domingo, 30 de março de 2014

O medo de Amar

O medo de Amar

A verdade é que cada vez que chego muito perto de alguém e mostro meu coração, fico apavorada. Com medo de não ser acolhida, de não ser bem recebida, de ser rejeitada.

A verdade é que cada vez que imagino que não vou ser amada de volta, fico ressentida, muito assustada… E aí, começo a tentar controlar, ganhar, manipular… E aí, me afasto de mim…

A verdade é que é muito difícil pra mim confiar. Confiar em mim. Talvez porque ache que não mereça ainda. Que preciso fazer alguma coisa pra conseguir, pra ser digna de receber. Então fico tentando consertar o outro, olhando pro defeito do outro, pra fugir da minha própria incapacidade, da minha própria inabilidade, da minha própria fragilidade.

E o pior é que quando tento controlar e manipular, pra ter a ilusão da garantia do amor, sei que não estou eu mesmo sendo querida. Por mim… Mas pelo que faço ou pareço ser. E entro em um vazio profundo, uma dor tão doída…

E aumenta o ressentimento. E me sinto magoada.

A verdade é que me perco de mim quando desejo o amor. É que não sei o que fazer, oucomo fazer. Quando o melhor é não fazer nada. É contemplar, é parar, é observar. Até pra ver o que o outro quer. Até pra ver o outro.

É prender o pássaro na gaiola. É ver suas asas ali, mas impedi-lo de voar.

Eu tenho vontade sim, de pular no abismo dos meus sentimentos. Mas me falta coragem. Então fico olhando pro abismo, daqui, da minha vidinha amareladamente perfeita.

E, de verdade, isso não tem nada a ver com ninguém, mas comigo. Solitariamente. Com a solidão gigante que é não estar tão perto de mim, não estar tão de bem comigo. Com o medo de assumir o que realmente quero fazer, de expor completamente a minha verdade. O medo de ficar pequena demais diante de alguém, com a vontade de estar segura demais para dar o próximo passo.

A verdade é que tenho Eu, medo de amar.

“O medo de amar é o medo de Ser Livre”

Porque se eu amo, simplesmente amo, sem querer nada, sem pensar em nada, sem controlar nada, mostrando e fazendo o que quero, sendo o que sou, me assumo inteira.Mais simples, direto, honesto, arriscado sim, mas menos complicado e mais feliz.

Por: Paula Jácome