REJEIÇÃO OU NECESSIDADE FISIOLÓGICA?
-
É amiga, parece burrice mesmo! Estar ébria, abrir a sua casa para um
estranho... Se envolver sexualmente após o que havia se proposto! Não dá para
entender...
- Fato é, que quando um homem quer
uma mulher ele não mede esforço. Não interessa quem você é, ele vem, insiste,
persiste e você acaba cedendo o que não devia. Nosso corpo é Centelha Divina
deve ser reverenciado e conquistado. Não abusado diante de um não. O discurso de
sermos adultos para uma noite de prazer é muito pequeno e instintivo, chega a
ser animalesco, para seres que se pregam tão intelectualizados.
- Amiga, ele queria ir e vir do
jeito dele, na hora dele e no tempo dele. Jamais foi tida como prioridade.
Tratada com dignidade. Pelo contrário, sinto que para ele as mulheres são
apenas objetos de mero prazer que não merecerem respeito. Parece a era Trovadoresca.
E o ridículo da história, foi que
acreditei, cedi, achei que de fato ele poderia ter dúvidas, estar de luto,
ocupado, procurando autoconhecimento, vivendo aqui e acolá... e eu a esperar...
até o momento em que pirracei e fui chamada de chiliquenta. Recebi um olhar
frio e de nojo...
No fundo acredito que criei uma ilusão gigantesca de algo que poderia ser extraordinário com um desconhecido... me senti pequena, menosprezada, desmerecida, e o pior, tudo aconteceu no dia do meu aniversário. Detesto aniversário. Parece que é data estabelecida para que tudo conspire para me gerar dor. Eu criei uma situação absurdamente desnecessária. Deve ser carência, crise de meia idade, sei lá... só sei que ele só veio quando e na hora que ele quis. Nunca se colocou no meu lugar. Acredito que no lugar de ninguém.
- Tratei-o com tanto amor e
carinho. Respeito e admiração. Para quê? Ser taxada como louca, medíocre, ou
algo para elevar o ego dele... nem sei quem ele é... Porquê esta explosão de
sentimentos e emoções.
Ocorre que a rejeição é uma dor
que vivi na infância e a recrio em ciclos viciosos, acreditando que finalmente
tenha encontrado alguém que me respeite e me ame. Por ele fui rejeitada até no trabalho que
é o ganha pão dele, quem dirá no resto...
Dei.. amor, carinho, compreensão,
por algumas vezes senti que poderia descansar a minha cabeça cansada em seus
ombros, que poderíamos por algumas vezes nos entregar e esquecer o que acontece
lá fora.
Mas fora uma ilusão... ele nunca me
quis... pegaria qualquer uma na rua e a trataria da mesma maneira, ou não,
talvez a tratasse melhor... porque talvez eu não tenha me valorizado o
suficiente.
Fiquei presa a uma pessoa que
sequer lembrava que eu existia. Que carma é esse onde vivo constantemente esta
exclusão tão dolorosa. Estou exaurida. Não tenho esperanças e o amor só existe
em comédias românticas...
- De fato existe a sequência terapêutica:
do que vejo, imagino e sinto... e o sentimento é sempre o mesmo, o que me fora
dito em algum momento, a indisponibilidade para relacionamentos.
- Isso virou uma obsessão na minha cabeça... fiz de tudo para conquistar
respeitando os limites (dele), mas esqueci dos meus limites... hoje pela
primeira vez estou com raiva, nojo... porque os homens são assim, que sociedade
é essa em que vivemos, porque me expus tanto, falei tanto, demonstrei tanto... ser verdadeiro é perda de tempo, manifestar emoções é sinônimo de desprezo.
Não quero isso para mim mais! Quero
respeito! Quero amor próprio! Quero me resguardar... quero apenas ser livre dessas
emoções negativas e nunca recíprocas, ou compreendidas.
Não quero mais ser autêntica,
dizer sobre mim e o que ocorre na minha vida.
Quero uma mente livre. Uma mente
exclusivamente livre. Livre da rejeição e dos pensamentos negativos.
- Ele não é um mal caráter, mas
também não possui muita retidão...
No fundo eu fui a mulher de uma
noite que persistiu num erro... A dor é minha. Exclusivamente minha...
Ele... está por aí correndo atrás
dos interesses deles... vivendo, leve, tranquilo e feliz.
Por: Lucileyma Carazza
