terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Quando o sofrimento bater à sua porta



“A fragilidade nos indica o cuidado, e não outra coisa. Acolha o cristal que há em você. Alegre-se por ser frágil. Quem sabe assim você se abra a bonitas experiências de cuidados.

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Quando descobrimos nos olhos de Deus o amor e o acolhimento, reconhecemos naquele que nos olha o respeito por quem somos. Deus não nos sucumbe, não nos nega como humanos, nem nos quer anjos, mas, ao contrário. Ele nos promove. Ele não é capaz de desprezar-nos em nossa fraqueza. Ao reconhecer-nos amados por Ele, cresce dentro de nós, como resposta a este amor, o respeito por Ele.

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Do limite pode nascer o amor. Diante da fraqueza que nos envolve, o amor nasce como solução. É o princípio da compaixão, que consiste em sentir junto. Corações empenhados em uma mesma causa. A dor que não é nossa nos atinge e nos envolve. Não somos indiferentes.

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É justamente diante do sofrimento dos que amamos que descobrimos o amor como desdobramento da dor, e esta como desdobramento do amor. Quem quiser amar terá que saber que não há amor sem sofrimento. E nisso há uma sabedoria interessante. Ao experimentar o amor como sofrimento, não estamos estabelecendo o dolorismo do amor. Não se trata disso. O que queremos salientar é que o amor é uma força capaz de nos levar a sacrifícios concretos a ponto de tocarmos a nossa humanidade mais profunda.
 
(...)

Todos nós temos o direito de sofrer por quem amamos. Sofrer é o mesmo que pulgar; o mesmo que purificar. Sofrer é expulsar a indignação. As lágrimas possuem o dom de jogar para fora o acontecimento que intoxicou a nossa alma. Mas justamente com o choro é preciso que haja o movimento da superação.

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Gosto da mística dos construtores de pontes. Eles estão sempre prontos para estabelecer instrumentos de ligamentos. Pontes são mecanismos que favorecem travessias. O que estão do outro lado poderão chegar ao ponto em que estamos e vice-versa.

Fábio de Melo
Quando o sofrimento bater à sua porta.

humano


humano

o coração 
não tem botão liga/desliga
nem é movido a pilha 
eletricidade

o corpo não é automático
não sou robot boneca 
fantoche
:
tenho alma cérebro sentimentos 
penso amo odeio sofro sonho 
choro rio acerto erro 
voo 

bom e ruim
sou de carne e osso

*líria porto