segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PONTO FINAL


PONTO FINAL

Chega de suposições e esperanças torpes...
Esquecimentos voluntários são necessários!
Presa em não sei o quê?
Sem razão e sem sentido...
Cansei deste sentimento
Que maltrata e atormenta,
Que absolve o melhor de mim...
Chega de fugas paliativas!
Não gosto de esparadrapos
Curo com saliva e magia!
Estou cega e com raiva
Mas, lúcida e cristalina.
É que a raiva movimenta o mundo
E a minha andou adormecida.
Decidi mostrar as garras para a vida!
Não quero o medo de sentir raiva
E me frustrar em tristeza.
Sempre fui puro instinto
E o selvagem não se domestica...
Não serei prisioneira de mim mesma
É inadmissivel tamanha insanidade.
 
Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

AMOR


AMOR

Ao alvorecer lembro-me de ti...
Minha energia vital está baixa
Ando me esforçando muito.
Em uma disputa de cabo de guerra
Entre a consciência e o inconsciente.
Olhei para o meu lado obscuro e sinto compaixão
Olho para a luz e sinto amorosidade.
Sei que este cansaço advém da luta...
Já me entreguei e deixei fluir,
Fui ao sentido oposto do desejo
Porque sei que o ego apenas quer.
Olho ao redor e sinto todas as oportunidades...
Sinto falta e desejo muito,
O coração está em carne viva
E os pensamentos no ritmo de música celta...
A raiva oprimida pelo medo...
Talvez seja o momento de surtar,
Perder a sensatez
E colher os frutos da loucura.
Ir de encontro ao que me consome
Mesmo que dê tudo certo ou tudo errado
Não quero mais sentir este cansaço...

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza

DIA CINZA



DIA CINZA

O Coração sangra,
e um riso desmaia na face
enquanto a última estrela da noite...
se despede da solidão
e o vento sopra baixinho um dia sem luz.

Hoje não tem alegria na feira
nenhuma poesia dirá pra ser feliz
não estou disponível pra sorrir
nem tampouco pra chorar.

Nem mágoa nem trégua
sem graça nem desgraça
e alérgico às pequenas coisas
sigo indiferente às rosas
nem cultivo espinhos,
um jardim sem primavera..

A Felicidade sabe meu nome de batismo,
mas insiste em me chamar pela alcunha de poeta
as vezes respondo, outras finjo que não conheço
Cartola e Bilie Holiday sabem do que estou falando.

Estou circo sem palhaço
e suas mãos de trapézio despedem-se dos meus abraços.
Da cartola, um dia sem magia
se equilibra no horizonte
e os pardais ensaiam um blues da melancolia.

Nem garoa nem tempestade
nem preto nem branco
E o sol, indisposto, falta ao compromisso
enquanto uma manhã cinzenta cavalga no céu azul
e fotografias velhas saúdam lágrimas novas.

Meio dormindo
meio acordado
meu corpo é apenas o pijama da alma
um fantasma do passado.
Menino assustado com noites mal dormidas
ando pela rua descaminhando o cotidiano
enquanto lembranças mortas assombram o futuro.

Nem palavrão
nem palavrinha
não leio cartas nem bilhetes
o grito varre o silêncio
para debaixo do tapete
enquanto a poeira se impregna de sorrisos magros.

Nem paz
nem guerra,
apenas um dia triste

Sergio Vaz