quarta-feira, 29 de março de 2017

Chamei minha sombra pra dançar
Chamei minha sombra para dar as mãos
Ela quis comandar os passos do bailado
Ela quis dançar solta pelo chão

Pedi para ela se acalmar e juntas
rodopiar as saias sob o sol amarelado
de olhos fechados e cabelos soltos
Chamei minha sombra pra dançar

Ela quis comandar os passos do bailado
Eu queria a luz do meu ser encantado
Ela queria o escuro da alma escondida

Eu a liberdade do Ser, ela o peso do ego
Eu a correnteza das águas, ela a prisão da bola de ferro
Eu as asas das borboletas, ela o casulo
Eu o olhar das grandes águias, ela a escuridão das cavernas

Chamei minha alma pra dançar
E aos poucos bailando inconsciente
A consciência despertando, segui dançando
E ao som do tambor do meu coração
Me elevei e levei a sombra pra dançar

Cheguei ao Sol...da minha alma.

Rose Kareemi Ponce


quarta-feira, 22 de março de 2017

FEITIÇO


FEITIÇO

De par em par.
Quando o três que ímpar,
Talvez um dia for par.
E os caprichos dos momentos
Equações de palavras Em variáveis se fazendo somar.
E quando seu olhar, Abarrotado de saudade não cessar.
E seus pensamentos constantes,
Feito sonho de criança te levando voar.
E seus pensamentos constantes,
Em meio a sua alma livre, sempre desejar.
Em dia de impar e par,
Quando o desejo escapar do pensar.
Onde seria o melhor lugar?
Quando a saudade de mim escapar.
Seu feitiço fez-me logo apaixonar.


Por: Sérgio Dias

MAIS QUE UM SENTIMENTO



MAIS QUE UM SENTIMENTO

Olhei para fora
No alvorecer do outono
O sol ainda não estava lá
Céu vermelho místico

Ligo o som na nossa canção
Ravel em sua perfeição nos conecta
Vivaldi zomba de nós
Nas Quatro Estações

Não quero que o mundo me veja
Acredito que não entenderiam
A ilusão persiste em não relacionar
Contudo, há algo errado e novo.

Muitas pessoas tem ido e vindo
Suas faces desaparecem como o horizonte
Mas eu vou continuar como sempre fui
Mais clara que o sol de verão

Amantes não sabem o que é culpa
Viramos para um lugar um secreto
Degustando a luxúria
Tirando nossos fôlegos

A morte nos assola
O luto nos rodeia...
Renascimento nos pertence
Em um lugar desconhecido

Vivemos o presente
Com a esperança no coração
O futuro será nosso arbítrio
O meu está em construção

Com lágrimas na face
Vejo o seu futuro consolidado
Contudo quero que saiba quem eu sou
Sou mais que um sentimento...

Por: Lucieyma Carazza

quinta-feira, 16 de março de 2017

TRIADE



TRIADE

A mente pode nos iludir
O coração nos trair
E o instinto nos levar para longe...
Longe de nós mesmo por alguns instantes
E destruir a integridade de uma história.

Onde existe amor
Existe uma dor imensurável
Um buraco fértil no coração
Um sussurro na alma
Um arrepio no corpo

Romances Shakespearianos
Sempre foram os meus preferidos
Muita paixão com tempero lúdico
Numa relação que não se consuma
Onde a morte é o final feliz

Você pode nunca sentir
E viver como um Peter Pan
Na Terra do Nunca com a Sininho...
Mas sempre existirá
Um olhar enamorado por Wendy.

O coração às vezes se ilude
Nos levando para relacionamentos egóicos
Viver em montanhas russas
Nos fornece adrenalina e ocitocina
E talvez isso nos basta... por um tempo...

Mas o que dizer de relacionamentos estáticos
Que vivenciam a simplicidade
Sem anarquia e em amorosidade?
Por quê? Aos meus olhos nos distanciamos
Daquilo que poderia ser um amor de fato!

Melhor sentir o amor
Deixar fluir como a correnteza do mar
Vivenciar o maior aprendizado:
Amar o próximo como a si mesmo!
Ser livre e sempre grato...


Por: Lucileyma Carazza

segunda-feira, 13 de março de 2017

MARATIMBA



MARATIMBA

Somos frações de segundos
Não somos apenas um único momento
Um único ser

Somos o ir e vir das águas
Às vezes cristalinas e outras turvas
Somos o beijo do mar na costa dourada

Somos pássaros que voam e descansam na brisa
Golfinhos que emergem no horizonte
E estrelas que enfeitam a paisagem

Somos corações endurecidos
A procura de felicidade momentânea
Escondidos em armaduras de defesa

Somos o livre arbítrio
O olhar apaixonado e o sorriso contagiante
Num corpo estonteante

Somos a liberdade
Confundida com a libertinagem
Em um desvio de conduta

Somos aquilo que não sabemos
Para não nos machucarmos
Em uma guerra solitária

Somos a compaixão
Enamorados pela benevolência
Conectada aos recomeços...


Por: Lucileyma Carazza