DE
4 PARA 4 – ADOLF HITLER
Vamos lá! Há anos venho digerindo Hitler e
acho que finalmente estou pronta para falar, mas para adentrar neste assunto
preciso citar o Eneagrama, ferramenta através da qual me foi possível ter esta
visão. No ano de 2011 realizei o curso sobre o ENEAGRAMA, com isto, vivenciei que sou um Tipo 4. Só um
Tipo 4 para adentrar tanto em uma dor em busca da autotransformação e tentar
falar sobre este sentimento e principalmente sobre Adolf Hitler.
Sobre o meu tipo posso resumir para os
novatos o seguinte: tudo aquilo que negamos em nossa personalidade é o que
somos de fato. Assumir a “inveja”, o vício social do Tipo 4, foi fácil, agora
assumir que eu tinha a mesma personalidade que Adolf Hitler foi impossível,
neguei até o último fio de cabelo, com o tempo aceitei e mergulhei no processo
de digestão emocional.
Para quem não conhece “o Eneagrama foi uma
ideia originalmente trazida por G. I. Gurdjieff
para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de
peregrinação pelo Oriente. Mais que trazer uma visão dos tipos humanos
representa um esquema para a compreensão de todos os fenómenos envolvendo a
humanidade. Em 1970, o Eneagrama foi transmitido por Oscar Ichazo para um grupo de pessoas
recrutadas principalmente pelo Psiquiatra Chileno Claudio Naranjo e
reunidas na cidade de Arica,
no Chile. Claudio Naranjo e outros participantes deste grupo transmitiram este
conhecimento para outras pessoas nos Estados Unidos e em centros específicos da
América do Sul. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a
explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na
Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos
outros campos do conhecimento.
O Eneagrama é um sistema preciso e profundo
que descreve nove padrões de comportamento e seus diferentes níveis de
consciência, ajudando, assim, as pessoas a evoluírem pessoal e
profissionalmente.”
O Eneagrama me proporcionou um encontro
semanal com “O grupinho semanal – As mais legais”. Um grupo de mulheres com
muito mais experiência que eu, eu sentava muda, olhava e pensava: parece um
monte de loucas vivenciando cada segundo de suas vidas com toda a intensidade,
com toda a energia vital deste Mundo, soa um tanto arrogante, mas de fato, elas
são AS MAIS LEGAIS, simplesmente porque estão entregues ao Universo Feminino, a
essência Feminina e à VIDA acima de tudo. Não são mulheres comuns, mas sim,
mulheres de fato e raras na atualidade, outra hora escrevo sobre elas, vamos
voltar a Hitler.
Em uma destas reuniões com muita dor em meu
coração, quis falar um pouco sobre Hitler, quando para a minha surpresa, umas
destas MULHERES me apresenta esta teoria sobre Hitler:
“Como isso é possível? E quanto ao mal que
foi criado pelo homem?
Você
não pode criar coisa alguma - um pensamento, um objeto, um evento, uma
experiência de qualquer tipo - que não seja parte do plano divino. Porque o Meu
plano é que você crie tudo que quiser. Nessa liberdade está a experiência de
Deus ser Deus - e esta é a experiência para a qual Eu o criei. E a própria
vida. O mal é o que você chama de mal. Contudo, até mesmo isso Eu amo, porque é apenas através do que você chama de mal que pode conhecer o bem; apenas através do que chama de obra do demônio que pode conhecer e realizar a obra de Deus. Eu não amo o quente mais do que o frio, o alto mais do que o baixo, a esquerda mais do que a direita. Tudo isso é relativo, parte daquilo que é.
Eu não amo o "bem" mais do que o "mal". Hitler foi para o Céu. Quando compreender isso, compreenderá a Deus.”
FONTE: CONVERSANDO COM DEUS - Um diálogo sobre os maiores problemas que afligem a humanidade - Neale Donald Walsch
Na boa, li o livro, reli e não entendi.
Hitler nunca foi digno da minha admiração, ele sempre teve o meu desprezo. Fato
é que amo história e nunca tive afinidade com as Guerras Mundiais (só para lembrar:
negamos aquilo que somos e este é o meu lado negro).
E fiquei a pensar: Como assim? Como Hitler
foi para o Céu? E não consegui entender e muito menos sentir.
Posteriormente, conheci a vida de Santa Rita
de Cássia. Fiquei apaixonada pela vida desta MULHER. Um dos maiores desafios,
ou aprovações ocasionadas a esta mulher foi o de aceitar e amar o seu marido que
era um assassino. Em suas meditações escutou: amar um santo é fácil demais,
quero ver você amar, acolher o seu marido assassino; não é preciso fazer cobranças
para que ele mude o seu comportamento, pois, a consciência dele já o cobra e
muito, acolha o seu marido e o perdoe.
Engoli seco e lembrei-me de Hitler. Agora
compreendo porque ele foi direto para o céu. Hitler nunca foi acolhido, se corroía
pela inveja, e com isto, tornou-se maquiavélico o suficiente para realizar o
holocausto e as duas Grandes Guerras Mundiais.
Na infância sentiu-se excluído pelo pai,
pelo padrasto e pela mãe. Na adolescência tentou dedicar-se a arte e fracassou.
Foi reprovado em vários exames, não conseguia êxito naquilo que de fato se
interessava. Com isto, outras questões, nunca assumidas tomaram conta do seu
ser. A homossexualidade, a vida boemia (ele não se deixava fotografar com
bebidas e nem eu), o racismo, o materialismo e é claro a inveja.
A força interna dele, para não dizer a raiva,
o movimentou de tal maneira que ele conseguiu ascensão no exército demonstrando
o seu pior: a crueldade, o terrorismo, a tirania e a tortura. Um covarde de
fato, outros matariam por suas próprias mãos, mas ele não, mandava matar...
Conseguem perceber o óbvio? Quem acolheria
um ser humano assim? Respondo sem piscar os olhos: ninguém. Só Deus em sua
imensa misericórdia seria capaz de acolher um filho seu.
Hoje percebo que Adolf Hitler sofreu muito
mais do que todas as pessoas que morreram diretamente e indiretamente por suas
mãos. Conseguem sentir o tamanho desta dor que o levou ao suicídio? A título de
ilustração eu mato uma barata e sinto remorso.
Com isto, mudo o meu olhar. Sem julgar as
atrocidades cometidas por este ser humano eu o acolho. Eu te perdoo Adolf
Hitler em toda a sua essência.
E para você que acaba de ler este texto, não
me julgue, talvez, seja o seu momento de refletir sobre esta questão.
Namastê! _/\_
Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza