quinta-feira, 12 de dezembro de 2013




Eu não entendo como as coisas mudam tão rápido.
Sem aviso prévio.
É difícil entender.
Será que fomos longe muito rápido.
Não soubemos caminhar juntos.
Não soubemos ver a estrada.

Mas não me confunda.
Eu não sou borboleta.
Sou Mariposa.
Também passo por um processo de transformação.
Deixo de ser uma larva e passo a voar com minhas próprias asas.
Mas eu sou noturna.
E não diurna.
Enquanto a borboleta é leve e linda.
Eu sou suja e misteriosa.
Também vivo a morte transformadora.

Posso não ter asas muito coloridas.
E nem voar durante o dia.
Mas eu sou o movimento das sombras.
A alma das bruxas.
Eu vivo em torno da luz.
Busco a luz da verdade.
Assim como a alma busca a divindade.
Também vivo a força consumidora da paixão.
Adoro voar em torno do fogo.
Que me atrai até ser queimada.

E você o que você é.
Um pássaro que voa pra longe.
Ou um falcão que espera a hora de atacar.
Se você não sofre com metamorfose.
Você não pode acompanhar minha vida.
Minha natureza é diferente da sua.

Acho que você é uma gaivota.
Que se afasta da beleza da praia.
E procura sua solidão nas profundezas do mar.
Gaivotas que abaixam a cabeça antes de alcançar grandes voos.
Mas não se esqueça.
Eu sou mariposa.
Escolho o calor da luz e das casas humanas para acabar meus dias.
Eu aceito deixar ir embora o que precisa partir.
Vem comigo.
E se der medo.
Venha do mesmo jeito.


 Por: Marceli Gastaldi