agressiva que existe em seu amor – não se sente digno e antecipa a rejeição. É algo bem conhecido que a antecipação da rejeição se torna realidade. Um conhecido chiste o explica: alguém se dirige para a casa de um amigo para pedir-lhe o violão emprestado. Já a caminho da propriedade vizinha, pensa que pode ser uma má hora pois talvez seu amigo esteja comendo. Nos poucos minutos de caminhada, fantasia que não só seu amigo ficará aborrecido como terá pouca boa vontade para emprestar-lhe o instrumento. Um violão é uma coisa muito pessoal para alguém que tenha se dedicado tanto a tocá-lo... Depois de ter batido na porta, o amigo o recebe e sorrindo lhe pergunta acerca do motivo de sua visita. Ele não consegue evitar responder: “Vá para o diabo com seu violão!”
Mesmo sendo o gesto da inveja um excessivo pedir, demasiada exigência, esta necessidade do amor alheio se baseia em uma correspondente incapacidade de valorizar-se ou querer a si mesmo; a pessoa depende exageradamente do outro não por simples desconexão – como no caso do EIII – de seus valores, mas por uma desvalorização mais presente que chega a extremos de uma auto-agressão consciente ou de ódio a si mesmo, um sentimento de ridículo. Quando se fala de uma paixão amorosa, é este o tipo de amor o que se tem presente; o amor-enfermidade, como disse Maurois.
Pode-se dizer que a intensidade da importância que se dá ao amor o converte numa grande paixão; porém mais que paixão poderia chamar-se enfermidade, por seu elemento de dependência e insaciabilidade. Uma dificuldade adicional para a pessoa que tanto necessita carinho se sinta querida, além de sua auto-invalidação é a invalidação do sentimento do outro: “Se tu queres a mim, que sou uma porcaria, que tipo de pessoa és tu? Se podes enganar-te tanto, tua necessidade deve ser tão grande quanto a minha.” A pessoa não pode conceber-se querida e não se permite a satisfação ainda quando poderia dizer-se que a conseguiu, embora isto seja difícil porque é muito característico deste tipo ver o que falta mais do que o que possui. O amor não é suficientemente perfeito, ou suficientemente exaltado ou suficientemente romântico para chegar a tocar a sua sensibilidade. Um amor tão suscetível de ser ferido ou frustrado se contamina de ressentimento precisamente pela frustração ou a necessidade.
O EIV é um caráter demasiado serviçal, sempre à disposição, adaptável, inclusive obsequioso, empático, ajudante, sacrificado, que agüenta até níveis masoquistas a frustração e o sofrimento, porém ao mesmo tempo cobra-se ou se compensa por todo o seu sacrifício através de uma exaltação de seu próprio desejo frustrado, que se torna voracidade inconsciente.
O amor dos invejosos torna-se mórbido pela intensidade de sua sede do outro, por sua interpretação pessimista das situações e sua tendência à autofrustração. Tão característica como isto ou mais é a tendência a pedir por meio de um “pôr-se doente”. A associação da atitude romântica com a enfermidade é suficientemente reconhecida para que tenha graça para qualquer um o chiste que encontrei tempos atrás em uma revista: um médico inclinado sobre o leito de um enfermo, dizia à sua mãe: “Seu filho é um poeta muito doente.”
Quanto menos permitido é o pedir e mais vergonhoso o desejo, maior é a necessidade de atrair o objeto do desejo “inocentemente”, quer dizer, sem culpa, através da intensificação da experiência – intensificação histriônica, pode-se dizer – da necessidade e sua frustração. Quanto mais proibida é a exigência, mais necessário se faz para este caráter exigir atenção e cuidados, aparentemente sem pretendê-lo, seja através do sofrimento, de seu papel de vítima ou de sintomas físicos e dificuldades variáveis.
Às vezes, chama-se a isto, “chantagem emocional” e observa-se não só entre amantes como entre pais e filhos. A sedução através da debilidade e da necessidade é para nós um recurso feminino tão conhecido como a sedução das irresistíveis, que um par de gerações atrás se expressava em desmaios. Não é, no entanto, mais que uma amplificação do pranto com que toda criança chama sua mãe pedindo-lhe a satisfação de suas necessidades ou socorro.
Contudo, é necessário distinguir o lamento da verdadeira compaixão por si mesmo. Apesar de sua busca de compaixão e sua queixa de não encontrá-la o EIV dificilmente a sente por si e nem sequer lhe resulta fácil recebê-la. Nem para receber coisas boas sente-se com direito, pois não só não se ama, odeia-se, desvaloriza-se e se rejeita.
O amor transpessoal, mais além do eu e do tu, pode-se dizer que não está caracteristicamente na esfera do religioso nem da do bem tanto como na esfera da beleza. Os valores superiores com os quais a pessoa se conecta são principalmente o amor à arte e o amor à natureza. Talvez o amor a um Deus pessoal se complique com o não se sentir merecedor, porque a evocação do divino só intensifica a dor da culpa. Além do mais admirar é coisa muito problemática para os competitivos.
O erótico pode ser veementemente perseguido, pois é algo que tira o indivíduo do ordinário e acalma sua sede de intensidade; porém existe neste caráter uma dificuldade de entregar-se ao prazer, e também ao outro. Tanto é assim que Wilhelm Reich interpretou o masoquismo como expressão de uma inibição orgástica. Também é proeminente a expressão do amor-dar, tipo ágape, que se manifesta como orientação ao serviço, defesa dos oprimidos e empatia. Os que necessitam de piedade não sabem recebê-la, porém se apiedam facilmente dos demais.

Fonte: http://eneagramablog.blogspot.com/2010/05/eneatipo-iv-amor-enfermidade.html

Eu sou um tipo 4 - O ROMÂNTICO - O INVEJOSO!





Características Positivas: Sensíveis, detalhistas, criativos e exigêntes.

Características Negativas: instáveis, críticos, quexosos e pouco objetivos.

Medo Básico: Medo de não ter uma identidade ou significado pessoal.

Motivações: Quer expressar-se, expressar sua individualidade. Criar e cercar-se de beleza, manter certos sentimentos e temperamentos, proteger sua auto-imagem, priorizar suas necessidades emocionais antes de qualquer outra coisa. Atrair um "salvador".

Stress: Quando caminha em direção ao stress o distante tipo 4 subitamente torna-se super-envolvido tipo 2.

Integração: Quando caminha em direção ao crescimento, o invejoso e emocionalmente turbulento tipo 4 torna-se mais objetivo e centrado em princípios, como um saudável tipo 1.

Tipo QUATRO: O Individualista

Reconhecendo QUATROS:
O Tipo Quatro exemplifica o desejo de sermos nós mesmos, de sermos reconhecidos por quem somos, e de conhecermos as profundezas dos nossos corações. De todos os tipos, os Quatros são os mais conscientes de seus próprios estados emocionais. Eles percebem quando se sentem chateados, ansiosos, atraídos por outra pessoa, ou qualquer outra combinação sutil de sentimentos. Eles prestam atenção às suas diferentes emoções cambiantes e tentam determinar o que seus sentimentos estão lhes dizendo sobre eles mesmos, os outros, e seu mundo. Quando Quatros estão mais equilibrados, sua primorosa sintonia com seus estados internos permite a eles descobrir profundas verdades sobre a natureza humana, ser testemunhas compassivas do sofrimento dos outros, ou ser profundamente honestos consigo mesmos sobre seus próprios motivos. Quando estão menos equilibrados, eles podem ficar perdidos em seus sentimentos, com os pensamentos excessivamente ocupados com reações emocionais, lembranças e fantasias, tanto positivas quanto negativas.

Quatros não são sutis e são expressivos, e eles são capazes de colocar em palavras sentimentos e estados que outras pessoas possam reconhecer, mas não conseguiriam expressar tão eloqüentemente. (“Aquele poema captura exatamente como eu me sentir ao sair de casa.”) Sendo emocionalmente honestos, e tomando o tempo para ver o que eles realmente sentem sobre as coisas, eles encorajam outros a olhar mais profundamente dentro de si mesmos.

Quatros também são pessoas que se importam muito com beleza e gosto. Muitos Quatros, por exemplo, estão envolvidos em atividades artísticas. Mesmo que não sejam eles mesmos artisticamente criativos, Quatros buscam arte, poesia, música, e outras expressões que eles acham belas, pois eles sentem que estas coisas revelam algo verdadeiro sobre eles mesmos e sobre a natureza humana.

Quatros muitas vezes se vestem de maneiras que acentuam seus próprios sensos de estilo pessoal, mas também de maneiras que simbolicamente deixam os outros sabendo como estão se sentindo (vestir-se completamente de preto ou em tons de violeta, por ex.). Da mesma maneira, eles tipicamente decoram suas casas com objetos e cores que evocam um forte senso de imagem e estado de espírito e refletem sentimentos pessoais e associações.

Acima de tudo, Quatros querem distinguir-se dos outros – eles querem sentir que seu gosto, sua auto-expressão e sua profundidade emocional são únicos. Assim, eles tendem a enfatizar todas as maneiras pelas quais eles não são como os outros – principalmente sua própria família. Eles querem profundamente saber quem são e que quem eles são é especial de alguma maneira. Serem elogiados ou ouvirem que são amados é legal, é claro, mas o que Quatros realmente querem é que os outros reconheçam e apreciem o padrão de qualidade que é único deles – o fato de que eles não são genéricos.

Devido a sua poderosa necessidade de se verem como diferentes dos outros, Quatros muitas vezes acabam se sentindo sozinhos e incompreendidos. Eles se tornam “forasteiros” criativos, e têm orgulho disso. Se estiverem trabalhando em um trabalho regular, eles encontrarão maneiras de colocar sua marca original em seu trabalho. Isso pode ir desde encontrar sua própria maneira de apresentar relatórios, a ter um estilo de design reconhecível, até decorarem seus escritórios de um modo que reflita seus gostos e sentimentos. Eles podem dirigir sua própria companhia (contanto que exista um componente criativo no seu trabalho e seja emocionalmente satisfatório), ou podem estar em uma profissão que faça uso de seu toque pessoal, como designer de roupas, advogado, ou um terapeuta de algum tipo. Quatros são muitas vezes artistas profissionais, escritores ou professores. Acima de tudo, Quatros querem que suas vidas sejam uma obra de arte.

Eles querem realizar algo belo apesar da solidão, sofrimento, e dúvidas de si mesmo, que eles sentiram tão freqüentemente.

Infelizmente, a necessidade do Quatro de ser diferente também pode levar à alienação e a uma tendência em ficarem absortos em sentimentos de perda, tristeza, e melancolia. Todos os nove tipos podem se sentir tristes, solitários, ou deprimidos, mas Quatros se sentem assim freqüentemente – mesmo quando não há nada em sua vida atual que cause estes sentimentos. Muitas vezes eles ficam convencidos de que esses sentimentos são mais reais e autênticos quando comparados com sentimentos mais passageiros de felicidade ou entusiasmo. De fato, Quatros começam a sentir que estão sendo as pessoas mais reais, as pessoas mais honestas, porque estão focando em desapontamento e tristeza. Em última instância, isso pode levá-los a nutrir e prolongar esses sentimentos dolorosos em si mesmos.

Em breve, Quatros querem expressar si mesmos e sua individualidade, criarem e se cercarem de beleza, manterem certos estados de espírito e sentimentos, se retrair e proteger suas vulnerabilidades, cuidar de necessidades emocionais antes de qualquer coisa, e atrair um ‘salvador” que irá entendê-los.

Quatros não querem restringir ou perder o contato com suas emoções, sentir-se comum, não ter sua individualidade reconhecida, ter seu gosto questionado, serem exigidos em cenários sociais, seguir regras e procedimentos impessoais, gastar tempo com pessoas que eles acreditam faltar gosto e profundidade emocional.

Seu Lado Oculto
Na superfície, Quatros podem parecer sofrer de dúvida crônica de si mesmos e extrema sensibilidade à reação dos outros a eles. Mas parte da razão para isso é que os Quatros muitas vezes mantêm uma imagem secreta, interna, de quem eles acham que poderiam ser. Eles têm uma idéia do tipo de pessoa que seria fantasticamente talentoso, socialmente adepto e intensamente desejado. Em resumo, Quatros acreditam que se de alguma maneira fossem diferentes de como são, eles seriam vistos e amados. Infelizmente, eles constantemente se comparam negativamente a esse eu idealizado secreto – o ‘eu fantasioso”. Isso dificulta muito aos Quatros apreciarem muitas das suas genuínas qualidades positivas pois elas nunca são tão maravilhosas quanto sua fantasia. Muito do crescimento para o tipo Quatro envolve deixar esse eu secreto idealizado para que possam ver e apreciar quem eles realmente são.

Questões de Relacionamento
Como os românticos do Eneagrama, Quatros focam uma boa parte do seu tempo e atenção em seus relacionamentos. Quatros altamente funcionais são sensíveis aos outros – especialmente aos sentimentos dos outros – e apreciam qualquer tipo de troca pessoal autêntica. São excelentes ouvintes e dão toda sua atenção quando alguém com quem se importam está tentando se expressar. Infelizmente, Quatros também tendem a ficar presos em suas próprias reações e dramas emocionais. Quando isso acontece, eles têm dificuldade de ver os outros ou ouvi-los objetivamente. Suas fortes reações emocionais podem dificultar-lhes a manutenção de conexões interpessoais. Quatros tendem a ter os seguintes problemas nos relacionamentos:
• Tornam-se absortos em si mesmos e desinteressados nos sentimentos e problemas dos outros por sentirem-se oprimidos por seus próprios sentimentos
• Idealizam parceiros em potencial, e aí se sentem decepcionados uma vez que os conhecem – muitas vezes desvalorizando-os e rejeitando-os.
• Colocam grandes expectativas de apoio e ‘sustento’ no parceiro
• Ficam mal-humorados e temperamentais – fazendo os outros “pisarem sobre ovos”.
• Sonegam atenção e afeto para punirem os outros.
• Imaginam que os outros têm opiniões sobre ele piores do que ele mesmo – sendo irritáveis e hipersensíveis a qualquer desfeita.

A Paixão: Inveja
Em algum nível, Quatros acreditam que falta a eles algo que as outras pessoas parecem ter. Sentem que algo está errado com eles ou com seus relacionamentos, e eles começam a estar agudamente conscientes do que não está funcionando em suas vidas. Naturalmente, dado este estado de espírito, é difícil para os Quatros sentirem-se bem consigo mesmo ou apreciar as coisas boas em seu mundo.
Quatros acertadamente percebem que existe algo de inadequado e incompleto no ego, mas eles incorretamente presumem que eles são os únicos que sofrem desse problema. Quatros adquirem então o hábito de se compararem aos outros, concluindo de algum modo que eles ‘pegaram o palito mais curto”. Quatros sentem que eles foram destacados pelo destino por maus tratamentos, azar, relacionamentos insatisfatórios, deficiência dos pais, e sonhos despedaçados. É quase um choque para muitos Quatros descobrir que outras pessoas sofreram tanto ou até mais do que eles. Isso não significa que os Quatros não tenham sofrido ou que seus passados dolorosos não têm conseqüências. Mas v precisam ver como eles perpetuam seu próprio sofrimento, focando continuamente em velhas feridas ao invés de verdadeiramente processarem essas mágoas e desapegarem delas de uma maneira que permitisse a eles se curarem.


No Seu Melhor
Quatros saudáveis empenham-se para serem verdadeiros com eles mesmos. Eles são emocionalmente honestos e não têm medo de se revelarem para os outros, mesmo com os “podres”. Eles combinam auto-ciência e introspecção, com grande força e resistência emocionais. Eles trazem uma sensibilidade intensificada para suas experiências e são capazes de compartilhar com os outros as sutilezas de seu mundo interior. Isso convida os outros a fazer o mesmo.


Eles são altamente intuitivos e criativos e acrescentam um toque pessoal, humano, a qualquer coisa em que estejam envolvidos. Eles tratam os outros com gentileza, tato e descrição. Eles podem ser maravilhosamente expressivos com uma visão irônica, espirituosa, da vida e de si mesmos, muitas vezes encontrando humor em suas próprias manias e contradições. Eles trazem um senso de beleza, refinamento, e riqueza emocional para dentro da vida das pessoas.
Assim, Quatros altamente funcionais são profundamente criativos, expressando o pessoal e o universal, possivelmente através da arte, mas também em seu dia-a-dia. Eles estão em contato com a natureza sempre mutante da realidade e são inspirados por ela. Quatros altamente funcionais são capazes de renovar-se e regenerar-se repetidamente, transformando até suas experiências mais dolorosas em algo belo e significativo do qual os outros podem se beneficiar também. Eles têm um profundo senso de “permitir” e eles são capazes de manter até mesmo os sentimentos mais dolorosos com compaixão e sensibilidade – sejam os seus próprios ou os de alguma outra pessoa.

Dinâmicas e Variações de Personalidade

Sob Stress (Quatro vai para o Dois Médio)
Quatros tentam defender seus sentimentos magoados (e ganhar atenção) retraindo-se das pessoas e sonegando sua própria afeição e atenção. Eles podem reconhecer em algum nível, entretanto, que suas tempestades emocionais e retraimento estão afastando as pessoas que mais os apóiam. Quatros então vão atrás de restabelecer suas conexões e reassegurar-se que seu relacionamento ainda está firme. Mas por estarem reagindo por stress, Quatros podem compensar em demasia tentando ganhar os outros, fazendo favores ou, mais sombriamente, por manipulação e criação de dependência, tudo como um Dois Médio a Não Saudável. Para fazer isso, eles ficam continuamente falando do estado do relacionamento com a outra pessoa e tentam se fazer mais necessários. Favores, ajuda, e relembrar os outros de seu apoio são parte do quadro. Quatros perturbados tornam-se também mais possessivos das pessoas amadas, não querendo deixá-los fora de sua vista por muito tempo, como Dois menos saudáveis.


Segurança (Quatro vai para Um Médio)
Com pessoas íntimas confiáveis, ou em situações nas quais Quatros sentem-se auto-confiantes, eles podem arriscar serem mais controladores e críticos dos outros. Sua frustração com os outros e o sentimento de decepção com a maneira como os outros estão se comportando (especialmente em relação a eles) finalmente sai à tona. Quatros podem tornar-se impacientes e críticos, demandando que as pessoas atendam seus exigentes padrões, constantemente apontando como os outros cometeram erros. Nada sobre a outra pessoa (que eles podem ter idealizado e considerado como seu tão esperado “salvador”) agora os satisfaz ou lhes dá muito prazer ou esperança. Tudo sobre a outra pessoa e sua situação se torna irritante e chato, e eles parecem não conseguir tirar os erros dessa pessoa da cabeça.


Quatros nesse estado podem também compensar suas emoções ásperas conduzindo-se em excesso, sentindo que são preguiçosos ou improdutivos se não estiverem constantemente trabalhando ou melhorando.


Integração (Quatro vai para o Um Saudável)
Á medida que Quatros tornam-se mais cientes de sua tendência de remoer e fantasiar sobre suas várias mágoas e decepções, eles também se tornam cientes do custo para si mesmos deste jeito de ser. À medida que relaxam e aceitam a si mesmos mais profundamente, eles gradualmente se tornam livres de seu constante turbilhão emocional e de sua necessidade de manter crises emocionais ou de se “mimar” como preço de consolação por não realizarem seu potencial. Gradual e naturalmente, tornam-se mais objetivos, fundamentados e práticos, como Uns saudáveis. Eles também se tornam mais realistas e capazes de operar no mundo real. Sem impor disciplinas e expectativas severas a si mesmos, Quatros em integração querem tornar-se envolvidos em questões além de si mesmos, como em trabalho comunitário, política, ambiente, ou em qualquer trabalho que valha a pena engajar suas mentes e corações. Em algum nível, eles escolhem não mais se “mimar”, mas viver dentro das restrições da realidade. Quando fazem isso, descobrem que as recompensas e os prazeres – e sua criatividade – são muito mais profundos e satisfatórios.


Os Instintos em Breve

Quatros Auto preservacionais: o Sensualista
Quatros auto preservacionais focam sua inveja e hipersensibilidade em suas preocupações sobre seu ambiente imediato e na sua busca por conforto físico. Tentam lidar com questões emocionais cercando-se do máximo de luxo e beleza que puderem bancar, se “mimando” com suas comidas favoritas, e dando a si mesmos “prêmios de consolação” por seu sofrimento. Eles podem estar decepcionados com uma situação no trabalho ou um relacionamento deficiente, e então ficam acordados até tarde bebendo conhaque caro e assistindo o filme favorito. Quatros auto preservacionais são particularmente sensíveis a questões de conforto – a temperatura de um aposento, a qualidade da iluminação, a umidade ou falta dela, o tempo – tudo produz respostas emocionais poderosas. Quatros auto preservacionais ficam frustrados porque o ambiente está insuficientemente em harmonia com suas necessidades pessoais. Tentativas de controlar o ambiente e “mimos” para si mesmos como comidas ricas, bebidas, drogas, ou outras sensações sensuais podem exaurir Quatros auto preservacionais, deixando-os incapazes de funcionar bem fora de seu próprio mundo estreito.


Quatros Sexuais: Paixão
Quatros sexuais focam sua inveja e hipersensibilidade em seus relacionamentos íntimos. São talvez o tipo mais emocionalmente intenso do Eneagrama, o que é tanto seu dom quanto sua potencial ruína. Eles possuem capacidade e desejo de intimidade profunda, e eles obtêm enorme compreensão da natureza humana através dos altos e baixos de sua vida romântica. Eles têm uma qualidade taciturna que pode ser atraente e misteriosa ou, em alguns momentos, surpreendentes para outros. Quatros sexuais despejam sua energia e atenção nos objetos de sua afeição, muitas vezes ficando apaixonados ou até obcecados, algumas vezes após apenas um encontro. Química sexual desencadeia sua imaginação poderosa, levando-os a criar enormes expectativas de parceiros potenciais. Quatros sexuais tendem a ser atraídos para pessoas que possuem qualidades e talentos que eles acreditam que não têm. Eles querem se completar associando-se ou fundindo-se com a pessoa estimada. Mas isso quase nunca funciona, então podem também acabar invejando e ressentindo seu parceiro romântico por não intencionalmente lembrá-los daquilo que eles acham que falta neles. De qualquer modo, Quatros sexuais atravessam enormes alterações de sentimento em relação aos amados – tudo desde idolatria até ódio desenfreado. Em geral, este tipo está ciente destes sentimentos, inclusive os sombrios, e encontra maneiras de expressá-los, ás vezes de modos autodestrutivos.




Quatros Sociais: O Forasteiro
Quatros sociais focam sua inveja e hipersensibilidade no reino social; assim, são pessoas que desejam profundamente pertencer, fazer parte de uma “turma popular”, com um estilo de vida fascinante, mas que muitas vezes temem não estar à altura disso. Quatros Sociais tendem a ser mais extrovertidos que os Quatros dos outros dois instintos e podem parecer Dois ou Setes. Quatros sociais podem ser engraçados, usando humor divertido, irônico, para passar uma idéia ou simplesmente para estimular a conversa. Eles gostam de expressar sua individualidade e senso de estilo de um modo mais público, embora sempre tentem esconder a extensão dos seus sentimentos de inadequação ou vergonha. Quatros sociais podem trabalhar duro para desenvolver uma persona pública através da qual podem comunicar as profundidades de seus sentimentos, mas essa pessoa normalmente é mais fascinante e livre do que o jeito como eles realmente se sentem. Quatros sociais estão agudamente cientes do artifício de sua persona, mas usam mesmo assim como uma maneira de encontrar algum sentido de pertencimento e envolvimento no mundo. Quando estão mais perturbados, Quatros sociais temem a humilhação social a tal grau que podem se retrair da maior parte do contato social, tornando-se isolados e reclusos. Podem também desenvolver um estilo pessoal cultivado para mostrar ao mundo o quão feridos e diferentes eles se sentem.


Fonte: http://www.enneagraminstitute.com/; http://eneagramablog.blogspot.com/2010/12/tipo-quatro.html;
http://eneagrama.wikidot.com/tipo:eneagramatipo4;
http://desciclopedia.org/wiki/Eneagrama