segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

PELOS TÚNEIS DE LILITH

PELOS TÚNEIS DE LILITH

Algo do absoluto repousou no meu colo
onde se aninhou por alguns minutos
até fazer-me sentir o amor profundo
e superar o medo de não ser suficiente.

Pedi ao meu coração que mantivesse a calma
para proteger o outro coração deitado em minhas pernas.
Por alguns minutos respirei o ar lentamente
para retribuir com vida plena o que se apresentava.

Por um momento, temi,
como um susto que se teme antes de haver o susto,
pois confundiu-me a grandeza de coisa tão delicada
e histórias terríveis se projetaram na duração do temor.

Mas como o que há de importante está mais abaixo,
- como na vida dos que habitam o escuro da terra-,
pude ver algo que só podia ser visto se encoberto.

E, assim, percebido tão somente a partir do mistério,
o ser-amor irrestrito amava cada uma de todas as células
e me fazia amá-las de um amor igual.

Mesmo no medo, ali estava.
Maior, vivo e batendo,
no vigor de sua promessa de ser...
enquanto houver amor, e ele sempre haverá.

Por: Helen Petry