segunda-feira, 23 de junho de 2014

INVERNO

INVERNO

Lua fria de inverno. Apesar de não gostar deste período, confesso que as noites de inverno são as minhas preferidas. Existe silêncio, beleza, sofisticação, mistério e magia. A Lua fica mais próxima da Terra, as noites são longas e até as estrelas realçam mais. Existe sempre aquela brisa a tocar as orelhas como se estivessem a conversar. As plantas ficam um pouco mais feinhas, mas, depois vem à primavera e tudo transforma.

Na verdade, esta é apenas uma introdução poética, para eu, na minha doce melancolia, me ater, à monotemática de sempre: o amor.

– É! Pela infinita vez, na minha finitude estou a recorrer a este tema e me expor. É que quando comecei a escrever, tive uma sábia professora, da turma de “Gente feliz que não incomoda ninguém”, que me ensinou que a exposição cura; e acredito fielmente nisso.

Não estou a falar sobre o amor incondicional, ou ágape. Estou a falar sobre o amor Eros. Aquele que nos tira do ventre, nos puxa pelo cabelo e nos atraem tanto.

No auge dos meus 38 anos nunca me senti tão inteira e sóbria. Nunca amei tanto assim. É suspiro, sussurro, uma conexão de mentes que me tocou infinitamente e profundamente. Nunca amei assim. Nunca senti tanto prazer em estar do lado de uma pessoa. De mundos opostos e de realidades distintas, nos amamos, nos admiramos e torcemos um pelo outro.

Aos olhos do mundo, este romance pode ter sido apenas uma ilusão.  Certamente, acho, que do pouco que vivemos, muita coisa foi uma ilusão sim, afinal, somos dois egos lutando pela sobrevivência. No fundo sei que este amor foi muito intenso em mim. É que sou uma romancista Shakespeariana e muito Cazuziana no me jeito de ser.

Este texto, provavelmente, é uma falácia porque não sei aonde quero chegar e o que quero provar, fato é que muita coisa mudou em mim. Não foi um amor correspondido à altura que sonhei, mas foi intenso e verdadeiro em seus momentos. Em seus braços me realizei como mulher, senti muita paz, a espiritualidade sempre nos acompanhou, tive medo e desejei ser sua eternamente ao som de Cartola.

A mudança foi profunda, ao ponto, da raiva cega e branca não me atacar mais. Confesso que sinto um pouco de falta desta raiva, porque certamente, com ela, já teria te esquecido... Justamente, este é o ponto: MUDANÇAS.

Não sou mais a mesma mulher. Tenho um mundo a conquistar e a serenidade para me guiar neste caminhar. Meu amor por você vai ser eterno, nosso encontro, nesta vida, foi breve, mais sabemos bem quem SOMOS e o que significamos na vida um do outro.

Como estudiosa da vida, sei que nossos pensamentos nos conduzem e que a felicidade é uma escolha. Hoje me liberto do que me causa dor e acolho este sentimento. Nossas escolhas, assim como nossas vidas, são opostas, e talvez, esteja confusa por tudo estar remexido em mim. Internamente não sou mais a mesma, mas certamente me amo mais. Tenho a convicção que ISSO TUDO VAI PASSAR, que SEMEAREI NOVOS CAMINHOS e que COLHEREI BELOS FRUTOS.

Estou aberta para vida, sedenta de novas aventuras e um porto seguro a conquistar. Rogo por tranquilidade, simplicidade de vida e muito amor no coração. Sinto muito por tudo que não deu certo entre nós. Deixo a sua parte com você e sigo com a minha.

Não sei bem ao certo quem eu sou, mas sei que estou melhor assim. Você contribuiu para este renascimento. Tudo é novo em mim. Finalmente, me libertei, pois, consigo ver graça no inverno e a esperança não me abandona mais.

É a hora de seguir em frente, viver no presente, um dia após o outro como se não houvesse amanhã. É a pratica do desapego do passado, da melancolia. É superar um dia após o outro, agarrada ao que de fato é verdadeiro, sem as máscaras do ego.

De hoje em diante, apegarei ao presente da VIDA, com muita gratidão. Praticarei os ensinamentos de Cristo e lutarei com garras de onça para ser feliz todos os minutos da minha vida. Estou entregue. Esta é a minha escolha consciente e plena.


Por: Lucileyma Carazza