‘Relacionamento virtual’ não existe.
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O mundo não é mais super; é ultra conectado. Temos acesso e conexão a lugares, coisas, pessoas e sentimentos que não teríamos sem a Internet. E é sobr o pilar ‘pessoas’ que esse texto trata.
O mundo não é mais super; é ultra conectado. Temos acesso e conexão a lugares, coisas, pessoas e sentimentos que não teríamos sem a Internet. E é sobr o pilar ‘pessoas’ que esse texto trata.
Nesse processo de ultraconexões, fatalmente
conhecemos gente que está por perto e também gente que não está tão por perto
assim. Estabelecemos, em alguns;muitos casos, os chamados
‘relacionamentos-virtuais’.
Pra falar sobre relacionamentos virtuais é
interessante mergulhar no significado de duas palavras: ‘relacionamento’ e
‘virtual’.
No que diz respeito a relacionamento, todos
podemos ter teorias baseadas nas nossas práticas. Mas a Wikipedia nos dá uma
ótima e democrática definição:
- ‘Relacionamento é a forma como pessoas se
tratam e se comunicam.’
E tem mais:
- ‘Quando indivíduos se comunicam bem, e o
gostam de fazer, diz-se que há um bom relacionamento. Quando indivíduos se
tratam mal e não gostam de se comunicar, diz-se que há um mau relacionamento.’
A conclusão é uma só: ninguém foge de
relacionamentos; por bem ou por mal, todos nos relacionamos em algum ponto. A
definição deixa claro o significado do termo ‘relacionamento’, mas - que bom -
não cita nada sobre ‘distâncias necessárias’ para se considerar um
relacionamento como um relacionamento de fato.
Para se dar bem com alguém e poder mudar seu
‘status do Facebook em paz’, não importa se a pessoa vive em Plutão. O olhar
alheio não é critério pra definir uma relação. O que importa é a afinidade e as
intenções afetivas. Nesse caso, é provável que as intenções girem em torno de:
beijos, amassos, trepadas, carinho, respeito, parceria e sinceridade; coisas
que costumamos esperar em relacionamentos amorosos, independente do estágio em
que eles estão.
Outra rápida pesquisa no mundo virtual traz
uma bela definição sobre a palavra (...) ‘virtual’:
- ‘Que não existe como realidade, mas sim
como potência ou faculdade.’
- ‘O que é suscetível de se realizar, em
potencial, como possibilidade viável.’
Dessas definições podemos concluir duas
coisas:
1 - Relacionamento virtual não existe. O que
existe em determinadas situações é um relacionamento em estágio virtual com
potencial de se tornar algo palpável, presencial. E ninguém pode dizer que o
que não é palpável, não existe. Nesse esquema também podemos encaixar um
relacionamento que tem potencial de retornar a ser presencial. Casais que se
distanciam momentaneamente por motivo de viagens podem se encaixar aí.
2 - Relacionamento em estágio presencial não
pode ser considerado melhor, mais intenso, nem mais íntimo que um
relacionamento em estágio virtual. Afinal, intimidade não se trata apenas do
quanto dispomos nossos corpos, mas sim do quanto abrimos ao outro nossos
pensamentos e vontades.
Cada qual pode - e deve - ter suas
preferências quando o assunto é relacionamento. O que não podemos é definir
demais. Estabelecer demais. Ama-se porque não se pode escolher não amar.
Linhas que querem definir a intensidade, a
veracidade ou a qualidade do relacionamento alheio devem ser pisadas e
destruídas. Fato é: a gente ama. E ama o que tá perto, o que tá longe, o que é
bonito, o que é feio, o que é bom, o que é ruim, o que faz bem e também o que
faz mal.
Quem um dia escolheu a quem amar, favor me
poupar da história; ela deve ser triste demais pra eu dar atenção. Ou mentirosa
demais pra eu levar em consideração.
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[fábio chap]