segunda-feira, 31 de agosto de 2015

ANESTESIADA



ANESTESIADA

Sempre envolta
Em pensamentos
Movimentos e amorosidades

Havia uma zona de conforto
Almejada e alcançada
E a insegurança de estar vivendo um “fake”

É que a tal da felicidade
É viciante
E me apaguei a ela (com unhas de onça)

Surge o desconforto
Que aperta o peito
E me faz desejar e sonhar

Me comparo e me perco
Me mutilo em lágrimas
E a dor reina na alma

Abusada a “persona non grata”
Chega achando-se a tal
E por horas me flagelo

Só por hoje
Só por esta noite
Só neste momento

Porque nasci para ser livre
Amar incondicionalmente
E para ser feliz acima de tudo

Nada que me mantenha na infelicidade
Pode ser encarada como uma normalidade
Olho para a dor, reconecto, me acolho e recomeço.

Saio do desconforto
De querer algum benefício com a tristeza...
É hora de parar de sofrer e de perder tempo

É hora de dançar um “pas-de-deux”
Vestir o meu melhor vestido,
Passar um perfume e o meu velho batom vermelho

Enfrentar a vida com um sorriso
Gritante na face (mesmo que forçado)
Porque ela merece ser reverenciada

Toda dor me leva a um aprendizado
Que me faz ver e rever padrões enraizados
Mazelas de um ego que sempre me “fode”

Estou cansada e exausta
Sinto muito
Quero reverter o padrão

Voltar para a luz
Vivenciar minhas loucuras
E viver amorosidades

Sendo grata
Vivendo com compaixão
Em equanimidade


Por: Lucileyma Carazza