quinta-feira, 27 de março de 2014

CRISÁLIDA



CRISÁLIDA
Posted on 27/03/2014 by Paula Jácome

Me sinto em uma crisálida. Não vejo nada e escuto sons abafados… E não sei ainda a borboleta que vai sair.

Esses momentos em que está tudo em movimento e a gente só consegue, ou pode, ficar parada. Em que o caos se instala. Um terremoto te atinge. Nossas estruturas estão abaladas. O conforto acaba e tudo começa a ruir. Não há esperança ou se consegue terexpectativa. Vislumbre algum do horizonte se manifesta. É tudo neblina nebulosa.

Não se respira. Avida para.Melhor, dá vontade de parar com a vida e voltar, mas agora já foi. É impossível. Dá vontade de por o dedo na cara do destino e brigar. E perguntar: Qual é a graça? O que você quer de mim? Eu só queria o céu estrelado… Mas as estrelas estão longe demais para serem alcançadas…

Eu que tinha tudo planejado, estava tudo certo, anotado na agenda. Vou ser feliz assim e assado. Check! Minha vida estava linda e perfumada e sob controle. Eu me sentiasegura, mesmo que não absurdamente feliz. Mas quem é absurdamente feliz? Alguém? Alguém? Ninguém, não é?

Que ideia de girico foi essa de colocar em meu coração esse comichão esquisito que quer mudar tudo? De novo? Já não estava bom assim? Raiva do destino. Raiva de querer, de não saber, de ter que esperar. De não poder. De não assumir o meu próprio poder. De me permitir me perder.

O único movimento, sensato ou não, é parar. É entregar. É não fazer. É aceitar. Devagar. De vagar. Divagar. Passo por passo. Onda por onda. Sem pular nenhuma. Olhando e olhando e olhando pra ver de novo no que dá. Mas está escuro demais pra ver. Longe demais pra visão ser clara. Estranho demais pra compreender.

E me sinto sufocada. Por mim mesma.

Mas aceito pelo menos o que aprendo. E já aprendi que não há como brigar com o que é maior do que eu. Então, mesmo indignada, eu aceito. Eu digo sim, venha o que vier. Se tudo der errado, e dar errado é só as coisas não saírem como o imaginado, eu vou aprender. Não é pra isso que a gente vem aqui? Pra aprender? Então, eu posso ter paciência. Pelo menos um pouquinho… Não quero mais brigar com o destino, quero agradecer…
Tomara que a borboleta seja azul brilhante – gigante!


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