sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ASAS NEGRAS PARA A LUZ - Paul Ferrini

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ASAS NEGRAS PARA A LUZ

O major obstáculo para o despertar espiritual e a pretensão de que não haja nenhum sofrimento na sua vida, de que não haja nenhuma dor. Se você não sofre nenhuma dor, ou você já despertou ou está negando essa dor.

Eu detesto ter de acabar com as suas ilusões, mas devo dizer que existem pouquíssimos seres despertos neste planeta e que existe uma grande possibilidade de que você não esteja entre eles. Eu digo isso para que você seja realista com relação a sua vida espiritual.

Muito embora você tenha entorpecido a dor, ficar congelado no medo não é algo nem de longe espiritual. Na verdade, todas as defesas psicoemocionais que você erigiu para se proteger são só obstáculos a presença do amor. De fato você as erigiu para impedir ou suportar o abuso, mas elas afastam o amor. Elas impedem o amor de chegar até você. Elas trancam o seu coração. Veja, você não pode despertar enquanto estiver com o coração trancado. O primeiro passo do processo de despertar é sempre “abrir o coração”. Assim que ele se abrir, você sentirá toda dor e roda culpa que você intelectualizou ou reprimiu. Isso é inevitável.

Deixe que isso venha à tona. Deixe que a dor venha à luz para que você possa limpa-la e purificá-la. Se continuar vivendo com a dor, você viverá uma vida terrivelmente limitada. Medos profundos, aparentemente devastadores, circularão inconscientemente peta sua psique, impedindo você de conhecer o seu verdadeiro eu ou de se abrir para a verdadeira intimidade com as outras pessoas.

Deixe a dor vir à tona. Deixe o coração aberto. O sentimento de dor faz com que você comece a suportá-la. Você percebe que ela não é devastadora. Vê que você pode suportá-la sem ser destruído por ela. Sinta a mágoa, o ódio e a traição que você nunca se permitiu sentir na infância ou mesmo na idade adulta. Deixe que o sentimento reprimido de ter sido desrespeitado venha à superfície. Você não vai deixar de ser uma vitima ate descobrir por que acabou se tomando uma.

Descubra a razão por que você se sente traído. Descubra os julgamentos que faz de si mesmo. Vá cada vez mais fundo até ver a deslealdade consigo mesmo e assuma esse sentimento. Não, não se torture por isso. Assuma carinhosamente esse sentimento e chore o que tiver de chorar.

Existe uma lei espiritual que diz que você só pode ser desleal consigo mesmo, com ninguém mais. Não aceite o papel de vítima. Ele impede você de sentir toda a dor provocada pela deslealdade consigo mesmo. Deixe que essa dor venha à tona. Deixe que ela seja liberada. Deixe para lá o julgamento e o ataque contra si mesmo. Você os tem carregado ha muito tempo.

Muito poucas pessoas realizaram o seu próprio processo de cura. Nem aquelas que tentam ajudar os outros fizeram isso. A maioria delas também não curou as próprias feridas interiores. Não reconheceram o papel de vítima que desempenham. Como elas podem ajudar você?

As outras pessoas não podem ajudar você. Elas têm de curar a si mesmas. Se você precisa de um mentor, escolha alguém que já conheça o caminho. E tenha cuidado; não existem muitos que o conheçam. Se você observar com atenção, verá se a escuridão dentro deles foi integrada ou se eles ainda a estão evitando.

Qualquer um que tenha medo da própria escuridão é incapaz de avançar em direção a luz. Qualquer um que rejeite sua humanidade e finja ser apenas espírito não esta integrado nem inteiro. Não aceite como agente de cura uma pessoa ferida, mesmo que ela tenha um nome angelical. Mesmo que as outras pessoas a tenham em alta conta.

Encontre um mentor que não vise os próprios interesses. Alguém que diga: “Sim, eu já percorri esse caminho. Eu conheço o terreno, mas não sei bem o que vai acontecer a você. Tudo o que eu posso fazer é acompanhá-lo, ajudá-lo a mergulhar mais fundo nas sombras e ver o que acontece. Tudo o que eu posso fazer é ser um amigo, não um especialista”.

Ninguém é especialista. Existem apenas aqueles que já empreenderam essa jornada e aqueles que não a empreenderam. Os primeiros não se colocam na posição de profissionais. A própria jornada lhes trouxe humildade. Os últimos fazem um grande alarde acerca dos próprios conhecimentos, que se revelam bem poucos assim que eles se identificam com você e são pegos em seu ponto fraco.

A pessoa que fez a jornada até o inferno e o caminho de volta não anseia pelo céu. Ela não pertence ao reino das fadas. Ela tem cheiro de terra e de fogo. Ela tem ondulações na testa devido aos séculos de ocupação da água. A beleza dela é a da terra. Ela é uma princesa vincada pelo tempo, uma mãe, não uma noiva virginal.

Para passar pela ressurreição, para se elevar ao céu, você tem primeiro de encontrar o demônio cara a cara. Se continuar buscando o demônio nas outras pessoas, você não vai encontrá-lo. Se não acreditar nele, você não vai se dar ao trabalho de buscá-lo dentro da própria mente.

O demônio é a sua própria presença angelical corrompida. Ele é tudo que você esqueceu, tudo o que você fez contra si mesmo. Ele é o ser ferido, o ser crucificado, o anjo caído do céu e cercado de imundície, no pântano feroz da encarnação terrena. Ele é mais você do que o seu eu encantado, maravilhoso. O seu eu encantado é tão rarefeito quanto o ar. Ele não é da Terra. Ele não se pode elevar daquilo que nunca encontrou.

O demônio é da Terra. A sua mente egóica é o criador da Terra com toda a sua dor e beleza manifesta. Não rejeite a sua criação antes mesmo de chegar a conhecê-la. Caminhe na chuva. Bronzeie-se ao sob. Role na lama. Prove tudo o que há para provar. Não tente deixar este mundo antes de estar preparado.

A urgência de partir é o apego final a dor. Tenho de lhe dizer francamente que não ha nenhum lugar para onde ir. Este é o lugar. Você não pode deixar a sua própria criação. Você tem de mergulhar nela, ficar com ela e aprender a mudá-la.

Deus não virá como um salvador para libertá-lo de um mundo que você mesmo criou. Essa é uma solução que pertence a um antigo paradigma. Ela não dá poder a você. Mesmo que fosse possível, ela não beneficiaria você.

Deus vem por meio da sua própria decisão de aceitar a sua mente egóica. Ele vem no amor e na compaixão com que você olha as feridas dentro e fora de você. Ele vem quando você estende as mãos para aceitar as asas negras que pairam em frente à porta do seu medo.

Essas asas não machucarão você. Não importa o quanto seja grande a dor, ninguém fica marcado. Ninguém tira de você a sua inocência, não importa o quanto você tenha sofrido ou praticado abusos. Veja através do disfarce sombrio e encontre abrigo na tepidez dessas asas. Existe uma porta ali e ela leva diretamente ao coração. Mergulhe na sua dor, irmã.

Você não pode chegar a Deus se não passar pela noite escura da alma. Todo o medo e toda vergonha tem de vir à tona. Todos os sentimentos de separação tem de aflorar para serem curados. Como você vai se erguer das cinzas da sua própria dor se não reconhece essa dor? Esses que fingem que não existe nenhuma ferida nunca iniciarão a jornada espiritual. Aqueles que abrem a ferida e torturam a si mesmos e aos outros não vão além do primeiro passo no processo da cura.

Se você quer curar, lembre-se de deixar que a dor venha à tona. Reconheça a ferida. Fique com ela e deixe que ela o ensine.

* Sinta a dor. Lembre-se do desrespeito que sofreu.
* Perdoe a si mesmo.
* Seja bondoso consigo mesmo.
* Veja a dor do seu algoz.
* Veja o ataque como um pedido de amor.
* Apóie a si mesmo agora.
* Prometa nunca mais fazer o papel de vitima.
* Prometa nunca mais ser desleal consigo mesmo.
* Entenda que você aceitou a dor porque queria amor e não sabia como obtê-lo.
* Diga o que você quer agora.
* Diga não ao desrespeito.
* Aprenda a dizer “Não” ao que você não quer.
* Aprenda a dizer “Sim” ao que você quer.
* Não confunda essas duas coisas.
* Não aceite o que não lhe parece bom.
* Diga a verdade, mesmo que corra o risco de ser abandonado.
* Seja firme. Seja claro. Toque a sua vida em frente.
* Disponha-se a sentir os seus sentimentos e a deixar que os outros saibam o que você sente. Assuma o que você sente e não coloque nos outros a responsabilidade pelo que você sente. Ninguém tem culpa de nada, nem você nem os outros.
* Saiba que a cura é um processo que leva a vida inteira. Existem muitas outras camadas de abandono que precisam vir à tona. Não ha nada de errado nisso. Agora você sabe que pode sentir a dor e superá-la. Agora você pode ter confiança na sua jornada de cura.
* Você não precisa continuar procurando pela escuridão. Ela virá até você naturalmente. Depois que estiver disposto a se curar, a dor do eu fragmentado vira naturalmente a superfície. Peças do quebra cabeça emergirão e a figura ficará clara. Isso não acontece de uma vez.
* Tenha paciência. Não ha como apressar o processo. A sua cura tem um ritmo próprio. Respeite-o. Não force nada ou você votará a sentir medo e ficara paralisado. Simplesmente se disponha a lidar com cada questão que se apresentar no momento. É disso que trata o caminho espiritual. Curar as nossas feridas. Curar a nossa dor pessoal tomando-a pública. Confessando a nossa vergonha. Descobrindo os nossos parceiros nessa cura. Esse não é um trabalho que possa ser feito numa caverna nas montanhas. Retirar-se da vida simplesmente amortece os sentidos. Isso não é nem vantajoso nem necessário.

O caminho mais curto para a iluminação é aquele que passa pelo nosso coração. Que passa pelos nossos relacionamentos. Que passa pela nossa dor, pelo nosso pesar e pelo nosso medo. Esse não parece ser um caminho muito majestoso, no entanto, é o mais majestoso que pode existir. Nele, asas negras ficam iluminadas e a escuridão ganha o seu próprio poder de cura. Pois, na escuridão, nós somos nutridos e preparados. Desse útero escuro nós avançamos em direção a luz. Sem ele, não nasceríamos.

Sem ele, não podemos renascer.
“A grande maioria das relações está estudando o tema da disputa pelo poder. Alguns estão conscientes disso, outros não. E uma forma de exercer poder sobre o outro é invalidando a percepção dele. É possível que você possa ter uma percepção objetiva que revela uma limitação do outro. Mas, a percepção objetiva à qual me refiro nunca te leva para a disputa, pelo contrário, ela gera reciprocidade na relação. Isso significa não fechar os olhos para os defeitos do outros, e continuar com o coração aberto. Porque a forma mais usual de punir o outro pelas suas limitações é fechando o coração para ele.”

Sri Prem Baba



"A Bruxa não somente varre,
Ela bane más energias. 
Ela não limpa, purifica. 
A Bruxa não canta, encanta;... 
Pois suas palavras são mágicas 
E sua boca é santa. 
A Bruxa controla seus desejos,
Disciplina sua mente, 
Conhece seu corpo e anseios, 
A Bruxa ama a sua vida 
Sendo ela simples sutilmente.
E vive seu destino, 
Como quem encanta a mente. 
A Bruxa corre, canta e dança
Mas não perde nunca a pose, 
Pois vive na liderança.
Ela é social, cordial e poderosa
E ama intensamente, 
Faz ritos, encantos, feitiços e poções, 
Mas respeita incondicionalmente. 
Mas acima de tudo, 
A Bruxa é Bruxa sempre 
E não há, jamais, quem a tente!" - Ávillys d'Avalon

SINTO FALTA



SINTO FALTA

Do que vivemos
Do que nunca viveremos
E do que nunca fomos.
Irrito com o romantismo
Com a falta de praticidade
E com esta prisão.
É um momento de pouca fartura
Onde os erros ressaltam
E percebemos a falta de garra,
De conquista e determinação.
Os defeitos afloram,
A falta de Fé deteriora
E a alma apodrece...
Nada faz sentido
Revolto com as imperfeições,
Com as cobranças
E com a intensidade de sempre.
Com uma varinha mágica
Tornaria o mundo igual.
Acabaria com o egoísmo
E todos os vícios sociais...
Com a consciência limpa
Seriámos de fato TODOS UM,
Em uma imensa mandala humana.
A igualdade seria um sentimento
E não uma regra.
Amariámos e respeitariamos o próximo
Libertos de todo negativismo.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza