segunda-feira, 17 de junho de 2013

DE 4 PARA 4 – ADOLF HITLER



DE 4 PARA 4 – ADOLF HITLER

Vamos lá! Há anos venho digerindo Hitler e acho que finalmente estou pronta para falar, mas para adentrar neste assunto preciso citar o Eneagrama, ferramenta através da qual me foi possível ter esta visão. No ano de 2011 realizei o curso sobre o ENEAGRAMA,  com isto, vivenciei que sou um Tipo 4. Só um Tipo 4 para adentrar tanto em uma dor em busca da autotransformação e tentar falar sobre este sentimento e principalmente sobre Adolf Hitler.

Sobre o meu tipo posso resumir para os novatos o seguinte: tudo aquilo que negamos em nossa personalidade é o que somos de fato. Assumir a “inveja”, o vício social do Tipo 4, foi fácil, agora assumir que eu tinha a mesma personalidade que Adolf Hitler foi impossível, neguei até o último fio de cabelo, com o tempo aceitei e mergulhei no processo de digestão emocional.

Para quem não conhece “o Eneagrama foi uma ideia originalmente trazida por G. I. Gurdjieff para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de peregrinação pelo Oriente. Mais que trazer uma visão dos tipos humanos representa um esquema para a compreensão de todos os fenómenos envolvendo a humanidade. Em 1970, o Eneagrama foi transmitido por Oscar Ichazo para um grupo de pessoas recrutadas principalmente pelo Psiquiatra Chileno Claudio Naranjo e reunidas na cidade de Arica, no Chile. Claudio Naranjo e outros participantes deste grupo transmitiram este conhecimento para outras pessoas nos Estados Unidos e em centros específicos da América do Sul. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos outros campos do conhecimento.

O Eneagrama é um sistema preciso e profundo que descreve nove padrões de comportamento e seus diferentes níveis de consciência, ajudando, assim, as pessoas a evoluírem pessoal e profissionalmente.”

O Eneagrama me proporcionou um encontro semanal com “O grupinho semanal – As mais legais”. Um grupo de mulheres com muito mais experiência que eu, eu sentava muda, olhava e pensava: parece um monte de loucas vivenciando cada segundo de suas vidas com toda a intensidade, com toda a energia vital deste Mundo, soa um tanto arrogante, mas de fato, elas são AS MAIS LEGAIS, simplesmente porque estão entregues ao Universo Feminino, a essência Feminina e à VIDA acima de tudo. Não são mulheres comuns, mas sim, mulheres de fato e raras na atualidade, outra hora escrevo sobre elas, vamos voltar a Hitler.

Em uma destas reuniões com muita dor em meu coração, quis falar um pouco sobre Hitler, quando para a minha surpresa, umas destas MULHERES me apresenta esta teoria sobre Hitler:

Como isso é possível? E quanto ao mal que foi criado pelo homem?
Você não pode criar coisa alguma - um pensamento, um objeto, um evento, uma experiência de qualquer tipo - que não seja parte do plano divino. Porque o Meu plano é que você crie tudo que quiser. Nessa liberdade está a experiência de Deus ser Deus - e esta é a experiência para a qual Eu o criei. E a própria vida.
O mal é o que você chama de mal. Contudo, até mesmo isso Eu amo, porque é apenas através do que você chama de mal que pode conhecer o bem; apenas através do que chama de obra do demônio que pode conhecer e realizar a obra de Deus. Eu não amo o quente mais do que o frio, o alto mais do que o baixo, a esquerda mais do que a direita. Tudo isso é relativo, parte daquilo que é.
Eu não amo o "bem" mais do que o "mal". Hitler foi para o Céu. Quando compreender isso, compreenderá a Deus.”
FONTE: CONVERSANDO COM DEUS - Um diálogo sobre os maiores problemas que afligem a humanidade - Neale Donald Walsch
 
Na boa, li o livro, reli e não entendi. Hitler nunca foi digno da minha admiração, ele sempre teve o meu desprezo. Fato é que amo história e nunca tive afinidade com as Guerras Mundiais (só para lembrar: negamos aquilo que somos e este é o meu lado negro).

E fiquei a pensar: Como assim? Como Hitler foi para o Céu? E não consegui entender e muito menos sentir.

Posteriormente, conheci a vida de Santa Rita de Cássia. Fiquei apaixonada pela vida desta MULHER. Um dos maiores desafios, ou aprovações ocasionadas a esta mulher foi o de aceitar e amar o seu marido que era um assassino. Em suas meditações escutou: amar um santo é fácil demais, quero ver você amar, acolher o seu marido assassino; não é preciso fazer cobranças para que ele mude o seu comportamento, pois, a consciência dele já o cobra e muito, acolha o seu marido e o perdoe.

Engoli seco e lembrei-me de Hitler. Agora compreendo porque ele foi direto para o céu. Hitler nunca foi acolhido, se corroía pela inveja, e com isto, tornou-se maquiavélico o suficiente para realizar o holocausto e as duas Grandes Guerras Mundiais.

Na infância sentiu-se excluído pelo pai, pelo padrasto e pela mãe. Na adolescência tentou dedicar-se a arte e fracassou. Foi reprovado em vários exames, não conseguia êxito naquilo que de fato se interessava. Com isto, outras questões, nunca assumidas tomaram conta do seu ser. A homossexualidade, a vida boemia (ele não se deixava fotografar com bebidas e nem eu), o racismo, o materialismo e é claro a inveja.

A força interna dele, para não dizer a raiva, o movimentou de tal maneira que ele conseguiu ascensão no exército demonstrando o seu pior: a crueldade, o terrorismo, a tirania e a tortura. Um covarde de fato, outros matariam por suas próprias mãos, mas ele não, mandava matar...

Conseguem perceber o óbvio? Quem acolheria um ser humano assim? Respondo sem piscar os olhos: ninguém. Só Deus em sua imensa misericórdia seria capaz de acolher um filho seu.

Hoje percebo que Adolf Hitler sofreu muito mais do que todas as pessoas que morreram diretamente e indiretamente por suas mãos. Conseguem sentir o tamanho desta dor que o levou ao suicídio? A título de ilustração eu mato uma barata e sinto remorso.

Com isto, mudo o meu olhar. Sem julgar as atrocidades cometidas por este ser humano eu o acolho. Eu te perdoo Adolf Hitler em toda a sua essência.

E para você que acaba de ler este texto, não me julgue, talvez, seja o seu momento de refletir sobre esta questão.

Namastê! _/\_

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza