INVERNO
Lua fria de inverno.
Apesar de não gostar deste período, confesso que as noites de inverno são as
minhas preferidas. Existe silêncio, beleza, sofisticação, mistério e magia. A
Lua fica mais próxima da Terra, as noites são longas e até as estrelas realçam
mais. Existe sempre aquela brisa a tocar as orelhas como se estivessem a
conversar. As plantas ficam um pouco mais feinhas, mas, depois vem à primavera
e tudo transforma.
Na verdade, esta é
apenas uma introdução poética, para eu, na minha doce melancolia, me ater, à
monotemática de sempre: o amor.
– É! Pela infinita
vez, na minha finitude estou a recorrer a este tema e me expor. É que quando
comecei a escrever, tive uma sábia professora, da turma de “Gente feliz que não
incomoda ninguém”, que me ensinou que a exposição cura; e acredito fielmente
nisso.
Não estou a falar
sobre o amor incondicional, ou ágape. Estou a falar sobre o amor Eros. Aquele
que nos tira do ventre, nos puxa pelo cabelo e nos atraem tanto.
No auge dos meus 38
anos nunca me senti tão inteira e sóbria. Nunca amei tanto assim. É suspiro,
sussurro, uma conexão de mentes que me tocou infinitamente e profundamente. Nunca
amei assim. Nunca senti tanto prazer em estar do lado de uma pessoa. De mundos
opostos e de realidades distintas, nos amamos, nos admiramos e torcemos um pelo
outro.
Aos olhos do mundo,
este romance pode ter sido apenas uma ilusão.
Certamente, acho, que do pouco que vivemos, muita coisa foi uma ilusão
sim, afinal, somos dois egos lutando pela sobrevivência. No fundo sei que este
amor foi muito intenso em mim. É que sou uma romancista Shakespeariana e muito
Cazuziana no me jeito de ser.
Este texto,
provavelmente, é uma falácia porque não sei aonde quero chegar e o que quero
provar, fato é que muita coisa mudou em mim. Não foi um amor correspondido à
altura que sonhei, mas foi intenso e verdadeiro em seus momentos. Em seus
braços me realizei como mulher, senti muita paz, a espiritualidade sempre nos
acompanhou, tive medo e desejei ser sua eternamente ao som de Cartola.
A mudança foi
profunda, ao ponto, da raiva cega e branca não me atacar mais. Confesso que
sinto um pouco de falta desta raiva, porque certamente, com ela, já teria te
esquecido... Justamente, este é o ponto: MUDANÇAS.
Não sou mais a mesma
mulher. Tenho um mundo a conquistar e a serenidade para me guiar neste
caminhar. Meu amor por você vai ser eterno, nosso encontro, nesta vida, foi
breve, mais sabemos bem quem SOMOS e o que significamos na vida um do outro.
Como estudiosa da
vida, sei que nossos pensamentos nos conduzem e que a felicidade é uma escolha.
Hoje me liberto do que me causa dor e acolho este sentimento. Nossas escolhas,
assim como nossas vidas, são opostas, e talvez, esteja confusa por tudo estar
remexido em mim. Internamente não sou mais a mesma, mas certamente me amo mais.
Tenho a convicção que ISSO TUDO VAI PASSAR, que SEMEAREI NOVOS CAMINHOS e que COLHEREI
BELOS FRUTOS.
Estou aberta para vida,
sedenta de novas aventuras e um porto seguro a conquistar. Rogo por
tranquilidade, simplicidade de vida e muito amor no coração. Sinto muito por
tudo que não deu certo entre nós. Deixo a sua parte com você e sigo com a
minha.
Não sei bem ao certo
quem eu sou, mas sei que estou melhor assim. Você contribuiu para este
renascimento. Tudo é novo em mim. Finalmente, me libertei, pois, consigo ver
graça no inverno e a esperança não me abandona mais.
É a hora de seguir
em frente, viver no presente, um dia após o outro como se não houvesse amanhã.
É a pratica do desapego do passado, da melancolia. É superar um dia após o
outro, agarrada ao que de fato é verdadeiro, sem as máscaras do ego.
De hoje em diante,
apegarei ao presente da VIDA, com muita gratidão. Praticarei os ensinamentos de
Cristo e lutarei com garras de onça para ser feliz todos os minutos da minha
vida. Estou entregue. Esta é a minha escolha consciente e plena.
Por:
Lucileyma Carazza