terça-feira, 20 de março de 2012

Julgar



Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório. Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para a frente à espera do médico. Quando o viu, o pai gritou:

-”Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?”

O médico sorriu e respondeu serenamente:

-”Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim mal recebi a chamada… Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.”

-”Acalmar-me?!?! E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria?”, disse o pai visivelmente agitado.

-”Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades”, disse o médico

-”Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito.”, murmurou o pai entre dentes.

Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.

-”A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.”

Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:

-”O médico é mesmo arrogante… Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?”

A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:

-”O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamámos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral a correr para prestar a última homenagem ao filho dele.”

Fonte: Mensageiros da Luz

Cólera




O rapaz fora despedido e ficou muito magoado com o seu chefe. Pegou um papel e grafou sua ira com palavras agressivas e o enviou ao seu ex-gerente.

Quando esse leu o bilhete, assimilou o seu conteúdo venenoso e ficou muito irritado. Chegando em casa para almoçar, com aquela carga pestilenta, xingou a esposa porque seus sapatos não estavam bem lustros. Transferiu o veneno para a esposa, que sentiu necessidade de agredir alguém.

E a vez foi da auxiliar doméstica. A patroa descarregou toda sua ira na pobre moça, porque não havia deixado os sapatos do patrão com o brilho desejado.

A serviçal, no entanto, não tinha ninguém para descarregar sua raiva. Saiu esbravejando e viu logo à sua frente um velho cão que tirava um cochilo tranquilamente deitado no chão. Não teve dúvidas. Extravasou toda sua ira em um pontapé no pobre bicho.

O cão saiu em disparada e mordeu a primeira pessoa que encontrou no caminho. Era a vizinha.

Essa, com a mordida recebeu a carga que havia sido emitida pelo funcionário despedido. Tomada de dor e muito irada, acabou por agredir o rapaz que a atendeu na farmácia.

Esse, por sua vez, ao adentrar o lar, furioso, começou a esbravejar contra a mãezinha que o aguardava para o jantar.

Que vida miserável! A senhora é culpada por eu ter que trabalhar feito um condenado naquela farmácia. Não aguento mais tantos problemas!

A mãezinha, calmamente, o envolveu num abraço afetuoso e falou suavemente: É verdade, filho, você tem razão.

E passando a mão nos seus cabelos com carinho, amortizou a ira e fez com que se dissipasse ali, aquele veneno letal que já havia prejudicado a tantos.

A força do amor! Não há arma mais capaz do que o amor!

Ninguém resiste à força do amor. Se uma pessoa chega furiosa, agredindo-nos com palavras e lhe respondemos com calma, ela fica como que imobilizada e sem ação.

É como jogar água sobre o fogo. Enquanto o revide, a ira, são como o elemento inflamável jogado na fogueira.

Ghandi foi um exemplo vivo da força do amor. Enquanto os ingleses portavam armas pesadas, aparentemente invencíveis, ele, com a força do amor, logrou libertar seu povo do jugo da Inglaterra.

Se temos usado a tática do revide, tentemos agora a tática do amor. Basta que respondamos ao mal com o bem, à violência com a não violência, ao ódio com a paciência.

O ensino do Mestre de Nazaré é sábio quando recomenda que se alguém nos bater na face direita lhe apresentemos a outra. Pois bem, quando se nos apresente a ira, a revolta, mostremos a outra face, a face da paciência, da concórdia, da tolerância.

Agindo assim, com certeza, não seremos propagadores da revolta, da ira, da cólera, e de tantos outros males que poderiam ser aplacados com apenas algumas gotas de tolerância.

* * *

Quando ficamos irados, os batimentos cardíacos aceleram-se e o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear o inimigo.

Por isso, é que, às vezes, temos notícias de pessoas que agridem o semelhante por motivos irrelevantes. É que foram dominadas pela cólera.

Assim, é importante que treinemos diariamente para vencermos a ira a qualquer custo, para o nosso próprio bem.

Fonte: http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2012/03/colera.html#!/2012/03/colera.html

Elogia ao jardineiro




O jardineiro é a melhor metáfora para designar a excelência do educador e do terapeuta. O bom jardineiro prepara um solo fértil, com os nutrientes necessários - nem de mais, nem de menos -, extermina as pragas e poda, com o discernimento que cada planta requer, observando as estações e centrado na singularidade do organismo vegetal. Sobretudo, o bom jardineiro é o amante da planta.

Jamais será tão tolo a ponto de querer doutriná-la com suas teorias e ideais, aceitando e admirando a beleza da biodiversidade. O bom jardineiro sabe que a planta só necessita de um solo fecundo, crescendo por si mesma, já que é dotada de um tropismo para ser o que é, buscando o que necessita no solo e direcionando-se para a luz do sol. O que seria de um jasmim se forçado a ser como uma rosa?

Aqui, tocamos o coração da tragédia de um modelo educacional distorcido e esclerosado, a serviço da normose que, infelizmente, é ainda dominante: a criança é forçada a ser o que não é, por meio do fórceps de um currículo estreito e rígido e do instrumento torturante da comparação. Comparar uma criança com outra ainda será considerado um crime, num futuro breve e mais saudável. Essa é a gênese da perversão e da corrupção.

Para conseguir aprovação, o estudante é obrigado a jogar sua diferença e sua originalidade na lata do lixo, vendendo-se por notas. Mais tarde, poderá se vender por outras notas... É desolador ter que reconhecer que, na horta de um horticultor qualquer, um pé de alface é muito mais bem tratado do que nossas crianças estão sendo, nesse simulacro de escola. O que pensaríamos de um horticultor que exigisse, de todas as suas diversas hortaliças, o mesmo desempenho, o mesmo resultado?

Cada aprendiz necessita ser respeitado na sua alteridade e no seu estilo próprio de aprender a aprender. Numa escola saudável, o educador centra-se no aprendiz - e não num programa rígido, massificador e castrador do brilho e da originalidade que emanam de cada pessoa. "Utopia!", esbravejarão alguns. Permito-me lembrar-lhes, então, que utopia não é o irrealizável; é tão-somente o ainda não realizado, aquilo para o qual ainda não existe espaço.

É tempo de educar educadores. É tempo de ousar resgatar o espaço sagrado onde o aprendiz possa orientar seu coração para aprender, sobretudo, a ser plenamente o que ele é. É tempo de conspirar por uma educação não-normótica, centrada na totalidade. É tempo de reconstruir o templo da inteireza. Concluo com uma fala antiga que aponta para a essência do que é educar: "Aos quinze anos orientei o meu coração para aprender. Aos trinta, plantei meus pés firmemente no chão. Aos quarenta, não mais sofria de perplexidade. Aos cinqüenta, sabia quais eram os preceitos do céu. Aos sessenta, eu os ouvia com ouvido dócil. Aos setenta, eu podia seguir as indicações do meu próprio coração, pois o que eu desejava não mais excedia as fronteiras da Justiça".

Roberto Crema
http://marcoaureliorocha5.blogspot.com.br/2010/11/elogio-ao-jardineiro.html#!/2010/11/elogio-ao-jardineiro.html

Código de honra das Mulheres Celtas



“Ama teu homem e segue-o, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: amor, companheirismo e amizade.
Jamais permitas que algum homem te escravize. Tu nasceste livre para amar, e não para ser escrava.
Jamais permitas que o teu coração sofra em nome do amor. Amar é um ato de felicidade, porquê sofrer?
Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca te fará sorrir.
Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado. O corpo é a morada do espírito, porquê mantê-lo aprisionado?
Jamais permitas que o teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu nem sequer sabes.
Jamais permitas que o teu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para ti.
Jamais permitas ouvir gritos em teus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto.
Jamais permitas que paixões desenfreadas te transportem de um mundo real para outro que nunca existiu.
Jamais permitas que outros sonhos se misturem com os teus, fazendo-os virar um grande pesadelo.
Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.
Jamais permitas que teu útero gere um filho que nunca terá um pai.
Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tu tivesses nascido inválida.
Jamais te ponhas linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tem olhos para te admirar.
Jamais permitas que teus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de ti.
Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos teus olhos te dominem, fazendo arrefecer a força que existe em ti.
E, sobretudo, jamais permitas que tu mesma percas a dignidade de ser mulher.”

Livro: Mulheres que correm com lobos; Autora: CLARISSA PINKOLA ESTES

Mulheres que correm com os lobos




“Assim, para promover nosso relacionamento de intimidade com a natureza instintiva, seria de grande ajuda se compreendêssemos as histórias como se estivéssemos dentro delas, em vez de as encararmos como se elas fossem alheias a nós. Penetramos numa história pela porta da escuta interior. A história falada toca no nervo auditivo, que atravessa a base do crânio até chegar ao bulbo do cérebro logo abaixo da ponte de Varólio. Ali, os impulsos auditivos são transmitidos para cima para o consciente ou, segundo dizem, para a alma... dependendo da atitude de quem ouve.
Antigos anatomistas falavam de o nervo auditivo dividir-se em três ou mais caminhos nas profundezas do cérebro. Eles concluíram que o ouvido devia, portanto, funcionar em três níveis diferentes. Um deles seria o das conversas rotineiras da vida. Um segundo seria dedicado à aprendizagem e à arte. E o terceiro existiria para que a própria alma pudesse ouvir orientações e adquirir conhecimentos enquanto estivesse aqui na terra.”

Livro: Mulheres que correm com lobos; Autora: CLARISSA PINKOLA ESTES; Capítulo 1 - O uivo: A ressurreição da Mulher Selvagem

A vida



A vida é uma oportunidade, aproveite-a.
A vida é beleza, admire-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torne-o realidade.
A vida é um desafio, enfrente-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserve-a.
A vida é amor, Ágape.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpra.
A vida é tristeza, supere-a.
A vida é um hino, cante-o.
A vida é um combate, aceite-o.
A vida é tragédia, domine-a.
A vida é aventura, afronte-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defenda
Defenda a vida desde o nascimento, até sua morte natural.
Viver a vida é viver o Ágape!!!!
Forte Ágape!!!

Fonte: Padre Marcelo Rossi