ENSAIO SOBRE O MEDO
E A RAIVA!
Nós
não estamos dando conta de esvaziar nossos corações da raiva e do medo, não
conseguimos sair da caixa furada onde recebemos apenas o oxigênio necessário
para a não morte, ao invés de sairmos para respirar tudo o que merecemos,
preenchendo nossos pulmões do mais puro ar da liberdade da paz interior.
Não
raiva é paz, não medo é plenitude.
Não
sentir raiva ou medo e permitir ver além dos olhos físicos, da mente
estagnada e corroída e enxergar a beleza de cada ser e do desabrochar de cada
flor nós corações
Quando
há a possibilidade de usar a lente do amor, há ainda a resistência e a palavra
"luta" "batalha" "combate" vêm à tona e todos os
sentidos pacificadores são adormecidos e os olhos preferem a visão já
conhecida, a cor cinza toma conta do peito....
Todos
queremos e vendemos a idéia de paz e harmonia, mas quando a água da sutileza,
da unidade e da calmaria bate na bunda e nos tira os pés do chão forçando
nossas pernas a se movimentarem fica claro que muitos de nós ainda preferem se
afogar a tornar o esforço compensador e transformador. Alguns poucos passos nos
levariam ao céu de nossa alma, apaziguando nossos medos, angústias, dores
profundas....olhamos o abismo e cada vez que dizemos não à paz, permitimos que
o abismo nos olhe de volta com um sorriso sarcástico de quem vence. O abismo
nos consome e novamente escolhemos a escuridão da raiva e do medo ao nascer de
um dia que teria tudo para ser perfumado.
Retiramos
as pétalas de nossas rosas internas, mas permitimos que os espinhos fiquem e se
fortaleçam.....espetando nossos corações e fazendo com que a dor das
lembranças, que são apenas isso, lembranças.... fiquem e pisoteiem nosso
espírito que fica cada vez mais angustiado, triste, melancólico e se afunde no
barro das ilusões. Sim ilusões, porque tudo o que temos é nosso momento
presente e nesse aqui e agora estamos com nossas mochilas pesadas de pedras
passadas que GOSTAMOS de carregar, pois nós tornamos vítimas. Sair disso requer
coragem de abandonar as pedras e nos tornar responsáveis por nós mesmos, nossa
jornada e felicidade. Abandonar as pedras significa parar de culpar o mundo,
parar de achar que tudo é "culpa" de espíritos obsessores, de
inimigos que nos desejam mal, de seres de outros mundos e outras frequências e
compreender que cada vibração densa nossa tem capacidade de criar nossos
próprios algozes espirituais, nossas formas pensamentos materializadas. E ainda
que haja seres frequênciais de diferentes vibrações, nós atraímos e entramos na
mesma onda. Portanto....somos responsáveis por nossa caminhada e por cada
escolha que fazemos durante nossa jornada.
Temos
todas as oportunidades do mundo para mudar. O universo nos envia mensagens,
pessoas, situações o tempo todo como auxílio para nossas mudanças, como
candeeiro para iluminar nossos passos, mas precisamos estar atentos, olhando
para o aqui, não para o passado, não para o futuro, mas para o AGORA, e como
disse uma mulher/mestre: a Deusa Oportunidade tem cabelos longos e todos
voltados para frente, se estamos distraídos, quando ela passar....os cabelos
foram primeiro e a oportunidade foi junto.
Estarmos
atendo é vermos os cabelos chegando, enxergar a possibilidade do presente,
agarrar os cabelos e ser Feliz!
Para
sermos felizes, precisamos agarrar a oportunidade de mudar de foco, de prisma,
de horizontes....e permitir transmutar o ódio em paz, afinal somente a paz
constrói....o medo destrói todo e qualquer sonho.....e sem eles, a realidade
não se manifesta. Abandonar o medo é permitir que a cura se faça. Será que
temos a real compreensão que nos alimentamos com o ódio sendo um dos temperos
de nossas refeições?
Será
que conseguimos ver que o medo apóia nossas cabeças em travesseiros embolorados
em noites insones?
Será
que percebemos que ao abraçamos as pessoas nosso ódio é emanado e somos
responsáveis por isso?
Somos
a doença e a cura, a paz e a guerra, a plenitude e a falta, a serenidade e a
angústia, somos a escolha inclusive do que deixar de ser....abandonar nossas
auto importâncias e apenas permitir que as asas da liberdade que apenas o amor
pode tecer, se abra sobre nossas costas tornando a vida mais leve.
Desejo
por todas nossas relações, que o amor se faça....e floresça em nossos peitos,
qual lótus que se abre no lodo.
Rose Kareemi Ponce