sábado, 7 de novembro de 2015

TÁBUAS DAS MARÉS


TÁBUAS DAS MARÉS

Por onde caminho sempre há andorinhas
E vagueio na maré de uma vida
Equiparando sentimentos a uma escala
Onde a aceitação é um estofo a vivenciar

Sou ventre, sou vida, sou morta e louca
Inflamo como as marés
Atendendo aos caprichos da Lua,
Ou da minha bipolaridade real...

Real sim, melhor assumir essa fragilidade
Para não me tornar uma maré sizígia.
Esboço um sorriso no rosto
Como requisito “sine qua non”...

Sou o subliminar da amplitude morta;
Com um marégrafo me controlo e observo:
Viva, morta, nova e cheia
Como quartos crescentes e minguantes...

Por vezes pescadores e marinheiros
Vagueiam por essas águas
Imaginando me dominar ou me conhecer
E os surpreendo em suas insignificâncias

Sou generosa e surpreendente
Posso ser tudo ou nada
Tal como um ponto anfidrómico...
Mas gosto de acreditar que apenas sou

Um ser vivo em suas metamorfoses
Às vezes sou uma quadratura
Vivenciando crescimentos
E estabilidades variantes

Meu espelho é o nível médio do mar
Lugar onde medito,
Um lugar onde me comparo
E não me perco.


Por: Lucileyma Carazza