Cuidar de mim. Não me perder de vista.
Confiar no que eu sinto. Expressar o que preciso. Haja coragem... Haja
verdade... Haja força... Pra mostrar que preciso... Que me falta... Que não
gosto... Que quero mais... Que sou gente...
Haja coragem, haja força pra pedir...
Olhar pro que fazem, não pras palavras
bonitas e perfeitas e ideais que dizem... Ver quem eu sou agora. Estar comigo
agora. Aceitar o que preciso agora. Sem tentar me comparar às ideias de um
sábio qualquer. Sem tentar me limitar a expectativa de perfeição alguma...
Valorizar minha imperfeição. Ter orgulho, um
orgulho bom, não daquele que me impediria, mas do que me acalma, do que não é
ideal em mim. Orgulho do desconstruído, do torto, do fracassado, do carente, do
preguiçoso, do cansado, do desmilinguido, do feio... Compreender minhas partes
falhas e fartas como um todo! Um não era sem o outro! As falhas são só o
letreiro que aponta o caminho que ainda me falta percorrer, o que ainda preciso
compreender. Compreender com o coração... A necessidade que nunca expresso, às
vezes, até porque não sei...
Honrar a dor que me aperta o peito tão
quanto o amor que me espalha.
Honrar o que cresce em direção à luz, para o
alto, para o céu! E também a raiz que afunda na dor da terra pra sustentar a
expansão...
Cuidar de mim...
Aceitar o que vier de mim...
Cada parte de mim...
Expressar e proteger a mim...
E assim... Encontrar o ti...
(por
Paula Jácome)