quinta-feira, 1 de maio de 2025

PARADOXOS

 


PARADOXOS

 

Quando estamos enraizados não nos permitimos ao novo. Não nos desligamos, fazemos pirraças, queremos o controle, esquecemos quem somos e nos dedicamos a uma ideia fixa do ego. Contrariamos a lógica, abdicamos a intuição e renegamos a leveza da vida. Como diz o grande amigo Jacome: “estar na zona de conforto é bastante confortável”.

Em algum momento nos perdemos e sempre enlouquecemos. A sombra nos cobre como a bruma de Avalon, estamos apegados a ideia de quem somos e o que nos tornamos em virtude de gostos, aptidões, defesas, personalidades e crenças. Criamos um escudo protetor, a nossa defesa consegue ser maior do que a Muralha da China, ou aquela do Game of Thrones... nos tornamos adultos infantilizados fazendo pirraça.

Não existe idade para sermos acobertados por essa desgraça (não gosto desta palavra deve ser a primeira vez que a utilizo) denominado ego, principalmente quando ele vem sobrecarregado do nosso lado sombrio. A desgraça nada mais é do que a falta de graça e o pobre coitado do ego, que nos fora útil na infância e nos ensinou defesas, na atualidade perdera completamente o sentido. Se procurarmos por autoconhecimento, constatamos que: quanto mais nos afastamos do ego, mais nos libertamos.

Dói descobrir que somos apenas um ego e o afastamento deste é uma via sacra. É o reencontro com o amor próprio, com o amor incondicional, ou sei lá, pela iluminação.

Sempre fui apegada ao intelecto, ao instinto e a solidão. O intelecto me deu sede de conhecimento, o que por algum tempo foi extremamente útil, o instinto me presenteou com a raiva o que me projetava sair do lugar e a solidão a defesa para que ninguém pertencesse ou entrasse no meu minúsculo mundinho. Me tornei uma observadora algoz, difícil de interpretar exclusivamente pelas expressões faciais. O acesso ao coração? Bloqueei e olha que detesto essa palavra atual e de muita utilidade, eu simplesmente deixei de sentir, porque quando sentimos estamos vulneráveis e entregues.

Eu e essa minha estranha obsessão pela tríade humana: intelecto, coração e instinto. Sei que já escrevi muito sobre isso, mas sempre me surge novas interpretações, emoções e um cérebro barulhento que não quer se calar por nada e essa raiva que me impulsiona a vomitar as emoções.  

Para os novatos explicarei com um pouco de vaidade, o humano, independente do gênero, é composto por três partes: cérebro, coração e instinto; homem, mulher e criança; Pai, Filho e Espírito Santo. Somos uma tríade sagrada e precisamos do alinhamento desta para estarmos emocionalmente saudáveis e livres de tudo aquilo que nos afeta externamente. Essa percepção te liberta de dogmas, conceitos, padrões, dores, amores, mágoas, ressentimentos, apegos e dentre outros adjetivos dos quais não me lembro agora.

Como uma mulher de meia idade, com muita tendência a insanidade, insubordinada e fora dos padrões sinto compaixão por onde caminho. Observo uma humanidade muito ferida por nada. Ferida por normas, conceitos, costumes, leis, apegos e controle. Tudo bem! Precisamos de ordem, mas de onde surgiu a necessidade de sermos um padrão? De onde nasceu a ideia de que aquilo que eu quero e pirraço para ter é o melhor para mim? Pra quê tanto controle?

Certo é que sempre teremos nossos corações partidos por adversidades da vida. Cada um vive e aprende o que precisa. Não adianta pedir para ficar, pirraçar, enlouquecer, infernizar a vida alheia, torna-se o caos, se explodir em dor, desenvolver um câncer... o amor muitas das vezes é apenas uma ilusão e quando essa ilusão passa fica apenas um: sinto muito.

Ando enamorada! Escolhi a felicidade! Me acolhi! Nunca me senti tão bela, principalmente com esse batom com gosto de melancia, estou entregue ao aleatório, não me apego, detesto rotina, estou de mãos dadas com a “menosesperaça”, o sorriso a marca cativante e a gargalhada o deboche garantido... acordo todas as manhãs ao som de algo novo, e esta manhã foi presenteada pelo Harry Styles, que, diga-se de passagem, “data vênia” é um tesão a parte...

 

“Shine, step into the light

Shine, so bright sometimes

Shine, I'm not ever going back

Shine, step into the light

Shine, so bright sometimes

Shine, I'm not ever going back

Shine, step into the light

Shine, so bright sometimes

Shine, I'm not ever (oh)

What do you mean?

I'm sorry by the way”

 

Por: Lucileyma Carazza