“Tudo aquilo de que me
lamento ou queixo, quero excluir. Tudo aquilo a que aponto um dedo acusador,
quero excluir. A toda a pessoa que desperte a minha dor, estou a exclui-la.
Cada situação em que me sinta culpado, estou a exclui-la. E desta forma vou ficando
cada vez mais empobrecido.
O caminho inverso seria: a
tudo de que me queixo, fito e digo: sim, assim aconteceu e integro-o em mim,
com todo o desafio que para mim isso representa. E afirmo: irei fazer algo com
o que me aconteceu. Seja o que for que me tenha acontecido, tomo-o como a uma
fonte de força.
É surpreendente o efeito
que se pode observar neste âmbito. Quando integro aquilo que antes tinha
rejeitado, ou quando integro aquilo que é doloroso para mim, ou que produz
sentimentos de culpa, ou o que quer que me leve a sentir que estou a ser
tratado de forma injusta, o que quer que seja… quando tento incorporar tudo
isso, nem tudo cabe em mim. Algo fica do lado de fora. Ao consentir plenamente,
somente a força é internalizada. Tudo o resto fica de fora sem me contaminar.
Ao invés, desinfecta, purifica-me. A escória fica de fora, as brasas penetram
no coração.”