sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ILUSÃO


ILUSÃO

O cérebro, ou o ego, quase sempre nos proporcionam ilusões. Por isto, o silêncio é uma opção dotada de muita sabedoria. É que nem tudo que imaginamos de fato é real.

São muitas as ilusões que tive que digerir ao longo do meu caminho e sempre caio de joelhos diante da minha imperfeição.

Precisei aprender que a raiva impulsiona a vida quando aplicada com sabedoria; que não existe o bem e o mal; que a morte é um renascimento, que muitas alegrias e tristezas são reflexos de histerias; que sou a maior sabotadora da minha vida; que existem sentimentos reais e imaginários; que afastar do que me causa ressentimento é o melhor caminho; que esquecimentos voluntários são necessários; que a gratidão, a aceitação, o perdão e a compaixão são dádivas e que o recomeço está presente em todos os segundos da vida.

Muitos, dizem, que meus textos são dotados de “dor e sofrimentos”, que sou muito romântica e que vivo num conto de fadas, que invado almas e exponho vidas. Queria escrever versos livres e alegres, mas, contudo, cada qual, possui o seu dom, sua catarse e sua dádiva. Em meus textos resolvi acolher todas as minhas frações, destacando virtudes e imperfeições, assim, lapido meu ser.

Sou adepta sim, dos grandes romancistas, na busca do amor incondicional e do amor verdadeiro, tal como: Shakespeare em Romeu e Julieta; Augusto dos Anjos em “apedreja a mão vil que te afaga e escarre nesta boca que te beija”, a Banda Meltal Melodi HIM em “Baby join me in death”, como Lana Del Rey em Ride, Soja em True love, Bono Vox, Caetano Veloso, Cartola e Cazuza que em “todas” as suas canções nunca saem do tema AMOR. Romancistas são chatos, insatisfeitos, loucos e nunca param de buscar, porque nunca encontram este amor de contos de fadas e sempre se deparam com a falta de reciprocidade do amor que almejam, e no fundo, aprendem que o amor está muito além dos contos de fadas.

Romancistas vão muito além porque ralam o coração e transformam-se em emoções. Beethoven é um romancista e gosto de escutar no último volume porque acredito que ele compôs as suas músicas impulsionado pelos anjos de Deus. Em certas ocasiões, ele afirmava que precisava compor as notas musicais que Deus emanava através dos fenômenos da natureza. Reza a lenda que demônios não se aproximam de ambientes ao som destas melodias. Então, decidi afastar todos os demônios de perto de mim e simplesmente pacifico os pensamentos agonizantes. Também escuto Bolero de Ravel, tendo em vista que a sua melodia impulsiona o equilíbrio entre: o instinto, o coração e o cérebro. Viajo em suas notas musicais a procura de equilíbrio e emano energia de paz para comigo mesma.

A morbidez muitas vezes me impulsiona, e hoje começo a compreender o real sentimento. É que ela me dá força para reagir para a vida, descobrir um novo dom, um lugar, conhecer pessoas e acima de tudo: TRANSFORMAR. O FUNDO DO POÇO É O RECOMEÇO ESPETACULAR QUE A VIDA ME PROPORCIONA.

Concluo que sou uma mulher da Terra que caminha como as águas... Cientistas afirmam que a Terra é um ser vivo pulsante e que todos os desastres naturais são impulsionados por uma lesão em sua crosta, ou, em sua atmosfera. Amo a Terra e tudo que ela me proporciona. Amo a natureza ecologicamente equilibrada e vibro com o seu desequilíbrio também. É que aqui percebo a dualidade cósmica existente e reverencio a plenitude Divina.

Acredito que somos explosões de sentimentos e necessidades. Possuímos em nós uma centelha que nos proporciona transformações e mudanças e tudo depende exclusivamente da nossa aceitação e de nossas escolhas.

Eu escolho viver em constante estado de amorosidade, e principalmente, no encontro com a felicidade, mesmo que ela seja uma gota de chuva isolada no deserto.

Estou apenas divagando, assim, sem muita coerência e exatidão no UNIVERSO FINITO DA MULHER BIPOLAR ROMANCISTA QUE SOU, porque estas são as minhas ilusões reais, as outras, são apenas desejos de um ‘ego’ mal educado.

Fica a dica: tenha apego aos seus dons e às suas virtudes, valorize-se!

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza