segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Recurso OAB 2011 -1

PROVA VERDE!

Questão 27
DIREITO ADMINISTRATIVO

RECURSO:
Com todo a respeito, as altenativas da questão estão confusas, levando a entender que duas questãos poderiam ser a acertiva, a letra `a` e `b`.
De acordo com a teoria do risco integral, o Estado responde pelos danos em qualquer circunstância não se admitindo, portanto, qualquer causa excludente de sua responsabilidade. Trata-se de uma forma extremada, pois obriga a administração a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de dolo ou culpa da vítima. De acordo com a CF/88 (teoria da responsabilidade objetiva ou tão somente teoria do risco), o legislador adotou a teoria do risco administrativo, a idéia de culpa esta ligada apenas à existência de nexo de causalidade entre o funcionamento do serviço público e o prejuízo sofrido pelo administrado, sendo indiferente que o servido tenha funcionado bem ou mal.
Para que ocorra a responsabilização civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos exige a observância dos requisitos: a) ocorrência de dano efetivo; b) ação ou omissão administrativa; c) nexo causal entre a conduta e o dano.
A ação regressiva do Poder Público contra o agente causador do dano, nos termos dos art. 36, § 6o, da CF é encessário o comprimento de dois requisitos: que o Estado já tenha sido condenado a indenizar a vítima e a comprovação do dolo ou da culpa do agente público. Trata-se de ação de responsabilidade subjetiva.
O certo para questão seria uma alternativa com os dizeres:
O município de Mar Azul, objetivamente, o Médico subjetivativamente com a proposititura de Ação Regressiva, em casa de dolo ou culpa compravada.
Nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Administrativo
Questão 30 – Prova Verde

RECURSO:
A concessão de serviços poderá se exitinguir em virtude do advento do termo contratual, da encampação, da caducidade, da anulação, da rescisão e pela falência ou extinção da empressa concessionária e falecimento ou incapcidade do titular, no caso de empresa individual. A rescisão administrativa é aquela feita por acordo entre as partes, sendo reduzida a termo em preocsso administrativo, desde que seja conveniente para administração pública e precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente. A rescisão judicial é aquela determinada pelo Poder Judiciário em face do descumprimento do contrato pelo poder concedente. Para que possa ser pleiteada, o cencessionário deverá promover ação específica par esse fim, comprar o descumpimento das cláusulas contratuais pelo poder concedente e manter a prestação do serviço até a decisão judicial transitar em julgado.
Em qualquer hipótese de extinção o contrato de concessão a lei, determina a reversão em favor do poder concedente dos bens, direitos e privilégios transferidos ao concessionário que estiveram afetados à princípio da continuidade dos serviços públicos.
A questão deve ser anulada. Isso porque o enunciado narra conduta do poder concedente insuficiente para decretar a caducidade. Segundo a Lei 8.987/95, o poder concedente, quando tomar conhecimento de que o serviço público está sendo prestado de forma inadequada, deve, em primeiro lugar, comunicar à concessionária detalhadamente os descumprimentos contratuais, dando-lhe prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais (art. 38, § 3º, da Lei 8.987/95).
A situação narrada no enunciado não permite que o poder concedente decrete a caducidade do contrato, nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Administrativo –
Questão 32 – Prova Verde

RECURSO:
Com todo a respeito, a altenativa apresentada como certa pelo gabarito está incompleta, senão vejamos, o art. 54, § 1º, da Lei 9.784/99:
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada ma‑fe.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar‑se‑a da percepção do primeiro pagamento.”
Dessa forma, a questão contém vício insanável, nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Civil –
Questão 34 – Prova Verde

RECURSO:
Com todo a respeito, a altenativa apresentada como certa pelo gabarito, não é a única alternativa verdadeira. Existe, a alternativa apontada no Gabarito `b’ e a letra `d’ que de acordo com a legislação vigente, também está correta. A alternativa indicada como correta (Jonas “deve arcar com as despesas referentes à restituição dos dois automóveis no local estipulado”) não condiz com enunciado, pois já estava estipulado que Silas restituiria os automóveis na residência de Jonas, de modo que incide a regra que “ressalva disposição em contrário” (art. 631 do CC), a respeito do dever de o depositante arcar com as despesas de restituição. Há de se lembrar, ainda, que Silas descumpriu o contrato, ao usar o carro, já que o depósito só permite a guarda da coisa (art. 627 do CC). O descumprimento contratual admite a resolução do contrato, com pagamento de perdas e danos, o que abrange inclusive as despesas de restituição, mormente se há uso indevido da coisa (art. 640 do CC). Por fim, caso não seja anulada a questão, há de se considerar correta, também, a alternativa que afirma que Jonas deve cobrar o prejuízo diretamente de Francisco, pois, como proprietário do veículo danificado culposamente por este, Jonas tem legitimidade para a ação indenizatória respectiva.
Dessa forma, a questão contém vício insanável, nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Civil –
Questão 35 – Prova Verde

RECURSO:
Com todo a respeito, a questão deve ser anulada por não possuir nenhuma alternativa correta.
A alternativa indicada como correta aplica-se em deternaminadas situações (art. 834 do CC), porém, é absolutamente falsa para o caso concreto, pois a correta providência, no caso, é Gustavo pedir o reconhecimento judicial que não está mais obrigado pelo contrato de fiança, por conta da moratória, conforme claramente determina o art. 838, I, do CC. A providência entendida como correta pelo gabarito é absolutamente impertinente para o caso concreto narrado no enunciado, nestes termos, pede-se pela anulação da questão.


Direito Civil –
Questão 39 – Prova Verde

RECURSO:
A questão deve ser anulada. Primeiro porque exigiu que o examinando fizesse a contagem de prazo sem que a prova trouxesse um calendário do período, de modo a possibilitar que a operação fosse feita. O calendário é de praxe em exames e fere a boa-fé objetiva a banca examinadora não trazê-lo. E nem se alegue que era possível acertar a questão por exclusão, pois a boa-fé exige que o examinando tenha meios de checar todas as informações que lhe são passadas numa afirmativa, a fim de confirmar a sua completa correção. Não bastasse, o enunciado tem problema insanável de redação. Em seu último parágrafo, apesar de iniciar fazendo referência à situação hipotética descrita (à situação concreta), acaba por concluir pedindo que o examinando verifique “a contagem do prazo para a entrada em vigor de lei que contenha período de vacância”, ou seja, pedindo que o candidato verifique uma situação abstrata. A expressão “de lei que contenha” (deveria ser “da lei acima transcrita”) acaba por prejudicar a compreensão do que estava sendo pedido, o que faz com que a questão, também por este motivo, deva ser anulada.

Direito do Consumidor –
Questão 47 – Prova Verde

RECURSO:
Com todo a respeito, a questão deve ser anulada por não possuir nenhuma alternativa correta.
A alternativa indicada como correta comete grave equívoco ferindo o princípio da boa-fé que se aplica a ambos os contratantes, mesmo que um deles tenha mais obrigações que o outro, pois esse princípio tem por efeito criar deveres anexos a ambos os contratantes (Enunciado JDC/CJF nº 24).
“Enunciado nº 24: - em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”.
Assim, não é só a favor do “titular passivo da obrigação” que se deve reconhecer direitos pela aplicação do princípio.
No mais, mesmo que assim o fosse, o certo era que constasse a expressão “titular ativo da obrigação”, pois titular passivo é quem tem a obrigação, e não quem se favorece dela.
Erroneo dizer que alguém tem um “direito a cumprir em favor” de outrem, sendo correto dizer que alguém tem um “dever a cumprir em favor” de outrem. A questão posseui muitos equívocos conceituais, que, nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Empresarial –
Questão 52 – Prova Verde

RECURSO:
Com todo a respeito, a questão deve ser anulada por não possuir nenhuma alternativa correta. A vinculação a determinado território ou zona de mercado é característica típica do contrato de agência ou distribuição (art. 710 do CC), não sendo requisito a ser verificado no contrato de mandato (art. 654 do CC), indicado no gabarito como resposta correta. Ocorre que a alternativa B, que indica a agência, também não prospera porque, nesta modalidade, o agente não age em nome do agenciador (art. 710 do CC), aliás nem mesmo contrata com terceiros. Por fim, não se trata de comissão mercantil, vez que nesta o comissário atua em nome próprio (art. 693 do CC), nem de corretagem, na qual o corretor apenas aproxima as partes interessadas em contratar, também não figurando na avença (art. 722 do CC). Sendo assim, forçoso concluir que a questão deve ser anulada.

Questão 56 - DIREITO TRIBUTÁRIO
RECURSO:
Com todo a respeito, a questão deve ser anulada por não possuir nenhuma alternativa correta. Gabarito dado pela banca: letra d - mas não-cumulatividade não é sinônimo de valor agregado.
De acordo com a Constituição Federal (art.146, III, alínea a - parte final - e art. 155, par. 2º, inciso XII, alínea i), cabe à lei complementar definir a base de cálculo do ICMS.
A LC 87/96 definiu no art. 13 em síntese que a base de cálculo é o valor da operação de circulação de mercadoria ou o preço do serviço de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. Por conseguinte, a letra D, apontada como resposta da questão 56, está incorreta, pois o ICMS não incide sobre o valor agregado, mas sobre o valor total na operação de circulação de mercadoria e na prestação dos serviços previstos em sua hipótese de incidência. Conforme o principio da não cumulatividade, é possível compensar o imposto devido na operação/prestação seguinte com o já incidente nas etapas anteriores, não interferindo tal sistemática na definição da base de cálculo. ademais, há situações nas quais a própria Constituição veda o aproveitamento de créditos (art. 155, par. 2º, inciso II), descaracterizando-se o imposto sobre valor agregado. Caso o ICMS fosse um imposto sobre valor agregado, não haveria incidência se não houvesse acréscimo de valor na mercadoria/serviço de uma etapa para outra, mas não é isso que ocorre. Saliente-se ainda que a base de cálculo deve levar em consideração o valor do próprio imposto, conforme previsto na Constituição Federal e considerado constitucional pelo STF em recente decisão, o que corrobora o fato de não ser um imposto sobre o valor agregado pelo sujeito passivo.
Nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Ambiental – Questão 57 – Prova Verde
RECURSO:
A questão deve ser anulada tendo em vista que, todas as alternativas estão incorretas. A alternativa indicada como correta não está de acordo com o disposto na Lei 10.650/03. Essa lei estabelece que apenas o “indivíduo” terá as informações de que trata o enunciado da questão. A pessoa jurídica estrangeira, portanto, não tem legitimidade para fazer a solicitação mencionada. A pessoa jurídica estrangeira sofre limitações legais para funcionar no País, seja para a prática de atos isolados, como o mencionado, seja para a prática de atos reiterados (arts. 1.134 e seguintes do CC). Por fim, a alternativa considerada correta está incompleta, pois, apesar de não ser necessário demonstrar interesse específico, é necessário que o requerente declare, dentre outras coisas que não utilizará as informações colhidas para fins comerciais (art. 2º, § 1º, da Lei 10.650/03), circunstância que interfere não questão do “interesse específico” e que deveria ter constado da afirmativa, para que esta representasse o sentido completo da lei nesse aspecto. Nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Penal - Questão 61
Prova Verde


RECURSO:
A questão deve ser anulada tendo em vista que, possui duas alternativas corretas. A indica no gabarito “c” e a letra “d” tendo em vista que: no sistema de aplicação da pena privativa de liberdade, previsto no art. 68, do Código Penal, o acréscimo pelas circunstâncias agravantes deve ser feito posteriormente à redução pelas circunstâncias atenuantes.
O exame gramatical do referido dispositivo legal espanca qualquer dúvida, pois diz o legislador que a “pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento”.
Existe o sistema trifásico de fixação da pena privativa de liberdade, são três os momentos percorridos no processo de fixação da pena: primeiramente, determina-se a pena base, com lastro nas circunstâncias judiciais do art. 59; após, são consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes e, por derradeiro, as causas de diminuição e de aumento, gerais e especiais” (PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal. 5ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 276)
Portanto, o “acréscimo da pena pela embriaguez preordenada (circunstância agravante) deve ser feito posteriormente à redução pela confissão espontânea (circunstância atenuante)”.
Nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Direito Penal –
Questão 63 – Prova Verde

RECURSO:
A questão, deve ser anulada, já que a alternativa dada como certa contém divergência doutrinária. Não há problema nenhum em relação à reincidência, na medida em que a sentença penal condenatória do crime de furto é anterior à prática do crime de extorsão. Já no que toca ao crime de roubo, há, em relação à caracterização dos maus antecedentes, divergência doutrinária e jurisprudencial. Ocorre que a prática do roubo antecedeu o trânsito em julgado do crime de extorsão, o que, segundo preconizado na Súmula 444 do STJ, não caracteriza maus antecedentes. Este entendimento é compartilhado por parte da doutrina, já que está em consonância com o postulado da não culpabilidade, e contraria, portanto, o posicionamento adotado pelo examinador, segundo o qual processos em andamento (sem trânsito em julgado) podem ser considerados como maus antecedentes.
1 Corrente: afirma que na sentença condenatória pelo crime de extorsão o agente deve ser considerado reincidente em virtude do crime de furto, isto está correto, a condenação pelo crime de furto transitou em julgado em 31/03/2002, o crime de extorsão ocorreu em 30/05/2003, portanto o crime de extorsão foi praticado após o transito em julgado da condenação o que caracteriza a reincidência nos termos do art.63 do CP.
2 Corrente: afirma que na sentença condenatória pelo crime de extorsão deve ser considerado mau antecedente em razão do crime de roubo, neste ponto o gabarito está equivocado. Primeiro, a súmula 444 do STJ afirma que ações penais em curso não podem ser consideradas como maus antecedentes, portanto deve ser considerada a data do trânsito em julgado da condenação, a sentença condenatória do roubo transitou em julgado em 10/06/2003. A banca considerou que por ser esta data anterior a CONDENAÇÃO pelo crime de extorsão poderia ser utilizada como maus antecedentes. A doutrina majoritária e a jurisprudência do STJ (HC 130.762-SP publicado no informativo 416 do STJ), consideram que o transito em julgado da condenação pelo crime anterior deve ser anterior ao NOVO CRIME para ser considerada como maus antecedentes, como ocorre com a reincidência, por isso esta condenação não acarreta maus antecedentes.
Nestes termos, pede-se pela anulação da questão.

Amor!




Por saber que você sabe qual é a nossa principal diferença (razão X emoção),
tenho certeza que você entenderá o meu sentimento!
Pela primeira vez, desde que te conheci, me sinto muito insegura.
Um aperto no peito,
Os olhos lacrimejam!
Percebo, que diante de um contexto diferente e apaixonante, sinto-me assim:
Completamente envolvida por você e com você!
Com o tempo,
a minha admiração aumentou!
Uma esperança surgiu!
Sinto que estou te amando!
Sinto-me pequena por ter um homem tão forte ao meu lado!
Sinto-me protegida!
Sinto um conforto como nunca senti!
Quero o seu bem!
Porém, preciso compartilhar das suas emoções, razões, dores e principalmente: Da sua vida!
E quero que tudo dê certo em nossas vidas!
No tom da canção suave do U2: With or Without You

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

Ela sempre me chamou de escorpião!




E é bem assim que me sinto!

Quando acuada, solto o meu veneno. Pico e paraliso a presa, mas quando estou com medo, adoto a postura inversa, ou seja, curvo o meu corpo e curo a minha dor.
Me pico e morro para salvar-me da dor.

E vivo assim.

Por um tempo, pensei que fosse um ciclo vicioso, porém, aí, aprendi que o ciclo é virtuoso! E com este pensamento acredito que as mudanças ocorrerão no seu tempo!
Sempre fui uma criança chorona, talvez por que este fosse o único momento em que eu sentia a atenção dos meus pais, sentimentos de falta, abandono e melancolia sempre foi uma constante em minha vida.

Cresci uma criança dedicada aos estudos porque não podia nunca decepcionar os meus pais. Na adolescência trabalhava para ganhar o meu próprio dinheiro, não porque queria a minha independência financeira, mas porque queria mostrar para os meus pais que podia ser capaz de trabalhar. Quando adulta formei-me nova e meses antes de concluir a faculdade arrumei um emprego e me aquietei. Casei e divorciei nova e na velocidade da luz.

Quando me divorciei tornei amiga do meu pai. Vi o quanto eu o amava e o quanto ele era bom, amigo e companheiro. Passei a ter com ele uma relação nunca existente. Foi um período difícil, mas na dor, encontrei o meu maior amor. O amor de uma filha para um pai!

Tá! E o quê que isto tem haver com o escorpião e a minha criança?

Tem haver que sempre tive um relacionamento estranho com a minha mãe. E vejo que a minha mãe teve um relacionamento muito mais estranho com a mãe dela, e também com as suas irmãs.

E com isto, percebi, que as mulheres da minha família materna, sempre foram fortes, porém com relacionamentos “medíocres”. Onde o amor é tratado como sendo algo vergonhoso! Onde o amor não precisa ser demonstrado nunca! Onde é muito mais legal sermos inimigas do quê amigas.

Percebo que as mulheres maternas ao qual estou ligada são fortes, rancorosas, querem amor, mas preferem viver na amargura e na dor.

E este câncer de dor foi se alastrando de gerações em gerações...

Com esta percepção martelando o meu intelecto, me pus na condição de tentar fazer o meu melhor e fugir o máximo deste câncer. Não queria ser como a minha mãe e principalmente, não queria morrer com este câncer!

Hoje, após uma explosão de “ferroadas” entre filha e mãe, percebo que sou pequena demais aos olhos da minha mãe. - Confesso e assumo que sou pequena mesmo! E aquele olhar de desprezo dela me doeu muito, assim como o meu olhar de ódio deve ter cortado ela por dentro.

Não imaginava que era aquilo tudo para ela, ou melhor, que era um nada para ela. Uma pequena mulher, onde a vida esta passando, e ela aí, no mesmo lugar. Sem marido, filhos, profissão, carreira bem sucedida, dinheiro etc.

Bom! Eu percebia isto no meu silêncio, mas até ter a certeza de tudo, foi um choque! Acredito que a “ferroada” foi uma catarse. Que se resolverá com o tempo! Porque sou uma criança, ou melhor, sou uma mulher pequena e medíocre, que precisa crescer e encontrar o seu lugar. Preciso progredir! E quero e preciso que esta transformação ocorra na minha vida!

Com a minha explosão de “ferroadas” pude perceber que sou uma pessoa portadora de muitos defeitos e que não alcancei nenhum dos objetivos que tracei ou sonhei para mim!

Neste contexto surgiu uma voz pequena me dizendo o seguinte: Se goste! Talvez as suas escolhas não estejam ao seu alcance, faça outras escolhas e lute!
Então mandei uma mensagem assim para minha mãe: “Agora eu sei o que eu sou e o que eu represento na vida da Senhora. Se a Senhora esta feliz assim, eu também ficarei”!
Este foi o segundo gesto, no meu dia, para tentar mostrar a minha mãe, que eu não quero fazer parte de um ciclo de amarguras e cancerígeno, que quero fazer parte de uma história de mulheres que lutam, que são muito fortes, que vencem os obstáculos, que se amam, que querem amar e ser amadas, que prezam pela harmonia e pela excelência na boa convivência.

Mãe! Eu te amo muito! A Senhora é muito mais forte do que eu, então, por favor, vamos juntas romper com este ciclo e vamos fazer as pazes. Me perdoe pela minha mediocridade!

Mas vamos viver em paz umas com as outras e que isto ocorra em todas as nossas gerações.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

QUANDO ME AMEI DE VERDADE


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome… Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é… Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é…Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é… Saber viver!!!

texto de Kim McMillen

A morte de Órion

O gigante Órion, filho de Posídon, era um exímio caçador, dotado de beleza e vigor extraordinários. Por mérito de sua bravura, era constantemente convocado para combater feras e monstros que atacavam as cidades e os campos. Alguns mitógrafos afirmam ser ele filho de Geia (a Terra) com quase todos os gigantes. Órion tinha o poder de andar sobre as águas, contemplando mares e terras, dom concedido por Poseidon. Era também o caçador preferido de Ártemis.

EOS - a deusa Aurora - impressionada com a extrema beleza do gigante, apaixonou-se por ele e raptou o amado para a ilha de Delos. Conta-se que a deusa Aurora, que havia ousado provocar os ciúmes de Afrodite, envolvendo-se com Ares, foi punida pela deusa do Amor, que inspirou-lhe amores eternamente insatisfeitos.

Mas a paixão de Aurora e Órion durou pouco, porque, segundo conta uma versão, Ártemis mandou um escorpião para picar-lhe mortalmente o calcanhar. Os mitógrafos têm várias versões para o furor de Ártemis, porém, a mais comum delas, é que Órion tentou estuprar a própria deusa. Todos são unânimes quando narram que os dois, escorpião e gigante, viraram estrelas, foram catasterizados.

"Pelo benefício prestado, o escorpião foi transformado em constelação, merecendo Órion também ser colocado entre as estrelas, onde aparece como um gigante, com a cinta, a espada, a pele de leão e a clava. Sírius, seu cão, o segue e, diante, dele, fogem as Plêiades".

Fonte: http://portodoceu.terra.com.br/artesimbolismo/mitos-08.asp

Plutão

Plutão representa o inferno, o invisível e o misterioso. No mapa, vai mostrar onde a sua alma terá a possibilidade de morrer para o que é inferior, renascendo transformada e, consequentemente, melhorada.

Ao enfrentar esta "morte", esta descida aos seus infernos interiores com o objetivo de enfrentar seus medos, exorcizar os fantasmas e curar as feridas, você faz uma opção consciente por tornar-se profundo investigador de você mesmo e de quaisquer outras situações que viver, indo além do que as aparências nos impõem. Caso contrário, terá de conviver com o seu lado sombrio, medroso, tempestuoso, destruidor e, às vezes, até vingativo.

Plutão rege o signo de Escorpião e, na Mitologia, é o deus do mundo invisível, nos relembrando que essa dimensão é comum a todos nós e faz parte da vida, que podemos e até devemos transitar por ela, mas com o intuito de superarmos nossas próprias limitações.

Fonte: Cacah Travassos - Astróloga e escritora

O Nascimento do prazer (trecho)


O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele e nós.

Fonte: Clarice Lispector

A pequena morte



Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França, a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce.

Fonte: Eduardo Galeano

O Simbolismo de Escorpião

O recado que o signo de Escorpião passa para você, mesmo que não tenha nascido com o Sol neste trecho do Zodíaco, descreve um símbolo transcendente da profundidade e intensidade da vida. Escorpião está no Céu porque uma vida só é possível com a morte de outras: "Pela morte vivemos, porque só somos hoje porque morremos para ontem. Pela morte esperamos, porque só poderemos crer em amanhã pela confiança da morte de hoje. Tudo o que temos é a Morte, tudo o que queremos é a Morte, é morte tudo o que desejamos querer. (...)" (Fernando Pessoa)
Isto é triste? Claro que não; é profundo, intenso, foge às banalidades da vida que costumamos ter e nos abre portas para uma outra, muito além de toda superficialidade cotidiana e de nossas angústias imediatas. Ir além, aliás, é o conceito de Escorpião. A história mitológica deste signo conta que um escorpião foi enviado por Ártemis, para que matasse Órium - um gigante caçador, que vangloriava-se em ser capaz de vencer qualquer animal do mundo. O escorpião brotou da terra e o gigante, pisando-lhe a cabeça, foi atingido mortalmente pelo veneno do bicho.

A dor que sentimos com as transformações que precisamos enfrentar, sem escolha, em nossa vida, possuem o sublime sentido de nos mergulhar no que há de mais profundo em nossa alma. "O que a lagarta chama de morte, o sábio chama de borboleta". Se você souber entender este recado, colhê-lo com a máxima entrega e aplicá-lo ao seu cotidiano, os seus infernos serão mais amenos, a vida terá mais profundidade e sentido. A parte de sua alma que nutre-se desta intensidade, que busca por esta transformação e que almeja, acima de tudo, compreender a vida em seu sentido mais amplo, livre de todas as supericialidades, estará iluminada neste mês, seja qual for o seu signo solar. Ë tempo de termos consciência das transformações que precisamos enfrentar.


As palavras, quando poéticas, falam mais do que qualquer explicação didática. A compreensão do mundo, através dos olhos de Escorpião, nas vozes de Clarice Lispector e Eduardo Galeano, são a prova disto. Mergulhe no que elas dizem!

Fonte: Roberta Tótora - Editora do site Porto do Céu

O Sol nos Signos - A inteligência em Escorpião

A inteligência de Escorpião vê a alma das coisas, não simplesmente as coisas; a alma das pessoas, não as pessoas. Ela é aguda, penetrante, profunda. Aptos a enxergar além do que a visão comum é capaz, os escorpianos captam o extremo, o disfarce, a máscara.

Na superfície de qualquer problema, eles são cegos, inoperantes, frágeis, mas quando mergulham - seja a situação amorosa, financeira ou existencial - nasce deles uma força, vitalidade e combatividade extraordinárias. Na consciência de escorpião, enquanto uma pessoa não vai até o fim de um problema, ele não se resolve. Ninguém encontra a cura para nada ou transforma uma realidade se ficou "polindo pedrinhas". Uma situação precisa ficar aguda para ser transformada.

A garra e o processo de cura escorpiônico só se dá através do aprofundamento. Ninguém melhor do que eles conhecem a dor da ferida aberta e o dom de cicatrizá-la. Escorpião tem a coragem de arrebentar, quebrar e destruir para depois reerguer. É a inteligência dos cirurgiões e arquitetos, não dos maquiadores e decoradores.

Escorpião tem uma enorme clareza para perceber o que está morto, podre, o que precisa ser removido para que algo de bom e novo possa "re-existir". É deles a inteligência de matar e morrer para que uma nova vida se instale e também a percepção de que a crise não deve ser evitada, já que transforma e renova. A inteligência das metamorfoses é um Dom, um dote daqueles que têm o Sol em Escorpião.

É um fruto da consciência de Escorpião saber que na dor todas as farsas caem, tudo que é mentiroso cai. Esta é a função da dor: desmascarar. Independente do tamanho da dor ou da perda, um dia ele cicatriza, estanca. Escorpião não teme o auge de uma situação porque sabe que ele significa o início de outra. Nada fica terrível para sempre ou maravilhoso para sempre. Toda energia quando chega ao seu pico, reverte.

Fonte: Márcia Mattos - Astróloga

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Procurar e Destruir




Search And Destroy
30 Seconds To Mars
Composição: 30 Seconds To Mars



Pegue sua arma
Hora de ir pro inferno
Eu não sou herói
Tão culpado quanto acusado

Procurar e Destruir

Achei minha fé
Vivendo no pecado
Eu não sou Jesus
Mas você também não, meu amigo
Eu sou um puto
O cara dos sonhos desfeitos
A resposta é simples
Nunca é oque parece

Um milhão de pedacinhos
Nós quebramos em
Um milhão de pedacinhos
Eu roubei de você

Procurar e destruir (4x)

Vendi minha alma
Ao céu e ao inferno
Doente com os meus segredos
Mas nunca vou contar
Eu sou o culpado
Fardo dos meus sonhos
A maldição de nossa fé
E uma bênção eu acredito
Eu acredito
Eu acredito
Eu acredito
Oh, Eu acredito

Eu acredito

Procurar e destruir (5x)

Deixe ir
Deixe ir
Me deixe ir
Me deixe ir
Deixe ir
Deixe ir
ME DEIXE IR

Procurar e destruir

Um milhão de pedacinhos (x7)
Roubei de você

Procurar e destruir (4x)

Um milhão de pedacinhos
Um milhão de pedacinhos para começar

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Genial!

Havia certa vez um homem que tinha um enorme desejo de agradar a Deus. Então ele rezou dia e noite até que um dia uma Voz lhe disse: “Quero que você vá e empurre uma grande rocha.”
O homem acordou na manhã seguinte muito animado e saiu em busca de uma grande rocha. Ele começou a empurrá-la mas nada aconteceu, e assim ele passou o dia todo tentando.
No dia seguinte ele fez a mesma coisa, mas a rocha não se mexeu nem um milímetro. Ele continuou a tentar durante os três meses seguintes, até que um dia ele ficou tão frustrado que parou de empurrar.
Naquela noite ele teve um sonho onde a Voz lhe perguntava: “Por que você parou de empurrar?” E ele respondeu: “Não aconteceu nada.”
“Não aconteceu nada? Olhe para você! Veja como você se tornou determinado e focado. Veja como seus músculos estão poderosos agora. Você não é mais a pessoa que era quando começou. Além disso, eu não lhe disse para fazer a rocha se mexer. Eu lhe disse para empurrá-la. Eu vou fazer a rocha se mexer quando for a hora.”
Continue a empurrar a sua rocha. Ela irá se mexer na hora certa, no momento perfeito, quando você menos esperar. E coisas incríveis estão acontecendo, mesmo que você ainda não esteja percebendo.

Autor: desconhecido!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O IMPERFEITO




"O imperfeito é humano. Permanece no tempo e ainda tem tempo, pois dele ainda vai surgir alguma coisa. Ele pode evoluir. Somente o imperfeito tem futuro. O futuro lhe pertence. Já o perfeito não tem futuro. Ele se imobilizou.
O imperfeito tem força. Ele ainda deseja alguma coisa. Nele existe tensão e ele atrai outras coisas. Como ainda precisa de algo, depende ainda de receber, o que é uma condição para trocas e relacionamentos.
O perfeito já não comporta relações, portanto, somente somos completamente humanos e temos futuro enquanto somos imperfeitos."

De: Instituto Bert Hellinger BrasilCentral

terça-feira, 12 de julho de 2011

Abandonando Nossas Histórias



Nossas histórias do passado reforçam nossos medos e justificam nossos rituais de autoproteção. Sempre que nos conectamos com aquilo que queremos, também nos conectamos com todas as razões do por que não podemos obtê-lo. “Eu quero deixar meu trabalho, mas não posso... Eu quero comprometer-me com este relacionamento, mas não posso.” E assim, sempre, infinitamente. Queremos trazer nova energia às nossas vidas e, ao mesmo tempo, manter os nossos hábitos antigos. Queremos mudar, mas
temos medo.


De algum modo, preferimos nossa dor tal como ela é, porque é conhecida por nós. Pensamos que se fizermos uma mudança nas nossas vidas, as coisas poderiam piorar. A dor poderia ser maior. Preferimos uma dor conhecida a uma que desconhecemos, um sofrimento familiar a um não familiar.

Nossos egos estão profundamente comprometidos com o status quo das nossas vidas por ser algo previsível. Eis porque os planos heróicos do adulto espiritual para a transformação de nossas vidas, são inevitavelmente sabotados pelos medos da criança ferida, que não imagina que ela possa ser amada, portanto não pode ter uma visão da
vida sem dor. Para a criança interior ferida, qualquer promessa de libertação da dor é um truque que nos induz a baixar as nossas defesas, tornando-nos vulneráveis ao ataque.

Assim, nossos medos nos mantêm fechados para a possibilidade de uma mudança significativa em nossas vidas. O que dizemos que queremos não é realmente o que queremos. O adulto espiritual e a criança ferida são estranhos um para o outro e, quando isso acontece, a criança ferida sempre ganha. Infelizmente, isso não leva à felicidade nem da criança, nem do adulto. Leva tão somente ao prolongamento dos nossas já conhecidas dores e sofrimentos internos.

Então, nesse ambiente ambíguo da psique em guerra consigo mesma, entram em cena uma variedade de profissionais que se propõem a consertá-la: psiquiatras, conselheiros, pregadores, gurus de autoajuda. Cada um reivindica ter a resposta, mas cada solução
oferecida e recebida, apenas enquadra o problema. Quando pensamos que há algo errado conosco, reforçamos nosso desmerecimento. Quando tentamos nos consertar, reforçamos nossa crença de que algo em nós está quebrado.

Os profissionais empenhados a nos consertar acreditam em nossas histórias de rompimento e tentam nos curar. Eles reforçam nossas histórias. Se nossa história não é suficientemente atraente, eles nos ajudam a torná-la mais densa. Tudo gira em torno de um grande drama de pecado e salvação. Nunca lhes ocorre, nem a nós, que talvez nada esteja quebrado, que talvez não haja nada em nós que precise ser
consertado. Nunca se dão conta, nem nós, de que o único aspecto disfuncional em nossa situação é a nossa crença de que algo está quebrado, nossa crença de que nunca conseguiremos o que queremos.

Os problemas externos que observamos nas nossas vidas são projeções dos conflitos internos: “Eu quero, mas não posso ter.” Se nos permitíssemos ter o que queremos, ou se parássemos de desejá-lo por sabermos que não podemos tê-lo, esse conflito cessaria. Ter o que queremos, ou aceitar que não o podemos ter, põe fim ao nosso conflito. No processo, isso acaba com a nossa história.

Se tivermos o que queremos ou se houvermos obtido nossa paz em relação a não o termos, não teríamos mais história. Não haveria drama a procurar. Para manter em curso o drama da busca, você não pode encontrar o que está buscando. Encontrar amor, felicidade, alegria,etc., acaba com a história. “E eles viveram felizes para sempre...” Fim da história. Drama encerrado. Agora, o que segue?

A verdade é que não estamos prontos para abrir mão de nossos dramas. Nossa história tem-se tornado parte de nossa identidade. Nossa dor faz parte da nossa personalidade. Sem a dor, não sabemos quem somos. Abandonar nosso drama significa deixar o passado dissolver-se aqui e agora.

Se podemos fazer isso, já não importará o que aconteceu no passado. O Passado não tem poder. Não existe mais. Estamos escrevendo em uma lousa em branco.

Isto significa que agora somos totalmente responsáveis pelo que escolhemos. Não há mais desculpas. Não podemos culpar o passado ou o nosso carma pelo que acontece, porque não há mais passado, não há mais carma.

Quando deixamos de interpretar nossas vidas baseados no que aconteceu ontem ou no ano passado, o que acontece é neutro. É o que é. Não há sobrecarga.

A liberdade de se estar completamente presente e responsável neste momento é amedrontadora. Muito poucas pessoas desejam isso. A maioria das pessoas quer usar seu passado como um laço em volta do seu pescoço. Elas insistem em carregar suas cruzes e usar suas coroas de espinhos. Desse modo, se forem crucificadas, poderão dizer “Eu lhe falei que isto iria acontecer.” Outra profecia de autorrealização! (Another sel-fulfilling profphecy)

Nós permanecemos no drama porque o amamos. Ficamos arrastando nosso carma conosco porque estamos apegados a ele. Então, temos que curar todas as feridas imaginárias que pensamos ter. Não importa que estas feridas não sejam reais. Elas são reais o bastante para nós.

Assim, o drama continua. Procure, mas não encontre. Quero, mas não posso ter. Quero ser livre, mas quero também minha segurança.

Você não pode dizer a uma pessoa que está na prisão, recebendo três refeições por dia, que a liberdade é a sua própria segurança. Ela quer aquelas três refeições ao dia, não importa o que aconteça. Aí sim ela poderá falar sobre liberdade.

Quando você está apegado ao que já tem, como pode trazer qualquer coisa nova para si? Para trazer algo novo, fresco, imprevisível, precisa entregar algo velho, estagnado e habitual.

Se quiser que o criativo se manifeste dentro de você, deve entregar tudo o que não é criativo. Então, no espaço criado por aquela entrega, a criatividade entrará correndo. Se a xícara está cheia de chá velho e frio, você não pode despejar chá novo e quente nela. Primeiramente tem que esvaziar a xícara e, então, poderá enchê-la novamente.

Se você quiser abandonar seu drama, primeiro descubra qual é o seu investimento nele. Qual é o seu ganho por não encontrar, não se curar, não viver feliz para sempre?

E, então, seja honesto. Se não quiser abandonar a sua dor, fale a verdade. Diga: “Eu ainda não estou pronto para abandonar a minha dor”.Não diga: “Eu gostaria de acabar com a minha dor, mas não posso”. Isto é tudo. Você poderia acabar com isso, mas escolhe não fazê-lo. Talvez você aprecie a atenção que recebe sendo uma vítima.

A maioria das pessoas que reivindica estar no caminho espiritual, está apenas andando em círculos. Sempre estão dizendo: “Sim, mas...”. Sempre estão apresentando desculpas. Para a pessoa que aprendeu a aceitar sua responsabilidade, não existem desculpas. Ela sabe que tudo lhe pertence. Isso não tem nada a ver com mais ninguém.

Quando não está pronta, diz: “Eu não estou pronta”. Quando está, não tem que fazer quaisquer promessas, pois as ações fluem da disponibilidade, e ações sempre falam mais alto do que palavras.

Paul Ferrini

Medo da Intimidade




Pessoas que têm medo de amor pedem amor mesmo assim. Mas mesmo quando o amor vem a eles, não podem recebê-lo. Eles querem que o amor venha em uma forma e tamanho perfeitos, mas o amor nunca vem desta forma. Pessoas que têm medo de amor são ambivalentes com relação a dar e a receber. Enquanto você ficar distante, eles se sentem seguros e desejam a sua presença. Mas quando você chega perto, eles ficam assustados e lhe pedem para recuar ou ir embora. Isto é um comportamento emocionalmente importuno que os permite estar em relação e, ao mesmo tempo, evitar a intimidade e o compromisso. Seu trabalho é não julgar, analisar ou tentar consertar estas pessoas. Aceite-os como são. Envie seu amor a eles. Mas não viva com eles nem seja o parceiro deles. Mas se você ficar enredado numa tal uma relação, tem que enfrentar o fato que você também pode ter medo de receber amor. Por que mais você escolheria um parceiro que não pode dar amor?

Paul Ferrini
Medo da Intimidade

Se quer um homem, seja uma mulher!



Ouço algumas mulheres reclamando dos homens, tipo, que não existem mais daquele jeito,daqueles como o Clark Gable, com aquela cara de mau e A pegada… Os que nos amarram na cabeceira da cama, que nos jogam na parede e chamam de lagartixa! Nos enchem de paixão, nos levam às alturas e ficam ao nosso lado. Mas eu penso que pode ser – pode ser! – que nós estejamos é agindo errado com eles…

Porque homens não querem uma mulher que cuide. Quem cuida é a mãe! Portanto, não arrume a roupa na cama pra ele vestir depois do banho. Deixe-o te despir e desarrume a roupa DA cama com ele.

Eles também não querem ser nossos amigos, por exemplo, saber o quanto custou a escova que deixou nosso cabelo MARA, ou da fofoca do salão enquanto estávamos fazendo as unhas. Nem, muito menos, da nossa relação sadomasoquista com a depiladora… Eles querem só puxar nossos cabelos, sentir a tensão na unha e deslizar… Por tudo.

Os homens de verdade não querem sair com uma mulher que peça a conta, mesmo que você for ajudar a pagar, não peça. Também não se preocupe com a quantidade de picanha eles comem. O que querem mesmo são conversas livres, fogo no olhar e ficar sem ar. Aí, obviamente, vãoprecisar se cuidar, pra conseguir dar conta de todos os nossos poderes.

Eles não querem, ainda, nossa opinião sobre Brad Pitt ou o vestido que a Angelina Jolie usou no último Oscar. Muito menos sobre o relacionamento, dos dois, com a babá dos oito (?) filhos do casal. Por amor Divino, arranje um cabeleireiro ou uma amiga pra fazer esses comentários!

Nem comente, também, sobre futebol ou outras mulheres. Amigos são feitos pra isso, mulheres NÃO. Se por acaso você entender o que é um impedimento ou souber quem será a beldade que irá estrear a próxima capa da Playboy, cale-se. Confie em mim, e guarde esse segredo.

E, por favor, quando ele estiver com os amigos não ligue cinco vezes para o seu celular… Isso não, isso é o pior… Quando achar que o recreio acabou, tire uma foto de sua cinta liga e mande. Diga que está esperando e o aguarde vir bufando. Assim você não perde a compostura e, ainda, ganha uma noite apaixonada.

Cozinhe, acenda velas, coloque flores na mesa e leve o chantily pra cama. Revele, esconda, sutilize, encante, strip and tease, se deixe tomar… Não o queira em seu domínio, desampare-se em seus braços! Domine a si mesma, assuma a responsabilidade pelos seus desejos.

Não transforme a relação num jogo de vítima e algoz. Não espere que ele vá te completar ou compreender o que você nãodisse. FALE! Não se torne a mãe, ou o que vai ter é um filho. E não se mostre menina também, não há tesão que resista a isso. Se quer um homem, seja uma mulher! E, se quiser ser uma jogadora de futebol, tudo bem! E é claro que pode fofocar com o seu amor, ou mesmo pagar todas as contas. O que importa mesmo é que esteja inteira, pra ter um homem inteiramente ao seu lado. Entregue-se, permita-se amar e ser amada. Nós merecemos!

Por: Paula Jácome
http://chaentreamigas.com.br/

Será que eu sou?




Meu marido estava viajando há 15 dias e resolvi lhe preparar uma super-surpresa! Chamei uma amiga pra ajudar e compramos fantasias, brinquedos, óleos, bolinhas… Entreguei os filhos pra sogra cuidar, fiz um jantar e seu suquinho predileto, com um tempero mega-especial…

A amiga ainda estava lá quando ele chegou, cumprimentou e foi direto à geladeira tomar o santo suquinho. Percebendo que dali a pouco não teria mais lugar, ela avisa que já vai. Mas quem disse que o carro queria pegar?

O marido, que mesmo cansado e tarado é cavalheiro, foi ajudar. Tentou, tentou e não conseguiu, então decidiu levá-lo, empurrando, à oficina da esquina. Enquanto isso eu olhava perplexa, sem saber como dizer o que precisava ser dito… Acabei deixando minha irresponsabilidade seguir seu curso natural.

Ao chegar lá, logo se animou. Muito! Ficou assustado e olhou em volta, pra ver se encontrava algum calendário de mulher pelada que justificasse aquele entumescimento, vai ver viu de menesgueio e nem notou… Pensou também que poderia ser o perfume de sua mulherzinha (eu), que ele não via há tanto tempo, grudado na roupa, mas não, a graxa cheirava mais forte. Mesmo com as conversas sobre a rebimboca da parafuseta, ele não relaxava. Foi quando começou a ficar intrigado… Seria o mecânico? Já estava ali há tanto tempo e continuava assim… Incitado. Ficou sismado. Tinha assistido a um filme, esses dias, que dizia sobre uma tal Escala Kinsey, que todo mundo, inevitavelmente, tinha um lado homossexual. Mas esse lado resolveu se manifestar logo agora? Ali, em plena oficina? Já tinha achado alguns homens bonitos, é verdade, mas esse mecânico era barrigudo, sujo, um nojo… Será que essa seria sua fantasia mais secreta? Mas já tinha estado em outras oficinas antes… O que poderia ser? O assistente? Depois de duas horas, carro consertado, ele volta pra casa enduvidado: Será que virei gay?

Ao chegar, não conseguia olhar em meus olhos, então quis saber o que acontecera e ele se abriu, cabisbaixo:

- Hoje fiquei preocupado, enquanto estava na oficina, fiquei o tempo todo alinhado. Pensei o que poderia ser, na escala Kinsey, lembra? Sei não, alguma coisa não estava normal. Precisava falar, pois mesmo estando tudo bem agora, depois disso hoje, tudo pode mudar amanhã. Então não se assuste se eu aparecer algum dia com outro, se eu não conseguir me conter, porque o que senti… E só o que podia estar me causando isso era o mecânico. Então já está avisada, se quiser me deixar, que me deixe; se quiser ficar, que fique sabendo.

Assustada com sua seriedade, preocupada com sua possível curiosidade e com medo de aumentar a concorrência – porque homem como o meu não está fácil de arranjar – não me restou alternativa à contar a verdade:

- Amor, não encafifa, é que eu temperei o suco com viagra.

Acho que eu só não fui expulsa do quarto por conta do alívio que ele sentiu em ver reafirmada sua masculinidade!

Mas, atenção, não repitam essa experiência em casa, pode ser muito perigoso…

Por: Paula Jácome
http://chaentreamigas.com.br/

O Funeral de Corações




Amor é um funeral de corações
E uma ode à crueldade
Quando os anjos choram sangue
Sobre o nascimento das flores malditas
O funeral dos corações
E uma súplica por misericórdia
Quando amor é uma arma
Separando-me de você

Ela era o sol brilhando sobre
A tumba de suas esperanças e sonhos tão frágeis.
Ele era a lua pintando-a
Com ardor tão vulnerável e pálido.

Amor é um funeral de corações
E uma ode à crueldade
Quando os anjos choram sangue
Sobre o nascimento das flores malditas.
O funeral dos corações
E uma súplica por misericórdia
Quando amor é uma arma
Separando-me de você

Ela era o vento carregando
Todas as perturbações e medos, que ela por anos tenta esquecer
Ele era o fogo, inquieto e bravo
E você era como uma mariposa perto da chama

O herege badalo além da divindade
Uma oração para um deus surdo e cego
A última cerimônia para as almas sobre o fogo
Três pequenas palavras e uma pergunta: por quê?

Amor é um funeral de corações
E uma ode à crueldade
Quando os anjos choram sangue
Sobre o nascimento das flores malditas
O funeral dos corações
E uma súplica por misericórdia
Quando amor é uma arma
Separando-me de você

The Funeral Of Hearts
Him

Abrir Nossos Corações



O Processo de afinidade nos ajuda a estar com o nosso medo e a mover-se através dele. Em vez de projetar o nosso medo nos outros, nós assumimos a responsabilidade por ele e aprendemos a trazer amor para os nossos lugares feridos.

Devido ao trauma do passado, nossos corações estão defendidos. Estamos desconfiados das pessoas, não apenas das pessoas significativas, mas também das pessoas que realmente se preocupam conosco. Temos medo que eles também irão nos atacar ou abandonar.

Confiar nos outros é um grande problema para nós. No entanto, sabemos que só através da confiança poderemos experimentar a plenitude que nossos relacionamentos prometem. No passado, justificamos nossa falta de confiança por afirmar que os outros não mereciam a nossa confiança. Mas o Processo de Afinidade nos pede para sermos responsáveis por toda nossa experiência, incluindo a nossa experiência de não confiar.

Então agora, não posso dizer que, não confio, por causa de alguma coisa que você fez ou disse. Você pode até ter provocado a minha falta de confiança. Mas você não é responsável por ela. Tenho as minhas próprias razões para não confiar e isso nada têm a ver com você. De fato, talvez não seja em você, mas em mim mesmo, que eu não confio. De qualquer forma, a confiança é meu problema. É o meu coração que está fechado. Sou o único que está evitando amar. Sou o único que está sofrendo. Se eu quiser abrir meu coração, devo estar disposto a confiar em mim mesmo. Eu não tenho que começar com coisas grandes. Eu posso começar a confiar aos poucos.

Eu vejo o que gosto e me dou permissão para ter. Confio que sei o que é bom para mim, mesmo que isso não seja o que outros querem. Eu vou em direção a minha alegria a minha felicidade. Eu não questiono os outros.

Quando começo a confiar em mim, mesmo aos poucos, sou atraído às pessoas que estão aprendendo a confiar em si também. Amizades tornam-se mais gratificantes. As parcerias tornam-se menos sacrificantes.

Quando eu estou confiando em mim, já não estou vivendo o mito inconsciente de que não sou confiável. Já não estou projetando meus medos em outra pessoa. Não atraio mais um parceiro, que espelha a minha falta de confiança em mim mesmo. Não, em vez disso estou trabalhando conscientemente com a minha questão de confiança. Estou aprendendo a confiar em mim mesmo em coisas modestas. Estou construindo uma consciência de autoconfiança e, enquanto faço isso, estou demonstrando isso em todas as áreas da minha vida.

Quando paramos de projetar, podemos reconhecer nossos pontos fracos e trabalhar sobre eles sem sentir vergonha. Podemos ver nossos erros com compaixão e aprender com eles. Nós não precisamos de culpar os outros. Nós não precisamos nos sentir culpados e nos culpar. Nós podemos seguir em frente, sendo mais conscientes e despertando dos nossos padrões inconscientes de autonegação.

Uma das ironias dos relacionamentos é que ninguém mais pode abrir nossos corações. Podemos ter fechado nossos corações para proteger-nos dos outros, mas a verdade é que nós nos trancamos em nossos corações fechados. Somos os únicos que sofrem falta de confiança e falta de liberdade.

Somos os que devem abrir os corações, mas não vamos fazê-lo até nos sentirmos seguros. Precisamos ser capazes de criar segurança para nós mesmos. Precisamos ser capazes de criar segurança com os outros.

O Processo de Afinidade nos ajuda a fazer isso por oferecer orientações claras para a criação de um ambiente de amor e aceitação incondicional. E, neste ambiente, os músculos do coração, muito contraídos e temerosos, pode começar a se abrir uma vez mais.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Suportar Nossos Medos Com Compaixão



A verdade é que se pode aprender a suportar nosso próprio medo de uma forma de amorosa e com compaixão. É mais fácil lidar com o medo dos outros. Assim, parte do desafio é inteiramente pessoal. Precisamos aprender a amar a nós mesmos quando o medo vem à tona.

Isso significa que reconhecemos nosso medo e nos recusamos a projetá-lo em outra pessoa. E é aqui que começa o Processo de Afinidade. Quando eu estou fazendo o Processo de Afinidade e não tenho um julgamento a seu respeito, sei que o julgamento vem do meu próprio medo. Eu me aproprio do medo e assumo a responsabilidade em me amar através desse momento de medo, em vez de atacar você verbalmente.

O Processo de Afinidade me faz responsável por cada coisa que estou pensando ou sentindo. Se estou triste ou com raiva, a tristeza ou a raiva me pertencem. Mesmo que você apareceu para provocar essas emoções em mim, elas não são sua responsabilidade.

Ao insistir que cada pessoa assuma a responsabilidade pelo o que está pensando ou sentindo, o processo previne o aumento do medo. Isto faz uma trégua em meio ao conflito e dá a cada um uma lição de casa a fazer.

A minha lição é sempre estar com o meu medo quando ele vem à tona. A sua lição de casa é ficar com seu medo. Quando você se concentrar no que eu posso fazer ou dizer, você não pode ficar com seu medo. Quando eu me foco no seu comportamento ou palavras, eu não posso ficar com o meu medo.

Você pode provocar o meu medo, mas você não é a causa dele. A dinamite já estava lá à espera de ser acesa. Mesmo os fósforos já estavam lá. Qualquer um poderia ter vindo acender um fósforo. Aconteceu de ser você.

Quando eu tiro você do foco e enfrento diretamente meu medo, aprendo a me amar incondicionalmente. Eu aprendo a lidar compassivamente com meus próprios sentimentos de indignidade. Eu paro de esperar que você forneça o amor que me falta e aprendo a fornecer este amor a mim mesmo.

Quando estou ativamente amando a mim mesmo, então sou forte o suficiente para amá-lo através de nossos desacordos. Eu sou forte o suficiente para me dar suporte quando você não pode me dar.

Quanto mais amoroso sou comigo, mais fácil é para mim estar com pessoas que me julgam, criticam, ou atacam. Eu sei que não sou responsável pelo modo como eles se sentem a meu respeito, sou responsável apenas por aquilo que eu penso e sinto, sobre mim e sobre eles.

Meu amor por mim e por outros não é mais dependente dos acordos ou dos apoios. Para ter certeza, eu gosto de concordância e apoio, mas não vou deixar de amar quando eles não forem oferecidos. Na verdade, esses são os momentos que eu mais preciso me amar e aos outros também.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Origens do Processo de Afinidade



O Processo de afinidade foi desenvolvido para nos ajudar a percorrer através os nossos conflitos, sem destruir o amor que sentimos uns pelos outros. Vários anos atrás, eu comecei a participar em conferências para estudantes de Um Curso em Milagres. Muitas vezes, 200 a 300 pessoas estavam lá. Nós cantávamos, dançávamos, comíamos juntos e brincávamos juntos. Muitos de nós experimentaram uma intimidade com pessoas que acabáramos de conhecer que não havíamos experimentado antes em nossas vidas, mesmo com família, cônjuges e amigos. Quando nós estávamos dispostos a confiar e aceitar uns aos outros, nossa experiência era de dar e de receber amor. Estávamos em êxtase. Então, voltávamos para casa, voltando também para nossas velhas histórias, mecanismos de defesa e as nossas bolhas emocionais estouravam. Nós caíamos do nos sentir alegres, confiantes, expansivos e para sentir-nos tristes, defensivos e emocionalmente contraídos. Nós não podíamos trazer aquela confiança e a aceitação para casa. Tão logo nossos botões eram acionados pelos pais, filhos, amigos ou amantes, estávamos de volta ao viver no medo. Nós simplesmente não tínhamos as ferramentas necessárias para processar o nosso material egóico.

Em qualquer relacionamento, não importa quão bom ou confiável tenha sido ao início, as questões do ego estão sujeitas a subir à superfície. Quando começamos a ficar seguros com uma pessoa, nossos medos subconscientes começam a emergir para serem curados. Quando uma pessoa está tomada pelo medo, não demora muito para o outro reagir com medo também. Na verdade, o medo é contagioso. Se você não sabe como amar a si mesmo incondicionalmente, não tem muita chance de não reagir ao comportamento de distanciamento ou de ataque do outro.

Quando estamos com medo, ou tentamos assumir o controle ou fugimos. Luta ou fuga é a norma.

Raramente nos mantermos firmes, reconhecendo que o medo está chegando e assumindo a responsabilidade por ele. Quantas vezes dizemos ao nosso parceiro: "Eu sinto muito medo vindo que parece ter sido provocado por você, mas sei que este medo é meu e só preciso de algum tempo para lidar com ele. Se eu tentar falar com você sobre isso agora, eu vou fazer com que isso seja seu, e não meu. Mas não quero fazer isso. Quero sentir e me apropriar disso, compreendendo e depois voltar e falar com você sobre isso, mas só quando estiver pronto". Normalmente, quando o medo surge, ficamos na defensiva ou fugimos. De qualquer forma, queremos torná-lo um problema de outra pessoa. A outra pessoa, por sua vez, quer fazer seu medo ser nosso problema. O resultado é que ambos sentem a separação e ambos se sentem atacados.

Não importa o quanto tentemos, não vamos livrar-se do nosso material egóico. Ele virá à tona. Hoje, podemos aceitar uns aos outros e nos olhar olho no olho. Mas, amanhã poderíamos não concordar. Amanhã, podemos não nos sentir apoiados um pelo outro. E, em face da discordância e da falta de apoio, será que ainda aceitaremos uns aos outros? Nosso amor é condicional. Só nos amamos quando estamos de acordo e sentimo-nos apoiados mutuamente. Quando o acordo e o apoio se desfazem o amor, em geral, termina.

Jesus nos disse para "amar nossos inimigos". Ele poderia muito bem ter dito "Ame os seus amigos e amantes, quando eles param de ser solidários". É o mesmo desafio. Podemos amar e respeitar as pessoas que discordam de nós? Podemos amar as pessoas que nos julgam? Quando o medo surge em nosso relacionamento, podemos amar uns aos outros através do medo? Ou será que o amor desaparece logo que surgem nossos medos?

Relacionamentos bem sucedidos são aqueles em que o amor sobrevive ao ataque de medo. Eles levam tempo para se desenvolver. A confiança superficial não é suficiente. Medos profundos da infância podem facilmente perturbar. A confiança deve ser mais profunda que do nosso medo, ou que o medo do nosso parceiro.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

O Trabalho de Reconciliação



À medida que praticamos a consciência dos nossos julgamentos, vendo onde são originados, assumindo a responsabilidade por eles, e aceitando todos os aspectos não amados e conflitados em nossa consciência, nós gradualmente deixamos de exteriorizar a nossa dor e começamos a curá-la interiormente.
Essas compreensões são essenciais para nossa libertação da dor, do conflito e do nosso processo da cura em andamento:

* Cada um é responsável por tudo o que pensa, sente e experiencia.

* Todo julgamento que você tem sobre alguém mostra algum aspecto seu, que não você aprendeu a aceitar e amar.

* É sua responsabilidade aceitar e amar todos seus aspectos, especialmente as partes que não se sentem amadas e difíceis de serem amadas
.

Se podemos viver essas compreensões simples em uma base contínua, podemos entrar numa relação amorosa com nós mesmos e outros. Mas vivenciar isso requer prática.

A prática é necessária, não apenas quando estamos próximos da vida espiritual ou nos sentindo espirituais, mas quando a vida está contrariando nossas expectativas e nossos botões reativos estão sendo acionados.
Aqui estão duas diretrizes básicas para que a prática contínua de permanecer no coração:

* Quando os outros estão confusos, perturbados ou reativos em relação a você, dê apoio a eles para que assumam a responsabilidade pela experiência deles, mantendo um espaço aberto para o amor incondicional e para a aceitação por eles.

* Quando você esta confuso, triste ou reativo em relação aos outros, busque manter um espaço aberto de amor e aceitação incondicional por si mesmo, para que possa começar a assumir a responsabilidade por sua experiência.


Esta prática não é muito difícil entender. Não temos que ser gênios para saber o que nos pedem para fazer. No entanto, se você tentar praticar estas duas orientações, vai achar que elas são muito desafiadoras. Não é fácil manter um espaço aberto para si mesmo quando você está chateado, nem é fácil manter um espaço aberto para os outros quando eles são reativos. Ninguém disse que seria fácil. Simples, sim. Mas não é fácil!

É por isso que nós projetamos o Processo de Afinidade. É para ajudá-lo a praticar. Não com o seu cônjuge, seus pais, seu filho, seu chefe, as pessoas que realmente acionam seus botões reativos, mas com as pessoas que você ainda não conhece, mas que, como você, querem começar a olhar para seus julgamentos. Nossa intenção é fazer o mais fácil possível para você aprender este processo simples, mas desafiador de viver no coração.

Imaginamos que, uma vez que você estivesse engajado a praticar com estranhos, você poderia estender esta prática à sua casa. Então, quando seu parceiro gritasse com você no face a face, você saberia o que fazer, certo? Bem, talvez não imediatamente. Mas você teria algumas ferramentas para usar quando pequenos desentendimentos surgissem com o perigo de aumentar.

Porque, se você tem algum grau de habilidade em manter um espaço aberto e seguro para si e para outros, então você pode enfrentar pequenas discordâncias em seus relacionamentos. E você, junto a sua família e amigos podem começar a construir uma confiança necessária para assumir os tufões que surgem inesperadamente no oceano da vida.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Viver Nossa Atenção



Agora estou consciente do que é meu conflito interior. Então, da próxima vez que alguém ficar bravo e meus botões forem acionados, posso reconhecer primeiro para mim e depois para a outra pessoa, que estou com raiva e que não é fácil para mim expressar raiva. Eu poderia dizer a outra pessoa algo como: "Estou muito zangado com você agora, mas tenho medo de expressar a minha raiva, porque eu acho que se eu o fizer você vai me abandonar.” Afirmo a verdade da minha experiência, embora ela possa ser conflituosa. Eu aprendo a colocar-me do meu lado de uma forma que não me deixa assustado. É a chave que preciso para honrar tudo em mim.

Viver minha atenção consciente, significa dar espaço em minha vida para tudo de mim estar presente: a parte de mim que está com medo e a parte que está confiante, a parte que quer auto-expressão e à parte que busca aprovação ou aceitação. Ao permitir que tudo em mim seja visível para mim e outros, tenho menos chance de me sentir traído ou mal entendido.

Minha consciência, responsabilidade e aceitação das minhas decisões me ajudam a ser mais honesto comigo mesmo e mais presente aos outros. Eu dou pequenos passos para uma maior autenticidade, e na medida em que faço isso, fica mais fácil aceitar os outros como eles são.

Depois de tudo isso, cada falha que eu encontro no outro é uma reclamação que tenho contra mim. Toda luta contra meu irmão ou irmã ressalta o conflito que tenho dentro de mim. Eu não posso fazer as pazes com os outros, até me tornar consciente da fonte da paz em mim. Então, e só então, posso começar o trabalho de reconciliação interna e externa.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Aceitação



Quando estou me julgando, não estou me sentindo inteiro. Estou me sentindo em conflito ou dividido. Diferentes aspectos de mim estão em conflito e devem ser aceitos como são. Quando eu os aceitar, não resolvo o conflito. Apenas vejo e reconheço.

Aqui está um exemplo. Vamos dizer que eu julguei João por ele estar irritado, porque acho que ficar com raiva é ruim. Assim que eu vejo porque a raiva de João foi desencadeada mim, vejo que há uma parte de mim que está irritada e precisa ser reconhecida. Vejo também que eu tenho medo ou vergonha da minha raiva. Como resultado, eu a reprimo ou disfarço.

Quando John está furioso em sua expressão sem disfarces, fico chateado, porque ele está fazendo o que eu gostaria de fazer, mas não me permito fazer. Quando vejo a raiva de João, o meu relacionamento desconfortável para com minha própria raiva é acionado. Agora, graças a João, posso começar a olhar para minha relação com minha raiva. Eu posso aceitar a parte de mim que quer ficar com raiva para me defender, assim como a parte de mim que tem medo de ficar com raiva porque quero agradar os outros. Reconheço estes aspectos aparentemente opostos da minha própria consciência.

Mas só isso não irá curar imediatamente a minha divisão interna. Simplesmente, coloca a minha consciência compassiva lá. Isto sim é a cura, é trazer o amor.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Asumir Responsabilidade



Quanto mais nos tornamos conscientes dos nossos julgamentos, mais percebemos que realmente não tem muito a ver com as pessoas que estão sendo julgadas. Em vez disso, têm muito mais a ver com a forma de pensarmos sobre nós mesmos.

Não é o objeto onde projetamos o ridículo que nos diz alguma coisa, mas a consciência em que esse ridículo se originou. A mente que julga os outros não têm uma opinião muito elevada de si mesma. Ao invés de enfrentar essa falta de auto estima diretamente, prefere projetá-la em outros.

À medida em que esta consciência é praticada, começamos a ver que julgamos apenas quando não estamos nos sentindo bem ou quando alguém nos faz lembrar de alguma parte nossa que temos dificuldade em aceitar. Desta forma, começamos a assumir nossos julgamentos, em vez de projetá-los. Assim que cada julgamento aparece, dizemos: "Eu sei que isto não é sobre você, é sobre mim".

Assumimos a responsabilidade pelo conteúdo de nossa consciência, desviamos o foco dos outros. Só então estamos aptos a lidar diretamente com o fenômeno ódio a si mesmo. Podemos ver intimamente que partes de nós mesmos não podemos aceitar. Outras pessoas são apenas espelhos que nos ajudam a ver como nos julgamos.

Ao reconhecer que nosso julgamento tem origem em nossa consciência, vemos que há uma parte de nós mesmos que não se sente amado e aceito. Uma parte de nós julga os outros e, talvez, o mais importante é que uma outra parte de nós se sente julgada. Pode ser nosso adulto espiritual julgando a nossa criança ferida, ou pode ser a criança ferida julgando o adulto espiritual. Não importa. Se há julgamento acontecendo, existem separação e conflito, dentro de nossa consciência.

Uma parte de nós está em conflito com outra parte de nós. A aceitação é necessária para criar as condições para uma reconciliação deste conflito interno em nossa própria consciência.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
Caminho do Amor Incondicional e Aceitação

Visão Que Não Julga



O objetivo de tudo isso é ir ao encontro dos conteúdos de nossa consciência, sem julgá-los e cultivar a compaixão, primeiro por nós mesmos e depois pelos outros. A ironia, claro, é que assim que nós desejamos amar e aceitar incondicionalmente, imediatamente tomamos consciência de nossos julgamentos.

Em nenhum lugar isto é mais aparente do que em nossas relações com os outros. Enquanto os autojulgamentos são, muitas vezes, escondidos em nossa psique, os julgamentos de outras pessoas estão sempre visíveis na superfície. Apenas no curso de um único dia, fazemos centenas de julgamentos. Nós não gostamos de alguém que fala em voz alta. Não gostamos de seu comportamento à mesa. Não gostamos da aparência de seu cabelo. E assim por diante.

Nossos julgamentos são tão comuns que raramente estamos cientes deles. Nós ficamos no piloto automático. Para viver no coração, não temos de parar de nosso fluxo constante de julgamentos sobre os outros, só precisamos tomar consciência deles. A consciência nos permite ir mais fundo.

Paul Ferrini
O Processo de Afinidade e o
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Liberando os Outros




Um dos maiores impedimentos para encontrar o lugar da benção a si mesmo é nossa necessidade de culpar outros por nossos pensamentos, sentimentos ou experiências. A criançinha ferida em você e em mim quer dizer para a outra pessoa: "Você me deixou com raiva. A culpa é sua por eu estar chateado."

Enquanto culparmos outros, estamos tentando empurrar a responsabilidade de nossa experiência para alguém. Culpar os outros é a nossa maneira de negar nossa responsabilidade por nossos pensamentos, sentimentos e ações sem amor ("Não é por minha culpa que estou irritado"). É também nossa maneira de justificar as nossas ofensas ("Eu tenho o direito de estar com raiva"), ao invés de admiti-las e perdoá-las.

Nós não podemos manter o espaço aberto para nós mesmos enquanto estamos culpando outras pessoas. Quanto conseguirmos nos acalmar, é importante ficarmos conscientes das várias maneiras em que queremos culpar os outros. Desde a posição da testemunha, vemos nossa necessidade de culpar, sem nos identificar com ela. Ficamos apenas cientes de toda a raiva e mágoa internas.

Percebemos a vontade de atacar e punir os outros por nosso sofrimento. Passamos por essas camadas de vergonha e culpa, até que chegamos a um lugar vazio. Naquele lugar, podemos encarar como nos sentimos diretamente, sem fazer outros responsáveis. Naquele lugar, podemos liberar os outros e ficar compassivos em relação aos nossos sentimentos.

Paul Ferrini
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mantendo o Espaço Aberto



No Processo de Afinidade chamamos de “manter o espaço aberto” uma atitude relacionada com o amor incondicional e a aceitação. Fazemos isso sendo gentis com nós mesmos e os outros, aceitando e respeitando a nossa experiência exatamente como ela é, aqui e agora. Manter o espaço aberto não é tão fácil como parece. É um desafio tremendo, porque é muito diferente de tudo que nos foi ensinado.

Quando eu mantenho o espaço aberto para mim, fico quieto e fico consciente do que estou pensando e de como estou me sentindo. Eu também tomo conhecimento de quaisquer julgamentos que tenho sobre o que está acontecendo. Por exemplo, eu ouço a voz crítica dentro de mim que diz: "Se você fosse mais espiritual, você não iria ficar com raiva."

Eu permito que todas as vozes na minha psique falem comigo e eu as aceito em minha consciência. Eu não as torno boas ou más. Apenas reconheço que estão lá. Não importa quantas camadas de autojulgamento chegam, eu as aceito dentro de mim.

Na minha consciência, sou testemunha de minha experiência, não sou o juiz ou o júri. Na qualidade de testemunha, não sei o que significa qualquer uma delas, nem preciso saber. Com sagacidade, eu não tenho que fazer alguma coisa sobre a situação. Em vez disso, eu me dou conta de tudo que eu gostaria de fazer para mudar a situação, mas não sinto qualquer pressão para agir. Eu noto meu descontentamento, minha necessidade de corrigir, sem julgar. Como testemunha, minha consciência é suficiente. E é tudo o que é necessário.

Aprofundando a visão dos conteúdos da minha consciência neste momento, eu fico quieto. Eu mergulho em todas as camadas do pensamento crítico e do sentimento reativo, até perceber, na mente e no coração, que tudo está bem, exatamente como é. Este é o lugar da benção a mim mesmo, o lugar onde eu reconecto com o amor.

Paul Ferrini
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Não Consertar




Quando nós permanecemos no coração, sabemos que há ninguém para consertar. Nem sequer temos que consertar as outras pessoas. Nem temos que nos consertar.
Para viver no coração, temos que jogar fora nossos programas de auto-ajuda e apenas nos focalizarmos em aceitar-nos como estamos neste momento. Para viver no coração, nós temos que jogar fora nossos programas missionários e apenas nos focalizarmos em aceitar outros como eles estão neste momento. Programas para a melhoria, salvação, redenção de si ou do outro são apenas diversões que nos levam para longe do real trabalho espiritual da prática da aceitação, de momento a momento.

Se as pessoas quiserem fazer uma viagem, eles são livres para ir. Nós não temos que interferir ou tentar dissuadi-los. Também não temos que tentar consertá-los com este ensino de "não consertar." Qualquer ensino pode se tornar uma vara que nós usamos para bater em nós mesmos ou nos outros. Isso é assim porque precisamos ficar longe de dogmas.

Caso quisermos permanecer no coração, precisamos ficar fora dos dogmas. Precisamos queimar nossos rolos de papiros, nossos mandamentos e livros sagrados. Eles também são distrações. Qualquer coisa ou qualquer um que nos diz o que fazer ou o que dizer ou o que pensar deve ser afastado. Para permanecermos no coração, temos que clarear a mente de julgamentos e preconceitos do passado. Quanto mais abertas nossas mentes são, mais fácil se torna descer ao coração.

Para permanecer no coração, podemos ter só uma autoridade. A autoridade não pode estar fora de nós, investido nas idéias, convicções ou experiências de outros, nem pode estar dentro da estrutura do nosso ego, investido nas idéias limitadas ou convicções que nós temos sobre nós mesmos. A autoridade deve estar dentro de nossas mentes, mas fora de nossos julgamentos e convicções estreitas. Deve estar dentro de nossos corações, mas fora de nossas emoções reativas, hábitos e adições. Nós não podemos submeter-nos à verdade de outra pessoa. Nem podemos nos submeter à "verdade" limitada do nosso ego.

O reino de céu está dentro de nossos corações, mas isso não significa seja fácil descobri-lo. Primeiro, temos que aceitar tudo o que está acontecendo em nossa experiência. Temos que aceitar nossas relações justamente com são. Temos que aceitar todos nossos pensamentos e sentimentos. Temos que deixar tudo entrar dentro de nós, tomarmos tudo em nossos braços, ou pelo menos tentar. Temos que viver com isto, estar com isto, respirar isto, mover-nos com isto, e mudarmos junto, quando isso mudar.

Requer toda nossa presença, toda nossa atenção, toda nossa paciência, toda nossa gentileza. E quando nos entregarmos a tudo disto, haverá um espaço claro que aberto no coração. Um silêncio. E naquele espaço e silêncio, a resposta que tanto precisamos virá, como o ar preenchendo o vácuo. Pode não ser a resposta final, mas é a resposta para agora. Nos mostra como proceder e dar o próximo passo.

E a resposta que entra no silêncio do coração é o movimento do Espírito em nossas vidas. A menos que possamos manter este espaço aberto, a resposta do Espírito não pode vir.

Quando nós ficamos quietos, entendemos que aquela resposta do Espírito não vem da mente do nosso ego limitado e medroso, mas da mente de Deus, da parte em nós que é unida ao amor, que não é envolvida com nosso drama de dor e sofrimento. Assim, esperamos. Colocamos de lado uma solução unilateral e esperamos a solução que honra todos os seres. Nós nos submetemos Àquele que sabe, que está em nós, mas bem além de nossa estreiteza. Esperamos pela consciência Crística nascer dentro dos nossos corações, das nossas mentes.

Paul Ferrini
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terça-feira, 28 de junho de 2011

O momento presente




Em nossa sociedade, fazer é mais valorizado do que ser. Nossa autoimagem é construída mais sobre o que fazemos do que sobre quem somos. Quando estamos preocupados com o fazer e o conseguir concluir as coisas, temos a tendência de viver ou no passado ou no futuro. Às vezes, isso é inevitável. Mas se passamos a maior parte do nosso tempo neste espaço, vamos experimentar muito pouco a paz.

A paz vem quando podemos respirar profundamente e apenas ficar no presente, agora mesmo. A paz vem quando percebemos que não temos que trazer nossos medos do passado para o presente, nem temos de tomar decisões sobre o futuro. A paz está sempre orientada para o presente. A paz vem quando podemos permanecer em nossos corações, sem "saber" ou "fazer".

Sem a pressão do "saber" ou do "fazer", a vida é muito mais simples. É mais fácil aceitar e assimilar a experiência que acontece em nosso caminho. Nós não temos de resistir ou nos defender do que nos acontece. Não temos que intelectualizar ou descobrir. Não temos de saber o que significa. Nós só podemos viver com isto, deixar ser, deixar vir, pois viver no coração é uma forma de vida muito diferente do que estamos acostumados. É um ritmo mais lento, mais simples. Quando pensamos, somos práticos ao pensar. Estamos concretos e com os pés no chão. O pensamento abstrato tem muito pouco lugar em nossa vida, porque leva-nos para longe deste momento. Da mesma forma, quando agimos, fazemo-lo ou com a ambivalência ou com deliberação. Nós não seguimos cegamente um conjunto de regras. Agimos porque sentimos o direito de agir nesse momento.

Não há complexidade mental nesta forma de ser. Não há nenhum grande drama, nem planejamentos, nem sonhos, nem perfeccionismo ou segundas intenções. Nós nos colocamos confiantes no caminho. Sabemos que, mais do que isso, não é possível. Fazer o melhor que podemos no momento é, e deve ser, o suficiente.

Isso não significa não cometer erros. Claro que cometemos erros, mas esses erros não são nossos inimigos, são amigos. Eles nos ajudam a encontrar a correção. Eles ensinam a fazer melhor na próxima vez. Não nos sentimos culpados e escondendo o rosto quando erramos. Não nos sentimos envergonhados ou rejeitados. Nós nos levantamos e dizemos "obrigado por me dizer."

Uma pessoa que assume seu poder não se sente envergonhada por seus próprios erros, nem se sente superior aos outros quando eles cometem erros. Ele aceita a si mesma como ela é neste momento. Ele aceita os outros como eles são. A sanidade vem de uma vida simples e digna. Ela vem do respeito a si mesmo e aos outros. Ela vem do permanecer no momento presente. Ela vem do ficar no coração quando a vida mostra-se diferente do que esperamos.

Paul Ferrini
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