sexta-feira, 30 de março de 2012

Máscaras



Será que nosso comportamento é sempre o mesmo diante das pessoas que convivem conosco no lar e com aquelas que convivemos vez que outra?

Os fatos nos demonstram que assim não é.

Mas a quem enganamos, então?

Aos familiares ou aos outros?

Ou será que enganamos a nós mesmos?

A maioria de nós tem um comportamento diferente diante de pessoas diferentes. É o chamado Departamento de Marketing.

Assim, considerando que o inter-relacionamento pessoal é uma arte de dissimular sentimentos, afivelamos a máscara correspondente a cada momento e variamos conforme as circunstâncias, ocasiões e pessoas com as quais nos comunicamos.

Se queremos parecer bem para a pessoa com quem nos relacionamos, usamos a nossa aparência agradável.

Vendemos uma imagem nem sempre verdadeira. Dissimulamos sentimentos e simulamos um comportamento de acordo com a imagem que queremos passar.

Dessa forma, estamos prejudicando a nós mesmos, gerando conflitos íntimos, fazendo esforços para parecer quem na realidade não somos.

Se quisermos descobrir quem somos de fato, basta que nos observemos no trato com os familiares. Em casa é que normalmente somos verdadeiros.

É comum ouvirmos elogios a pessoas que convivem conosco, por parte de amigos, que só as encontram de vez em quando.

Nós, por nossa vez, costumamos pensar: Quem não conhece, que compre!

Essa pessoa, querendo parecer bem, afivela a máscara da afabilidade, da doçura e vende uma imagem falsa.

Homens gentis, patrões educados, costumam ser pais déspotas, irados ou mudos junto aos familiares.

Mulheres caridosas, exemplos de polidez, não raras vezes se mostram mães indiferentes, esposas nervosas, sem consciência de que quem realmente tem o direito ao afeto são os próximos mais próximos, que se encontram sob o mesmo teto.

Jovens sorridentes, que se desdobram em gentilezas com os amigos, tornam-se verdadeiras feras, portas adentro do lar, no convívio com pais e irmãos.

A quem pensamos enganar?

Será que a vida é um eterno baile de máscaras?

E quando a nossa consciência nos cobrar fidelidade entre o pensar e o agir?

Um dia teremos que nos despojar de todas as máscaras e nos mostrar tal qual somos, sem dissimulações.

Por esse motivo, vale a pena começar sem demora a luta por sermos verdadeiros, fazendo com que cada vez que coloquemos a máscara da bondade, ela possa deixar em nós marcas de bondade.

Quando usarmos a máscara da gentileza, nos deixemos influenciar por ela. Quando a da fidelidade, deixemo-nos impregnar, até que, quando menos esperarmos já estaremos sendo verdadeiros, mudando a nossa paisagem íntima de forma definitiva.

* * *

Estamos sempre sendo observados por uma nuvem de testemunhas.

Essas testemunhas são os Espíritos sem o corpo físico.

Eles nos observam e notam nosso comportamento onde quer que estejamos.

Ao retornarmos à pátria verdadeira, que é o mundo dos Espíritos, não poderemos mais esconder nossos pensamentos como fazemos na Terra.

Fonte: http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2012/03/mascaras.html#!/2012/03/mascaras.html

OS QUATRO GIGANTES DA ALMA



Dizem que há na alma dos seres humanos quatro gigantes que acompanham sua evolução. Três destes colocam obstáculos, e apenas um abre as portas e ilumina o caminho.

Os três gigantes criadores de problemas chamam-se: MEDO, IRA, DEVER .

MEDO é um gigante enraizado profundamente, que se alimenta da necessidade de preservar a vida ante o perigo, mas, quando se alia com a imaginação e cria neuroses são capazes de paralisar completamente a vida de uma pessoa. (saiba dominar)

IRA é um gigante destrutivo, que se alimenta da reação normal de uma pessoa ante o MEDO, mas por ser normalmente abafado e recalcado acaba criando o ódio, que é uma raiva em conserva, podendo consumir uma pessoa por dentro até matá-la. (saiba canalizar)

DEVER é um gigante que entulha o caminho das pessoas com muitas obrigações, podendo esmagá-los com uma avalanche de "TEM QUE", produzindo tédio e imobilidade, ou indo diametralmente para o fazer externo somente à outrem. (saiba ponderar)

Quem pode abrir todas as portas é o gigante "AMOR", mas raramente alguém o utiliza, porque amor não é algo que acontece do dia para a noite, mas uma dimensão que resulta do esforço para abrir o coração e entregar ao mundo o que haja de melhor na alma de quem assim se atreva a viver. (saiba se elevar)

Desejo que a cada amanhecer você tenha sempre o atrevimento não apenas de viver mais um dia, e sim de viver feliz o seu dia, fazendo dele um dia cheio de dignidade, como somente as pessoas especiais sabem fazer... . (saiba discernir)

Fonte: https://www.facebook.com/espacocrystal

Paciência



Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados… Muita gente iria gastar boa parte do salário
nessa mercadoria tão rara hoje em dia.

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para
sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça".

Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.

Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.

Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar?

Qual é a finalidade de sua vida?

Está correndo tanto para quê? Por quem?

Seu coração vai agüentar?

Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?

A empresa que você trabalha vai acabar?

As pessoas que você ama vão parar?

Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire... Acalme-se...

O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor
do sol, com ou sem a sua paciência...

Fonte: Ágape - Padre Marcelo Rossi

quinta-feira, 29 de março de 2012

Como ficar infeliz pra sempre…

Uma vida infeliz, triste e solitária é muito difícil de ser conseguida. É um longo caminho a se percorrer até lá. Mas há que se ter persistência se quiser alcançar todos os “benefícios” que o egocentrismo pode proporcionar a uma pessoa – atenção, desculpas para fugir às reponsabilidades, piedade, mimos, etc. – esteja preparado para se esforçar ao máximo, todos os dias, a cada momento. Este á um guia parcial que encontrei em um livro e pode servir de base para você começar, mas é preciso que se empenhe e pratique sem parar se quiser ser realmente miserável:

1 – Culpe os outros por TUDO. Nunca admita que é responsável pela própria vida.

2 – Procure odiar, antipatizar-se e ficar ressentido com outras pessoas e situações. Não tente procurar soluções amigáveis e adultas para as dificuldades apresentadas. Imponha sua vontade sempre, se for necessário, tenha um ataque de fúria.

3 – Pratique o EGOÍSMO, não, melhor e mais certeiro, pratique o egocentrismo. Negue tudo o que é, tudo o que tem ao mundo. Guarde tudo pra você, invente uma desculpa pra não ser o que é. Eu tenho certeza que consegue uma, tipo medo, ou eu só posso me manifestar quando tenho certeza, ou só me relaciono com aqueles que me provam, por A mais B, que são dignos de mim primeiro – mas a verdade é que ninguém nunca será digno de você.

4 – Mencione constantemente os problemas do mundo e afirme que o mundo e as pessoas não valem nada. Já os seus problemas, esses valem muito, CLARO, afinal, o mundo não chegaria aos seus pés em termos de importância.

5 – Nunca ajude ninguém. Você sempre pode usar a desculpa: “Essa pessoa não me ajudaria se eu precisasse”… Nunca peça ajuda também, você é muito melhor que qualquer um que existe na face da terra e não precisa de nada, nem de ninguém para alcançar a completa infelicidade.

6 – Diga a você mesmo que é bom demais para este mundo – logo acabará acreditando nisso.

7 – Repita com freqüencia: Se todos fossem como eu, o mundo seria uma beleza. Se todos fizessem tudo o que EU acho certo, o mundo seria perfeito!

8 – Não respeite ninguém, odeie as autoridades – convença-se de que estão sempre querendo o pior. Menospreze a TODOS, sem exceção.

9 – Compadeça-se bastante de si mesmo. Aumente o volume da autocomiseração ao máximo! Aja como um mártir. Repita para você mesmo e em voz alta para os outros, sempre que puder: “Oh, mundo cruel… Como sofro. Por que isso tinha que acontecer comigo?.”

10 – Mantenha sempre uma expressão de desânimo em qualquer circunstâncias. Não sorria nunca. Afinal, você está sofrendo e nada, nunca será suficiente pra você. Você é muito especial pra receber o pouquinho que o mundo tem pra te dar. Não agradeça, pragueje!

Use o medo como desculpa pra não ser quem você é. Justifique cada atitude que tomar, tente convencer as pessoas de que você está sempre, sempre certo. Faça muita pirraça, muita mesmo, pra conseguir tudo o que quer do jeitinho que quer, não aceite que nada saia um milímetro do planejado. Nunca perceba as necessidades das outras pessoas à sua volta, você é o único que tem razão no mundo, só as suas necessidades valem a pena de ser avaliadas, tudo o que você faz e pensa é o correto e deve ser seguido pelos seus súditos. E, cada vez que sua vontade não for atendida, afaste-se das pessoas para puní-las, fale mal delas, aponte os seus defeitos, tenha ódio! Grite e esperneie, tenha ataques de raiva, você tem todo direito de desrespeitar as pessoas.

Não doe o melhor de você ao mundo, guarde o que sabe, o que tem, o amor que, por algum acaso, brotar no seu peito seco, como a planta do deserto. Mate-o. Viva sozinho e infeliz e continue reclamando de tudo. Você merece!

Ou você pode escolher parar com o comportamento destrutivo em relação a si mesmo e ao outro, e se aproximar das pessoas com carinho, amar, se responsabilizar pela própria vida e ser feliz!

(Nos itens numerados de 1 a 10, usei como referência o livro “As Leis da Doença Mental e Emocional” – publicado em Julho de 1989, que compila as ”Transcrições do JOURNAL OF MENTAL HEALTH” )

Fonte: http://chaentreamigas.com.br/ Por Paula Jácome

quinta-feira, 22 de março de 2012

Bondade




"A bondade é uma linguagem que o surdo consegue ouvir e o cego consegue ler”

"A bondade em palavras cria confiança; a bondade em pensamento cria profundidade; a bondade em dádiva
cria amor."

"A bondade é um rico manancial, que brota lágrimas ao toque da menor comoção."

"A bondade consiste em estimar e amar os outros para além do que eles merecem."

"A bondade é o único investimento que nunca vai à falência."

"A fragrância sempre permanece na mão de quem oferece flores"

"A bondade converte mais pecadores do que o zelo, a eloqüência, e conhecimento."

"A bondade constante pode realizar muito.

Assim como o sol derrete o gelo, a bondade faz com que o desentendimento, a desconfiança e a hostilidade
evaporem."

Por isso, quem leu e escutou o nosso Ágape, quem está lendo e escutando o nosso Ágape e logo,
logo o Agapinho será transformado.


Forte Ágape!!!


Padre Marcelo Rossi

quarta-feira, 21 de março de 2012

A HUMILDADE



A HUMILDADE É A ACEITAÇÃO PURA E SIMPLES DA VERDADE, SEJA ELA A NOSSO FAVOR
OU CONTRA NÓS.

A humildade acalma a ira, acolhe o aflito e conquista o coração.

O humilde propõe idéias, o orgulhoso as impõe.

O humilde apresenta planos, o orgulhoso exige que sejam aceitos.

Só o amor impregnado de humildade ( Ágape ) é capaz de viver em paz e em harmonia com os outros,
apesar de entrechoques entre idéias e de diversidade de caracteres.

A humildade abre todas as portas para um bom relacionamento, enquanto que o orgulho impede todas
as possibilidades para o diálogo.

O humilde é sempre acolhedor, receptivo a aberto para apreciar as idéias dos outros, mas o orgulhoso
julga-se sempre senhor da verdade.

Temos muito que aprender uns com os outros.

“Ninguém é tão sábio que nada mais tenha a aprender e tão ignorante que nada possa ensinar”

Isso nós aprendemos no Ágape!!!

Padre Marcelo Rossi

terça-feira, 20 de março de 2012

Julgar



Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório. Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para a frente à espera do médico. Quando o viu, o pai gritou:

-”Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?”

O médico sorriu e respondeu serenamente:

-”Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim mal recebi a chamada… Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.”

-”Acalmar-me?!?! E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria?”, disse o pai visivelmente agitado.

-”Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades”, disse o médico

-”Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito.”, murmurou o pai entre dentes.

Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.

-”A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.”

Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:

-”O médico é mesmo arrogante… Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?”

A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:

-”O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamámos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral a correr para prestar a última homenagem ao filho dele.”

Fonte: Mensageiros da Luz

Cólera




O rapaz fora despedido e ficou muito magoado com o seu chefe. Pegou um papel e grafou sua ira com palavras agressivas e o enviou ao seu ex-gerente.

Quando esse leu o bilhete, assimilou o seu conteúdo venenoso e ficou muito irritado. Chegando em casa para almoçar, com aquela carga pestilenta, xingou a esposa porque seus sapatos não estavam bem lustros. Transferiu o veneno para a esposa, que sentiu necessidade de agredir alguém.

E a vez foi da auxiliar doméstica. A patroa descarregou toda sua ira na pobre moça, porque não havia deixado os sapatos do patrão com o brilho desejado.

A serviçal, no entanto, não tinha ninguém para descarregar sua raiva. Saiu esbravejando e viu logo à sua frente um velho cão que tirava um cochilo tranquilamente deitado no chão. Não teve dúvidas. Extravasou toda sua ira em um pontapé no pobre bicho.

O cão saiu em disparada e mordeu a primeira pessoa que encontrou no caminho. Era a vizinha.

Essa, com a mordida recebeu a carga que havia sido emitida pelo funcionário despedido. Tomada de dor e muito irada, acabou por agredir o rapaz que a atendeu na farmácia.

Esse, por sua vez, ao adentrar o lar, furioso, começou a esbravejar contra a mãezinha que o aguardava para o jantar.

Que vida miserável! A senhora é culpada por eu ter que trabalhar feito um condenado naquela farmácia. Não aguento mais tantos problemas!

A mãezinha, calmamente, o envolveu num abraço afetuoso e falou suavemente: É verdade, filho, você tem razão.

E passando a mão nos seus cabelos com carinho, amortizou a ira e fez com que se dissipasse ali, aquele veneno letal que já havia prejudicado a tantos.

A força do amor! Não há arma mais capaz do que o amor!

Ninguém resiste à força do amor. Se uma pessoa chega furiosa, agredindo-nos com palavras e lhe respondemos com calma, ela fica como que imobilizada e sem ação.

É como jogar água sobre o fogo. Enquanto o revide, a ira, são como o elemento inflamável jogado na fogueira.

Ghandi foi um exemplo vivo da força do amor. Enquanto os ingleses portavam armas pesadas, aparentemente invencíveis, ele, com a força do amor, logrou libertar seu povo do jugo da Inglaterra.

Se temos usado a tática do revide, tentemos agora a tática do amor. Basta que respondamos ao mal com o bem, à violência com a não violência, ao ódio com a paciência.

O ensino do Mestre de Nazaré é sábio quando recomenda que se alguém nos bater na face direita lhe apresentemos a outra. Pois bem, quando se nos apresente a ira, a revolta, mostremos a outra face, a face da paciência, da concórdia, da tolerância.

Agindo assim, com certeza, não seremos propagadores da revolta, da ira, da cólera, e de tantos outros males que poderiam ser aplacados com apenas algumas gotas de tolerância.

* * *

Quando ficamos irados, os batimentos cardíacos aceleram-se e o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear o inimigo.

Por isso, é que, às vezes, temos notícias de pessoas que agridem o semelhante por motivos irrelevantes. É que foram dominadas pela cólera.

Assim, é importante que treinemos diariamente para vencermos a ira a qualquer custo, para o nosso próprio bem.

Fonte: http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2012/03/colera.html#!/2012/03/colera.html

Elogia ao jardineiro




O jardineiro é a melhor metáfora para designar a excelência do educador e do terapeuta. O bom jardineiro prepara um solo fértil, com os nutrientes necessários - nem de mais, nem de menos -, extermina as pragas e poda, com o discernimento que cada planta requer, observando as estações e centrado na singularidade do organismo vegetal. Sobretudo, o bom jardineiro é o amante da planta.

Jamais será tão tolo a ponto de querer doutriná-la com suas teorias e ideais, aceitando e admirando a beleza da biodiversidade. O bom jardineiro sabe que a planta só necessita de um solo fecundo, crescendo por si mesma, já que é dotada de um tropismo para ser o que é, buscando o que necessita no solo e direcionando-se para a luz do sol. O que seria de um jasmim se forçado a ser como uma rosa?

Aqui, tocamos o coração da tragédia de um modelo educacional distorcido e esclerosado, a serviço da normose que, infelizmente, é ainda dominante: a criança é forçada a ser o que não é, por meio do fórceps de um currículo estreito e rígido e do instrumento torturante da comparação. Comparar uma criança com outra ainda será considerado um crime, num futuro breve e mais saudável. Essa é a gênese da perversão e da corrupção.

Para conseguir aprovação, o estudante é obrigado a jogar sua diferença e sua originalidade na lata do lixo, vendendo-se por notas. Mais tarde, poderá se vender por outras notas... É desolador ter que reconhecer que, na horta de um horticultor qualquer, um pé de alface é muito mais bem tratado do que nossas crianças estão sendo, nesse simulacro de escola. O que pensaríamos de um horticultor que exigisse, de todas as suas diversas hortaliças, o mesmo desempenho, o mesmo resultado?

Cada aprendiz necessita ser respeitado na sua alteridade e no seu estilo próprio de aprender a aprender. Numa escola saudável, o educador centra-se no aprendiz - e não num programa rígido, massificador e castrador do brilho e da originalidade que emanam de cada pessoa. "Utopia!", esbravejarão alguns. Permito-me lembrar-lhes, então, que utopia não é o irrealizável; é tão-somente o ainda não realizado, aquilo para o qual ainda não existe espaço.

É tempo de educar educadores. É tempo de ousar resgatar o espaço sagrado onde o aprendiz possa orientar seu coração para aprender, sobretudo, a ser plenamente o que ele é. É tempo de conspirar por uma educação não-normótica, centrada na totalidade. É tempo de reconstruir o templo da inteireza. Concluo com uma fala antiga que aponta para a essência do que é educar: "Aos quinze anos orientei o meu coração para aprender. Aos trinta, plantei meus pés firmemente no chão. Aos quarenta, não mais sofria de perplexidade. Aos cinqüenta, sabia quais eram os preceitos do céu. Aos sessenta, eu os ouvia com ouvido dócil. Aos setenta, eu podia seguir as indicações do meu próprio coração, pois o que eu desejava não mais excedia as fronteiras da Justiça".

Roberto Crema
http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2010/11/elogio-ao-jardineiro.html#!/2010/11/elogio-ao-jardineiro.html

Código de honra das Mulheres Celtas



“Ama teu homem e segue-o, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: amor, companheirismo e amizade.
Jamais permitas que algum homem te escravize. Tu nasceste livre para amar, e não para ser escrava.
Jamais permitas que o teu coração sofra em nome do amor. Amar é um ato de felicidade, porquê sofrer?
Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca te fará sorrir.
Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado. O corpo é a morada do espírito, porquê mantê-lo aprisionado?
Jamais permitas que o teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu nem sequer sabes.
Jamais permitas que o teu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para ti.
Jamais permitas ouvir gritos em teus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto.
Jamais permitas que paixões desenfreadas te transportem de um mundo real para outro que nunca existiu.
Jamais permitas que outros sonhos se misturem com os teus, fazendo-os virar um grande pesadelo.
Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.
Jamais permitas que teu útero gere um filho que nunca terá um pai.
Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tu tivesses nascido inválida.
Jamais te ponhas linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tem olhos para te admirar.
Jamais permitas que teus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de ti.
Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos teus olhos te dominem, fazendo arrefecer a força que existe em ti.
E, sobretudo, jamais permitas que tu mesma percas a dignidade de ser mulher.”

Livro: Mulheres que correm com lobos; Autora: CLARISSA PINKOLA ESTES

Mulheres que correm com os lobos




“Assim, para promover nosso relacionamento de intimidade com a natureza instintiva, seria de grande ajuda se compreendêssemos as histórias como se estivéssemos dentro delas, em vez de as encararmos como se elas fossem alheias a nós. Penetramos numa história pela porta da escuta interior. A história falada toca no nervo auditivo, que atravessa a base do crânio até chegar ao bulbo do cérebro logo abaixo da ponte de Varólio. Ali, os impulsos auditivos são transmitidos para cima para o consciente ou, segundo dizem, para a alma... dependendo da atitude de quem ouve.
Antigos anatomistas falavam de o nervo auditivo dividir-se em três ou mais caminhos nas profundezas do cérebro. Eles concluíram que o ouvido devia, portanto, funcionar em três níveis diferentes. Um deles seria o das conversas rotineiras da vida. Um segundo seria dedicado à aprendizagem e à arte. E o terceiro existiria para que a própria alma pudesse ouvir orientações e adquirir conhecimentos enquanto estivesse aqui na terra.”

Livro: Mulheres que correm com lobos; Autora: CLARISSA PINKOLA ESTES; Capítulo 1 - O uivo: A ressurreição da Mulher Selvagem

A vida



A vida é uma oportunidade, aproveite-a.
A vida é beleza, admire-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torne-o realidade.
A vida é um desafio, enfrente-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserve-a.
A vida é amor, Ágape.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpra.
A vida é tristeza, supere-a.
A vida é um hino, cante-o.
A vida é um combate, aceite-o.
A vida é tragédia, domine-a.
A vida é aventura, afronte-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defenda
Defenda a vida desde o nascimento, até sua morte natural.
Viver a vida é viver o Ágape!!!!
Forte Ágape!!!

Fonte: Padre Marcelo Rossi

segunda-feira, 19 de março de 2012

Equanimidade



Equanimidade significa serenidade de espírito. É um estado natural e relaxado, a capacidade de experimentar de maneira estável as diferentes situações do mundo físico, das sensações, da mente e dos fenômenos. É caracterizada pela profunda tranqüilidade, completamente livre de oscilações.
Nada paga o preço de estarmos felizes por nós mesmos. Alcançando esse estágio, até mesmo os relacionamentos ficam mais fáceis de se lidar, de pensar usando a razão ao invés do coração. Isso traz uma paz incomensurável.

domingo, 18 de março de 2012

Recomeçar



Não importa onde você parou…

em que momento da vida você cansou…

o que importa é que sempre é possível e

necessário “Recomeçar”.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…

é renovar as esperanças na vida e o mais importante…

acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?

foi aprendizado…

Chorou muito?

foi limpeza da alma…

Ficou com raiva das pessoas?

foi para perdoá-las um dia…

Sentiu-se só por diversas vezes?

é porque fechaste a porta até para os anjos…

Acreditou que tudo estava perdido?

era o início da tua melhora…

Pois é…agora é hora de reiniciar…de pensar na luz…

de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal

Um corte de cabelo arrojado…diferente?

Um novo curso…ou aquele velho desejo de aprender a

pintar…desenhar…dominar o computador…

ou qualquer outra coisa…

Olha quanto desafio…quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te

esperando.

Tá se sentindo sozinho?

besteira…tem tanta gente que você afastou com o

seu “período de isolamento”…

tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu

para “chegar” perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza…

nem nós mesmos nos suportamos…

ficamos horríveis…

o mal humor vai comendo nosso fígado…

até a boca fica amarga.

Recomeçar…hoje é um bom dia para começar novos

desafios.

Onde você quer chegar? ir alto…sonhe alto… queira o

melhor do melhor… queira coisas boas para a vida… pensando assim

trazemos prá nós aquilo que desejamos… se pensamos pequeno…

coisas pequenas teremos…

já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente

lutarmos pelo melhor…

o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental…

joga fora tudo que te prende ao passado… ao mundinho

de coisas tristes…

fotos…peças de roupa, papel de bala…ingressos de

cinema, bilhetes de viagens… e toda aquela tranqueira que guardamos

quando nos julgamos apaixonados… jogue tudo fora… mas principalmente… esvazie seu coração… fique pronto para a vida… para um novo amor… Lembre-se somos apaixonáveis… somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes… afinal de contas… Nós somos o “Amor”…

” Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do

tamanho da minha altura.”

Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Os gatos.




Os egípcios não construíram esfinges à toa.
Um gato não é apenas um gato.
Os gatos não são os melhores amigos do homem.
Os gatos têm sexto sentido, sete vidas e são independentes.
Ele não esta nem aí para você.
Porém, quando um humano resolve ter um gato...
É mais ou menos assim: tudo pode ficar divinamente maravilhoso ou um pesadelo pode acontecer em sua casa, ou, em sua vida.
A casa deixa de ser sua.
A casa é exclusivamente do gato.
O melhor lugar da casa é do gato.
Se um gato afasta de você ele pode estar querendo te dizer: não concordo com você.
Se ele fica doente ele pode esta querendo te dizer: sare.
Se ele passa o rabo nas suas pernas ele pode esta querendo te dizer: Não fique assim.
Se ele cassa um rato, um passarinho ou uma barata e leva para sua cama, ele pode esta querente te dizer: este é o meu presente para você.
Se ele for macho e urinar na sua cama, na sua casa ou nas suas costas de madrugada, ele esta apenas querendo te dizer: Eu te amo.
Se ele some ou morre é porque definitivamente é o momento de partir.
A energia vital acabou. Ele não tem mais nada para oferecer
Ele já fez tudo que ele podia fazer por você.
E às vezes, você nem percebeu.
Os gatos não aceitam quaisquer pessoas. Eles aceitam as pessoas que eles admiram.
Os gatos foram enviados a terra para proteger a alma humana, sem quem nós percebêssemos.
Um gato é uma distração, uma beleza, uma pirraça e uma brincadeira.
Uma amizade que não é fácil de ser conquistada.
Um gato é um seguidor daquilo que você é.
Um amor incondicional que é retribuído exclusivamente com um “romronar”.
Depois que um gato te conquista ... o vínculo não acaba jamais.
Você nunca vai deixar de amar um gato.
Você passa a amar todos os gatos.
Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

"O Grito da Mulher Selvagem"



Mulher não é jardim, mulher é floresta. A selva nasce em seu interior e mostra sua face na superfície feminina. No entanto, lutando contra a natureza, a mulher insiste em ser jardim. Não é sua culpa. A cultura se desenvolveu de tal forma que a opinião masculina prevaleceu e a mulher foi condenada a se transformar em jardim para sempre. Porém, o que ninguém sabia é que é impossível ocorrer tal metamorfose de forma permanente. Nós, mulheres selvagens, quando disfarçadas de jardins, estamos fadadas, assim como a Cinderela, a voltarmos a nossa natural e antiga forma.
Nossa floresta interior esconde domínios que nem sequer imaginamos que existam e, de repente, acontece uma explosão e assistimos ao surgimento de uma nova erva daninha em nosso quintal. Aguentamos caladas, mostrando um sorriso para o mundo a nossa volta, mas um grito ecoa nas raízes da floresta e a mulher selvagem que existe em cada uma de nós se desespera. Enlouquecida, a mulher vai em busca das melhores armas de seu arsenal para lutar contra as pragas que despontam em seu jardim. A tarefa é árdua. O mato silvestre parece não ter fim. As rosetas machucam... E a mulher selvagem uiva de dor.
Depois de tanto lutar contra sua natureza, a mulher selvagem avalia os resultados: ainda está insatisfeita. Seu jardim não está tão florido, os frutos de suas árvores são pequenos, a grama não exibe a coloração esverdeada desejada, as borboletas que aparecem não são as mais bonitas e raras... Nenhum de seus artifícios parece contentá-la e, em seus olhos, a mulher selvagem exibe chamas, pois ela sabe que seu trabalho durará pouco e logo o desflorestamento recomeçará. A mulher selvagem está cansada de se fantasiar de flor.
Bom mesmo seria assumir e exibir, sem vergonha, a sua floresta. Expor suas plantas nativas, colher os frutos silvestres e soltar as feras. A mulher selvagem quer correr descalça sem se preocupar com a dor, quer deixar o mato tomar conta de tudo e os galhos crescerem em paz - sem podas -, impedindo os olhares curiosos de visitantes indesejados... A mulher selvagem quer mostrar sua natureza feroz e destemida, provando que sua alma jamais poderia se satisfazer estando presa em um limitado e domável jardim. Sob o disfarce que exibe, a mulher selvagem grita, pois sabe que não há muito mais a fazer.

Texto de "Junie Nunes de Souza"

Simplesmente




Posso te amar assim, só assim, sem concordar com você. Posso só estar ali, ao seu lado, no calor lânguido. Sem precisar provar nada ou querer tanto. Sem condenar seus julgamentos, sem distorcer cada sentimento, sem precisar do seu amor de volta. Só adorando cada segundo do momento. Posso te amar assim, simplesmente.

Posso não te pedir nada, e ainda rir dos seus pensamentos tresloucados, das suas preferências inconfessas, de seus ex e futuros amores dispersos. Posso ouvir aquilo tudo que sussurra pra dizer, pra esconder até de si. Posso guardar, dividir com você.

Posso não querer nada de você. Não esperar nem que se cuide, nem que se cale, que não beba, que se morda, que me fale, que queira a vida, que procure saídas. Que pague as contas, que se esforce, que melhore, que corra, que busque, que emagreça, que não adoeça. Posso não querer nada de melhor pra você e te deixar aí, seguindo o seu caminho que por tantas vezes cruza o meu. Posso só curtir as interseções em que estamos juntos.

Posso tão somente ficar com você. Assim, sem exigências ergométricas, sem desejos ecumênicos, sem, ao menos, aprovar suas escolhas. Sem consentir com a sua tagarelice doida, sem me preocupar com os preços que teremos que pagar, sem qualquer pesar, sem expressar alguma experiência. Sem ensinar nada. Até porque, como poderia? Como poderia querer julgar suas atitudes se não vivi cada uma de suas dores? Se não passei por todos os mesmos minutos que você? Como posso daqui, de mim, realmente compreender o que se sente daí, de você?

Mas eu posso simplesmente estar ali, como se não houvesse nada melhor a fazer do que jogar fofocas no ventilador de domingo. Como se não houvesse sabor melhor que o das gargalhadas deitadas na cama – o som de gargalhadas deitadas é uma das coisas mais intimas que já senti. Posso ser eu aqui e permitir que você seja você, daí.

Porque não há mesmo nada melhor a fazer quando o que eu só quero é ficar ao seu lado e, naquele momentinho, naquele pedacinho de tempo, te dar o melhor de mim. . . Inundar o tempo inteiro, em um quadrado de amor infinito.

Mas é que por muitas vezes eu confundi doar com exigir, abraçar com proteger, escutar segredos com sermonear, estar ao lado com fazer algo. Por muito tempo ainda eu pensei que te amar era te mostrar os passos que precisava dar, afinal, quantas bobagens já fez? O quanto do que você mesmo quis já faz parte da sua história? Pensava no absurdo que isso significa e me prontificava a impedir.

Achei mesmo que precisava exigir que pisasse onde eu já pisei, onde eu piso, pois assim, seria mais fácil. Seria mais seguro te dar o meu amor. Mas descobri que não, que não é. Que assim eu não dou ou tenho amor, só tenho segurança; obviamente. E a segurança não me preenche o peito, não gargalha na cama, não aceita velhos cafés, não para pra sentir, não se entrega ao vínculo que se forma. Ela analisa e exige repetir o que já é conhecido, sem experimentar, sem considerar quem é você. E assim, sem te perceber não posso me relacionar. E fico só.

Mas agora, eu posso fazer diferente, posso fazer o que verdadeiramente quero. E quero te dar o meu amor inteiro, por qualquer pedaço de momento em que nos encontrarmos. E assim, eu posso seguir com o meu coração cheio, plena.

por uma tarde com a minha avozinha…
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Toda dor é uma forma de amar




Uma coisa eu sei de viver: A dor é uma forma de amar.

Eu estava viajando e tive que voltar às pressas. Quando entrei no portão, minha irmã do meio veio chorando, aos prantos me abraçar… E eu quis abraçar e chorar também.

Pedi que não ficasse assim perto de mim. Disse que não precisava estar tão triste, como que pra consolá-la… Mas eu sentia uma tristeza infinita, queria desmoronar.

Ela olhou assustada pra mim. Concordando com o que eu dizia, mesmo sem sentir o que eu falava. Mas racionalmente fazia sentido, meu pai já estava doente há tanto tempo… Eu queria me ajoelhar no chão, desintegrar.

Decidi que ia ser forte, que seguiria em frente. Engoli a respiração com todo o sentimento que brotava… Eu queria o ombro dela. Queria chorar junto a tristeza que era nossa, era nossa igual.

Eu dei um passo pra traz… Eu queria honrar a vida que meu pai teve, o tanto de amigos que conquistou, tudo o que me ensinou, os passeios de bicicleta, as músicas altas de domingo, mas não pude. Eu estava apavorada…

Esse foi o pior dia da minha vida. O dia em que meu pai morreu.

Meus olhos marearam tão somente. Eu escolhi não me entregar. Me lembro bem do segundo em que fiz essa escolha. Dois passos dentro do portão da minha casa. E fiquei plantada lá. Uma parte da minha alma se fincou naquele momentinho e não mais saiu, por mais anos que se passassem. E como essa parte de mim fez tanta falta… Quantas explicações tive que inventar pra minha angústia…

Não conseguia estar melhor, não via o amor que tinha pra mim na vida, as pessoas que estavam comigo agora. Era como se eu estivesse olhando pra traz, praquele dia. Eu só queria achar qualquer coisa que me tapasse o vazio que ficou. O vazio de não haver conseguido viver esse amor, em forma de dor, pelo meu pai. (Ao interromper a dor que fluía, interrompi o amor. Amor que naquele momento tinha uma forma triste. Um ar de impotência. Um gosto assustado. Um jeito meio amargo.)

E essa tristeza guardada me corroeu. Por tanto tempo eu procurei uma chave pra mudar as coisas que não podem ser mudadas. Em vão, eu tentei encontrar algo que consertasse a minha angustia, alguma coisa ou pessoa que pudesse culpar por tudo aquilo que eu sentia… Uma chave que me aproximasse do meu pai, que o trouxesse de volta. Como se eu pudesse…

O que eu não entendia era que não podia fazer mais nada, a única coisa que me restava para honrar a vida de quem eu amei tanto, eram as lágrimas. E elas eram boas. Puras. Preciosas. Valiam gargalhadas, passeios na chuva, caçadas a vaga-lumes, piques de esconder, longas conversas sobre o universo, comemorações de todas as conquistas… Apoio… Representavam tudo o que já vivemos e que não poderíamos mais viver juntos. Representavam o meu filho, que eu carregava na barriga naquele dia, e que meu pai não poderia conhecer, tudo o que eles não brincariam.

Custei a compreender o que é tão simples… Que eu precisava aceitar. Permitir que o amor que engoli, com medo da dor, se manifestasse. Precisava dar um lugar pra essa tristeza no meu coração. Tristeza, que agora, eu quero que siga comigo, pois faz parte da minha história, me dá profundidade. E quando eu a vir, nos olhos distantes de alguém que já passou por dias dos piores, vou reconhecer e encontrar a compaixão, dar lugar também para aquela humanidade.

É que a dor precisa fluir e ser sentida pra honrar pessoas e situações que, às vezes, não podem ser diferentes, quando não podemos fazer nada, quando a vida é maior do que nós. E, agora que aprendi que toda dor é um jeito triste de amar, de vez em vez me recolho ao silêncio e espero, quietinha, tanto amor se manifestar.

Taí o meu carnaval, sem confetes ou serpentinas.
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Dói mais, mas é MUITO mais gostoso!





Pode ser que a superficialidade seja uma forma de mascarar uma grande sensibilidade. Uma forma de se proteger, pra não sofrer tanto… De esconder o que tem no coração pra não se machucar. Talvez a raiva seja um jeito de afastar a tristeza, uma forma de encontrar forças pra seguir apesar de tudo pelo que já passei. E, quem sabe a segurança, a força, a certeza, sejam meios de não ter que enfrentar as dúvidas, de fugir das surpresas da vida, jeitos de tentar transformar o mundo em um quadrado seguro, quando, em verdade, ele é uma bola flutuando no espaço?

O medo deve servir para dizer que não quero fazer nada, vou ficar parado sem correr o risco de viver, apesar de ser impossível não estar na vida, quando se está aqui, vivo. Engraçado? Não, triste. E a confusão acontece, porque não posso sair daqui ainda, dessa forma estranha de viver, com a qual nem eu mesmo concordo, que prefiro manter o status quo, apesar do meu coração ser tão machucado pelo que eu mesmo estou fazendo. Sabe-se lá por qual necessidade minha, que estou esperando que alguém atenda.

O esforço para ser competente pode ser um jeito de compensar o medo de não ser amado, falar pros outros, ou escrever no meu caso, um jeito de falar pra si mesmo. Apontar os defeitos alheios serve pra distrair o mundo, e a si próprio, das suas dificuldades.

E se a indiferença for um jeito de não sofrer, por eu te amar tanto, que fico apavorado quando frustra as minhas expectativas e acabo me afastando? Só pra não me arriscar a me machucar demais?

É, eu fico cansada só de pensar… Eu me desgasto em lembrar o tamanho da volta que dou pra tentar provar quem eu sou, e, fazendo isso acabo deixando de lado o que realmente sou, acabo por não fazer o que quero, por me distanciar de mim… Por uma ilusão de que assim você poderá me amar mais e eu vou me sentir melhor e vou ser mais feliz (?), mais seguro. Uma ilusão, uma mentira que não se concretiza nunca e, se por acaso se concretizar, se por acaso você realmente me amar mais por esse personagenzinho que eu inventei, eu não vou acreditar, simplesmente porque sei que o que você está amando não sou eu, mas um boneco que criei.

É… seria muito difícil se não fosse tão fácil… Seria muito difícil se não fosse só uma pirraça pra forçar o mundo a ser do jeito que eu quero, pra fazer o que eu quero, pra me amar o tanto que eu desejo. Seria muito difícil, se assumir as incertezas como certas, seguir apesar do medo, olhar para as minhas próprias dificuldades, alimentar as minhas necessidades, não inventar tantas expectativas, não querer tanto dos outros, sentir a tristeza, enfrentar que o mundo é do jeito que é, aceitar que muitas vezes não posso fazer nada, entender que eu só quero e preciso dar amor (receber de volta é um bonus), andar por aí com o peito aberto, deixar fluir, não fosse mais fácil. É… seria muito difícil, se não fosse mais fácil. Seria muito difícil largar a ilusão, se não fosse mais fácil SER.

Tá, dói mais, mas é MUITO mais gostoso!

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Guerra, Judas e os Verdadeiros Traidores de Jesus




Quantas vezes o nosso coração arde em fogo ao ver as reações humanas com relação ao semelhante. Por não sermos perfeitos, e trazermos recordações de um passado algumas vezes sangrento, nosso corpo treme e nosso coração ferve ao vermos os gritos da guerra vislumbrados no horizonte.
Cada caso é um caso, e nem todos os seres sentem os gritos de guerra como algo que clama em seu interior. Mas estes gritos, por vezes, nos fazem posicionar a favor de um ou outro lado num conflito bélico, em que na realidade não existe lado certo, já que em uma guerra a maioria perde, já que somente aqueles que conseguem em meio ao ódio dar sinais de misericórdia é que realmente podem se considerar vencedores.
O ideia do amor pode causar a dor, quando mal compreendido as agruras que o ser humano encarnado esta suscetível. Quantos faliram em suas missões por entenderem que a partir de suas ações poderiam modificar o mundo. Nossa história está repleta de seres que em nome da justiça, e sem compreender a justiça divina, cometeram atos de ignomínia pensando estarem de acordo com o pensamento de Deus, ou pensando que o que faziam, sendo bom para eles, seria bom também para o irmão.
Judas Iscariotes é um dos primeiros exemplos do ser que iludido pelo amor ao seu próximo, cometeu um erro, o erro de julgar que Jesus teria o pensar igual ao dele. Não foi a maldade que fez o ato consumado, mas um pensar de amor, no sentido de querer a liberdade de seu povo do julgo do opressor romano que desencadeou a crucificação do Mestre.
Este é o mesmo sentimento que hoje anima vários corações com relação aos Estados ditos opressores, quando não procuramos compreender a realidade de que, o que pode ser injusto aos nossos olhos, somente é a lei da ação e reação agindo tão habilmente.
Quando entramos no campo vibratório dos que somente possuem a prioridade de defender seus próprios interesses, podemos confundir nosso pensar e sermos instrumento de concretização dos objetivos mesquinhos deles. Num primeiro momento nos iludimos, achando que somos detentores do controle das rédeas da história e, que poderemos num ambiente da política perniciosa ser a luz em meio às trevas. Muitas vezes não percebemos que nossa pequena luz pode ser cercada pela escuridão e, que o brilho que julgamos ter somente serve para cegar nossos próprios olhos, não ofuscando ninguém mais que a nós mesmos. Judas cometeu este erro. Julgou o semelhante por si mesmo, não compreendeu a missão do Mestre e achou que Jesus poderia mudar o coração dos “homens de poder” em seu tempo. No livro Palavras do Infinito, psicografado por Chico, Humberto de Campos (espírito) nos fala de uma entrevista – sob a curiosidade do repórter que era – que fez com o próprio Judas na cidade de Jerusalém. De forma educada Humberto pergunta se realmente Judas foi um traidor; leia:
(Humberto pergunta) - É uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus?
- Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e às tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galileia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas ideias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder já que, no seu manto de pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino I, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que aliás apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.
Nos dias atuais, quando ouvimos os discursos inflamados do ódio, em que uns se acham capazes de julgar os outros, no qual o mais forte oprime o mais fraco pela força das armas, não devemos compactuar com a guerra. Poderemos dizer que o forte tem a obrigação de defender o mais fraco, e isto é uma verdade, mas como dizia Tolstoi, Gandhi e outros grandes espíritos quando encarnados, ou seja, “devemos resistir à violência, mas não com a violência”, e neste sentido eu complemento que “a guerra é a arma deles, não é a nossa”.
Atrás de todo ato de guerra existe os mesmos interesses de sempre, e como diz Judas é “sempre a mesma história”. História que se repete, porque insistimos em cometer os mesmos erros. O próprio Judas quando encarnado como Joana Darc, sentiu na carne o gosto amargo do fel da traição. A libertação da França, iniciada com Joana, é mais um fato no espiritismo-histórico-dialético de um conflito que poderia ser evitado, mas que os seres humanos ainda escolheram a Lei da Destruição ao invés da Lei do Amor para mudar a sua realidade.
Sempre temos escolha, não existe guerra feita por um homem só, alguém manda, mas muitos executam e, todos são os responsáveis.
A guerra não é um ato de trair Jesus? Qual seguidor de Cristo pode justificar a mortandade sem ser um verdadeiro traidor Dele?
Judas deixa bem claro que os traidores de Cristo, hoje, são aqueles que a custa do “ouro” vendem e comercializam a vida dos seus irmãos. Judas diz na entrevista:
Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor (... ) Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra(...) Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores.
Quanto ao Divino Mestre – continuou Judas com os seus prantos – infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços em todos os padrões do ouro amoedado...
- É verdade – concluí – e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-LO.
O próprio Humberto pergunta a um ancião que chama de mestre no mundo espiritual:
E, sobretudo Mestre, é a perspectiva horrorosa da guerra... Não há tranquilidade e a Terra parece mais um fogareiro imenso, cheio de matérias em combustão...
Mas o bondoso espírito-ancião me respondeu com humildade e brandura:
- Meu filho... Esquece o mundo e deixa o homem guerrear em paz!...
Achei graça no seu paradoxo, porém só me resta acrescentar:
- Deixem o mundo em paz com a sua guerra e a sua indiferença!
Não será minha boca quem vá soprar na trombeta de Josafá. Cada um guarde aí a sua crença ou o seu preconceito.
Recebida em Pedro Leopoldo a 23 de abril de 1935.
Realmente, deixemos o mundo em paz com a sua guerra.
http://centroespiritajesus.org/index.php?option=com_content&view=article&id=204:guerra-judas-e-os-verdadeiros-traidores-de-jesus&catid=13:texto-reflexivos&Itemid=22

A benção da traição



A neve caía silenciosamente, como plumas à deriva, e logo cobriu de branco a terra cinzenta e suja. Tinha nevado toda a noite e eu olhava da janela do meu estúdio, com o coração quente e repousado, a primeira nevada de inverno. Era o dia seguinte do dia de Ações de Graças, e a nevada me deu o pretexto que eu necessitava para reduzir a velocidade de minha atarefada agenda, e ter um tempo necessário para desfrutar com a minha família.

Aquele ano, como sempre, tínhamos muitas razões para estarmos agradecidos. A mão do Senhor tinha sido tão evidente sobre as nossas vidas e ministério que só podíamos nos inclinar diante dEle com os corações agradecidos, reconhecendo em silêncio que Ele tinha sido o autor de tudo isso.

A preciosa calma dessa manhã foi interrompida de repente pelo som insistente do telefone. Foi o primeiro elo de uma pesada cadeia que logo ia envolver-me em desespero e dor; porque a voz no outro lado da linha me informou que um grande problema tinha entrado em minha vida. Originaram-se circunstâncias que punham em perigo todo o meu ministério, assim como a ruína eventual de minha vida pessoal e familiar.

É assombroso ver quão rapidamente o mundo inteiro parece mudar quando mudam as nossas circunstâncias. Na verdade, a beleza está no olho de quem olha, porque a branca quietude da neve agora me parecia ser só a hipocrisia que cobria os atos duros e cruéis que se ocultavam sob a sua capa enganosa. A alegria das Ações de Graças com a minha família desapareceu rapidamente sob a sombra desta dor presente, e me afundei em minha cadeira tremendo, estremecido. Sérias acusações foram lançadas contra mim por um acusador desconhecido, e Deus sabia que eu era uma vítima inocente das circunstâncias retorcidas. Só pude clamar: "OH, Pai, quem pôde fazer isto?". A minha oração teve resposta dentro de um par de dias, e com ela veio a dor mais profunda de todas, porque descobri que o meu traidor era um amigo que dizia me amar.

Durante dois dias permaneci atônito, no silêncio e no desespero mais tenebroso. O problema que eu enfrentava era extremamente grave, mas ia além do que eu me sentia capaz de suportar, pelo fato incrível de que aquele que havia trazido este pesar para a minha vida era um que partia o pão comigo ao redor da mesa do Senhor, e freqüentemente falava do seu amor por mim.

As preciosas verdades que aprendi através dessa experiência são o tema deste escrito. As nossas experiências "pessoais" não são tão pessoais como talvez imaginamos - o que acontece em nossas vidas como membros do Corpo de Cristo tem o propósito de trazer consolo e ajuda para outros (2ª Cor. 1). Acontece-nos porque é a herança mútua dos membros do Corpo de Cristo compartilhar os sofrimentos da Cabeça (Flp. 1:29; Col. 1:24).

A certeza da traição

A dura experiência de ser traído por nossos amigos e amados deve ocorrer forçosamente na vida de cada crente. Baseio esta observação em muitas experiências sobre a vida cristã, além do claro e simples ensino da Palavra de Deus. É um descobrimento interessante aprender que a palavra "traição" e suas formas só se usam com respeito à traição de Jesus por Judas, excetuando uma só menção em Lucas 21:16. Nesta passagem, que é profética, usa-se para representar o fim do tempo da graça e é indicada como uma das marcas de identificação, ou sinais, da vinda do Senhor Jesus Cristo. O versículo simplesmente diz: "Vocês serão traídos até por seus pais, irmãos, parentes e amigos; e a alguns de vós serão entregues à morte" (NVI).

Esta é uma coisa terrível de descobrir, mas é a promessa clara da palavra de Cristo. O tempo da graça será encerrado com um tempo de engano religioso mundial. Será a hora da grande apostasia - tempos perigosos nos quais a verdade será resistida pela falsidade e o engano (estudem as palavras de Paulo em 2ª Timóteo 3:1-17).

Eu creio que cada homem em quem Jesus habita, terão nestes terríveis últimos tempos o seu próprio Judas pessoal; porque na era da apostasia se destacará o irmão falso. Do mesmo modo, a traição é a experiência comum de cada homem a quem Deus usou alguma vez para a Sua glória.

Nosso versículo em Lucas 21:16 diz que a traição vem da parte de "pais, e irmãos, parentes e amigos". Espantoso, mas real, e por uma boa razão. Primeiro, os nossos inimigos não podem nos trair. Eles não estão próximos o bastante dos nossos corações. Não somos suficientemente íntimos com eles. É com os nossos irmãos e amigos que abrimos o nosso coração. Os nossos inimigos não podem nos ferir; são os nossos amigos que nos ferem. Assim, o salmista disse no Salmo 55:12-14: "Porque não me afrontou um inimigo, o qual teria suportado; nem se elevou contra mim o que me aborrecia, porque me teria escondido dele; mas tu, homem, meu íntimo, meu guia, e meu familiar; que juntos comunicávamos docemente os segredos, e andávamos em amizade na casa de Deus".

Assim que toda a história da Bíblia ecoa do fato da traição para as mãos dos nossos amigos. Abel foi traído por seu único irmão; Esaú por seu irmão gêmeo; Isaque por seu filho; Urías por seu rei em quem confiava e por sua esposa encantadora; Jesus por seu discípulo consagrado; Paulo por "falsos irmãos". Não precisamos seguir, porque esta solene verdade permanece: freqüentemente são os nossos amigos os que se levantam contra nós, e assim se multiplicam as nossas aflições na vida cristã. Em geral, eu fui tratado com muita mais bondade por inconversos do que por irmãos declarados; e tenho experimentado freqüentemente a ferida esmagadora da traição pelas mãos daqueles que professavam me amar. Este paradoxo pode nos perturbar e nos entristecer, mas a sabedoria e o amor de Deus se vêem em tudo isso, na serena verdade de que ele não libertou nem o seu próprio Filho a este respeito, mas o enviou para a morte por mão de um amigo. Que Deus instrua os nossos corações por meio desta preciosa lição!

O método da traição

O método sempre será o mesmo. Primeiro, os nossos traidores escolherão cuidadosamente a hora. No caso de Jesus, ele foi traído no momento exato da sua vida em que ele tinha a maior necessidade de companhia humana (Marcos 14:37); na hora da sua maior necessidade; e quando estava a um passo de sua maior obra (o Calvário). Anima-te, querido leitor, se a traição tiver sido a sua recente experiência. Deve haver grandes coisas diante para ti, de outro modo Satanás não o açoitaria neste momento.

Os nossos traidores também conhecem o lugar onde nos atacar. João 18:2 mostra que Judas sabia o lugar secreto onde Jesus se retirava. Eles nos observam e conhecem o nosso lugar de agonia e oração; e assim, tendo a vantagem da intimidade, nos golpeiam com violência no lugar oportuno.

A sua forma de traição sempre será o beijo. Eles respiram o nosso amor, de modo que podem nos golpear no momento mais inesperado. A palavra de Deus diz: "Até o homem da minha paz, em quem eu confiava, que do meu pão comia, levantou contra mim o calcanhar" (Sal. 41:9). Há uma figura preciosa neste verso. O significado original representa um cavalo conhecido e confiável que cruelmente dá coices em um amigo desprevenido e confiado.

Vitória sobre o traidor

O que aconteceu com Judas? A história registra o seu trágico final, mas encoberto na aparente vaguidade do breve relato de sua morte há um drama que tem permanecido por muito tempo sem revelação.

Para vê-lo em sua perspectiva real, devemos olhar brevemente para a relação entre Jesus e Judas. Jesus escolheu a Judas e orou por ele (Luc. 6:12-13), como o fez por Jerusalém que o rejeitou e por aqueles que o crucificaram. Jesus desejava que Judas comesse a última Páscoa com ele (Luc. 23: 14-15), amou-o e lhe ofereceu o lugar de amor e comunhão à mesa no aposento da Páscoa (João 13:26). Jesus lavou os seus pés (João 13:5) e, daí, expressou-lhe um amor que era indubitavelmente verdadeiro e digno do Filho de Deus. Jesus deu a Judas total reconhecimento e nunca o delatou como o seu futuro traidor, mas se referia a ele como o seu "amigo". A meditação cuidadosa sobre os eventos que levaram a traição revelará que Jesus ofereceu a Judas toda mostra de amor e não esteve disposto a repudiá-lo nem mesmo no momento do seu crime.

Jesus ensinou em Mateus 5:44 que devemos amar os nossos inimigos e ele praticou tudo o que pregou. Ainda que de antemão conhecesse perfeitamente o mal que Judas faria contra ele, mostrou-lhe o seu amor sincero em toda forma concebível.

Em Marcos 14:45 Judas acordou trair Jesus com um beijo. Há duas palavras no original para "beijo". Uma significa o beijo de amizade e outra significa beijar fervorosamente, ou o beijo do amor verdadeiro. Agora, vamos ao Getsemani e vejamos a cena final. Judas vem com a multidão armada com paus e espadas para fazer Jesus prisioneiro. Judas saúda o Senhor e o beija; mas, de acordo com o original, não é com o beijo de amizade como tinha acordado, mas com o beijo de amor genuíno! Só a eternidade revelará o que passou nesse momento pelo coração de Judas. Possivelmente, à luz flutuante das tochas, Judas viu no rosto de Jesus a assustadora verdade de que apesar da sua traição, Jesus ainda o amava, porque ele chamou a Judas, de "amigo".

Jesus foi aprisionado e Judas chorou por ter traído sangue inocente; tinha aprendido que o amor de Jesus para ele era real. O seu coração deve ter experimentado um golpe demolidor, e agora ele não pode racionalizar a sua loucura ou justificar o seu ato detestável. Tenta desfazer o que tinha feito devolvendo o dinheiro, mas é rejeitado com desprezo por seus ímpios amigos, pois nem mesmo eles querem relacionar-se agora com Judas. O seu ganho momentâneo se torna pó em suas mãos -o futuro é negro sem a fraternidade de Jesus e dos seus amigos- ele perdeu para sempre aquele ministério que Jesus lhe tinha dado (Atos 1:20); a sua habitação estará agora desolada, outro homem tomará a sua coroa, e Judas irá para o seu próprio lugar em uma morte solitária efetuada por sua própria mão.

Judas morreu por sua própria mão? Parece-me evidente que Judas morreu sob a força do irresistível amor de Cristo. Judas destruiu a si mesmo porque ele já não podia viver mais consigo próprio ou com outros, e tudo isto foi operado pelo verdadeiro amor do Senhor Jesus Cristo. Parece-me que as palavras de Romanos 12:20-21 são repentinamente claras: "Assim, se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber; pois fazendo isto, brasas de fogo amontoará sobre a sua cabeça. Não sejas vencido do mau, mas vence com o bem o mal".

Não se cumprem assim aquelas palavras que afirmam: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais ..." (2ª Coríntios 10:4), e "o amor nunca acaba" (1ª Cor. 13:8)? Sem dúvida, precisamos afirmar desesperadamente em nossos corações que a Palavra de Deus é a verdade. Nós só damos mais razão ao ódio dos nossos inimigos e motivo para a traição dos nossos amigos quando lhes devolvemos mal por mal. O amor que é verdadeiro e não muda mesmo frente a uma má obra contra ele, finalmente conduzirá o seu traidor às solitárias ladeiras do Campo de Sangue (Acéldama - At. 1:19) para morrer.

A necessidade da traição

Há outra consideração no ato da traição de Judas. Ele foi escolhido pelo Senhor Jesus Cristo, ainda que o Senhor soubesse de antemão que Judas o trairia (João 6:64). Em minha própria experiência pessoal de traição pelas mãos de um amigo, o amado Senhor me mostrou esta verdade preciosa. Enquanto estava no fogo desta provação, fui deitar em uma noite pensando naquele que pretendia me amar e tinha usado a sua profissão para me pôr nas mãos dos meus inimigos. De noite despertei em oração achando a resposta para este pensamento: O Senhor Jesus escolheu os seus próprios amigos, e sabendo de antemão a traição de Judas, escolheu-o de todos os modos! Disse-lhes que ele tinha escolhido aos doze, e que um deles era o diabo. Dava graças a Deus por esse diabo, pois ele era necessário para o ministério de Jesus, e por meu traidor, sendo que ele também era necessário em minha vida.

Que necessidade teria de um crente ser traído por seus amigos ou amados? Que bom propósito poderia ter a dor e a tristeza de um coração ferido? Eu fiz estas perguntas aquela noite e encontrei respostas que vieram ao encontro das necessidades do meu coração. Nós temos necessidade de reconhecer a fidelidade do Espírito Santo em nossas vidas. Consideremos o fato de que Jesus nunca foi enganado a respeito de Judas. "Porque Jesus sabia desde o princípio quem era os que não criam, e quem o havia de entregar" (João 6:64).

Eu estou seguro de que, em cada experiência de traição na vida do crente, ele pode olhar para trás e recordar a advertência fiel do Espírito Santo. Em um caso, me recordo que poderia estar ciente desde o começo se eu apenas tivesse ouvido o testemunho interior do Espírito.

Quem pode explicar a natureza da advertência de Deus na alma com respeito a um irmão falso? Não é fácil expressá-lo com palavras, mas todos os santos conhecem a inquietação que a razão não pode explicar sobre alguns que professam serem nossos amigos. Conhecemos e experimentamos esse muro real de restrição que procura impedir que déssemos os nossos corações para aqueles que nos trairiam em um tempo de necessidade. Não estaríamos tão freqüentemente afligidos e defraudados por outros se fôssemos mais sensíveis ao Fiel que mora em nós. Nós não cremos no "discernimento" pelo Espírito? Então, por que freqüentemente desprezamos aquele sentimento estranho em nosso coração por amigos declarados e nos aventuramos a "proclamar" comunhão por sobre todas as advertências do Senhor Jesus Cristo por Seu Espírito? Quando nós aprenderemos que "o Senhor conhece os que são seus"?

A nossa responsabilidade é ouvi-lo nas profundidades mais íntimas da nossa alma e depender Dele para esquadrinhar os corações de outros por Seu Espírito. A experiência da traição esclarece a verdade de que a aceitação pública no meio dos crentes, o emprego de vocabulário comum entre os santos, a realização de obras religiosas, a pregação da Palavra, ou qualquer outro sinal externo que normalmente constitui uma "provação" da salvação e fidelidade de um homem, nem sempre manifestam a situação verdadeira. "...pois o homem olha para o que está diante dos seus olhos, mas o Senhor olha para o coração" (1 Sam. 16:7).

Reconheçamos em cada homem a posição que ele declara ter diante de Deus, mas nunca nos permitamos ir além do testemunho do Espírito de Deus em nossos corações em nossa relação aos outros. Temos lido de muitos que vieram a Jesus e professaram fé nele, apoiados puramente nos milagres que realizou, e não sobre uma genuína fé nele como o Filho de Deus. Movidos só pela impressão das obras externas, eles se incluíram entre os seus seguidores... "Mas o próprio Jesus não se confiava neles, porque conhecia a todos, e não tinha necessidade de que ninguém lhe desse testemunho do homem, pois ele sabia o que havia no homem" (João 2:24-25).

A nossa obrigação não é abrir o coração para todo homem que procura entrada em nosso homem interior, mas permitir aos nossos corações serem afetados para outros pelo Espírito Santo, pois ele sempre nos advertirá daqueles que tentam nos enganar. Aprendamos que a "comunhão" é a obra do Espírito Santo e não do homem. Não tentemos estabelecê-la sem a sua ajuda, nem a rejeitemos quando ele tão obviamente a estabelece entre os nossos corações e outros no Corpo de Cristo.

Qual é a necessidade da traição? Talvez deva ser esclarecida através das palavras de Pedro em sua primeira epístola quando ele observa que os seus leitores terão que "ser afligidos em diversas provações... se for necessário". É necessário porque, como ele explica tão belamente, há um fruto tanto presente como futuro de tais experiências aflitivas. No futuro, esta prova da nossa fé, como o ouro provado no fogo, tirará do forno as nossas vidas em louvor, honra e glória para o Senhor Jesus Cristo em sua vinda. Se só pudéssemos nos agarrar neste tremendo potencial no meio das nossas provações, quão distinta seria a resposta dos nossos corações ao desafio dessa hora! Além disto (graça sobre graça), as duras provações da vida são usadas para fazer uma obra muito necessária em todos nós - a obra de aumentar o nosso amor e gozo nesta vida presente. Leia 1.a Pedro 1:6-8 e recordem que, depois de cada forno de aflição, saímos amando ao Senhor como nunca antes e nos regozijando na realidade da sua comunhão.

Necessitamos da experiência da traição para aprender a verdadeira submissão ao Senhor. Você sabia que a maior oração que um filho de Deus pode dizer é a oração do Filho perfeito: "Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado" (Luc. 10:21)? Quando pudermos clamar assim do íntimo dos nossos corações feridos, saberemos que o aguilhão já se foi e que triunfamos, porque a nossa submissão para o desejo do Pai em nossas vidas traz a vitória sobre todo ataque que venha contra nós (2ª Cor. 2:14).

2ª Coríntios 4:15-18 oferece mais razões para a aparente injustiça das grandes desilusões da vida. Paulo dá a perspectiva apropriada para as nossas aflições, nos dizendo que o ataque não é contra o homem exterior, mas sim contra o homem interior.

Freqüentemente estremecemos sob o temor das "conseqüências que isto poderia trazer para a nossa vida", e esquecemos que nos tempos angustiosos nada pode causar dano ao nosso homem interior se estivermos vestidos de toda a armadura de Deus. Estas coisas duram só um momento comparadas com a eternidade, e um dia trarão um eterno peso de glória. Estas águas profundas só serviram para tirar os nossos olhos dos laços e "coisas" terrestres, e pô-los nos valores eternos. O inimigo gostaria de nos angustiar e ofuscar a nossa razão, nos conduzindo a olhar os detalhes horríveis da experiência exterior; assim, enquanto nos ocupamos com preocupações inúteis sobre o exterior, somos às vezes golpeados com violência no homem interior, e derrotados. Muitos santos sobreviveram aos ataques exteriores só para cair mortalmente feridos por amarguras, ressentimentos, malícia, e um coração rancoroso. Em tempos de traição, os santos devem aprender primeiro a cingir os lombos do seu entendimento em Cristo e a apropriar-se de toda a armadura de Deus, o qual realmente significa vestir-se de Cristo em toda a Sua força e poder.

A bênção da traição

Consideremos a bênção que traz a traição quando, através dela, aprendemos a não reconhecer outra mão a não ser a mão fiel de nosso amado Pai no céu, em todas as coisas. Nós damos demasiada glória ao diabo, ao mundo e à carne nas circunstâncias das nossas vidas. Culpamos os nossos inimigos quando somos sacudidos; mas grande paz e quietude de coração se tornam nossos quando nos negamos a reconhecer segundo as causas em nossas vidas. Deus é soberano e ele é o nosso Pai. Agradou-lhe permitir que isto nos acontecesse, e nossa parte é crer que "...aos que amam a Deus, todas as coisas contribuem para o bem, isto é, aos que são chamados conforme o seu propósito" (Rom. 8:28).

Na bênção desta quietude, Davi suportou com um espírito paciente a maldição de Simei e proibiu que lhe devolvesse mal algum pelo mal que fez. Davi viu só uma mão detrás de tudo isso - a mão amorosa de Deus operando o bem através do mal de Simei.

José foi traído amargamente por seus irmãos, posto no poço e vendido como escravo, para depois ser concedido a Potifar, e, outra vez, ser maliciosamente traído por sua esposa. Posto na prisão, ele fez amizade com o copeiro do rei, e logo conheceu mais uma vez a agonia do beijo da traição, porque quando aquele homem foi restaurado a favor da corte do Egito, quebrou a sua promessa feita na prisão. A Palavra de Deus diz: "E o chefe dos copeiros não se lembrou de José, mas o esqueceu" (Gên. 40:23).

Tanta aflição para um só homem parece suficiente para feri-lo mortalmente em seu interior, até perecer debaixo da amargura da alma que freqüentemente resulta na rejeição pessoal; mas os anos passaram e José foi lembrado pelo Senhor e exaltado ao trono do Egito em vitória. E o bendito segredo da sua cura, sim, de sua paciência triunfante e vitoriosa, revela-se em suas palavras aos seus irmãos: "Vós pensastes mal contra mim, mas Deus o encaminhou para o bem..." (Gên. 50:20).

Pedro manifestou esta mesma verdade em sua perspectiva da cruz do Calvário. Ainda que ele acuse à nação de prender a Jesus por mãos de iníquos para crucificá-lo e matá-lo, Pedro não o vê como uma tragédia, não vê nisso uma vitória de Satanás, mas sim, triunfalmente anuncia que o Senhor Jesus Cristo foi "...entregue pelo determinado conselho e antecipado conhecimento de Deus..." (At. 2:23).

E assim, meus amados santos de Deus que neste momento se encontram perplexos por causa da traição de um amigo, reconheçam nesta hora que Deus bem pôde havê-lo evitado se o tivesse desejado, mas o permitiu para o seu bem. Regozijem-se nesta bênção, pois ele os está tomando como seus filhos e lhes preparando para consolar e abençoar outros. Ele agraciou as suas vidas com o privilégio glorioso de compartilhar com vocês os mais íntimos sofrimentos de Cristo (Flp. 3:10).

Esta comunhão é dada a um grupo seleto, porque nem todos têm o privilégio de conhecer a agonia da traição, de poder compartilhar em alguma medida a profundidade do amor de Cristo. O seu traidor tentou lhe fazer mal, mas Deus tornará tudo para bem; e como Jesus escolheu a Judas, pois Ele tinha necessidade da traição em Sua própria vida, assim Deus em Sua fidelidade escolheu os nossos traidores - Ele sabia perfeitamente que, se a escolha tivesse sido nossa, nunca teria sido feita.

Vocês dirão: "Escolher os nossos traidores? Que bem podem nos fazer eles?". Vocês se esqueceram que a traição de Judas levou a Jesus Cristo para a sua maior obra, e desencadeou os eventos que cumpriram os propósitos eternos de Deus em Cristo? A redenção eterna através do sangue de Cristo foi fruto do desprezível ato de Judas!

Segue sendo um fato que os nossos inimigos não farão esta obra por nós. Só nossos amigos nos entregarão à dor das circunstâncias além do nosso controle; e, portanto, realizarão um verdadeiro serviço aos santos de Deus.

Só posso falar a partir da minha experiência pessoal. Um traidor me levou às circunstâncias que mudaram o curso do meu ministério e lançaram a maior obra da minha vida. Um traidor trouxe para a minha vida penalidades que me levaram a ser tirados da dependência do homem e me fizeram um homem livre no Senhor!

Um traidor trouxe para a minha vida um sofrimento que produziu o presente ministério frutífero e jubiloso que recebi de Cristo para o Seu Corpo. Como todos os santos, a minha percepção do passado é melhor que a minha visão do futuro. Quando olho para trás, dou graças a Deus por cada "diabo" escolhido por um Pai fiel, pois é muito provável que eu tivesse perdido algumas das maiores benções da minha vida se não tivesse sido por eles!

A bênção da traição? Só Deus pode realizar tal milagre, mas tenho descoberto que a paradoxo destas palavras é uma realidade. A traição pelas mãos daqueles a quem tenho confiado o coração pode trazer benções impossíveis de conter. Através da traição aprendi o que o salmista quis dizer quando cantou: "Nisto conhecerei que tenho te agradado, por não triunfar de mim o meu inimigo" (Salmo 41:11). Também o que o profeta quis dizer quando escreveu: "Nenhuma arma forjada contra ti prosperará, e condenará toda a língua que se levante contra ti em juízo. Esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua salvação que de mim virá, disse o Senhor" (Isaías 54:17).

Através da traição aprendi que o poder e a graça do Senhor Jesus Cristo em minha vida só podem ser operadas através da bênção da fraqueza, que é produzida pelas bofetadas de Satanás como um aguilhão na carne (2ª Cor. 12:7).

Através da traição somos preparados para a bênção de ser usados para encorajar a outros na mesma prova de fé, com a mesma consolação que nós recebemos de Deus (2ª Cor. 1:4). Através da traição pelas mãos de um "amigo", recebi a bênção de tocar nesta mensagem as verdades preciosas que aprendi na comunhão de Cristo Jesus, meu Senhor. As benções dos que lerão esta mensagem fluirão da fonte da traição e, daí, a maldade desse fato se transforma, através da graça, no bem de Deus.

Através da experiência da traição de amigos falsos, recebi uma das maiores benções da minha vida, aprendendo como amar a meus inimigos e abençoar os que me perseguem.

Durante anos, foi difícil entender estas palavras: "Abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis" (Rom. 12:14), e muito mais difícil praticá-las. O cumprimento delas se opõe diametralmente a todo o humano; e a sua compreensão delas foi aberta por meio das águas amargas do ataque selvagem dos meus falsos amigos. Somente a experiência as transformou em uma realidade bendita para mim. A palavra "bendizei" significa "elogiai" ou "falar bem de". A expressão "não maldiga" significa "não deseje nenhum mal".

Quando se concretiza a bênção da traição, olhamos para trás e vemos quanto temos segado em crescente gozo, amor, graça, força e comunhão com o amado Senhor Jesus; sentimo-nos abismados pela compreensão de quanto bem nos tem feito o nosso traidor. Não importam quais foram as suas intenções. O que importa é o fruto bendito que ele trouxe para as nossas vidas.

Quão gloriosamente fácil se torna em verdade "falar bem" dele e não lhe desejar nenhum mal! Sim, quando olhamos o nosso presente estado de bênção e compreendemos que fomos entregues por um inimigo à liberdade e magnitude da terra que agora possuímos, nós podemos dizer: "Não posso senão falar bem dele, porque foi uma bênção para mim!".

Deste modo, tal como a flor pisoteada cujo perfume sobe para abençoar o pé que a esmagou, assim os nossos corações não encontram amargura, não procuram nenhuma vingança, não desejam nenhum mal. A plenitude dos nossos vasos precisa transbordar e abençoar as mãos que nos afligiram.

Tirado de: http://www.bbmhp.org/authors/roush.html (Traduzido do inglês).
http://www.aguasvivas.ws/revista/51/07.htm

Árvores




Certa vez, uma pessoa me mandou fingir de árvore!
Naquele instante não entendi e fiquei com muita raiva! Depois percebi que poderia ser uma ÁRVORE MARAVILHOSA!
O conflito da minha vida inteira foi o de não saber conviver com meias verdades, e para mim, é muito difícil ter que conviver com alguém, ou algo que é contra os meus princípios, detesto falsidades e fofocas. Policio-me para que elas não façam parte do meu dia a dia.
Afasto-me deste tipo de comportamento e de pessoa, na verdade, corro léguas! Aniquilo esta pessoa da minha vida e da minha convivência social.
O afastamento, às vezes, pode me causar grandes prejuízos, mas hoje, esta é a minha proteção.
Aí, o ser com um espírito mais evoluído vem e me diz: o que você está vendo de ruim na outra pessoa é você mesma, ela é o seu espelho.
Fico com mais raiva ainda... Porém, sei que é a mais pura verdade.
Penso: pode até ser o meu espelho, porém, estou procurando melhorar, enquanto que a pessoa que adora fazer “fofoca” pouco se comove. Na verdade, ela está de bar em bar, seduzindo, tomando a sua gelada e fazendo o que ela sabe fazer de melhor, falar da vida alheia sem um pingo de responsabilidade. Não quero mudar o comportamento de ninguém eu só não quero conviver com pessoas assim.
Ter compaixão com este tipo de dor eu ainda não tenho! Particularmente nem quero ter! Para mim existem outras dores mais dignas da minha compaixão. Consigo conviver com isto e hoje não quero trabalhar isto. Sei que é apenas o meu ego falando! Hoje vou deixar o meu ego me dominar. Melhor o meu ego me dominando do que as influências alheias (más)!
Seja muito bem vindo! Meu “ego”!!!! Prazer em te conhecer! Estou te reverenciado! Às vezes tenho orgulho de você e outras, muita vergonha! Sei que você existe!
Estou descrente, vejo que procurar o caminho da autotransformação ou até mesmo a evolução espiritual é o mesmo que: enfiar a mão em uma caixa de abelhas. Existe uma tribo indígena no Brasil que enfia a mão num formigueiro para provar a coragem dos seus guerreiros, e ainda, livrar os espíritos destes guerreiros das más influências... Já sentei, sem querer, em um cupinzeiro e não tive livramento algum, tive muitas picadas na bunda e febre!
Sinto muito, se nem Jesus Cristo agradou a todos, ele veio ao mundo com o propósito de ensinar, sou grata a ele e quero que ela faça parte da minha vida eternamente! Na minha forma humana, vim para um mundo de aprovações e expiações. Estou aqui cumprindo pena neste corpo de carne que me limita tanto e não consigo e não quero agradar a todos!
Depois de dias e mais dias vivendo este desconforto que perturbou exclusivamente a minha cabeça bipolar, chego à exaustão! O desconforto agora aflige a mim e a um grupo inteiro. Não vejo solução e o meu nível de ressentimento é tamanho, que quaisquer coisas que aconteça (de bom ou ruim), acaba me machucando mais.
Resolvi: calar, render, não me expor e me afastar. E para não romper com os laços afetivos de outros que não quero tirar da minha vida, em virtude da minha imperfeição, vou apenas fingir de ÁRVORE!
Vou cuidar dos meus problemas, que não são poucos e abrir mão de uma doçura que já fez parte da minha vida! Voltar para nostalgia das coisas boas passadas, desejar que esta doçura volte a fazer parte da minha vida e esquecer a mágoa do presente, pelo menos por enquanto.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza