Não
espere do outro nada além do que é. Aceite. Não tente muda-lo, não pense que é
algo pessoal, simplesmente aceite.
Se
houver algo que precisa ser melhorado, se houver alguma percepção a ser
acrescentada ou alguma mudança importante a realizar, ela virá a partir da sua
calma, da sua sabedoria, do seu silêncio interior, da harmonia que deve partir
de você até irradiar o ambiente. Isso promoverá entendimento que
equilibrará ou, se for o caso, irá gerar rupturas muitas vezes necessárias.
Até
para interromper um caminho em comum é preciso paz. Mesmo se a separação for
inevitável, que seja feito em consciência.
Um
dos maiores desastres vividos nas relações nasce quando um tenta mudar o outro
a força, aos berros, chantageando emocionalmente, portanto, não tente. Mude a
si mesmo, pacifique-se apesar dos pesares, enxergue-se e a paz será seu
árbitro, iluminara seu caminho, tudo clareará.
Esse
“outro” a que me refiro pode ser uma pessoa ou quem sabe um “corpo estranho” na
existência, um problema, uma dor, uma inquietude constante.
Ao
aceitar o outro como é, simplesmente ame. Ame reconhecendo-o, ame aceitando-o,
ame.
Agora,
preste atenção: Não estou dizendo que você deve se submeter a situações
degradantes, que deve aceitar o que te faz mal, deve simplesmente não fazer
nada como se não pudesse interferir nas relações e nas dinâmicas da vida. Não é
isso! Mas o que quer que faça, faça em consciência, como furto de um coração em
paz, não o contrário, por inconsciência e inquietude.
Entenda,
há uma diferença significativa: O que estou dizendo é que antes de qualquer
coisa você deve enxergar o outro, aceita-lo, ama-lo, para finalmente ter
clareza. Aceitar para modificar e prosseguir na caminhada, ou aceitar para ir
embora em paz, sabendo que fez a coisa certa.
Entre
tantas coisas que você pode fazer, aceitar é o primeiro passo, amar o mais
poderoso, independente da direção que escolha depois. Quem ama entende quando
chega a hora de ser firme, de dizer não, de tomar atitudes mais pontuais.
O
que estraga uma relação não é o fato do outro ser diferente de nós, afinal,
quem é exatamente igual? O que estraga é o fato de que, mesmo bem
intencionados, não aceitarmos os prazos, ritmos e processos do outro, tentando
imprimir na relação uma percepção única – a nossa – e, seja diretamente ou não,
cobrando do outro aquilo que ele ainda não tem, nem é, e talvez nunca será.
Enfrentamentos,
gritarias, mágoas e oposições viscerais não costumam promover mudanças. É assim
com o próximo, é assim com a vida. Reflita sobre isso e tenha um dia em paz ! -
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