segunda-feira, 28 de julho de 2025

 



Bom, não sei como começar escrever sobre este assunto, mas é necessário.

Em Gestalt aprendemos que fechar ciclos significa dar um fim a experiências inacabadas ou situações que estão impedindo o indivíduo de viver o presente de forma plena. Se não fechamos este ciclo acaba que perdemos muita energia, revivendo o que já foi vivido. Precisamos encerrar experiências, estar no presente e encerrar situações que nos consomem energias por estarem inacabadas ou em processo de cicatrização/digestão emocional.

Este blog se deve ao foto de uma menina/mulher que tinha muita raiva, dores e questões pessoais que precisavam ser revistas, mas esta moça não sabia muito bem por onde começar.

Comecei por um blog, ninguém me conhecia e poderia dizer o que quisesse, e assim, foram os meus primeiros passos.

A posteriori conheci um grupo de amigas que estavam voltadas para o autoconhecimento e decidiram reunir-se semanalmente para debatermos sobre o assunto, nos autodenominávamos “As mais legais”, foi o início da minha jornada, agradeço do fundo da alma a Paula.

Neste sentido comecei a frequentar a Casa da Esperança, que é um lugar onde todos são loucos e gente feliz não incomoda ninguém. Agradeço do fundo da alma a Tia Lucia, você foi luz na minha vida.

E nesta jornada escrevi minhas experiências, desenvolvi poemas, mas ninguém sabia, apesar de serem públicas.

Com o tempo, conheci a casa Caminheiros de Jesus e decidi estudar as religiões do mundo, assim como adentrar de peito aberto em busca do autoconhecimento. Agradeço Tia Clara (in memoriam), Sr. Serafim (in memoriam), Graça, Renatinha e tantos outros.

O mais fantástico nesta jornada foi quando juntei com um grupo de amigas e abrimos uma página no Facebook que se chamava: Mulheres que correm com os Lobos, chegamos a alcançar um público com mais de 300.000 participantes. A partir deste momento a poesia tornou-se magia, a competição por curtidas, as discussões construtivas ou não, tudo era novidade. Juliana a fundadora, que infelizmente sofreu com o crime de feminicídio... me ensinou tanto sobre a mulher selvagem, descrita por Clarissa Pikola Ester. A página chamava: MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, e desta experiência tenho a agradecer a Juliana, Bruna, Rose (maravilhosa a mais talentosa de todas). A página infelizmente foi retirada do ar por decisão da família da Juliana.

Nunca mais parei de ler, estudar e escrever: Jung, Freud, Tao, Bert Herliinger, Naranjo, Chico Xavier, Jesus, Confúcio, Gandhi, Buda e outros... as religiões antigas, atuais e primitivas... filosofia e sociologia eram as grandes estrelas do meu dia.

Hoje, venho por meio desta comunicar que este ofício, o da escrita está sendo encerrado. É um ciclo que preciso fechar para que a energia se transforme.

A todos a minha Gratidão.

O Blog continuará no ar. Mas não escreverei mais.

Resolvi dar um tempo das redes sociais, pois se tornou um ambiente insalubre (para mim), sinto falta de olhar nos olhos, bater um bom papo e curtir uma boa gargalhada, no mais...

Tenho que agradecer a tanta gente que não vou me dar a esse luxo de citar um por um para não esquecer de ninguém. Agradeço a Ana que produziu meu primeiro livro.

Em maio de 2010 comecei a escrever, e hoje 28/07/2025 me despeço. Foram mais de 200 mil acessos com o alcance de mais de 25 países.

Escrever para mim tornou-se exaustivo, deixou de ser prazeroso. Revivencio ciclos que não necessitam mais serem cutucados, remexidos e discutidos, porque no fundo... SOMOS TODOS UM.

Desejo do fundo do coração que todos um dia consigam sentir de fato o que é ser GENTE FELIZ QUE NÃO INCOMODA NINGUÉM.

 

Beijo no coração! Lucileyma Carazza



 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

UMA COISA

 

UMA COISA

 

Somos o que somos, e talvez, os julgamentos, só nos causam mais stress e angústias, que aos meus olhos são desnecessários. Parece que relaxar e deixar fluir é algo que não merece ser vivenciado.

Venho ralando o meu ego de todas as maneiras possíveis para me tornar uma pessoa melhor, mas em alguns aspectos continuo torta e estragada... extremamente estragada, a imperfeição está em mim.

Com o tempo aprendemos na dor ou no amor que somos responsáveis por nossas escolhas e não há como transferir esta responsabilidade. A culpa é apenas uma palavra, e não, uma emoção. A culpa jamais será algo que cause angústia no meu peito, pois, ando em retidão, talvez, o arrependimento me cause angústia ainda... mas me pergunto: se não me arriscar como saberei se a experiência foi boa ou ruim? No fundo apenas suspiro e mentalizo: fiz o meu melhor dentro das minhas limitações.

Como mulher, responsabilidades me foram impostas sempre. Aos 12 anos já trabalhava, aos 15 viajava sozinha em virtude do trabalho que me fora imposto... para a minha família eu tinha responsabilidade para trabalhar e viajar sozinha para fazer compras para uma loja com vários talões de cheque assinados em branco na bolsa... mas eu não podia ir ao cinema sozinha, eu não podia ir a lugar algum...

Não reclamo da educação que tive, que fora extremamente rigorosa. Tinha que andar no limite da perfeição e daí por diante não foi muito diferente. Até os 26 anos só vivi para agradar o ego da minha família; o que eu sentia ou pensava era ignorado, e eu, não queria causar frustração alguma aos meus pais, irmãos, amigos e outros... Aos 33 anos morri... aos 38, por exaustão saí de perto daquilo que eu não conseguia mudar e conquistar. Não mudaria o padrão da minha família e nem conquistaria a paz de espírito e um pouco de liberdade que almejava.

Não confunda liberdade com libertinagem, muito menos imagine que ser livre é fazer o que se quer. Ser livre está intrinsicamente ligada ao comprometimento, a responsabilidade e com a leveza da sua alma. Ser livre é estar em paz consigo mesmo e ter o discernimento de acolher e conviver com os maus entendidos da vida e não se envergonhar. Ser livre é ser ético e seguir em retidão, mesmo estando com um coração dilacerado por ter sido desmerecida por ser quem você é.

Estranha essa percepção do quanto vivi para agradar e o quanto fui impedida de viver para agradar as pessoas que eu mais amei... dói assumir o quanto isso me limitou, me bloqueou, me feriu e me paralisou.

Vivo num limbo e sofro com isto. Vou dizer, que, quando morri, escolhi viver em solitude e aprendi a viver assim. Neste sentido, vivo sem perturbar a vida de ninguém, pelo contrário, sou aquela que é sempre lembrada em uma dificuldade, mas sempre esquecida para uma festa.

E este textão descabido que não sei direito sobre o que é em se tratando de emoção ou fatos do cotidiano se deu em virtude da pessoa que me tornei.

Sempre quando estou muito feliz penso: vem uma pancada  aí; e ela sempre vem... outro pensamento que sempre me ocorre é quando conheço alguém que talvez possa me agregar vivências... olho e sempre me pergunto: O que este daí vai me tirar, melhor dizer: ensinar...

Não se engane no seu julgamento: uma gargalhada alta, um ato de leviandade ou libertinagem, um cabelo verde e dançar no meu meio do supermercado ao ouvir uma música que eu goste não revela de fato quem eu sou...

A solitude não é sinônimo de irresponsabilidade, e sim, de responsabilidade. Os riscos são altamente calculados.

Talvez este texto seja apenas o devaneio de uma mulher de meia idade que  perdeu a sua solitude e encarou a solidão. Uma mulher que resolveu viver e se arriscar pouquinho... Mas confesso que já bateu o arrependimento, o sorriso deu lugar às lágrimas e me lembrei da solitude, estar em solitude é uma zona de conforto extremamente confortável e talvez lá, continue sendo o meu lugar.

Um colo pode te curar de várias feridas, te fazer dormir... é a afetuosidade que te faz liberar ocitocina... uma mulher exausta não tem como entregar o seu colo porque talvez ela nunca tenha tido um.

Os puxões de orelhas nos fazem refletir... humildemente agradeço e reverencio. No alto daquela colina, diante daquele cruzeiro e daquela paisagem exuberante, agradeci o que tenho, o que sou e pela primeira vez na minha vida pedi ao Universo que me proporcionasse uma relação sadia com um homem honrado.

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

QUEBRADA



QUEBRADA

 

Exposições aleatórias são disfarces

Só é visto o permitido

Talvez apenas você veja, ou não...

A internet é um terreno baldio

A tecnologia é como mágica

Ilusões são criadas com maestria...

Quem diria que estariam interligadas:

Tecnologia e magia...

Sou esperta demais e é aí que emburreço

Nada supera ou cola a dor da alma

Tento silenciar e não consigo

A solitude me abandonou e vivo em solidão...

Estou sentenciada pelas escolhas.

Desequilíbrios e angústias são eminentes

Julgamentos e cobranças, sou meu algoz.

Falta de valorização ou amor próprio?

Uma carcaça cansada

Apta e entregue a menos esperança

Estava protegida entre suas “Gárgulas”

Dormia em plenitude

E agora?

Estou perdida e não me reconecto.

Ando como um cão sem dono

E não encontro o que procuro.

Traz a camisa de força

Estou como um vulcão

Não sei até quando vou aguentar...

Dominar a raiva

Me perdoar e seguir cicatrizada.

Ainda não superei...

 

 Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 


sexta-feira, 4 de julho de 2025

ASTRAL

 


ASTRAL

 

Pedi tanto, supliquei

Pacifiquei a alma, equilibrei

Pedi tanto, supliquei

Aceitei, entreguei

Pedi tanto, supliquei

Protegida, dormia

Pedi tanto, supliquei

Me senti amada!

Pedi tanto, supliquei

Enquadrei, tédio...

Pedi tanto, supliquei

Não me submeto, agonizei...

Pedi tanto, supliquei

Tá bom!

Pedi tanto, supliquei

Resisti, respirei

Pedi tanto, supliquei

Afoguei, apavorei

Pedi tanto, supliquei

Acelerei, insônia

Pedi tanto, supliquei

A tosse seca da alma me visita

Pedi tanto, supliquei

Cansei, libertei

Pedi tanto, supliquei

Abracei a sombra

Pedi tanto, supliquei

Morri, embriaguei no inferno!

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


 

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


Responsabilizo por tudo que acontece! Tenho por princípio a Oração Gestalt, que inicia-se dizendo o seguinte: “Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas”, simples assim. Outro princípio que carrego tatuado na alma é que: “Gente feliz não incomoda ninguém”.

A maneira como avalio o próximo diz mais sobre mim do que o outro. A maneira como sou julgada, também diz mais sobre mim do que o outro. Escolho não ser reativa. Silencio... e tudo se resolve com clareza e sem esforço.

- Existe angustia? Tristeza? – Existe! Faz parte!

Na atual sociedade provinciana, demagoga, hipócrita, trovadoresca e machista a qual faço parte não me enquadro nos padrões estabelecidos. E para mim está tudo ótimo.

Só faço parte daquilo que sinto pertencimento e que de fato me sinta bem. A minha briga diária é com a minha saúde mental, e principalmente, me silenciar diante dos infames que acontecem, sejam eles previsíveis ou não, jutos ou injustos...

Morro diariamente por seguir em retidão e não abrir mão de quem eu sou. Já morri tantas vezes e o renascimento aflora. Quando partimos para o autoconhecimento e nos dispomos a trabalhar o nosso lado negro passamos por provas e expiações diárias, enxergamos o mundo com outros olhos e a amorosidade reina, esta, muitas das vezes incompreendida.

Ainda caio em ciclos viciosos que precisam ser revistos, curados e reverenciados. A dualidade existe no humano. O bem e o mal existe em mim e tudo depende das minhas escolhas. NÃO SOU PERFEITA! Sou centelha divina, sou solo sagrado e não adianta jogar o seu lixo!

Já devo ter escrito sobre isto milhares de vezes, mas, hoje, é justamente isto que me vem à cabeça, por mais que pareça estranho aos olhos dos julgamentos alheios que se colocam em situação de perfeição...

Vivencio aprendizados dos quais sou submetida na marra! O que os outros imaginam de mim ou pensam, não me interessa. Simples assim. Sou o meu maior algoz! Como diz o poeta contemporâneo lindíssimo e apaixonante: Xamã “Sou Wolverine e também tô Dente de Sabre... Se tudo der errado é só voltar pro início, dilemas de mim” ...

Escolha e autorresponsabilidade esse é o legado.

Andar em retidão cumprir com as  obrigações sendo a melhor dentro das  limitações, saber quem eu sou... Ser ética, íntegra e leal. Dar gargalhadas absurdas de tudo, ter uma vida simples e minimalista, ser até leviana, mas livre. Tá! Como diz a outra douta poeta contemporânea Lou Garcia:  Eu sei, eu sei, eu sei... Não funcionou porque fui eu quem não quis...

Poetas são loucos, românticos e sábios... talvez tenha me transformado naquilo que mais temia: a velha louca do rolê. E estou simplesmente amando!

Prolixa com relação aos textos, mas isso tudo é só para te lembrar que amar o próximo é o mais importante, perdoar, transbordar em compaixão e deixar fluir livremente mesmo estando quebrado é o mais apropriado. Respire e suspire... a cura parte da respiração... quando deixamos de respirar deixamos de sentir...

O autoconhecimento mata o seu ego e te permite escolhas. Escolho amar! Amo dentro das minhas limitações e não julgo, muito menos cobro... Cada ser possui a sua experiência.

- O amor que sinto? - Dedico até para os infelizes que me traíram, me ludibriaram, me excluíram, que foram cruéis, que almejaram apenas o meu corpo, que acham que me enganam... Quanto ao amor romântico, sinto a lembrança saudosa no meu coração.  “Stalkear” e sentir felicidade com a realidade do outro é plausível, respeitoso e delicioso.

Quando respiramos com consciência a verdade aparece sem ser dita e não dá para explicar para quem possui um conceito pré-estabelecido sobre amor próprio, tendo em vista que o amor que sentimos e como direcionamos este amor é uma escolha, assim como a felicidade...

Escolho amar, na contramão de uma sociedade que não aceita ser amada,  porque estão todos enraizados em pensamentos rudes e ultrapassados.

Escolho amar a todos que passaram pela minha vida e os deixo livre. É mais fácil... guerras, cobranças, desordens, traições, bate boca... saco... tenho preguiça... no mais, a falta de empatia ocorre em pessoas que estão emocionalmente feridas, fazendo pirraça para o mundo e brincando de viver feliz...

Simples assim... AME E DEIXE LIVRE...

AMAR não é distintivo de POSSE!

O destino vai chegar sem esforço... sem jogos, ameaças, histeria, cobranças e dores de cabeça... o passado diz tudo, VIVA o presente com a consciência que o futuro será o reflexo.

Por: Lucileyma Carazza

Lou Garcia - Não Fosse Tão Tarde https://www.youtube.com/watch?v=jd00enZSNFc

Xamã - Dualidade | Prod. $amuka e Ramon Calixto (Fragmentado) - https://www.youtube.com/watch?v=Xb514N_uE6s