SILÊNCIO
Com o tempo aprendi que o silêncio é a maior
defesa. Já faz alguns anos que desafiei a mim mesma a transformar tudo aquilo
que me causa dor, ressentimento, todo o comportamento que desgasta, que suga
energias, que me deixa estagnada, que tira a minha espontaneidade, que me
proporciona solidão, raiva, insônia, tristeza e morte.
Nesta caminhada morri e renasci diversas vezes.
Conheci pessoas, revi e aprendi novos conceitos. Olhei para mim e vi todos os
ciclos viciosos dos quais fazia questão que permanecessem em minha vida...
Aprendi que somos espelhos e projeções, que somos
algozes e vítimas, que não existe o bem e o mal, que a maioria das pessoas
simplesmente não se importam, que outras, estão exclusivamente voltadas para as
suas frações de verdades, sobrevivência, subsistência e suas versões de vida,
conceitos e interpretações.
Aprendi que a inconsciência precisa tornar-se
consciência para evoluirmos rumo à sabedoria. Aprendi que primeiro eu transformo,
posteriormente, as pessoas percebem a minha mudança e mudam também. Aprendi que
por mais que me esforce sempre vou cair em um ciclo vicioso, ou buraco, e que,
nunca estarei completamente livre dos meus defeitos.
Aprendi que pena é desprezo, que compaixão é
piedade e que o medo é apenas um desejo. Aprendi a suportar desconfortos sem
acusar e deixar que o Universo conspire. Aprendi que o AMOR é a libertação e o
único caminho a ser percorrido.
Olhei com compaixão para o meu ego e senti muito
tristeza. É que ele nasceu na minha infância e naquela época ele me foi útil
porque não possuía defesas. Mas hoje, ele me atrapalha muito, por isto, me
perdoo e recomeço. É que o “ego” quer
porque quer, é egoísta, pirracento, cego e desgovernado...
Diante de todos os meus erros e de tudo aquilo que
não aceito digo: SINTO MUITO, ME PERDOE, ME LIBERTE, OBRIGADA, AINDA NÃO ESTOU
PRONTA.
Me responsabilizo pelas minhas provações e as
“brunas” da minha alma se abrem me mostrando o quanto o Universo é belo, generoso,
o quanto sou afortunada por estar tendo todas as experiências nesta vida e o
quão pequena eu sou.
Quando me olho e transformo, tenho a oportunidade
de olhar para o próximo sem acusar, libertando dos julgamentos, com a
oportunidade de reverenciar, recomeçar, semeando uma nova semente repleta de
afetos integrais, e não, superficiais.
Primeiro silêncio, olho para mim, olho ao redor, liberto
todos os julgamentos, perdoo e recomeço. NÃO É FÁCIL, mas, estou no meu
caminho. Sou grata aos meus erros por ter a oportunidade de sair das trevas e
caminhar para a Luz.
Sou centelha divina, sou solo sagrado, sou um ser
humano na remissão de pecados, com FÉ, disposição e muita ESPERANÇA no
coração.
Por:
Lucileyma Rocha Louzada Carazza