Sobre amor próprio
Fico aqui a pensar... nem sei se tem paciência para ler, mas
uma coisa é fato: gosto quando você diz que é uma pessoa descente.
Não gosto quando me julga e me diz que eu não tenho amor
próprio... não nos conhecemos ainda... e a nossa relação, se é que podemos
chamar isso de relação é um tanto fora dos padrões. Não é o apropriado, adequado,
ou sei lá... às vezes me cobro, outras me liberto, fujo da realidade... mas
acredito que ser discreto nunca fora demérito. Nós dois sabemos muito bem o que
queremos em nossas vidas.
Minha família é o meu pai, minha mãe, minha sobrinha e o
Chorão, por esses, eu largo tudo. Estes sabem quem eu sou.
Tenho apego para com os meus alunos, principalmente em tentar
levar um pouco de dignidade e conhecimento para que isso um dia se reverta em sabedoria.
Abandonei uma carreia extremamente bem-sucedida em virtude desse propósito. O
de ensinar... e aqui estou...
No mais, acredito que o que eu mais tenha é amor próprio.
Principalmente, quando exerço o máximo possível a descrição de uma vida com um
pouco de leveza, mesmo estando destruída... eu me sobressaio em retidão, com
sorriso ou numa gargalhada, sou benevolente e generosa. Chego no fim do dia
feliz por ser essa mulher, vivo com a sensação de ter feito o bem e o meu
melhor dentro das minhas limitações.
Se eu disser para qualquer pessoa como nos relacionamos, sei
que vou ser julgada por falta de amor próprio, mas para mim é objetividade,
praticidade e uma leviandade gostosa. Por um tempo vou me permitir a viver
assim... até estarmos maduros o suficiente para decidirmos o que será de nós,
fato é que eu gosto de você, desse homem adolescente. Então respiro, confio e
entrego... vai ser o que tiver de ser...
Te peço: só seja honesto e decente comigo, por favor, não
temos mais tempo e nem idade para joguinhos e melodramas...
Fica com Deus! Agora é a minha vez de ir dormir...