terça-feira, 7 de abril de 2015

MERO ADEREÇO


MERO ADEREÇO

Até onde estamos envoltos
Disfarçados em virtudes
Vivenciando aparências?

Não sei mais ao certo
Até onde sou pura máscara
Vivendo para sobreviver ou agradar...

Ando vazia de pensamentos,
Talvez até de sentimentos
Tudo está a transgredir.

Vejo os meus defeitos,
Sinto o meu egoísmo
E vivo o meu vazio existencial.

Oscilo entre a luz e as trevas
Carrego o meu “Karma”
E liberto o meu “Dharma”.

O ego é o meu algoz,
Pois, minha máscara
Ainda é gigantesca.

Não tenho medo,
Muito menos vergonha e culpa,
Ainda sinto muita raiva...

Sinto o vazio
Como um buraco
Sem fundo...

Estive acelerada,
Lotada de sentimentos, pensamentos,
Padrões, regras e lixo...

Custei esvaziar
E vivencio o silencio em sua plenitude
Como um vício existencial

Talvez uma nova máscara,
Um novo caminho
Um estado de espírito inconstante...

Não quero contestar,
Ter razão e fundamentar
Vou apenas vivenciar e me entregar...

Tenho este vazio a preencher
Com tudo novo
Em constantes ciclos...

Virtuosos e viciosos
Em estágio permanente
De evolução.

Pois tenho esta essência
Defeituosa e acessa
Que grita por lapidação.

Olho para a minha máscara,
Sinto compaixão
E clamo por sabedoria e muita paciência.


Por: Lucileyma Carazza