Capsicum frutescens in anus autrem kisucus est!!!!! Meu diário, meus pensamentos... meu amigo!!!
segunda-feira, 12 de março de 2012
Guerra, Judas e os Verdadeiros Traidores de Jesus
Quantas vezes o nosso coração arde em fogo ao ver as reações humanas com relação ao semelhante. Por não sermos perfeitos, e trazermos recordações de um passado algumas vezes sangrento, nosso corpo treme e nosso coração ferve ao vermos os gritos da guerra vislumbrados no horizonte.
Cada caso é um caso, e nem todos os seres sentem os gritos de guerra como algo que clama em seu interior. Mas estes gritos, por vezes, nos fazem posicionar a favor de um ou outro lado num conflito bélico, em que na realidade não existe lado certo, já que em uma guerra a maioria perde, já que somente aqueles que conseguem em meio ao ódio dar sinais de misericórdia é que realmente podem se considerar vencedores.
O ideia do amor pode causar a dor, quando mal compreendido as agruras que o ser humano encarnado esta suscetível. Quantos faliram em suas missões por entenderem que a partir de suas ações poderiam modificar o mundo. Nossa história está repleta de seres que em nome da justiça, e sem compreender a justiça divina, cometeram atos de ignomínia pensando estarem de acordo com o pensamento de Deus, ou pensando que o que faziam, sendo bom para eles, seria bom também para o irmão.
Judas Iscariotes é um dos primeiros exemplos do ser que iludido pelo amor ao seu próximo, cometeu um erro, o erro de julgar que Jesus teria o pensar igual ao dele. Não foi a maldade que fez o ato consumado, mas um pensar de amor, no sentido de querer a liberdade de seu povo do julgo do opressor romano que desencadeou a crucificação do Mestre.
Este é o mesmo sentimento que hoje anima vários corações com relação aos Estados ditos opressores, quando não procuramos compreender a realidade de que, o que pode ser injusto aos nossos olhos, somente é a lei da ação e reação agindo tão habilmente.
Quando entramos no campo vibratório dos que somente possuem a prioridade de defender seus próprios interesses, podemos confundir nosso pensar e sermos instrumento de concretização dos objetivos mesquinhos deles. Num primeiro momento nos iludimos, achando que somos detentores do controle das rédeas da história e, que poderemos num ambiente da política perniciosa ser a luz em meio às trevas. Muitas vezes não percebemos que nossa pequena luz pode ser cercada pela escuridão e, que o brilho que julgamos ter somente serve para cegar nossos próprios olhos, não ofuscando ninguém mais que a nós mesmos. Judas cometeu este erro. Julgou o semelhante por si mesmo, não compreendeu a missão do Mestre e achou que Jesus poderia mudar o coração dos “homens de poder” em seu tempo. No livro Palavras do Infinito, psicografado por Chico, Humberto de Campos (espírito) nos fala de uma entrevista – sob a curiosidade do repórter que era – que fez com o próprio Judas na cidade de Jerusalém. De forma educada Humberto pergunta se realmente Judas foi um traidor; leia:
(Humberto pergunta) - É uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus?
- Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e às tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galileia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas ideias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder já que, no seu manto de pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino I, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que aliás apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.
Nos dias atuais, quando ouvimos os discursos inflamados do ódio, em que uns se acham capazes de julgar os outros, no qual o mais forte oprime o mais fraco pela força das armas, não devemos compactuar com a guerra. Poderemos dizer que o forte tem a obrigação de defender o mais fraco, e isto é uma verdade, mas como dizia Tolstoi, Gandhi e outros grandes espíritos quando encarnados, ou seja, “devemos resistir à violência, mas não com a violência”, e neste sentido eu complemento que “a guerra é a arma deles, não é a nossa”.
Atrás de todo ato de guerra existe os mesmos interesses de sempre, e como diz Judas é “sempre a mesma história”. História que se repete, porque insistimos em cometer os mesmos erros. O próprio Judas quando encarnado como Joana Darc, sentiu na carne o gosto amargo do fel da traição. A libertação da França, iniciada com Joana, é mais um fato no espiritismo-histórico-dialético de um conflito que poderia ser evitado, mas que os seres humanos ainda escolheram a Lei da Destruição ao invés da Lei do Amor para mudar a sua realidade.
Sempre temos escolha, não existe guerra feita por um homem só, alguém manda, mas muitos executam e, todos são os responsáveis.
A guerra não é um ato de trair Jesus? Qual seguidor de Cristo pode justificar a mortandade sem ser um verdadeiro traidor Dele?
Judas deixa bem claro que os traidores de Cristo, hoje, são aqueles que a custa do “ouro” vendem e comercializam a vida dos seus irmãos. Judas diz na entrevista:
Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor (... ) Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra(...) Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores.
Quanto ao Divino Mestre – continuou Judas com os seus prantos – infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços em todos os padrões do ouro amoedado...
- É verdade – concluí – e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-LO.
O próprio Humberto pergunta a um ancião que chama de mestre no mundo espiritual:
E, sobretudo Mestre, é a perspectiva horrorosa da guerra... Não há tranquilidade e a Terra parece mais um fogareiro imenso, cheio de matérias em combustão...
Mas o bondoso espírito-ancião me respondeu com humildade e brandura:
- Meu filho... Esquece o mundo e deixa o homem guerrear em paz!...
Achei graça no seu paradoxo, porém só me resta acrescentar:
- Deixem o mundo em paz com a sua guerra e a sua indiferença!
Não será minha boca quem vá soprar na trombeta de Josafá. Cada um guarde aí a sua crença ou o seu preconceito.
Recebida em Pedro Leopoldo a 23 de abril de 1935.
Realmente, deixemos o mundo em paz com a sua guerra.
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