segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ATRASADA



ATRASADA

Me mutilo em sentimentos
Nesta angustia que insisti em ficar
A glote fecha e fica rarefeita
E lágrimas fogem de mim,
O corpo prostra como carne dada aos vermes
Não é por falta de amor,
Ou talvez, seja pela falta de amor próprio.
O desejo de lutar e conquistar
A vontade de desistir e libertar
Existe o cansaço...
Quem sabe se me exaurir em dor
Me liberto deste sentimento...
Dessa dor que insiste em assombrar!
É apenas a frustração de querer ser acolhida,
De ter um colo para colocar a cabeça,
De poder fazer-se de coitada,
De surtar sem julgamentos ou culpa
De poder ser frágil e sensível
E de dar boas gargalhadas sobre toda a situação.
É apenas esta vontade louca
De querer amar e ser amada.
Um fantasma de um ego
Que luta para manter-se sóbrio e digno.
Estou falando dessa dor infantil que insisto em me causar...
Vire e mexe caio neste buraco
Que nunca será suprido
Por ser a dor de uma alma milenar
O karma de várias vidas...
Curvo diante da minha insignificância
Acolho esse sentimento infantil
Dessa pirraça torpe que me leva para longe de mim...
Olho para a mulher que me tornei
São tantas cicatrizes
Vivo o luto de uma guerra
Que a mim pertence
Na esperança de renascer mais forte,
Mais louca, mais leve e muito mais livre!
Com a inspiração de viver amorosidades
Em um lugar onde prevaleça
A minha essência doce e selvagem
Em que posso transcender em gratidão.


Por: Lucileyma Carazza