segunda-feira, 16 de junho de 2014

SANTOS


SANTOS

Quando criança me deparei com uma Tia rezando para o tal Santo Antônio. Ela me explicou que ele era o santo casamenteiro e que estava rezando para arrumar um namorado.

- Curiosa, perguntei: O que é Santo?

Ela me explicou que as pessoas santificadas pela Igreja Católica eram pessoas muito boas que viveram na Terra. Que pelos seus atos de bondade estavam mais próximo de Jesus, e que, quando oramos por estes santos eles nos prestavam uma ajudinha junto a Jesus. Disse também, que Santo Antônio gostava de celebrar casamentos e unir as pessoas para que vivessem em comunhão conjugal pelo resto da vida. Santo Antônio não gostava de ver as pessoas sozinhas.

Naquela época, ela me aconselhou a arrumar um santo de devoção, o qual deveria encontrar com o coração, pois, existem milhares de santos e que cada Santo possuía um dom.

Fiquei pensando sobre aquilo, não sabia o que era “santo” e como arrumaria um santo de devoção com o coração?

Na mesma época, fiz a minha primeira viagem sem os meus pais. Foi uma excursão escolar para conhecer a cidade de São João Del Rey. Mal sabia que São João, antiga capital de Minas Gerais, era uma cidade histórica velha, cheia de cemitério e igrejas. Foi traumatizante. Na minha doce infância nunca havia entrado em um cemitério e não imaginava que as pessoas morriam e iam parar debaixo da terra.

Chorei, esperneei e pirracei. Fui socorrida pela tão querida Tia Júnia, que me levou para frente da Igreja de São Francisco de Assis e ficou ali comigo, até eu conseguir superar o meu medo. Ela me explicou sobre Aleijadinho, sobre os anjos, sobre os cemitérios, morte e sobre a história do tal São Francisco. Tirei muitas fotos, naquelas máquinas antigas que possuíam filme, daquela igreja e da Maria Fumaça também.

Quando retornei e reencontrei a minha tia, disse a ela que já possuía um Santo de devoção e que ele era: São Francisco de Assis, pois, ele curava as pessoas enfermas, alimentava os pobres e era o protetor dos animais.

Na minha crença particular, todas as vezes que via um animal doente colocava o São Chico de cabeça para baixo de castigo. Essa atitude ritualística ficou tão enraíza, que até hoje, quando vejo um animal doente, coloco ele de cabeça para baixo.

Com o passar dos anos, chego à conclusão que preciso arrumar outro santo de devoção. É que esta solteirice anda me incomodando e talvez seja a hora de pedir uma ajudinha para o tal santo casamenteiro.


Por: Lucileyma Carazza