segunda-feira, 30 de junho de 2014

TRANSCRIÇÕES



TRANSCRIÇÕES - OS ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA 

Estamos aqui, para vagarosamente dissolver o véu do esquecimento, para que possamos nos reconhecer como Seres espirituais, vivendo uma experiência material. O principal trabalho é a ampliação da percepção. É assim que nos movemos do falso para o real; do esquecimento para a lembrança de si mesmo; desse estado de encantamento com a história pessoal, para a realidade de quem somos.
Nos primeiros estágios da evolução, a entidade humana não tem nenhuma consciência de quem ela é. Ela simplesmente é tomada por impulsos inconscientes e, não tem percepção suficiente, nem mesmo para questionar o porquê de tais atitudes. A consciência está sintonizada no momento presente, mas não o presente eterno que é o portal para a liberação, mas um presente determinado pelos sentidos - ela age a partir dos sentidos.
Nesse estágio, o foco está totalmente na sobrevivência. Se surgem impulsos de ciúme, inveja, raiva, luxúria, medo, ou qualquer impulso da natureza inferior, isso não é questionado, porque a entidade acredita ser aquilo. Não existe uma distância entre o observador e aquele impulso. Nesse estágio a entidade é tomada pelo impulso e acredita ser aquilo. Naquele momento ela é o ciúme, o orgulho, a compulsão, o medo... Às vezes, ela tem raiva de ser assim, mas ela acredita que é isso. Muitas vezes ela sofre, porque acredita ser isso. Ela acredita que essa é sua realidade final. Às vezes, ela se condena; pune-se e castiga-se, porque ela se julga. Mas, ela não pode fazer nada em relação a isso. A atuação é como uma possessão.
No segundo estágio da evolução da consciência (que é o primeiro estágio do despertar), a entidade começa a perceber que ela não é aquele impulso inconsciente. O que ela percebe, é que aquele impulso passa por ela, mas não é a sua realidade final. Ela sabe que aquilo vai passar. O ciúme, a inveja, a raiva vão passar. Ela começa a perceber que é estúpido lutar contra esses impulsos, porque é impossível sair vencedor. Você nunca vencerá essa batalha, porque esses impulsos são da natureza da sombra, da escuridão. E, a escuridão não tem existência própria, ela é simplesmente a ausência da luz. Então, como você vai vencer algo que não existe ou que não tem uma existência própria?
Você começa a perceber que a chave é ampliar a percepção e, assim, pouco a pouco esses impulsos perdem a força. Você começa a perceber que esses impulsos são como nuvens que passam. Às vezes, as nuvens são claras, às vezes são escuras... Mas sempre passam. O Ser, na qualidade do observador, é como o céu que só observa as nuvens passarem.
Nesse estágio, você descobre que esses impulsos não são a sua realidade final, porque eles passam. Isso não é eterno, não é permanente. Esses impulsos têm uma realidade transitória; eles não são você. Depois que eles passam, você volta a se identificar com o observador.
No terceiro estágio da evolução da consciência, você descobre que pode fazer diferente. Você escolhe não cair no mesmo buraco, por maior que seja o poder de atração desse buraco. Até porque, durante a segunda fase, você é levado a compreender a relação de causa e efeito daquele impulso; você é levado a compreender a história daquele ‘eu psicológico’. Quando chega ao terceiro estágio, você pode escolher renunciar ao impulso. Você pode dizer: “Chega! eu não vou mais dar alimento para esse viciado dentro de mim!” Às vezes, isso requer esforço - trata-se de uma austeridade inteligente. Às vezes, você precisa pegar o boi pelo chifre e dizer: “Chega! Eu não vou mais ceder à tentação de cair nesse buraco! Eu sei onde isso vai dar, e não quero mais esse prazer negativamente orientado; não quero mais o sadomasoquismo; não quero mais o prazer de rejeitar e ser rejeitado...” Você está rejeitando isso que parece “tudo” (mas que na verdade é “nada”), para poder ganhar o “tudo” de verdade.
O quarto estágio é a integração desses impulsos. Quando o impulso é integrado, ou seja, quando essa parte da personalidade que está agindo de forma separada é integrada, você não sente mais atração por aquela repetição negativa. A energia é transformada. O orgulho se transforma em humildade, a luxúria se transforma em devoção, o medo em confiança. Esse é o significado mais profundo da palavra “purificação” quando eu a utilizo. Quando eu falo que estamos trabalhando a purificação do “eu” inferior, eu estou referindo-me a esse processo de integração dessas partes separadas da personalidade.  Podemos ir um pouco mais fundo no entendimento desse processo, até porque, esse processo não se resume em um trabalho psicoemocional. Alguns acreditam que esse é um trabalho somente psicoemocional de cura da personalidade doente, que sofreu os traumas de rejeição e abandono, etc... Isso é somente um aspecto da realidade.
Esses impulsos negativos e destrutivos que eu acabei de descrever, são como partículas soltas que estão flutuando no universo. E, devido a determinadas leis, você encarnou nesse plano trazendo algumas dessas partículas, com o objetivo cósmico de integrá-las. Nós somos um na luz, mas também somos um na sombra. É claro que, devido à ideia de individualidade, você acredita que é a sua luxúria, o seu medo, o seu egoísmo... Mas, estamos falando de uma só sombra também. Na medida em que você integra a parte que lhe cabe nessa encarnação, você ilumina o todo.
O foco então deve estar em ampliar a percepção, em lembrar-se de si mesmo. Mas, durante esse processo de lembrar-se de si mesmo, você começa a perceber nesses ‘eus’ que se manifestam na forma de pensamentos - eles são complexos autônomos, que agem como pensamentos. Você vai aprendendo como lidar com eles. No segundo estágio em diante, você deixa de julgá-los; você não os condena (Quanto mais você condena as suas limitações, mais elas vão crescer em você... Quanto mais você não quer ser ciumento, mais você vai ser...). Então, o caminho é acolher a sombra, e não se incomodar mais com ela - compreender que são apenas nuvens que passam. Continue somente testemunhando até que ela perca força.
Quando um padrão é muito insistente, você precisa ir mais fundo para compreender as raízes, e compreender os sentimentos que estão dando sustentação para a repetição. De qualquer forma, a principal ferramenta é a ampliação da percepção, e, é isso que estamos fazendo. É outra forma de dizer que, estamos removendo o véu do esquecimento; o esquecimento da nossa real natureza. Estamos, pouco a pouco, nos desidentificando desse principal pilar da mente que chamamos de ego, que é essa ideia de: “eu controlo”, “eu faço”, “eu sou um eu separado”. A lembrança de si mesmo acontece, quando você se desidentifica da mente e do corpo. Aí, você pode se lembrar de fato de quem é você. E você é esse Eu divino que age na mente e no corpo.
Nesse trabalho de recordação de si mesmo, que inclui a purificação desses aspectos separados da personalidade, passamos por muitos desafios. Nesses tempos de apuração sobre os quais eu venho falando que se tornaram mais intensos desde 2008 para cá, mas, principalmente em 2010 e 2011, quando a espada da justiça focou as relações de codependência: o chão tremeu; o mar se agitou e as estrelas do céu ainda estão correndo.
Chegou um comando de cortar apegos. Muitos “eus” estão gritando. Cada qual sabe bem do que eu estou falando. Muitos, hoje já estão podendo respirar. Muitos, já estão se sentindo aliviados. Conseguiram chegar aqui, depois de sofrer muito nas mãos do ceticismo. O ceticismo pegou mesmo, porque ele é uma defesa contra esse processo de desidentificação do corpo. Esses “eus” são complexos autônomos e, como tudo que é vivo, eles querem continuar vivos.
Esses tempos de purificação são como aqueles tempos de exames na escola.