terça-feira, 22 de julho de 2014

‘Relacionamento virtual’ não existe.

‘Relacionamento virtual’ não existe.
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O mundo não é mais super; é ultra conectado. Temos acesso e conexão a lugares, coisas, pessoas e sentimentos que não teríamos sem a Internet. E é sobr o pilar ‘pessoas’ que esse texto trata.

Nesse processo de ultraconexões, fatalmente conhecemos gente que está por perto e também gente que não está tão por perto assim. Estabelecemos, em alguns;muitos casos, os chamados ‘relacionamentos-virtuais’.

Pra falar sobre relacionamentos virtuais é interessante mergulhar no significado de duas palavras: ‘relacionamento’ e ‘virtual’.

No que diz respeito a relacionamento, todos podemos ter teorias baseadas nas nossas práticas. Mas a Wikipedia nos dá uma ótima e democrática definição:
- ‘Relacionamento é a forma como pessoas se tratam e se comunicam.’

E tem mais:

- ‘Quando indivíduos se comunicam bem, e o gostam de fazer, diz-se que há um bom relacionamento. Quando indivíduos se tratam mal e não gostam de se comunicar, diz-se que há um mau relacionamento.’

A conclusão é uma só: ninguém foge de relacionamentos; por bem ou por mal, todos nos relacionamos em algum ponto. A definição deixa claro o significado do termo ‘relacionamento’, mas - que bom - não cita nada sobre ‘distâncias necessárias’ para se considerar um relacionamento como um relacionamento de fato.

Para se dar bem com alguém e poder mudar seu ‘status do Facebook em paz’, não importa se a pessoa vive em Plutão. O olhar alheio não é critério pra definir uma relação. O que importa é a afinidade e as intenções afetivas. Nesse caso, é provável que as intenções girem em torno de: beijos, amassos, trepadas, carinho, respeito, parceria e sinceridade; coisas que costumamos esperar em relacionamentos amorosos, independente do estágio em que eles estão.

Outra rápida pesquisa no mundo virtual traz uma bela definição sobre a palavra (...) ‘virtual’:

- ‘Que não existe como realidade, mas sim como potência ou faculdade.’

- ‘O que é suscetível de se realizar, em potencial, como possibilidade viável.’

Dessas definições podemos concluir duas coisas:

1 - Relacionamento virtual não existe. O que existe em determinadas situações é um relacionamento em estágio virtual com potencial de se tornar algo palpável, presencial. E ninguém pode dizer que o que não é palpável, não existe. Nesse esquema também podemos encaixar um relacionamento que tem potencial de retornar a ser presencial. Casais que se distanciam momentaneamente por motivo de viagens podem se encaixar aí.

2 - Relacionamento em estágio presencial não pode ser considerado melhor, mais intenso, nem mais íntimo que um relacionamento em estágio virtual. Afinal, intimidade não se trata apenas do quanto dispomos nossos corpos, mas sim do quanto abrimos ao outro nossos pensamentos e vontades.

Cada qual pode - e deve - ter suas preferências quando o assunto é relacionamento. O que não podemos é definir demais. Estabelecer demais. Ama-se porque não se pode escolher não amar.

Linhas que querem definir a intensidade, a veracidade ou a qualidade do relacionamento alheio devem ser pisadas e destruídas. Fato é: a gente ama. E ama o que tá perto, o que tá longe, o que é bonito, o que é feio, o que é bom, o que é ruim, o que faz bem e também o que faz mal.

Quem um dia escolheu a quem amar, favor me poupar da história; ela deve ser triste demais pra eu dar atenção. Ou mentirosa demais pra eu levar em consideração.

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[fábio chap]