SANTOS
Quando
criança me deparei com uma Tia rezando para o tal Santo Antônio. Ela me
explicou que ele era o santo casamenteiro e que estava rezando para arrumar um
namorado.
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Curiosa, perguntei: O que é Santo?
Ela
me explicou que as pessoas santificadas pela Igreja Católica eram pessoas muito
boas que viveram na Terra. Que pelos seus atos de bondade estavam mais próximo
de Jesus, e que, quando oramos por estes santos eles nos prestavam uma ajudinha
junto a Jesus. Disse também, que Santo Antônio gostava de celebrar casamentos e
unir as pessoas para que vivessem em comunhão conjugal pelo resto da vida.
Santo Antônio não gostava de ver as pessoas sozinhas.
Naquela
época, ela me aconselhou a arrumar um santo de devoção, o qual deveria
encontrar com o coração, pois, existem milhares de santos e que cada Santo possuía
um dom.
Fiquei
pensando sobre aquilo, não sabia o que era “santo” e como arrumaria um santo de
devoção com o coração?
Na
mesma época, fiz a minha primeira viagem sem os meus pais. Foi uma excursão
escolar para conhecer a cidade de São João Del Rey. Mal sabia que São João,
antiga capital de Minas Gerais, era uma cidade histórica velha, cheia de
cemitério e igrejas. Foi traumatizante. Na minha doce infância nunca havia
entrado em um cemitério e não imaginava que as pessoas morriam e iam parar
debaixo da terra.
Chorei,
esperneei e pirracei. Fui socorrida pela tão querida Tia Júnia, que me levou
para frente da Igreja de São Francisco de Assis e ficou ali comigo, até eu
conseguir superar o meu medo. Ela me explicou sobre Aleijadinho, sobre os
anjos, sobre os cemitérios, morte e sobre a história do tal São Francisco.
Tirei muitas fotos, naquelas máquinas antigas que possuíam filme, daquela
igreja e da Maria Fumaça também.
Quando
retornei e reencontrei a minha tia, disse a ela que já possuía um Santo de
devoção e que ele era: São Francisco de Assis, pois, ele curava as pessoas
enfermas, alimentava os pobres e era o protetor dos animais.
Na
minha crença particular, todas as vezes que via um animal doente colocava o São
Chico de cabeça para baixo de castigo. Essa atitude ritualística ficou tão enraíza,
que até hoje, quando vejo um animal doente, coloco ele de cabeça para baixo.
Com
o passar dos anos, chego à conclusão que preciso arrumar outro santo de
devoção. É que esta solteirice anda me incomodando e talvez seja a hora de
pedir uma ajudinha para o tal santo casamenteiro.
Por: Lucileyma
Carazza