ILUSÃO
O cérebro, ou o ego, quase sempre nos proporcionam
ilusões. Por isto, o silêncio é uma opção dotada de muita sabedoria. É que nem
tudo que imaginamos de fato é real.
São muitas as ilusões que tive que digerir ao longo
do meu caminho e sempre caio de joelhos diante da minha imperfeição.
Precisei aprender que a raiva impulsiona a vida
quando aplicada com sabedoria; que não existe o bem e o mal; que a morte é um
renascimento, que muitas alegrias e tristezas são reflexos de histerias; que
sou a maior sabotadora da minha vida; que existem sentimentos reais e
imaginários; que afastar do que me causa ressentimento é o melhor caminho; que
esquecimentos voluntários são necessários; que a gratidão, a aceitação, o
perdão e a compaixão são dádivas e que o recomeço está presente em todos os
segundos da vida.
Muitos, dizem, que meus textos são dotados de “dor
e sofrimentos”, que sou muito romântica e que vivo num conto de fadas, que
invado almas e exponho vidas. Queria escrever versos livres e alegres, mas,
contudo, cada qual, possui o seu dom, sua catarse e sua dádiva. Em meus textos
resolvi acolher todas as minhas frações, destacando virtudes e imperfeições,
assim, lapido meu ser.
Sou adepta sim, dos grandes romancistas, na busca
do amor incondicional e do amor verdadeiro, tal como: Shakespeare em Romeu e
Julieta; Augusto dos Anjos em “apedreja a mão vil que te afaga e escarre nesta
boca que te beija”, a Banda Meltal Melodi HIM em “Baby join me in death”, como
Lana Del Rey em Ride, Soja em True love, Bono Vox, Caetano Veloso, Cartola e
Cazuza que em “todas” as suas canções nunca saem do tema AMOR. Romancistas são
chatos, insatisfeitos, loucos e nunca param de buscar, porque nunca encontram
este amor de contos de fadas e sempre se deparam com a falta de reciprocidade
do amor que almejam, e no fundo, aprendem que o amor está muito além dos contos
de fadas.
Romancistas vão muito além porque ralam o coração e
transformam-se em emoções. Beethoven é um romancista e gosto de escutar no
último volume porque acredito que ele compôs as suas músicas impulsionado pelos
anjos de Deus. Em certas ocasiões, ele afirmava que precisava compor as notas
musicais que Deus emanava através dos fenômenos da natureza. Reza a lenda que
demônios não se aproximam de ambientes ao som destas melodias. Então, decidi
afastar todos os demônios de perto de mim e simplesmente pacifico os
pensamentos agonizantes. Também escuto Bolero de Ravel, tendo em vista que a
sua melodia impulsiona o equilíbrio entre: o instinto, o coração e o cérebro.
Viajo em suas notas musicais a procura de equilíbrio e emano energia de paz
para comigo mesma.
A morbidez muitas vezes me impulsiona, e hoje
começo a compreender o real sentimento. É que ela me dá força para reagir para
a vida, descobrir um novo dom, um lugar, conhecer pessoas e acima de tudo: TRANSFORMAR. O FUNDO DO POÇO É O
RECOMEÇO ESPETACULAR QUE A VIDA ME PROPORCIONA.
Concluo que sou uma mulher da Terra que caminha
como as águas... Cientistas afirmam que a Terra é um ser vivo pulsante e que
todos os desastres naturais são impulsionados por uma lesão em sua crosta, ou,
em sua atmosfera. Amo a Terra e tudo que ela me proporciona. Amo a natureza
ecologicamente equilibrada e vibro com o seu desequilíbrio também. É que aqui
percebo a dualidade cósmica existente e reverencio a plenitude Divina.
Acredito que somos explosões de sentimentos e
necessidades. Possuímos em nós uma centelha que nos proporciona transformações
e mudanças e tudo depende exclusivamente da nossa aceitação e de nossas
escolhas.
Eu escolho viver em constante estado de amorosidade,
e principalmente, no encontro com a felicidade, mesmo que ela seja uma gota de
chuva isolada no deserto.
Estou apenas divagando, assim, sem muita coerência
e exatidão no UNIVERSO FINITO DA MULHER BIPOLAR ROMANCISTA QUE SOU, porque
estas são as minhas ilusões reais, as outras, são apenas desejos de um ‘ego’
mal educado.
Fica a dica: tenha apego aos seus dons e às suas
virtudes, valorize-se!
Por:
Lucileyma Rocha Louzada Carazza