PARADOXOS
Quando estamos enraizados não nos
permitimos ao novo. Não nos desligamos, fazemos pirraças, queremos o controle,
esquecemos quem somos e nos dedicamos a uma ideia fixa do ego. Contrariamos a
lógica, abdicamos a intuição e renegamos a leveza da vida. Como diz o grande
amigo Jacome: “estar na zona de conforto é bastante confortável”.
Em algum momento nos perdemos e sempre enlouquecemos.
A sombra nos cobre como a bruma de Avalon, estamos apegados a ideia de quem
somos e o que nos tornamos em virtude de gostos, aptidões, defesas,
personalidades e crenças. Criamos um escudo protetor, a nossa defesa consegue
ser maior do que a Muralha da China, ou aquela do Game of Thrones... nos
tornamos adultos infantilizados fazendo pirraça.
Não existe idade para sermos acobertados
por essa desgraça (não gosto desta palavra deve ser a primeira vez que a
utilizo) denominado ego, principalmente quando ele vem sobrecarregado do nosso
lado sombrio. A desgraça nada mais é do que a falta de graça e o pobre coitado
do ego, que nos fora útil na infância e nos ensinou defesas, na atualidade perdera
completamente o sentido. Se procurarmos por autoconhecimento, constatamos que: quanto
mais nos afastamos do ego, mais nos libertamos.
Dói descobrir que somos apenas um ego e
o afastamento deste é uma via sacra. É o reencontro com o amor próprio, com o
amor incondicional, ou sei lá, pela iluminação.
Sempre fui apegada ao intelecto, ao
instinto e a solidão. O intelecto me deu sede de conhecimento, o que por algum
tempo foi extremamente útil, o instinto me presenteou com a raiva o que me projetava
sair do lugar e a solidão a defesa para que ninguém pertencesse ou entrasse no
meu minúsculo mundinho. Me tornei uma observadora algoz, difícil de interpretar
exclusivamente pelas expressões faciais. O acesso ao coração? Bloqueei e olha
que detesto essa palavra atual e de muita utilidade, eu simplesmente deixei de
sentir, porque quando sentimos estamos vulneráveis e entregues.
Eu e essa minha estranha obsessão pela tríade
humana: intelecto, coração e instinto. Sei que já escrevi muito sobre isso, mas
sempre me surge novas interpretações, emoções e um cérebro barulhento que não
quer se calar por nada e essa raiva que me impulsiona a vomitar as emoções.
Para os novatos explicarei com um pouco
de vaidade, o humano, independente do gênero, é composto por três partes:
cérebro, coração e instinto; homem, mulher e criança; Pai, Filho e Espírito Santo.
Somos uma tríade sagrada e precisamos do alinhamento desta para estarmos
emocionalmente saudáveis e livres de tudo aquilo que nos afeta externamente. Essa
percepção te liberta de dogmas, conceitos, padrões, dores, amores, mágoas,
ressentimentos, apegos e dentre outros adjetivos dos quais não me lembro agora.
Como uma mulher de meia idade, com muita
tendência a insanidade, insubordinada e fora dos padrões sinto compaixão por
onde caminho. Observo uma humanidade muito ferida por nada. Ferida por normas,
conceitos, costumes, leis, apegos e controle. Tudo bem! Precisamos de ordem,
mas de onde surgiu a necessidade de sermos um padrão? De onde nasceu a ideia de
que aquilo que eu quero e pirraço para ter é o melhor para mim? Pra quê tanto
controle?
Certo é que sempre teremos nossos
corações partidos por adversidades da vida. Cada um vive e aprende o que
precisa. Não adianta pedir para ficar, pirraçar, enlouquecer, infernizar a vida
alheia, torna-se o caos, se explodir em dor, desenvolver um câncer... o amor
muitas das vezes é apenas uma ilusão e quando essa ilusão passa fica apenas um:
sinto muito.
Ando enamorada! Escolhi a felicidade! Me
acolhi! Nunca me senti tão bela, principalmente com esse batom com gosto de melancia,
estou entregue ao aleatório, não me apego, detesto rotina, estou de mãos dadas
com a “menosesperaça”, o sorriso a marca cativante e a gargalhada o deboche
garantido... acordo todas as manhãs ao som de algo novo, e esta manhã foi
presenteada pelo Harry Styles, que, diga-se de passagem, “data vênia” é um
tesão a parte...
“Shine, step into the light
Shine, so bright sometimes
Shine, I'm not ever going
back
Shine, step into the light
Shine, so bright sometimes
Shine, I'm not ever going
back
Shine, step into the light
Shine, so bright sometimes
Shine, I'm not ever (oh)
What do you mean?
I'm sorry by the way”
Por: Lucileyma Carazza