quarta-feira, 11 de maio de 2011

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O JAPÃO


1 – A CALMA

Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.


2 – A DIGNIDADE


Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo. O desabastecimento só ocorreu por causa da inacessibilidade de ruas, avenidas e estradas, além é claro, de alguns escombros trazidos pela tsunami.


3 – A HABILIDADE

Arquitetos e engenheiros fantásticos, por exemplo. Os prédios balançaram, mas não caíram e foram capazes de reconstruir uma estrada, desnivelada em mais de 3 metros, em apenas sete dias.


4 – A SOLIDARIEDADE

As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa. A água foi prioritariamente distribuída exatamente às pessoas que mais necessitavam -- idosos e crianças, pois eles já sabiam quantos eram em cada uma das famílias -- nem mais, nem menos.


5 – A ORDEM

Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas. Apenas compreensão. 'Ordem até demais, além da razão humana, mesmo para os padrões orientais' -- segundo um renomado repórter de campo que cobriu a tragédia.


6 – O SACRIFÍCIO

Cinquenta trabalhadores ficaram dentro da usina contaminada para bombear água do mar para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensados?


7 – A TERNURA


Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.


8 – O TREINAMENTO

Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes foi ensinado.


9 – A IMPRENSA

Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada de reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas calmas reportagens dos fatos.


10 – A CONSCIÊNCIA

Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.


Autor: Desconhecido!

O sorriso dos meus olhos

Bom! Seria uma injustiça da minha parte se não compartilhasse este belíssimo texto! Uma homenagem as mães! Texto escrito pela queridíssima Paula Jácome!

Mãe, você é o sorriso apertado dos meus olhos. Você é o cheiro de água fresca que me consola, é o gosto do sorvete de ameixa que me alegra. A mão gelada que me tira da cama quentinha, é o empurrão que me trouxe pra vida, o abraço que acolhe minha dor. Você É a minha vida.

É o grito que me corrige, a decisão que vacila. Você é a força que me esperou chorar no primeiro dia de escola, pra que um dia eu pudesse voar… É a água sempre gelada que mata minha sede. É a mão áspera que me leva com carinho, a rebelião dentro do meu coração.

É o rendimento do meu terapeuta, é a raiva dos que me magoam, é o amor incondicional que tenho pelos meus filhos. É a luz do corredor acesa no meio da noite, é a exigência de ser perfeita, é a pressa em acertar. O corretivo dolorido, o talquinho cheiroso, o dissabor do espinafre que eu precisava provar.

É a expectativa que eu quero atender, o brigadeiro de todas as festas. Você é a minha dor mais amarga e indispensável.

É a ausência que me preenche, é ouvido que fala sem parar, a amizade que me deixa contente. É o biscoito de nata que nutre, o calor que me falta, a febre que preciso curar e o torpor que cultivo pra suportar. São suas as amigas que vem me visitar e é a sua honestidade que espanta. Você é a honra pelo pai que perdi.

É o prazer que sinto ao ver os ninhos da janela, é o cafezinho amargo da manhã, é o armário desarrumado por cores e a saudade das festas juninas. “É a fé que me faz, otimista demais” a cada apresentação do Rei, por cada ano que vem.

É a flor que roubei do jardim, o desenho desfigurado mais lindo na lição que aprendi. Você é o almoço de domingo, a casa cheirosa na sexta, a pizza gostosa do sábado. É o colo que me defende, o castigo que me delineia, o vôo alto que sou capaz de fazer. Você é o meu coração.

É e a dificuldade que tenho em mudar, a vontade de ficar e ao mesmo tempo a coragem que encontro pra seguir, sempre. É a você que preciso desafiar e é você a minha gratidão.

É o leite com chocolate que me faz voltar, é qualquer árvore frutífera que eu plantar. São as irmãs pra quem os vestidos não quero emprestar – queria seu olhar só pra mim. É o incentivo que me fez caminhar, a bronca que me impediu de continuar. É o perdão de tudo que eu já errei e a torcida entusiasmada na beirada da quadra, capaz de brigar pra me ver ganhar!

É as unhas vermelhas com as sainhas curtinhas. O respeito pelo meu peito, o gozo da entrega de que sou capaz. É também a dureza de palavras mal ditas pelo coração grande e puro que carrego escondido na bolsa colorida. Você é beleza pura!

Você enjoou, engordou e não dormiu por mim. Se rasgou pra eu existir e, muitas vezes, eu nem vi. Me acolheu, deu limites e espaço pras asas que viu aparecer. E eu sei o quanto é difícil, agora que também sou bonita e árida, amiga e dura, amor e dor, flor e espinho, engraçada e rabugenta. Agora que também sou mãe.

Mãe, você é tudo!E eu sou uma parte de você e são nossos os filhos do meu ventre, você é todo amor infinito de que sou feita.

Por: Paula Jácome
Publicado no Jornal Vale do Aço em 9 de maio.
http://chaentreamigas.com.br/?p=3635#comments