quarta-feira, 24 de setembro de 2014

LIBERDADE


LIBERDADE
Publicado em 24/09/2014 por Paula Jácome

O que é liberdade? Penso… Será fazer o que eu quero, quando quero? Será ser egoísta? Será nunca pensar no outro? Será poder escolher?

Liberdade pra mim está em me expressar. Em ter o poder (e a responsabilidade) de me expressar. Em saber que cada escolha que eu fizer, tem uma consequência. Liberdade é pensar sobre o que realmente quero, escolher e assumir as consequências da minha escolha. Isso é importante, somos livres na escolha, não na consequência. A consequência é compulsória.

Mas mais do que pensar sobre o que é a liberdade, acho importante pensar sobre o que limita a nossa liberdade. Porque não nos sentimos livres. O que nos impede de nos expressar livremente? Acho que mais do que o que nos acontece na vida, tipo, não ter dinheiro suficiente pra ir naquele show ou fazer aquele curso, não ter tempo de fazer aquela viagem, mais do que isso, penso que o que nos impede de ser livres são nossos condicionamentos. Nossos pensamentos condicionados.

Alguns sentem que devem ser especiais o tempo todo, outros se sentem ameaçados o tempo todo, alguns, têm medo de desagradar os outros e não serem amados. Mais outros, quando estão com alguém, e pensam em si mesmos, se sentem egoístas e sentem culpa. Outros andam por aí sem nenhum limite e acabam destruindo a própria vida…

Assim, além de nos sentir presos ao outro, prendemos o outro também. Quando penso demais no que alguém vai pensar de mim quando estou fazendo qualquer coisa, estou esperando desse alguém que tenha uma resposta específica ao meu comportamento. Claro! Estou planejando tudo tão direitinho… Ninguém pode fazer nada, diferente do que eu planejei… E, se fizer, vou ficar magoado, vou embora, vou brigar, vou fazer manha, me fazer de vítima, fingir que sou superior à tudo, vou me descabelar, mas não aceito a liberdade do outro. E, assim, quando não aceito a liberdade do outro, acabo me prendendo mais e mais.

E, assim, vamos nos dando nós. Nos amarramos. Estragamos a nossa vida. Deixamos partes de quem somos pra trás. Abrimos mão de nós mesmos pra poder controlar – manipular – as pessoas à nossa volta, pra justificar uma ideia louca que temos a respeito de nós mesmos. Nos perdemos pra mostrar algo que não somos.

Complicado… E… Pra que? Se a gente pensa bem, nem sabe… Sofre à toa no meio dessa confusão tresloucada. Para que? Essa é a pergunta. A pergunta que me faço a cada passo. A cada coisa que entra ou sai da minha vida. Para que? Isso me serve? Estou fazendo isso por mim, pra melhorar as coisas? Ou só estou num esforço inútil de conseguir prestígio, admiração, especialidade, proteção… Quando o que realmente quero é amor… Sem liberdade não podemos amar, e, sem amar, não somos amados.

Eu estou desistindo disso. Cansada de tanto esforço pra nada. Quero andar em silêncio, sem fazer barulho pra não acordar as dores do mundo. Quero mares e cachoeiras. Gargalhadas puras. Estar onde eu vou. Sem pensar demais. Quero saber dizer não quando algo não me gostar. Quero abrir o coração, a alma e o tesão praquilo que eu amar!