“aviso esse texto do
Um Curso em Milagres comentado por mim é bem grande. só pra quem se interessa
em Um Curso em Milagres”.
No UCEM podemos ler
(abaixo) estes dois parágrafos no Segundo Capítulo: A SEPARAÇÃO E A EXPIAÇÃO -
no item VI: Medo e conflito:
5.
O medo é sempre um sinal de tensão,
surgindo todas às vezes em que o que queres conflita com o que fazes. Essa
situação surge de duas maneiras: primeiro,
podes escolher fazer coisas conflitantes, seja simultaneamente ou
sucessivamente. Isso produz um comportamento conflitante que te é intolerável,
porque à parte da mente que quer fazer uma outra coisa é ultrajada. Segundo, podes comportar-te como pensas
que deverias, mas sem quereres inteiramente fazê-lo. Isso produz um
comportamento consistente, mas acarreta grande tensão. Nos dois casos, a mente
e o comportamento estão em desacordo, resultando em uma situação na qual tu
estás fazendo o que não queres totalmente fazer. Isso faz surgir um senso de
coerção que usualmente produz fúria e a projeção está propensa a vir em
seguida. Sempre que há medo, é porque ainda não escolheste em tua mente.
Portanto, a tua mente está dividida e o teu comportamento inevitavelmente vem a
ser errático. A correção ao nível do comportamento pode deslocar o erro do
primeiro para o segundo tipo, mas não obliterará o medo.
6.
É possível alcançar um estado no qual trazes a tua mente para a minha
orientação sem esforço consciente, mas isso implica em uma disponibilidade que
ainda não desenvolveste. O Espírito Santo não pode pedir mais do que aquilo que
estás disposto a fazer. A força para
fazer vem da tua decisão não dividida. Não há tensão em fazer a Vontade de Deus
tão logo reconheças que ela é também a tua. A lição aqui é bastante
simples, mas particularmente propensa a não ser vista. Portanto, vou repeti-la,
urgindo para que a ouças. Apenas a tua
mente pode produzir medo. Ela faz isso sempre que está conflitada em relação ao
que quer e produz tensão inevitável, porque o querer e o fazer estão em
discordância. Isso pode ser corrigido só através da aceitação de uma meta
unificada.
............................
O
medo ocorre quando aquilo que você quer conflita com o que você faz. Há dois
tipos de conflito. Ambos os tipos,
entretanto, tornam-se somente compreensíveis quando você reconhece uma coisa
crucial: Em ambos os tipos, a mente é dividida entre o que nós podemos chamar
nosso lado "melhor, idealista, baseado em perfeccionismo exigências
etc." e o nosso lado "inferior, medroso, carente, dependente, que não
deveria ser do jeito que é... etc.".
Estão
aqui descritos os dois tipos de conflitos:
1.
Você quer coisas opostas - você quer o mais nobre e melhor e você também quer o
que é inferior - e isto resulta num comportamento conflitante. Você então faz
coisas contraditórias sucessivamente ou simultaneamente. Sempre que uma parte
de você faz uma coisa, a outra parte de sua mente que quer fazer outra coisa é
ultrajada, porque ela não está conseguindo fazer o que quer.
2.
Você comporta-se consistentemente: você expressa somente o lado melhor de sua
mente. Mas sua mente está dividida ainda; o lado inferior ainda está lá,
querendo atuar um outro tipo de comportamento. Este lado consequentemente é
frustrado constantemente. O resultado não é diferente do primeiro caso. Uma
parte de sua mente que não está sendo expressada é ultrajada. Não está fazendo
o que quer.
Quando
você está experimentando o primeiro tipo de conflito, parece que seu erro está
no nível comportamental: Você está fazendo coisas ruins ao lado das coisas boas
que faz.
Então
você tenta corrigir nesse nível. Você faz seu comportamento consistente;
refletindo só o lado melhor de você, e deixa o lado inferior sem expressão.
Tudo o isto, entretanto, apenas movimenta o problema do primeiro tipo ao
segundo tipo. Mas nós ainda temos uma pergunta sem solução:
Se,
como diz o texto: "O medo é sempre um sinal de tensão, surgindo todas às
vezes em que o que queres conflita com o que fazes. “
Por
que esta discórdia entre o querer e o fazer causam o medo?
Nós
já vimos, o que o causa o ultraje de uma das partes é porque a parte do querer
não expressada não consegue o que quer. Eu posso somente concluir que o medo é
produzido em uma forma muito similar ao ultraje. A parte de sua mente que não
está sendo expressada torna-se receosa de que nunca irá conseguir o que quer.
O
comentário sobre a projeção ("Isso faz surgir um senso de coerção que
usualmente produz fúria e a projeção está propensa a vir em seguida.”) parece
importante. Você fica com raiva pelos resultados de seu próprio conflito
interno, mas então você projeta a responsabilidade pela sua condição lá fora,
no mundo exterior (em pessoas, em eventos, em situações, em como foi seu
passado e as suas conseqüências atuais). Agora você pensa que o seu problema é
uma falha do mundo e que o fato de você não estar conseguindo o que você quer
vem, virá ou veio de fora. O mundo o está privando, ficando no meio do seu
caminho, não sendo justo. Isto conduz ao medo do mundo, medo de que o mundo
continuará a impedir você de ter o que você quer.
Para
ver este processo basta olhar para nossas próprias vidas. É porque nós nos prestamos em fazer coisas opostas, expressando ambas
as partes de nossa mente, que nos afligimos. Caso tentarmos fazer nosso comportamento mais consistente, expressando
somente nossas melhores intenções, a parte inferior de nossa mente torna-se
quase vulcânica em sua impotência e frustração.
Quem
aguenta permanecer assim por muito tempo, ficando neste ping-pong, para a
frente e para trás, entre os dois tipos de conflito, sem encontrar solução?
Assim,
visto corretamente, estes dois parágrafos descrevem um dilema humano universal.
O
problema não se encontra em tentar encontrar a correção no nível do
comportamento. Não há nenhuma maneira resolver conflitos nesse nível.
Enquanto a mente
estiver dividida, o problema permanece. É óbvio, então, onde é que a correção
deve ser encontrada. Na cura da divisão em nossas mentes!
Enquanto
os objetivos continuam a ser divididos entre a parte de você que é
"nobre" e a que é "inferior", você estará no primeiro ou no
segundo tipo do conflito, e provavelmente, sujeito a saltar para frente e para
trás entre eles. A solução, portanto só pode ser unificar o seu objetivo. Saber
que aquilo que você quer realmente não pode ser dividido entre dois campos
irreconciliáveis. Você então escolhe que
Deus e a Sua orientação ou que a orientação do Ser Verdadeiro dentro de você é
a única coisa que você quer realmente. A Vontade de Deus e os teus desejos
verdadeiros são, na verdade, exatamente os mesmos. Quando o querer se unifica assim, você descobre que isto é verdade.
Então sua mente pode se colocar sob a
orientação de Deus ( que é o mesmo que teu Ser Verdadeiro) sem esforço
consciente. Só então não haverá nenhuma tensão em fazer a vontade de Deus,
porque você terá a convicção que a vontade de Deus é também a tua própria.
Um
conflito nunca se soluciona no nível em que ele foi colocado, mas ele pode ser
facilmente resolvido num nível superior ao que foi colocado. Mas para subir o
nível de compreensão é necessário a humildade e a humildade começa com
reconhecimento de que nós não sabemos como resolver nossos conflitos. Nossos
conflitos são inventados pelo nosso ego e ele não quer que sejam resolvidos. A
irresolução é sua meta já ele nos quer impotentes, pois não nos ama. A
humildade nos faz desistir de resolver por conta própria, nos faz implorar por
uma resposta superior, por uma resposta de nível superior de consciência onde
nos pode ser dada uma maravilhosa mente não dividida.
A humildade não
acredita na arrogância que o ego quer nos vender em querer resolver o
impossível. Mas a humildade acredita que a resposta virá quando ela for pedida
com humildade.
Sergio Condé