terça-feira, 21 de junho de 2011

Cerveja, por Charles Bukowski



Não sei quantas garrafas de cerveja consumi esperando que as coisas melhorassem.

Não sei quanto vinho e uísque e cerveja, principalmente cerveja consumi depois de rompimentos com mulheres

Esperando o telefone tocar

Esperando o som dos passos, e o telefone nunca toca

Antes que seja tarde demais e os passos nunca chegam

Antes que seja tarde demais.

Quando meu estômago já está saindo pela boca elas chegam frescas como flores de primavera:

"Mas que diabos você está fazendo? vai levar três dias antes que você possa me comer!"

A mulher é durável, vive sete anos e meio a mais que o homem, bebe pouca cerveja porque sabe como ela é ruim para a aparência.

Enquanto enlouquecemos elas saem, dançam e riem com caubóis cheios de tesão.

Bem, há a cerveja, sacos e mais sacos de garrafas vazias de cerveja e quanto você pega uma, as garrafas caem através do fundo úmido do saco de papel rolando, tilinando, cuspindo cinza molhada e cerveja choca, ou então os sacos caem às 4 horas da manhã produzindo o único som em sua vida.

Cerveja, rios e mares de cerveja, cerveja, cerveja, cerveja.

O rádio toca canções de amor enquanto o telefone permanece mudo e as paredes seguem paradas e estáticas, e a cerveja é tudo o que há.